A segunda fase de disputas entre Botafogo e Comercial aconteceu em 19 de dezembro de 1954, quando o radialista Lúcio Mendes afirmou que o jogo seria "um verdadeiro come fogo". A partir daí os clássicos entre os dois times passaram a ser chamados de “Come-Fogo”. O resultado deste primeiro jogo da segunda fase foi 1 X 1.
De 1986 a 1992 não foi realizado nenhum clássico entre Botafogo e Comercial porque o Comercial disputava a antiga Divisão Intermediária do Futebol Paulista. A partir daí vários clássicos vêm sendo realizados ocasionalmente.
Carlos César Souza, o Carlos César, foi ponta e meia-esquerda do Comercial na década de 50 e ficou querido por ter ajudado o time a subir para a primeira divisão do campeonato paulista, em 1959. Na ocasião, o alvinegro de Francisco de Palma Travassos venceu por 4 X 0 ao Corinthians de Presidente Prudente (SP), no Pacaembu, na negra da decisão do certame de acesso. Ele fez dois gols naquele jogo. Atuou também no São Paulo e no Spal de Ferrara, da Itália. Encerrou a carreira em 1973 jogando pelo Comercial.
O início do anos 1960 foi uma época em que o Comercial tinha grandes craques, como o próprio Carlos César, e os potentes chutes de esquerda, que lhe valeram o apelido de "esquerdinha de ouro". Havia também o zagueiro Piter, um jogador de físico privilegiado, que se consagrou como o melhor marcador de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, que teria sugerido sua contratação ao Santos, na década de 1960.
O zagueiro Piter está entre os maiores ídolos da trajetória do Comercial. Na equipe, recebeu o apelido de "Rocha Negra" por suas inesquecíveis jogadas. Nos 13 anos em que defendeu o Comercial disputou mais de 20 clássicos contra o Botafogo no confronto batizado de “Come-Fogo”.
E foi nessa época que o Comercial viveu um dos melhores momentos de sua história. Com um verdadeiro esquadrão, o "Bafo" era imbatível dentro de sua casa e conseguia grandes resultados fora dela. Em 1962, o clube foi vice-campeão da Taça São Paulo, perdendo apenas a final para o Santos de Pelé.
Em 14 de outubro de 1964, inaugurou seu atual estádio, o Palma Travassos conhecido como “La Bafonera”, em alusão a “La Bombonera”. O projeto surgiu em 1958, no mandato do então presidente comercialino Belmácio Pousa Godinho, mas as obras para construção do estádio só seriam iniciadas três anos depois, em 1961.
Entre os anos de 1958 e 1961, o projeto para construção do estádio passou pela mão de três presidentes do clube: Belmácio Pousa Godinho (que foi quem criou o projeto em 1958); Jamil Jorge (que presidiu o clube entre 1958 e 1959, e tentou arrecadar fundos para construção do estádio); e Romero Barbosa (que deu efetivo início as obras).
Foi organizada uma Comissão com técnicos e responsáveis, que ficariam com a missão de coordenar a construção do estádio do Comercial FC. Essa comissão era composta por:
Júlio Costa (Presidente da Comissão), Áureo Alves Ferreira (Vice da Comissão), Nildo Tarozo (Engenheiro Civil) e Oswaldo Terreri (Engenheiro de Obras).
A construção durou cerca de 4 anos, mas valeu cada esforço e campanha feita pela diretoria. Em 1964 o estádio já estava pronto. Para homenagear o doador do terreno onde fica o estádio, a diretoria comercialina batizou o campo com o nome de Estádio Doutor Francisco de Palma Travassos.
O Estádio Palma Travassos foi inaugurado em 14 de outubro de 1964, no jogo amistoso Comercial FC 2 X 3 Santos F.C. O atacante comercialino, Paulo Bin, fez o primeiro gol da história do estádio.
No dia 4 de fevereiro de 1966, o Comercial venceu por 3 X 0 o Palmeiras na inauguração dos refletores do Palma Travassos. Foi o primeiro jogo, oficialmente reconhecido, a ser disputado a noite em Ribeirão Preto.
O recorde de público no estádio foi no clássico “Come-Fogo”, no dia 20 de julho de 1986, com 34.400 pessoas . O jogo terminou empatado em 0 x 0.
O Estádio Palma Travassos já abrigou importantes jogos de grandes clubes e torneios do país. Entre os destaques estão: Campeonato Brasileiro: o Palma Travassos já recebeu vários jogos das três divisões do Brasileirão. Na 1ª divisão, destacam-se jogos de clubes como Corinthians, Santos, além do próprio Comercial. Na 3ª divisão, destaca-se o jogo da final de 1996, disputada entre Botafogo de Ribeirão Preto e Atlético Goianiense, que aconteceu no Palma Travassos. O Palma Travassos também já recebeu importantes jogos da 1ª e 2ª divisão do Campeonato Paulista.
Capacidade Oficial: 35.000 pessoas. Dimensões do Gramado: 105 x 72m. Possui 14 cabines de Rádio e TV e 4 cabines superiores para Imprensa. Camarotes: 100. Cadeiras cativas: 8.000. Vestiários: 3 (Mandante, visitante e árbitros). Túneis de acesso ao gramado: 3.
Em 1965 o Comercial venceu a “Copa Ribeirão Preto” jogando contra Corinthians, Fluminense e Botafogo carioca. Nesse mesmo ano de 1965, no dia 14 de julho, finalmente enfrentou o legitimo Peñarol do Uruguai, e empatou em 1 X 1 no Palma Travassos.
Foi em 1966 que o Leão viveu seu melhor ano, e seu time, de tão bom, foi apelidado de "Rolo Compressor". Acabou com uma invencibilidade de 14 jogos do Palmeiras dentro do Palestra Itália. Conseguiu a proeza de marcar cinco gols no Santos de Pelé dentro da Vila, num jogo que muitos consideram um dos mais espetaculares de todos os tempos.
Humilhou o Bragantino, de Bragança Paulista, jogando em casa, por 8 X 1. Terminou a competição com o terceiro lugar, perdendo somente para o Palmeiras e o Corinthians da capital. Recebeu, nesse ano, o apelido de "Rolo Compressor".
Toda boa fase do “Leão” rendeu-lhe o título de campeão do interior daquele ano. O prêmio era concedido pela Federação Paulista de Futebol, que entregava ao melhor do interior o “Troféu Folha de S. Paulo”. Em 31 de maio de 1966, o Comercial enfrentou pela primeira vez a Seleção Brasileira num amistoso em Amparo. Perdeu por 4 X 2. Foi realmente um grande ano para o clube.
Em 1974, o Leão quebrou um tabu de sete anos e nove meses ao vencer o rival Botafogo F.C. e pela primeira vez no estádio Santa Cruz. O placar do jogo foi de 2 X 1 para o Comercial, com gols de Davi e Jader para o “Leão”. Sócrates marcou para o Botafogo. O time ainda realizou outras façanhas naquela década.
Ainda em 1974, o Leão cruzou mais uma vez o caminho do Palmeiras. Venceu por 2 X 0 em pleno Parque Antártica, e o Verdão não se classificou para a disputa do primeiro turno do Campeonato Paulista daquele ano. Luisão marcou os dois gols. No segundo turno, o Palmeiras deu a volta por cima e conquistou o campeonato daquele ano. O Comercial ficou em sétimo lugar.
Em 1976, o Leão venceu o “Quadrangular Interestadual do Norte”, torneio amistoso realizado no Estado do Paraná, que contou com a participação dos clubes: Londrina Esporte Clube, Grêmio de Esportes Maringá, Clube Atlético Paranaense, além do próprio Comercial.
Em 1977, o Comercial conquistou um titulo em cima de seu maior rival, o Botafogo F.C. Na ocasião nenhuma das equipes de Ribeirão Preto disputava o Campeonato Brasileiro. A CBD decidiu então abrir apenas uma vaga para os dois times. Esta vaga, seria então decidida entre a dupla “Come-Fogo” em 3 jogos, onde o time que obtivesse a melhor campanha se consagraria campeão e garantiria a vaga para o Brasileiro de 1978.
O Botafogo F.C. estava em alta, e contava com o elenco campeão da “Taça Cidade de São Paulo”, que tinha craques como Sócrates e Zé Mário. O Comercial, por sua vez, contava com a técnica de Jader e a precisão nas bolas paradas de Vagner.
O preimeiro jogo aconteceu no estádio Santa Cruz, casa do Botafogo, no dia 6 de outuro de 1977, e acabou com vitória da equipe comercialina por 1 X 0, gol de falta do jogador Vagner.
A segunda partida foi em 9 de outubro de 1977, no estádio Palma Travassos, casa do alvinegro. Se o Comercial vencesse, garantiria a vaga e o titulo. O “Leão do Norte” abriu o placar, mas o tricolor buscou o empate ainda no primeiro tempo. A partida terminou empatada em 1 X 1, o que adiou o titulo do Comercial por mais alguns dias.
A terceira e decisiva partida aconteceu em 16 de outubro de 1977, novamente no estádio Santa Cruz. O Comercial só precisaria de um empate para comemorar o titulo já que havia vencido a primeira partida e empatado a segunda. Para o Botafogo restava apenas vencer para provocar uma disputa de pênaltis.
O clima era tenso, como nos dois jogos anteriores. O Santa Cruz estava completamente lotado. Depois de um grande jogo, o 1 X 1 garantiu o titulo do Comercial sobre seu rival, com a festa da torcida alvinegra dentro da casa adversária. O Comercial estava garantido na primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 1978.
Mas no que ficou conhecido na década de 1970 como "o inchaço do Brasileirão", dias depois da vitória do Comercial, a CBD cedeu mais uma vaga para Ribeirão Preto, e o Botafogo teve o direito também de participar do Brasileiro de 1978 como vice dessa seletiva.
Campeão da Seletiva da CBD em 1977, o Comercial disputou os Campeonatos Brasileiro da primeira divisão entre 1978 e 1979. Em 1979, fez excelente campanha, terminando o campeonato em 14º entre 94 clubes. (Pesquisa: Nilo Dias)
O moderno Estádio Palma Travassos, do Comercaial F.C.