Agostino
Di Bartolomei foi um dos grandes nomes na história da A.S. Roma, onde jogou
entre 1972 e 1975 e depois, pela segunda vez, de 1977 até 1984. Revelado pelo
clube da capital italiana, jogou ainda no Vicenza Cálcio (1975-76), A.C. Milan
(1984-87), Cesena (1987-88) e Salernitana (1988-90).
Nasceu
em San Marco di Castellabate, em Roma, no dia 8 de abril de 1955, e morreu no
dia 30 de maio de 1994, em sua cidade natal. Jogava de meio-campista. Foi
campeão italiano da Série A em 1983 e três vezes da “Coppa Itália” (1980, 1981
e 1984). Encerrou a carreira em 1990, aos 35 anos de idade.
Alcançou
a fama quando defendia a Roma, conquistando a admiração dos torcedores romanos,
que até criaram um grito próprio para o jogador: “Ohhhhhhhhhhhhhhh, Agostino,
Ago, Ago, Ago, Agostino gol!!!”
Quando
jogava pela Roma, chegou a condição de capitão do time, por escolha do então
técnico Nils Liedholm. Até ser capitão, o tímido e dedicado rapaz nascido e
criado em Roma, batalhou em equipes juvenis, categorias de base e em todos os
torneios que poderia disputar quando garoto.
Antes
de tudo, Agostino tinha um imenso amor pela camisa da Roma, prova disso é que aos
12 anos de idade, se recusou a integrar os plantéis infantis da Lazio. Algo igual
a outros grandes astros como Paolo Maldini, Franco Baresi, Steven Gerrard,
Marcos, Rogério Ceni e Francesco Totti.
Ele
defendeu o clube romano por 12 temporadas, conduzindo a meia cancha com classe
e garra. O camisa 10 teve sempre o seu nome gritado com fervor pela massa torcedora,
desde os anos mais difíceis até a consagração nas mãos do treinador Liedholm.
A
década de 1970 poderia até ser esquecida pelos torcedores, já que a Roma e
Agostino passaram por maus bocados, com péssimas campanhas e elencos
fraquíssimos.
Assim
como Bruno Conti, outra joia criada na Roma, o volante teve um período fora do time
para ganhar experiência. No Vicenza, ficou quase dois anos entre 1975 e 1977,
até retornar e conquistar seu espaço entre o plantel titular.
A
partir daí se consolidou como um líder dentro de campo, a medida que a
agremiação começava a crescer, sendo três vezes campeão da “Coppa Italia” e campeão
da Serie A em 1982-83. Ele conseguia mesclar a força com a técnica e a
inteligência. Tinha um chute fortíssimo, tendo marcado mais de 50 gols com a
camisa romana.
Agostino,
quando da conquista do título de 1983, enfrentou uma batalha duríssima contra a
Juventus, rodada a rodada. Um simples empate contra o Genoa em 8 de maio de
1983 coroou pela segunda vez a Roma como campeã nacional, fato que só se
repetiria 18 anos depois, com Totti, Batistuta, Montella e companhia.
Um
ano depois, brigando pelo bicampeonato, e por mais espaço no futebol europeu, a
Roma viveu seu primeiro de muitos momentos de drama. Do dia 30 de maio de 1984
em diante, a história da agremiação da capital foi mudada para sempre.
O
time conseguiu chegar a final da “Copa dos Campeões”, com a difícil tarefa de
evitar que o Liverpool , tricampeão continental alcançasse a quarta conquista
consecutiva. O time inglês encantava o mundo, com um elenco quase imbatível,
com jogadores do nível de Grobelaar, Hansen, Lawrenson, Nicol, Souness,
Aldridge, Rush e Dalglish, entre outros.
A
decisão europeia foi no “Olímpico”, em Roma. No tempo normal, Neal fez 1 X 0
para os ingleses, depois de uma falha incrível da defesa italiana. Aos 42 do
primeiro tempo, Pruzzo,” Il Bomber”, de cabeça empatou.
A
igualdade persistiu ao final dos 90 minutos, e a decisão foi para as penalidades
máximas. Conti e Graziano erraram, Agostino marcou, mas a vitória foi inglesa
por 4 X 2, calando a torcida romana e sacramentando que não seria daquela vez
que a Roma chegaria ao título.
Na
temporada seguinte, foi negociado com o Milan e não mais retornou para a Roma,
time em que se fez homem, jogador, capitão e ídolo. Depois de passagens
apagadas por Milan, Cesena e Salernitana, Agostino Di Bartolomei encerrou sua
trajetória como profissional em 1990.
Pai
de família, morando em uma bonita casa em Castellabate, na província de
Salerno, o ex-craque passou seus anos finais cuidando do seu jardim, já sem
nenhuma ligação com o futebol, que lhe trouxera um grande trauma e um peso
incalculável em sua vivência.
Ele
não conseguiu se livrar da ideia de que poderia ter feito melhor no jogo
decisivo contra o Liverpool, inclusive de ter marcado um gol que mudasse o curso
daquela decisão.
Os
anos que se seguiram na década de 80, não foram nada bons para o time romano.
Embora tivesse no elenco um craque da categoria de Giuseppe Giannini, que para
muitos jogou na equipe no tempo errado, a Roma viveu um período de pequenas
conquistas, isso quando elas aconteciam. O clube enfrentou uma época de decadência
e acomodação.
Em
30 de maio de 1994, 10 anos depois da fatídica decisão europeia em 1984,
Agostino vivia momentos de depressão por carregar uma culpa excessiva, com
sérias dívidas financeiras e acima de tudo sem perspectivas para o futuro.
Foi
então que resolveu deixar uma triste nota aos seus entes. Dizia que se sentia
em um buraco. Foi encontrado morto com um tiro na cabeça, aos 39 anos de idade.
Agostino Di Bartolomei. (Foto: Divulgação)