O Operário Ferroviário Esporte Clube, da cidade de Ponta Grossa (PR), fundado em 1 de maio de 1912, é o segundo clube de futebol mais antigo do Estado, junto com o Coritiba. O Operário, também conhecido por “Fantasma da Vila”, nasceu da fusão do time da Rede Viação Paraná-Santa Catarina e alguns jogadores do Riachuelo Sport Clube.
Existe também a versão de que o clube surgiu do Tiro de Guerra. Segundo relatos de ex-dirigentes e jornais da época, um grupo de rapazes que, nos finais de semana, jogava com o time do Riachuelo e do Tiro de Guerra ponta-grossense, no campo do alto do cemitério, seriam os verdadeiros fundadores do clube. E a data de fundação não seria 1º de maio, mas sim 7 de abril de 1913, como consta na primeira página do “Diário dos Campos” daquele dia.
"Temos a honra de levar ao vosso conhecimento que hoje, em Vila Oficinas, com grande número de pessoas propensas a fundação de uma sociedade esportiva de foot ball, em sessão ordinária foi eleita a primeira diretoria desta associação denominada de Foot Ball Clube Operário Pontagrossense, que deverá reger os destinos do mesmo durante o primeiro ano de sua fundação."
Os registros apontam para os seguintes nomes dos fundadores do novo clube: Raul Lara, João Simonetti, Joaquim Eleutério, Victorio Maggi, Oscar Marques, Henrique Piva, Michel Farhat, João Holzzmann Júnior, Ewaldo Meister e Alexandre Bach.
De qualquer maneira o Operário é tido como o segundo clube mais velho do Estado. Seu precursor, o time dos trabalhadores da Rede Ferroviária, foram protagonistas do primeiro jogo de futebol realizado no Estado, contra o Coritiba Foot Ball Club, o pioneiro do futebol paranaense. Esse jogo foi realizado na antiga Vila Oficinas, no local onde hoje se encontra o Estádio Germano Krüger.
Fundado em 1912 ou 1913, a verdade é que o primeiro time que se tem notícia na história operariana, foi formado em 1913, para disputas de jogos amistosos e outras competições locais e estaduais. A primeira formação do Operário era assim: José Moro - Pedro Azevedo e Alexandre Bach - Henrique Piva - João Simonetti e Souza - Ewaldo Meister - Adolfo Piva - Holger Mortensen e Ernesto.
Em 1917, o Operário perdeu a chance de se classificar para o Campeonato Paranaense, ao ser derrotado pelo Savóia, de Curitiba, num torneio preliminar para definir uma vaga. Antes, em 1915 o mesmo Savóia já havia impedido a ascensão operariana à principal competição estadual.
Alijado do Estadual, o Operário optou por se unir ao Savóia. A parceria não deu certo e durou apenas um ano. O Operário Sport Club passou a jogar apenas na liga local por algum tempo, até que se decidiu pelo enfrentamento dos campeões de Curitiba e da Liga de Ponta Grossa.
Foram anos de glórias para o Operário, que se tornou o maior ganhador da liga pontagrosseense. Mas não existem relatos oficiais que mostrem quantos títulos o clube conquistou. O certo é que o Operário foi o clube que mais participou dessas decisões. Se sabe apenas que foi campeão de Ponta Grossa nos anos de 1923, 1924, 1925 e 1926. Nesse período enfrentou Britânia, Palestra Itália (duas vezes), Atlético-PR, sendo derrotado em todas as ocasiões.
Em 1927 o Operário participou do campeonato de Curitiba, tratado como Campeonato Paranaense, que teve outros 5 clubes, sendo quatro de Curitiba e o União Campo Alegre, também de Ponta Grossas. Mas o Operário não terminou a competição, retirando-se ao final do primeiro turno, junto como Campo Alegre, por desentendimentos com a Federação.
Em 1928, ainda revoltados com a administração da Federação Paranaense de Desportos, todos os clubes de Ponta Grossa desistiram do campeonato, que teve o menor número de times de sua história: apenas quatro.
Em 1929, de volta ao Estadual, o Operário foi outra vez vice-campeão, situação que se repetiu em 1930 e 1932. Em 1931 viu o rival local, Guarani, ganhar o título. Em 1933 o Nova Rússia Esporte Clube, outra agremiação de Ponta Grossa, foi vice-campeão, perdendo a final para o Curitiba.
Em 15 de maio de 1933, o Operário Sport Club fundiu-se com o Clube Atlético Ferroviário, surgindo o Operário Ferroviário Esporte Clube, como é conhecido até hoje em dia. Na reunião que decidiu pela fusão, presidida pelo desportista Luiz Guimarães e assistida por 48 associados, também foram aprovadas as novas cores do clube: preta e branca. Com a fusão, o novo clube passou a administrar o Estádio Germano Kruger, que pertencia a Rede Ferroviária, bem como os terrenos da sede social.
Com a fusão criou-se um clube muito forte. Até 1941 o Operário venceu cinco dos oito campeonatos citadinos que disputou. Mas nas finais contra times de Curitiba, não teve o mesmo sucesso. Com a II Guerra Mundial, acabaram as decisões entre times do interior e da capital.
Somente em 1950 os times interioranos voltaram a disputar o campeonato paranaense. Ponta grossa só apareceu no calendário do Estadual em 1953, com a participação do Guarani. O Operário disputou em 1954.
Os dois times de Ponta Grossa mereciam o respeito de Atlético, Coritiba e Ferroviário. O Guarani, com mais recursos, ficou na frente do Operário por três anos consecutivos, tendo se sagrado vice-campeão estadual em 1956. Para tentar mudar isso, o Operário fez um time forte em 1958. Foram os anos em que o clássico da cidade, chamado de OpeGua, costumava levar grandes públicos aos estádios. O Operário era mais popular, O Guarani, o time da elite.
Em 1965 a boa fase acabou, quando aconteceu o primeiro rebaixamento do Operário, junto com o rival Guarani, para a Série B. O retorno do Operário à Primeira Divisão só aconteceu em 1969, quando foi campeão do Acesso. Em 1970, nova fusão entre Guarani e Operário, fundando a Associação Pontagrossense de Desportos que disputou o campeonato paranaense em 1971, 1972 e 1973, ano em que a união foi desfeita.
Mesmo com tanta rivalidade, os dois times fizeram uma fusão e criaram a Associação Pontagrossense de Desportos, que durou apenas três anos, entre 1970 e 1973. Com o término da parceria, o Operário continuou profissional e Guarani se tornou amador.
Foi nos anos 70 que o Operário passou a ser chamado de “Fantasma da Vila”, quando ficou apenas dois pontos de conquistar o título, disputado em pontos corridos.
Mas as dividas não deixaram que a história se repetisse nos anos subsequentes. Os times eram montados as pressas, sem qualquer planejamento o que determinava figurar sempre nas últimas colocações. Tudo isso culminou com um pedido de licenciamento em 1978.
No ano seguinte o Operário voltou as atividades, se deparando além dos problemas financeiros, com a necessidade de recuperar o Estádio Germano Krüger. Isso só foi possível com a ajuda da prefeitura. Ainda em 1979 o clube participou pela primeira vez de uma competição nacional, graças a influência de políticos da região. No inchado Brasileirão, o time foi eliminado na primeira fase.
Ainda assim, conseguiu inaugurar melhorias no estádio, como a iluminação, num confronto em que empatou em 1 X 1 com o Brasil, de Pelotas (RS), realizado dia 26 de setembro de 1979.
Em 1980 disputou a Taça de Prata, equivalente a uma série B nacional, sendo eliminado novamente na primeira fase. Em 1981 chegou ao quadrangular final do Campeonato Paranaense. Mas em 1983 sofreu o segundo rebaixamento para a Divisão de Acesso.
Foram cinco longos anos na Divisão de Acesso. Em 1989 a Federação fez o convite para o clube voltar a Divisão Especial, tendo em vista que os jogos em Ponta grossa sempre ofereciam boas rendas. A partir de 1990, mais estruturado, o Operário voltou a ser destaque nas competições que disputava.
Entre 1990 e 1992 conseguiu se manter entre os três primeiros colocados no Campeonato Paranaense. E a nível nacional passou por cima de clubes tradicionais, como Sport Clube Recife e Remo, de Belém do Pará. Por pouco não abocanhou um lugar na elite do futebol brasileiro.
Em 1991 figurou pela quarta vez na 2ª Divisão do certame nacional, sendo eliminado na primeira fase. Em 1992 jogou à Terceira Divisão, sendo campeão do grupo que tinha Grêmio Maringá, Chapecoense e Blumenau. A eliminação aconteceu frente o Matsubara. A Tuna Luso, do Pará foi a campeã.
Em 1994, uma nova crise e um time muito ruim. Os torcedores não mais compareciam ao estádio, tanto que num jogo contra o Comercial, de Cornélio Procópio, empate em 1 X 1, apenas 79 pessoas compareceram. Em 1995, novo licenciamento, o que deu chance para o surgimento do Ponta Grossa Esporte Clube.
Em 2004 a prefeitura ajudou nas obras de recuperação do estádio Como o Ponta Grossa se licenciou, o Operário voltou as atividades e disputou a Série Prata, não passando da primeira fase.
Em 2008, um novo Grupo Gestor assumiu o departamento esportivo do clube, com os olhos voltados para 2012, ano do centenário do clube.
No dia 21 de fevereiro de 2009, em uma reunião no Estádio Germano Krüger, aconteceu a fusão das torcidas “Revolução Operariana”, “Garra Operariana”, “Jovem Independente” e mais a participação dos “Cornetas da Vila” e torcedores independentes, quando foi criada uma nova torcida, que levou o nome de “Trem Fantasma”.
De volta à primeira divisão paranaense, depois de muitos anos o Operário não decepcionou. Conseguiu uma das duas vagas na série D nacional de 2010. O time foi bem até decidir a classificação para Série C, no ano seguinte. Em dois confrontos contra o Madureira, do Rio de Janeiro, duas derrotas: 4 X 2 no Germano Krüger e catastróficos 6 X 2 no Rio de Janeiro.
Em 2011 conseguiu outra vez uma vaga para a Série D do Brasileirão e uma inédita classificação para a Copa do Brasil. Em 07 de Março deste ano, o sonho da Copa do Brasil acabou num único jogo, quando o time foi eliminado pelo Juventude, de Caxias do Sul, numa derrota de 4 X 0. (Pesquisa: Nilo Dias)