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quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Cavalo paraguaio
Toda vez que um time de futebol, que não consta entre os favoritos de uma competição começa bem nas primeiras rodadas, logo os torcedores adversários o chamam de “cavalo paraguaio”. Largam na frente, mas logo adiante perdem força e entram na realidade. Isso tem sido comum nos campeonatos brasileiros na era de pontos corridos. Não vou citar nomes de clubes, para não entrar em atrito com torcedores apaixonados. Mas todos sabem perfeitamente de quais clubes falo.
As teses sobre a origem da expressão são muitas. A que me parece mais viável tem origem no turfe. Em 6 de agosto de 1933 foi realizado no Hipódromo Brasileiro (atual Gávea), no Rio de Janeiro o primeiro Grande Prêmio Brasil, que se tornaria depois a maior prova do turfe brasileiro. A premiação oferecida era alta, 300 contos de réis, o que atraiu competidores brasileiros e estrangeiros.
Os apostadores gastaram verdadeiras fortunas confiando nos animais considerados favoritos. Ao fim da corrida, os boquiabertos turfistas assistiram a inesperada vitória do cavalo “Mossoró”, que teria ascendência paraguaia. Foi uma legitima “zebra”, embora o termo não existisse naqueles anos. Segundo a imprensa da época, o cavalo tordilho quase foi levado no colo pela multidão, que vibrou com sua conquista.
“Mossoró” era um tordilho Puro Sangue Inglês (PSI), nascido em Pernambuco, de criação do Haras Maranguape, de propriedade de Frederico Lundgren , um sueco apaixonado pelo Brasil, com grande visão empresarial, fundador das Casas Pernambucanas, que atua em São Paulo. A parte das Lojas Pernambucanas atuante no Nordeste, administrada por outro ramo da família faliu. Ainda em 1933, “Mossoró” venceu o Grande Prêmio Cruzeiro do Sul, no mesmo hipódromo.
A partir daí a expressão teria entrado para o vocabulário futebolístico nacional. Toda vez que um time inesperadamente conquistava vitórias, os cronistas esportivos da época anunciavam a presença de um “cavalo paraguaio”. O lógico seria que o time assim chamado, tivesse uma queda de rendimento ao final da competição, frustrando seus torcedores.
Mas essa é apenas uma tese para a origem da gíria. O jornalista e historiador Mário César Silveira, por exemplo, acredita que a expressão começou no Mato Grosso, quando da Guerra do Paraguai. O Paraguai havia tomado a iniciativa do combate, mas acabou forçado a recuar. Quer dizer, saiu na frente e chegou atrás, implacavelmente derrotado, segundo o jornal “Paraguay Illustrado”, editado no Brasil e que tinha como objetivo denegrir a imagem dos paraguaios e criar um estereótipo que resiste até hoje.
Mário César Silveira acredita que a inclusão da expressão no meio futebolístico brasileiro, ocorreu a partir do dia 9 de maio de 2004, quando no programa "Troca de Passes", do canal SporTV, foi debatido o bom desempenho até então, no Campeonato Brasileiro de Futebol, de equipes como Goiás, Vitória, Ponte Preta, Paraná e Figueirense.
Foi quando o apresentador Luiz Carlos Júnior, perguntou aos demais participantes do programa se esses times seriam "cavalos paraguaios". Em 18 de junho de 2005, durante a Copa das Confederações a expressão foi novamente utilizada, dessa vez pelo jornalista André Aydano Motta, também do SporTV, definindo a acepção de "paraguaio" como algo "falsificado".
No mesmo ano o jornal “Folha de São Paulo”, prevendo um fraco desempenho das equipes do Rio de Janeiro no Campeonato Brasileiro, publicou a seguinte manchete: "Rodada amplia aposta no “cavalo carioca-paraguaio".
Já o comentarista esportivo Luiz Fernando Bindi afirma, com base numa pergunta feita ao porteiro de uma hípica na cidade de São Paulo, e também a uma consulta feita a um turfista de Curitiba, que a expressão não tem qualquer ligação com o turfe.
Não se pode esquecer, também, que esse sentido depreciativo se deve ainda, ao fato de que temos uma antiga relação de desconfiança com a qualidade dos produtos vindos do vizinho país. Isso começou no século XIX e persiste até hoje. Ninguém é capaz de apostar um vintém na qualidade e durabilidade dos eletroeletrônicos que diariamente chegam ao Brasil, contrabandeados do vizinho país.
Todo mundo sabe que o Paraguai é grande “fabricante” de produtos falsificados. E por isso a imagem que se tem, é de que tudo vindo de lá é falso, não presta.
O termo “cavalo paraguaio” está encravado no dia-a-dia do jornalismo esportivo de nosso país. Nas TVs, rádios, jornais ou revistas, fala-se nisso com uma naturalidade enorme. O que espanta, é o fato dos governantes do vizinho país agüentarem isso calados, admitindo pelo silêncio que tudo que se diz sobre eles é verdadeiro.
Apenas como ilustração, lembro algumas notícias publicadas em respeitáveis órgãos de imprensa do Brasil: “O volante Chico acredita que foi mais uma boa atuação de todo o time, mostrando que o Atlético-PR não é um “cavalo paraguaio” nessa arrancada após a Copa do Mundo. (Revista “Veja”). “Ponte espera provar que não é '''cavalo paraguaio'''' (Jornal “O Estado de São Paulo”). (Pesquisa: Nilo Dias)
As teses sobre a origem da expressão são muitas. A que me parece mais viável tem origem no turfe. Em 6 de agosto de 1933 foi realizado no Hipódromo Brasileiro (atual Gávea), no Rio de Janeiro o primeiro Grande Prêmio Brasil, que se tornaria depois a maior prova do turfe brasileiro. A premiação oferecida era alta, 300 contos de réis, o que atraiu competidores brasileiros e estrangeiros.
Os apostadores gastaram verdadeiras fortunas confiando nos animais considerados favoritos. Ao fim da corrida, os boquiabertos turfistas assistiram a inesperada vitória do cavalo “Mossoró”, que teria ascendência paraguaia. Foi uma legitima “zebra”, embora o termo não existisse naqueles anos. Segundo a imprensa da época, o cavalo tordilho quase foi levado no colo pela multidão, que vibrou com sua conquista.
“Mossoró” era um tordilho Puro Sangue Inglês (PSI), nascido em Pernambuco, de criação do Haras Maranguape, de propriedade de Frederico Lundgren , um sueco apaixonado pelo Brasil, com grande visão empresarial, fundador das Casas Pernambucanas, que atua em São Paulo. A parte das Lojas Pernambucanas atuante no Nordeste, administrada por outro ramo da família faliu. Ainda em 1933, “Mossoró” venceu o Grande Prêmio Cruzeiro do Sul, no mesmo hipódromo.
A partir daí a expressão teria entrado para o vocabulário futebolístico nacional. Toda vez que um time inesperadamente conquistava vitórias, os cronistas esportivos da época anunciavam a presença de um “cavalo paraguaio”. O lógico seria que o time assim chamado, tivesse uma queda de rendimento ao final da competição, frustrando seus torcedores.
Mas essa é apenas uma tese para a origem da gíria. O jornalista e historiador Mário César Silveira, por exemplo, acredita que a expressão começou no Mato Grosso, quando da Guerra do Paraguai. O Paraguai havia tomado a iniciativa do combate, mas acabou forçado a recuar. Quer dizer, saiu na frente e chegou atrás, implacavelmente derrotado, segundo o jornal “Paraguay Illustrado”, editado no Brasil e que tinha como objetivo denegrir a imagem dos paraguaios e criar um estereótipo que resiste até hoje.
Mário César Silveira acredita que a inclusão da expressão no meio futebolístico brasileiro, ocorreu a partir do dia 9 de maio de 2004, quando no programa "Troca de Passes", do canal SporTV, foi debatido o bom desempenho até então, no Campeonato Brasileiro de Futebol, de equipes como Goiás, Vitória, Ponte Preta, Paraná e Figueirense.
Foi quando o apresentador Luiz Carlos Júnior, perguntou aos demais participantes do programa se esses times seriam "cavalos paraguaios". Em 18 de junho de 2005, durante a Copa das Confederações a expressão foi novamente utilizada, dessa vez pelo jornalista André Aydano Motta, também do SporTV, definindo a acepção de "paraguaio" como algo "falsificado".
No mesmo ano o jornal “Folha de São Paulo”, prevendo um fraco desempenho das equipes do Rio de Janeiro no Campeonato Brasileiro, publicou a seguinte manchete: "Rodada amplia aposta no “cavalo carioca-paraguaio".
Já o comentarista esportivo Luiz Fernando Bindi afirma, com base numa pergunta feita ao porteiro de uma hípica na cidade de São Paulo, e também a uma consulta feita a um turfista de Curitiba, que a expressão não tem qualquer ligação com o turfe.
Não se pode esquecer, também, que esse sentido depreciativo se deve ainda, ao fato de que temos uma antiga relação de desconfiança com a qualidade dos produtos vindos do vizinho país. Isso começou no século XIX e persiste até hoje. Ninguém é capaz de apostar um vintém na qualidade e durabilidade dos eletroeletrônicos que diariamente chegam ao Brasil, contrabandeados do vizinho país.
Todo mundo sabe que o Paraguai é grande “fabricante” de produtos falsificados. E por isso a imagem que se tem, é de que tudo vindo de lá é falso, não presta.
O termo “cavalo paraguaio” está encravado no dia-a-dia do jornalismo esportivo de nosso país. Nas TVs, rádios, jornais ou revistas, fala-se nisso com uma naturalidade enorme. O que espanta, é o fato dos governantes do vizinho país agüentarem isso calados, admitindo pelo silêncio que tudo que se diz sobre eles é verdadeiro.
Apenas como ilustração, lembro algumas notícias publicadas em respeitáveis órgãos de imprensa do Brasil: “O volante Chico acredita que foi mais uma boa atuação de todo o time, mostrando que o Atlético-PR não é um “cavalo paraguaio” nessa arrancada após a Copa do Mundo. (Revista “Veja”). “Ponte espera provar que não é '''cavalo paraguaio'''' (Jornal “O Estado de São Paulo”). (Pesquisa: Nilo Dias)