O
União Agrícola Barbarense Futebol Clube, da cidade de Santa Bárbara do Oeste,
interior de São Paulo foi fundado no dia 22 de novembro de 1914, inicialmente
com o nome de União Foot-Ball Club. O curioso é que o clube teve várias outras
denominações, até chegar a atual.
Em
1918 passou a chamar-se Athlético Barbarense Foot-Ball Club e, um ano depois,
Sport Club Athlético Barbarense. Em 1920, em razão da fusão com o 7 de
Setembro, da Fazenda São Pedro, mais uma vez alterou o nome, dessa feita para
Sport Club União Agrícola Barbarense.
E
ainda naquele ano, por fim, adotou o nome que persiste até hoje de União
Agrícola Barbarense Futebol Clube. Suas cores são o preto e o branco desde a
fundação.
Em
1921 o clube foi registrado na Associação Paulista de Esportes Atléticos
(APEA), que dirigia o futebol no Estado de São Paulo. Mas somente em 1941
filiou-se à Federação Paulista de Futebol (FPF), ainda como amador. Em 1942
associou-se a Liga Barbarense de Futebol (LBF), entidade que organiza o futebol
em Santa Bárbara d'Oeste.
A
ascensão ao profissionalismo só veio em 1964. Na estreia da nova categoria o
time não foi feliz, perdeu por 3 X 1 para o Alumínio, em jogo válido pelo
Campeonato da 3ª Divisão de Acesso. O jogador Mané de Campos, foi quem marcou o
primeiro gol do União como profissional.
Em
1967 o clube adotou o “Leão da 13” como mascote, em homenagem aos torcedores
fiéis que apoiavam com garra o time, “como verdadeiros leões”. A sede e o estádio do União ficam na Rua
Treze de Maio, em Santa Bárbara d’Oeste.
O
primeiro título do clube só veio em 1946, quando ainda era amador, e sagrou-se
campeão da cidade pela Liga Barbarense de Futebol. Dois anos depois, outra
conquista: Campeão Amador da Região, disputando o Campeonato Paulista do
Interior pela FPF. Foi tricampeão da "Taça Cidade de Santa Bárbara"
nos anos de 1957, 1961 e 1963.
Nesse
período, mais precisamente em 15 de novembro de 1959, o “Jornal D’Oeste”
publicou a composição do hino oficial do clube, de autoria do professor José
Dagnoni (letra) e Hermosa Hadad Baruque Murbach (música). Em 1967, já como
profissional, foi Campeão Paulista da 2ª Divisão, conquistando o acesso à 1ª
Divisão, uma antes da Principal.
O
União conquistou outros títulos regionais, como o “Torneio Intermunicipal
Americana X Santa Bárbara d’Oeste em 1973. Depois de ficar alguns anos sem
disputar os campeonatos da FPF foi, finalmente, em 1990, vice-campeão Paulista
da 2ª Divisão, conquistando mais uma vez o acesso à Divisão Intermediária.
Em
1995 foi Campeão Paulista de Juniores da Série A3 e, em 1996, dos “Jogos
Abertos do Interior”, com a equipe de Juniores. Em 1997, conquistou o
vice-campeonato da Série A3 do Paulista. No ano seguinte, o maior triunfo até
então: o título do Campeonato Paulista Série A2 e o acesso à divisão principal
estadual.
Em
1999, depois de ter se classificado como o melhor time do interior no
“Paulistão”, o União Barbarense foi declarado “Campeão do Interior”. Em 2001,
foi vice-campeão da Copa Federação Paulista de Futebol. Em 2004, foi campeão do
Campeonato Brasileiro da Série C, alcançando classificação para a Série B. No
mesmo ano voltou a Série C.
No
Estadual, o time conseguiu manter-se na Primeira divisão até 2005, quando caiu
para a Série A2. Em mais um ano ruim, foi rebaixado para à Série A3 em 2007.
Nesse ano fez uma campanha regular na Série A3, com oito vitórias, três empates
e oito derrotas.
Ficou
apenas em décimo lugar e não conseguiu voltar a Série A2.
Já
em 2008 a campanha foi bem diferente, terminando a primeira fase da Série A3 em
segundo lugar. Nas semifinais, foi segundo classificado mais uma vez, com a
mesma pontuação do Flamengo (14 pontos), e conseguiu o acesso à Série A2.
Em
2009, chegou a estar entre os primeiros colocados no início do campeonato, mas
depois caiu de produção e ficou somente em 11º lugar. Como não chegou a segunda
fase da competição, viu escapar o sonho de retorno á elite do futebol paulista.
Em
2010, ficou entre os oito primeiros colocados da primeira fase, conseguindo uma
vaga para a fase seguinte da A2, quando foi eliminado na antepenúltima rodada,
depois de não vencer um único jogo. Foram dois empates e quatro derrotas e o
último lugar no grupo.
Em
2011 a Série A2 foi disputada por 20 clubes, divididos em dois grupos. Todos os
times de cada grupo jogaram entre si em turno e returno. O União não foi bem e
parou ainda na primeira fase, sendo oitavo colocado em seu grupo.
Em
2012 a Série A2 foi disputada novamente por 20 clubes, mas apenas em turno
único, todos jogando entre si uma única vez. O União Barbarense alcançou
classificação na primeira fase, avançando para a etapa seguinte.
Os
oito classificados foram divididos em dois grupos de quatro jogando entre si em
turno e returno. O União foi primeiro de seu grupo, ganhando o direito de disputar
a final contra o São Bernardo.
O
primeiro jogo, realizado em Santa Bárbara d'Oeste terminou empatado em 1 X 1. O
jogo da volta, em São Bernardo do Campo também terminou empatado, dessa feita
em 2 x 2. Com o resultado, o time de São Bernardo do Campo sagrou-se campeão.
Em
2013 o União caiu para a Série A2. No segundo semestre o clube fez fiasco na
Copa Paulista. Nesse ano o União fez parceria com a empresa Abra Sports, de
Abrahão Balaban. Em 2014, ano do centenário de fundação, o clube fez um
razoável “Paulistinha” (Série A-2) e na Copa Paulista conseguiu passar à 2ª
fase depois de dez anos.
A
temporada valeu pelas três vitórias seguidas nos derbis regionais em cima do
rival Rio Branco, de Americana. O lado ruim foi a saída da Empresa Abra Sports,
depois de um ano apenas. Em 2015 está disputado a Série A do
CampeonatoPaulista.
O
União Barbarense tem a segunda torcida mais antiga do interior de São Paulo, a
“Torcida Uniformizada Sangue Barbarense (TUSB), fundada em 11 de novembro de
1984, e a quinta em funcionamento, incluindo a capital. Em 2013 o clube ganhou
uma nova organizada, a “Torcida Inferno Barbarense(TIB).
O
União Barbarense realiza as suas partidas no “Estádio Antônio Lins Ribeiro
Guimarães”, que hoje possui capacidade para abrigar 16.850 torcedores. O nome é
uma homenagem a um ex-presidente e patrono do clube. Foi inaugurado em 21 de
maio de 1921 e seu primeiro jogo foi União Barbarense 3 X 1 E.C. Concórdia, de
Campinas.
Durante
anos o estádio passou por várias reformas, sendo a mais importante delas a que
substituiu as antigas arquibancadas de madeira, por arquibancadas de concreto,
ladeando a Vila Aparecida. E o lance que hoje pertence as cadeiras numeradas ao
lado dos muros da E.E. Américo Emílio Romi.
Em
1996, o estádio foi ampliado para poder receber os jogos da então 3ª divisão da
série A do Campeonato Paulista e futuros jogos de torneios nacionais. O estádio
está localizado na rua 13 de Maio, 1.269 em Santa Bárbara D'Oeste.
O
estádio é um verdadeiro alçapão, onde os adversários sentem de perto a força da
torcida barbarense. Em certos setores, a distância entre as arquibancada e o
gramado, atualmente está em apenas 1,0 metro de distância, por isso é chamado
de "Jaula do Leão" e "Caldeirão da 13 de Maio."
Ao
lado da “Rua Javari”, do Juventus, de São Paulo, o “Estádio Antônio Lins
Ribeiro Guimarães”, é considerado o último caldeirão do futebol paulista, o que
é recebido com orgulho pelos torcedores do União Agrícola Barbarense, que não
admitem deixar o local. O jornal a “Folha de São Paulo”, chegou a chama-lo de
“A Toca do Leão”.
União
Barbarense e Rio Branco, de Americana são protagonistas de um dos mais
acirrados clássicos do interior paulista, que também é chamado de “Derby”, a
exemplo de outros jogos do futebol paulista.
O
Rio Branco chegou primeiro à divisão maior do futebol paulista e lá permaneceu
mais tempo, 17 anos. Já o União Barbarense ostenta um título Brasileiro (Série
C) e dois títulos de divisão de acesso Paulista.
Títulos.
Nacionais: Campeonato Brasileiro - Série C (2004); Estaduais: Campeonato
Paulista do Interior (1999); Campeonato Paulista - Série A2 (1998); Campeonato
Paulista - Série A3 (1967); Categorias de base. Campeonato Paulista Sub-20 - 2º
Divisão (1988); Outras conquistas.
Campeão da Liga Barbarense de Futebol (1946); Taça Cidade de Santa Bárbara
(1957, 1961 e 1963).
Campanhas
de destaque. Vice-Campeonato Paulista A3 (1997); Vice-Campeonato Copa Coca-Cola
(2001); Vice-Campeonato Paulista de Futebol - Sub-13 (2010); Vice-Campeonato
Paulista A2 (2012). Títulos. Nacionais: Campeonato Brasileiro - Série C (2004);
Estaduais: Campeonato Paulista do Interior (1999); Campeonato Paulista - Série
A2 (1998); Campeonato Paulista - Série A3 (1967); Categorias de base.
Campeonato Paulista Sub-20 - 2º Divisão (1988); Outras conquistas. Campeão da Liga Barbarense de Futebol (1946);
Taça Cidade de Santa Bárbara (1957, 1961 e 1963).
Atletas
revelados pelo clube. Zagueiros : Ademir Gonçalves e Wilson Gottardo;
Meio-Campo: Bruno César, Oscar, Osvaldo Vital e Carlos Eduardo; Atacantes:
Diego Tardelli, Euzébio, Mazolinha e Oscar.
Jogadores
históricos do clube. O ponta esquerda "Leme" - Iniciou sua carreira
no União Barbarense em 1927. Em 1931 transferiu-se em definitivo ao XV de
Piracicaba, sendo campeão do interior, permanecendo na equipe de Piracicaba até
1934.
Em
35 Leme foi para o C.A. Estudantes Paulistas, de São Paulo, clube que pouco
mais tarde, em 1938, fez fusão com o São Paulo F.C. Como Leme era um
extraordinário ponteiro, automaticamente passou a defender o tricolor paulista,
tendo sido convocado para a Seleção Paulista em 1936. Encerrou sua carreira no
União Barbarense em 1946.
O
zagueiro de área "Zé Furlan", começou jogando pelo União Barbarense
em 1928, permanecendo em Santa Bárbara D'Oeste até 1930. Chegou a treinar no
Santos F.C., mas acabou mudando para o Rio Branco, de Americana.
Em
1933, Zé Furlan seguiu para o Pernambuco, onde jogou no Sport Recife,
juntamente com o grande Ademir de Menezes, tendo, inclusive, defendido a
Seleção Pernambucana em 1939. Em 1946 voltou para um pouco mais próximo de sua
terra, ingressando no América, do Rio de Janeiro, encerrando sua carreira, em
seguida, na equipe do Canto do Rio.
Wilson
Garrido. Ponteiro direito - Iniciou sua carreira no União Barbarense em 1940.
Foi ao Corinthians em 1946, onde apenas participou de treinamentos e no mesmo
ano passou para o Ypiranga, outro grande clube da capital, que se extinguiu em
fins da década de 50.
Wilson
Garrido, mesmo sendo apontado como um ponteiro com possibilidades de chegar à
seleção, não levou a a sério o futebol ou sua carreira, por esse motivo, já em
1947 ele passou a defender a Ponte Preta, de Campinas e em 1948 estava de volta
a Santa Bárbara, onde completou sua carreira atuando pelo União e
posteriormente no Cillos F.C., Paulista e até mesmo em uma equipe varzeana
local.
O
quarto zagueiro "Brandão" - Da equipe varzeana do Bandeirantes, de
Santa Bárbara, Brandão passou em 1958 ao juvenil do União Barbarense e em 1959
foi lançado no time principal, ainda em idade juvenil, sendo apontado como
revelação do futebol local.
Em
1960 Brandão foi para o Santos F.C. e em agosto integrou a Seleção Brasileira
de Amadores nos "Jogos Olímpicos", realizados em Roma (Itália). Em
maio de 1961 excursionou pela Europa com o quadro titular do Santos F.C.,
jogando com Pelé; ainda em 1961 Brandão foi emprestado por um ano ao Grêmio
Portoalegrense.
No
final de 1962 seu passe foi negociado com a Ferroviária, de Araraquara. Em 1968
Brandão ingressou no clube Milionários, da Venezuela. Encerrou a carreira em
1975 defendendo a equipe do Palmeiras, de São João da Boa Vista (SP).
O
ponteiro direito "Joãozinho" - Desde seus 12 anos de idade, quando
parecia que ele era menor que a bola de futebol, Joãozinho jogou pelo União
Barbarense. Em idade de juvenil ingressou no Guarani de Campinas e em 1964 foi
lançado no time profissional do "Bugre", quando formou o famoso
ataque que teve Joãozinho, Nelsinho, Babá, Américo Murolo e Carlinhos.
Esse
ataque fez 5 X 1 no Santos de Pelé, ocasião em que o barbarense Joãozinho
marcou um dos gols do alviverde e pelo meio das pernas do goleiro bicampeão
mundial Gilmar dos Santos Neves. Em 1970 voltou para defender o União
Barbarense no Campeonato da 1ª Divisão.
O
quarto zagueiro "Guassi"começou na equipe infantil da A.E.
Internacional, de Santa Bárbara. Passou para o juvenil do União Agrícola e em
1965 foi lançado, ainda jovem, ao quadro de profissionais do alvinegro,
disputando o Campeonato Paulista da 3a Divisão.
Jogou
no União até 66, quando transferiu-se ao juvenil do Guarani, de Campinas. Em
1967 Guassi foi convocado para a Seleção de Novos, excursionando em jogos
amistosos pela Europa e África. Em 1968 defendeu a Seleção Brasileira
Pré-Olímpica, campeã na Colômbia e no mesmo ano de 68 foi convocado para os
"Jogos Olímpicos", do México, mas não seguiu viagem devido uma
intervenção cirúrgica do menisco.
Em
1972 foi transferido para a equipe do C.A. Juventus, de São Paulo. Em outubro
de 1975 foi emprestado para a S.E. Palmeiras, mas o técnico Dino Sani não lhe
deu chances no time titular. No início de 1976 retornou ao Juventus, quando
teve outra grave contusão que interrompeu um pouco cedo sua carreira no
futebol. (Pesquisa: Nilo Dias)
(Foto: Acervo de fotos do União Agrícola Barbarense Futebol Clube)
(Foto: Acervo de fotos do União Agrícola Barbarense Futebol Clube)