Luís
Carlos Tóffoli, o “Gaúcho”, ex-atacante de Flamengo e Palmeiras nasceu em
Canoas (RS), no dia 7 de março de 1964 e faleceu em São Paulo, na data de 17 de
março de 2016, vitimado por um câncer de próstata. Como desejava, foi enterrado
no Cemitério Jardins das Palmeiras, em Goiânia.
Aos
10 anos de idade a família de “Gaúcho” se mudou para Goiânia, onde ele foi
criado até se tornar jogador.
“Gaúcho”
descobriu que estava com a doença em meados de 2009, quando estava com 45 anos
e só a revelou para pessoas bem próximas, como familiares e amigos íntimos.
Dentre eles, Renato Gaúcho e Uidemar, velhos parceiros de Flamengo.
Amigo
de Renato Portaluppi, “Gaúcho” provocou, sem querer, a demissão do ex-atacante
do Botafogo, em 1992. Ao pagar uma aposta por ter perdido o primeiro jogo da
final do Brasileirão daquele ano, Portaluppi colocou carne de churrasco na boca
de “Gaúcho”. Revoltada com a imagem, a diretoria botafoguense o mandou embora.
Logo
que descobriu a doença foi um baque muito grande, mas “Gaúcho” sempre fez os
tratamentos específicos, como a radioterapia. E eles até que davam resultado.
Às vezes ele se sentia mal, ligava para o médico em São Paulo ou ia até lá, mas
tudo ficava sob controle.
A
luta contra o câncer de próstata durou sete anos, segundo disse sua esposa, a
atriz Inês Galvão, casada com o ídolo rubro-negro desde 1991, com quem teve
três filhos – Leonardo, e as gêmeas Maria Luísa e Maria Vitória, além de um
enteado.
A
doença veio a se agravar a partir de janeiro de 2016, quando, “Gaúcho” fez
quimioterapia pela primeira vez. As primeiras sessões do tratamento não deram o
resultado esperado, e o câncer se alastrou para outros órgãos. Ele se sentiu
mal e a família decidiu ir para São Paulo. “Gaúcho” saiu de casa andando
normalmente, mas quando desceu do avião no aeroporto ele já não conseguia mais.
Precisou
ser levado de cadeira de rodas. O ex-atacante ficou internado no Hospital
Beneficência Portuguesa, na capital paulista, por cerca de duas semanas antes
de falecer. Apesar do estado de saúde ter piorado, “Gaúcho” sempre manteve o
jeito de ser e foi feliz até os últimos instantes.
Segundo
sua esposa, ele jamais teve medo de morrer, soube aproveitar a vida. No
hospital, não chegou a sentir dor ou sofrer. Estava sedado quando o estado
clínico piorou. Ela salientou ter ficado triste, mas confortada por saber que
ele foi muito feliz em vida e viveu tudo que quis.
“Ele
quis ser jogador e foi. Quis ser ídolo de um grande clube e foi. Quis casar e
ter três filhos e teve. Além disso, foi sempre irreverente. Deixa um legado
bacana e várias histórias bonitas”, afirmou.
“Gaúcho”
começou a carreira nas divisões de base do Flamengo, mas depois foi jogar no XV
de Piracicaba, Grêmio e Verdy Kawasaki. Em 1988, após passar pelo Santo André,
chegou desacreditado ao Palmeiras.
No
entanto, ele começou a marcar gols e, com isso, foi consolidando seu lugar no
time. É bem verdade que não conquistou nenhum título pelo Palmeiras, A fama,
porém, sobreveio de maneira inusitada, em um episódio memorável na história do
futebol brasileiro.
Em
uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 1988, substituiu Zetti, que
saíra de campo lesionado, e atuou como goleiro. Não fosse isso o bastante, por
ironia do destino, o adversário do Palmeiras, naquele jogo, era o Flamengo.
Mas
o melhor de tudo é que a partida, por conta do regulamento da competição,
terminou na disputa de pênaltis, quando “Gaúcho” defendeu as cobranças de
Aldair e Zinho, garantindo a vitória ao Palmeiras.
Dois
anos mais tarde, “Gaúcho” retornou ao Flamengo, para desta vez, tornar-se ídolo
da torcida rubro-negra. Através de seus gols de cabeça, ajudou o time a
conquistar a “Copa do Brasil” de 1990, o Campeonato Carioca de 1991 e o
Campeonato Brasileiro de 1992.
Disputou
198 partidas e marcou 98 gols, tendo sido o artilheiro dos Campeonatos Cariocas
de 1990 e 1991, da Libertadores da América de 1991 e da Supercopa Libertadores
de 1991.
Do
Flamengo, “Gaúcho” saiu para ir defender o Lecce, clube italiano da primeira
divisão. Infelizmente, sua carreira não embalou na Itália, tendo disputado
somente cinco partidas. Em seguida, passou pelo Boca Juniors, da Argenrtina,
até chegar ao Atlético Mineiro.
Em
1995, jogou na Ponte Preta e no Fluminense e em 1996, no Anápolis, aonde
encerrou a carreira de jogador.
Em
2001, “Gaúcho” fundou o Cuiabá Esporte Clube, sendo que o seu clube foi o
representante do Estado do Mato Grosso, na Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Nesse ano, o clube passou a participar do Campeonato Matogrossense e, logo em
sua estréia, já conquistou o primeiro título regional.
Em
seguida começou a carreira de treinador, nesse mesmo clube, como auxiliar. Em 2010, treinou o time principal do Mixto. O
último clube que treinou foi o Luverdense, de Lucas do Rio Verde.
Títulos
conquistados. Flamengo: Copa do Brasil (1990); Taça Rio: 1991; Copa Rio:1991;
Campeão Carioca (1991); Campeão Brasileiro (1992); Taça Guanabara (1984 e
1988); Taça Euzebio de Andrade (1987); Torneio Internacional de Angola (1987);
Torneio El Cabon (1987); Copa Kirin (1988); Troféu Colombino (1988); Campeonato
da Capital (1991 e 1993); Troféu Libertad (1993). Grêmio: Campeonato Gaucho (1985);
Torneio Ciudad Palma de Mallorca (1985) e Torneio de Rotterdam (1985). Atlético
Mineiro: Campeão Mineiro (1995).
Artilharia.
Campeonato Carioca (1990 - 14 gols e 1991 - 17); Taça Libertadores da América
(1991 - 8 gols) e Supercopa Libertadores (1991 – 3 gols) (Pesquisa: Nilo Dias)