A edição de número 40 da Copa São Paulo de Futebol Júnior chega ao seu final na manhã de hoje quando a partir das 11 horas as equipes do S.C. Corinthians Paulista e Clube Atlético Paranaense, decidem o título. Este ano a competição, que é a principal da categoria no Brasil, contou com a participação de 88 equipes vindas dos mais distantes locais e representando todos os Estados da Federação. Esse número exagerado de equipes e atletas prejudica o propósito de revelar talentos.
A Copa São Paulo começou em 1969 e nas suas duas primeiras edições participaram somente quatro clubes paulistas. Corinthians e Nacional foram os finalistas do primeiro torneio, com o time do Parque São Jorge levando a melhor. A partir de 1971 passou a receber clubes de todo o Brasil.
Entre 1993 e 1997, foram convidadas equipes estrangeiras para participarem da disputa: Boca Juniors (Argentina), Peñarol (Uruguai), Cerro Porteño (Paraguai), Nagoya Grampus Eight e Yomiuri Verdy (ambos do Japão), além das seleções sub-20 do Japão e da China. O primeiro clube estrangeiro a participar da competição foi o Bayern de Munique (Alemanha) em 1985. Como todas elas caíram na primeira fase, a organização da Copinha abandonou a idéia.
Originalmente a competição era chamada de Taça São Paulo de Juniores e era organizada pela Prefeitura de São Paulo. Em 1987, o então prefeito Jânio Quadros decidiu não arcar com os custos da competição, que não foi realizada naquele ano. Em 1988 a Federação Paulista de Futebol tomou para si a responsabilidade do torneio - o que acontece até hoje - e inovando ao marcar jogos para cidades do interior do Estado. A Copa São Paulo é disputada no inicio de cada ano, de modo que a Final coincida com a data de aniversário da cidade de São Paulo, 25 de Janeiro.
Mas nem sempre a decisão do Torneio aconteceu exatamente em 25 de janeiro. Teve casos em que a final foi realizada antes do mês de janeiro: 1981, (23 de dezembro de 1980); 1982, (19 de dezembro de 1981) e 1983 (18 de dezembro de 1982). O título chegou a ser decidido em 19 de janeiro de 1989; 20 de janeiro, nos anos de 1979, 1980 e 1985; 22 de janeiro de 1984; 23 de janeiro de 1976; 24 de janeiro de 1988; 26 de janeiro de 1986 e 1991; 31 de janeiro de 1990 e até em 6 de março de 1971.
O Corinthians Paulista, com seis títulos é o maior vencedor da Copa (1969, 1970, 1995, 1999, 2004 e 2005), seguido de Fluminense, do Rio de Janeiro, com cinco conquistas (1971, 1973, 1977, 1986 e 1989), Internacional, de Porto Alegre-RS, com quatro (1974, 1978, 1980 e 1998) e Atlético Mineiro com 3 (1975, 1976 e 1983). Com dois títulos, São Paulo (1993 e 2000), Ponte Preta, de Campinas-SP (1981 e 1982), Nacional, de São Paulo (1972 e 1988) e Portuguesa de Desportos, de São Paulo (1991 e 2002). Foram campeões uma única vez as equipes do Juventus, de São Paulo (1985), Cruzeiro, de Belo Horizonte-MG (2007), Santos, de Santos-SP (1984), Vasco da Gama, do Rio de Janeiro (1992), Guarani, de Campinas-SP (1994), América (São José do Rio Preto-SP-2006), Marília, de Marília-SP (1979), Flamengo, do Rio de Janeiro (1990), América, de Belo Horizonte-MG (1996), Paulista, de Jundiaí-SP (1997), Roma Barueri, de Barueri-SP (2001), Santo André, de Santo André-SP (2003) e Figueirense, de Florianópolis-SC (2008).
O Corinthians é o maior recordista de finais, 14 ao todo (contando a de hoje), com 6 títulos, sendo que 2 títulos foram conquistados em cima de seus maiores rivais: Palmeiras em 1970 e São Paulo em 2004. O Palmeiras é a única equipe, das 6 existentes na cidade de São Paulo (São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Portuguesa, Juventus e Nacional), que ainda não venceu a competição.
A Portuguesa de Desportos possui o melhor aproveitamento em finais, vencendo as duas decisões que disputou. Em 1991 a “lusa” realizou a melhor campanha da história da Copa São Paulo, ao vencer seus nove jogos, marcando 32 gols. O América de São José do Rio Preto (SP) foi campeão da Copinha em 2006 e tem a segunda melhor campanha da história, mesmo com o time sendo formado somente a 60 dias da competição.
Só em três anos os times paulistas não estiveram presentes nas finais. Nestas ocasiões houve confrontos entre Fluminense X Botafogo em 1971 (ambos cariocas; campeão: Fluminense), em 1980 entre Internacional X Atlético Mineiro (mineiros x gaúchos; campeão: Internacional) e em 1996 entre América X Cruzeiro (ambos mineiros; campeão: América).
Em 1995 a Federação Paulista organizou a Supercopa dos Campeões da Copa São Paulo, tendo como vitorioso nesta única edição o Palmeiras, que participou como convidado, ao vencer na final o São Paulo num jogo que ficou marcado pela batalha campal promovida por facções de torcedores após o jogo, que resultou na morte de um torcedor sãopaulino.
Nos últimos anos o torneio passou a ter a presença quase obrigatória de empresários e olheiros vindos de todo do mundo em busca de novos craques, antes que estes passem a valer verdadeiras fortunas. Em 2007 houve uma alteração significativa no regulamento, e desde então apenas atletas sub-18 podem participar dos jogos, ao contrário das edições anteriores, nas quais eram permitidas as inscrições para jogadores de até 20 anos.
A baixa idade dos participantes (até atletas de 15 anos estão autorizados a jogar) foi uma das condições criadas pela FPF para inibir a ação de empresários e, desta forma, cativar os grandes clubes a estarem na competição. Nos últimos anos, Flamengo e Vasco chegaram a abdicar de sua vaga para priorizar o Campeonato Carioca Sub-20. Nesta edição da Copinha, o desfalque foi o Botafogo (RJ), pelo mesmo motivo.
Pela Copa São Paulo já passaram grandes nomes do futebol brasileiro como Rivelino, Falcão, Casagrande, Jardel, Djalminha, Toninho Cerezo, Rogério Ceni, Raí, Cafu, Kaká e Robinho, entre outros. Mas um jogador ninguém jamais vai esquecer: Dener, um furacão que surgiu na edição de 1991 quando ao lado de Tico, Sinval e Pereira conduziu a Portuguesa ao título contra o Grêmio. (Pesquisa: Nilo Dias)
Dener foi uma das maiores revelações da Copa São Paulo. (Foto Divulgação)