Faleceu
na noite desta quinta-feira (17), aos 52 anos de idade, Luis Carlos Tófolli, o “Gaúcho”,
ex-centro-avante do Flamengo, do Rio de Janeiro e um dos destaques do time na conquista
do pentacampeonato brasileiro, em 1992. Gaúcho
nasceu no dia 7 de março de 1964, em Canoas (RS), mas se em Goiânia. Começou a
carreira nos juniores do Flamengo.
O
jogador, que ficou conhecido pelas comemorações bem humoradas, junto de Paulo
Nunes, Marcelinho, Djalminha e outros, foi vítima de um câncer de próstata. Gaúcho
era casado e deixou um filho de nome Leonardo.
Ele
morava em Cuiabá (MT), onde era criador de gado e dono da Gaúcho - Escola de
Futebol, com 400 alunos.
Começou
a carreira nos juniores do Flamengo em 1992. Como profissional do rubro-negro, “Gaúcho”
atuou em 199 partidas (107 vitórias, 54 empates, 38 derrotas) e marcou 99 gols em
200 jogos.
Um
jogo que marcou a sua carreira, foi no empate em 1 X 1 entre Flamengo X
Palmeiras, em 17 de novembro de 1988, no Maracanã. Na ocasião, Zetti, o
arqueiro palmeirense, deixou o campo com a tíbia fraturada e “Gaúcho” vestiu a
camisa número 1 do “Verdão”, pois o time já havia feito as três alterações a
que tinha direito.
Foi
realmente marcante, principalmente porque houve a decisão por pênaltis. “Gaúcho”
pegou as penalidades cobradas pelo zagueiro Aldair e pelo meia Zinho. E ainda marcou
o seu gol, sobre o também falecido goleiro Zé Carlos.
O
jogo foi válido pelo Campeonato Brasileiro de 1988, ocasião em que o
Regulamento mandava que as partidas terminadas empatadas fosem decididas nas
penalidades.
Vestiu
anda as camisas de XV de Piracicaba, Grêmio, Verdy Kawasaki, voltou ao
Flamengo, defendeu Santo André e Palmeiras, onde fez 79 jogos (34 vitórias, 26
empates, 19 derrotas) e marcou 31 gols, até viver o melhor momento da carreira,
no retorno à Gávea, em 1989, quando foi campeão da Copa do Brasil, Carioca e do
Brasileirão.
Gaúcho
se tornou ídolo de verdade apenas no Flamengo. Os seus gols de cabeça ajudaram
a levar o rubro-negro ao título do Campeonato Brasileiro de 92, no time
liderado por Júnior.
Em
1994 foi para a Itália jogar no Lecce, onde ficou apena um ano, seguindo depois
para Boca Juniors, da Argentina, Atlético Mineiro, onde atuou ao lado de Renato
Gaúcho, Neto e Éder Aleixo, tendo jogado 32 partidas, com 18 vitórias, seis
empates e oito derrotas e um total de 11 gols marcados, Ponte Preta, Fluminense
e se aposentou no Anápolis, em 1996.
Como
treinador, foi assistente do Cuiabá e dirigiu os times do Mixto e do
Luverdense, entre 2010 e 2011.
“Gaúcho”
nunca foi um jogador que primasse pela técnica. Sua grande virtude era o jogo
aéreo. Marcou gols importantes, como o da final da Taça Rio de 1991, quando o Flamengo
venceu o Botafogo por 1 X 0 -, e ele fez a comemoração "Beijinho,
beijinho, tchau, tchau", alusiva a uma música da apresentadora Xuxa.
Também
marcou no primeiro jogo da decisão do Brasileiro de 92, novamente contra o Botafogo
e que terminou em 3 X 0 e encaminhou a conquista do penta. Na decisão estadual,
um ano antes, também deixou o seu nos 4 X 2 sobre o Fluminense.
Nesse
jogo de 3 X 0 sobreo Botafogo, “Gaúcho” ganhou uma aposta de seu amigo Renato
Gaúcho, que teve de pagar a carne para um churrasco do rubro-negro. O pagamento
da aposta fez com que o alvinegro o dispensasse.
A
morte de “Gaúcho” causou comoção nas redes sociais, com ex-jogadores
rubro-negros, como Luizão e Paulo Nunes, lamentando a morte do artilheiro. “Perdi
um grande amigo, um irmão, centroavante nato, caráter e humildade exemplares. Meus
sentimentos à sua mãe, à sua grande esposa Inês e aos seus filhos. Vai com Deus
irmão, o céu estará muito feliz com sua alegria”, postou Paulo Nunes.
Já
Luizão, escreveu: “Dia de luto. Perdi meu amigo, irmão e padrinho. Seu
companheirismo, carinho e alegria vão viver eternamente em nossos corações.
Meus sentimentos à família. Descanse em paz meu irmão”.
O
empresário Jorge Machado fez a seguinte postagem: “Faleceu um dos maiores
amigos que eu tive na bola. Me emprestou dinheiro para fazer o parto do Kauê.
Gaúcho, te amo irmão, cuide de nós”.
Uidemar,
ex-volante que foi um dos grandes amigos de “Gaúcho” na época de Flamengo, recebeu
com enorme pesar a morte do companheiro. Os dois atuaram juntos pelo
Rubro-Negro no início da década de 90 e faturaram títulos importantes, dentre
eles a Copa do Brasil (1990) e o Campeonato Brasileiro (1992).
Ainda
abalado pela notícia, Uidemar relembrou os tempos em que dividia o quarto com
Gaúcho na concentração e falou da forte parceria dos dois com Renato Gaúcho,
outro que também era bastante próximo no dia a dia. (Pesquisa: Nilo Dias)