A
alegria dos dirigentes, jogadores e torcedores do Grêmio Portoalegrense, na
noite da última terça-feira (23), misturou-se a tristeza com o falecimento de
Antônio Carlos Ricci Verardi, o mais antigo funcionário do clube, ocorrido na madrugada
de quarta-feira (24) aos 84 anos de idade.
De
acordo com o clube gaúcho, Verardi lutava contra um câncer e perdeu a batalha. O
velório foi realizado na tarde de quarta-feira no Saguão do portão A da Arena, e
a cremação ocorreu às 20 horas.
A vocação para a gestão do futebol acompanhava Antônio Carlos Verardi, o "Seu Verardi", desde a juventude. Ao longo dos seus 84 anos de vida, inúmeras oportunidades se apresentaram a ele para cumprir a sua destinação, sendo a maior delas no Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
A vocação para a gestão do futebol acompanhava Antônio Carlos Verardi, o "Seu Verardi", desde a juventude. Ao longo dos seus 84 anos de vida, inúmeras oportunidades se apresentaram a ele para cumprir a sua destinação, sendo a maior delas no Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
Nascido
em Passo Fundo (RS), no dia 1 de junho de 1934, em uma família de seis irmãos, o filho de Seu Vitório e
Dona Doralina compartilhava com os outros três meninos da casa a paixão pelo
futebol. Decidiram montar um time, e coube a ele, com 13 anos , a tarefa de
escolher o nome do Glória Futebol Clube, as cores verde e branco do uniforme,
reunir os jogadores e organizar as partidas.
Um
ano depois, em 1949, quando ingressou no internato do Colégio Rosário, em Porto
Alegre, a história se repetiu: foi encarregado pelos irmãos maristas para
coordenar as atividades dos três times da escola- os maiores, os médios e os
menores.
Seu
primeiro contato com o Grêmio se deu quando o irmão mais velho, Waldemar, foi
chamado para jogar no clube. Segundo Verardi, ali teve inicio "um amor
instantâneo”, a partir do qual nasceu "uma afeição imediata e
eterna". Ele também atuou na equipe e chegou a jogar na velha "Baixada", mas
sua trajetória vitoriosa no tricolor gaúcho seria construída fora de campo.
De volta a Passo Fundo, enquanto se preparava para prestar vestibular, "Seu Verardi" assumiu a supervisão e uma posição na zaga do Independente, recebendo o apelido de majestade da área pela imprensa local. Ele agregou à equipe os jogadores do reavivado Glória Futebol Clube. O time amador disputou o campeonato municipal contra três clubes profissionais - e sagrou-se campeão.
No final de 1952, mudou-se novamente para Porto Alegre, após ser aprovado no vestibular para Faculdade de Farmácia, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
De volta a Passo Fundo, enquanto se preparava para prestar vestibular, "Seu Verardi" assumiu a supervisão e uma posição na zaga do Independente, recebendo o apelido de majestade da área pela imprensa local. Ele agregou à equipe os jogadores do reavivado Glória Futebol Clube. O time amador disputou o campeonato municipal contra três clubes profissionais - e sagrou-se campeão.
No final de 1952, mudou-se novamente para Porto Alegre, após ser aprovado no vestibular para Faculdade de Farmácia, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Estudava pela manhã e trabalhava no banco de Crédito Real do Rio Grande do
Sul á tarde, no qual também organizou um time para disputar o campeonato
bancário. Ao término da graduação, chegou a montar uma pequena farmácia, mas a
forte concorrência o fez encerrar o negócio.
Cinco
anos após sua chegada na capital, "Seu Verardi" casou-se com Dona Carminha, com
quem teve cinco filhos e construiu uma família que o acompanhou em todos os
momentos.
Por
intermédio de uma colega do banco, soube de uma oportunidade para trabalhar no
setor de exportação da Celulose Cambará S.A., cujo dono era o doutor Fernando
Kroeff, presidente do Grêmio em 1958.
Ele
assumiu a vaga, foi informado que uma das suas funções era redigir o relatório
presidencial para o Conselho do clube, retomando seu contato próximo com o
Grêmio.
Após
oito anos de trabalho, foi solicitado para organizar a administração da Comissão
de Obras do Grêmio, por um período de 30 dias.
Com a tarefa finalizada no prazo combinado, ele retornou ao seu posto na Celulose Cambará, que havia ficado reservado, mas não permaneceu lá por muito tempo: foi convidado pelo presidente do Grêmio, doutor Mário Antunes da Cunha e pelo doutor Fernando Kroeff para assumir a gerência-geral do clube. Ele não se esquivou do desafio, iniciando em 1° de agosto de 1965, aos 31 anos de idade, uma trajetória vitoriosa, de muito trabalho e amor pelo tricolor.
Com a tarefa finalizada no prazo combinado, ele retornou ao seu posto na Celulose Cambará, que havia ficado reservado, mas não permaneceu lá por muito tempo: foi convidado pelo presidente do Grêmio, doutor Mário Antunes da Cunha e pelo doutor Fernando Kroeff para assumir a gerência-geral do clube. Ele não se esquivou do desafio, iniciando em 1° de agosto de 1965, aos 31 anos de idade, uma trajetória vitoriosa, de muito trabalho e amor pelo tricolor.
Profissional
sério e competente deu-se tão bem na nova função que virou referência nacional e foi um dos pioneiros no Brasil a atuar como superintendente de futebol. Em 2005, se aposentou, mas seguiu no Clube, dessa feita como superintendente de
futebol, responsável pela logística do grupo profissional.
Mesmo
com a saúde um tanto abalada, Verardi ainda
chegava cedo para trabalhar no CT Luiz Carvalho, e era um dos últimos a sair. Não
importava se era dia normal, de folga ou final de semana, ele sempre era
encontrado nas dependências do clube.
Nos
últimos meses, depois de ter sido convidado para acompanhar a delegação no
Mundial dos Emirados Árabes, Antônio Carlos Verardi se dedicou a divulgação da
obra “Seu Verardi e Grêmio – Uma História de Amor”, livro de memórias lançado o ano passado, um
documento de valor inestimável, no qual
conta passagens de sua vida pelo Grêmio.
No mesmo ano, recebeu das mãos do vice-presidente de futebol Duda Kroeff, juntamente com o presidente Romildo Bolzan Jr, uma placa de homenagem por todo o trabalho desempenhado ao longo de várias décadas.
Verardi era amigo pessoal do técnico Renato Portaluppi, que conhecia desde os tempos em que este surgiu para o futebol, no começo dos anos 80. Para se ter idéia do tamanho da amizade que os unia, o treinador o chamava de “pai”.
No mesmo ano, recebeu das mãos do vice-presidente de futebol Duda Kroeff, juntamente com o presidente Romildo Bolzan Jr, uma placa de homenagem por todo o trabalho desempenhado ao longo de várias décadas.
Verardi era amigo pessoal do técnico Renato Portaluppi, que conhecia desde os tempos em que este surgiu para o futebol, no começo dos anos 80. Para se ter idéia do tamanho da amizade que os unia, o treinador o chamava de “pai”.
Por
volta das 15h30min de ontem, após o retorno do Grêmio, que jogara no Paraguai
na noite de terça-feira, o técnico Renato Portaluppi, integrantes da comissão
técnica e jogadores chegaram ao local do velório.
Bastante
emocionado e carregando uma bandeira do clube, o treinador puxou uma salva de
palmas para o amigo que fez na década de 80, quando ainda atuava como jogador.
Uma das cenas mais emocionantes foi quando Renato Gaúcho entregou aos familiares a medalha de campeão gaúcho de 2019. O prêmio foi colocado sobre o corpo de "Seu Verardi".
Uma das cenas mais emocionantes foi quando Renato Gaúcho entregou aos familiares a medalha de campeão gaúcho de 2019. O prêmio foi colocado sobre o corpo de "Seu Verardi".
Além de gremistas, o Internacional também se mostrou solidário com o
falecimento. João Patrício Herrmann, vice-presidente eleito do clube,
compareceu e fez reverência a Verardi.
"O Seu Verardi era um dirigente à moda antiga, uma pessoa íntegra e que está acima da rivalidade Gre-Nal", disse Herrmann. "Meu pai, certa vez, tentou levar ele para trabalhar no Internacional. Claro que ele não aceitou, seguiu no Grêmio", completou, em referência a Eraldo Herrmann, presidente do Inter entre 1974 e 1975.
"O Seu Verardi era um dirigente à moda antiga, uma pessoa íntegra e que está acima da rivalidade Gre-Nal", disse Herrmann. "Meu pai, certa vez, tentou levar ele para trabalhar no Internacional. Claro que ele não aceitou, seguiu no Grêmio", completou, em referência a Eraldo Herrmann, presidente do Inter entre 1974 e 1975.
O
velório no saguão da Arena mobilizou os gremistas. Desde o final da manhã,
figuras históricas do clube apareceram para prestar homenagens a "Seu Verardi".
Mano Menezes, treinador do Cruzeiro, enviou coroa de flores ao ex-dirigente.
O
mesmo foi feito pelo grupo de jogadores de 2007, equipe que chegou à final da
Libertadores contra o Boca Juniors. Celso Roth, com quatro
passagens pelo Grêmio, também disse adeus ao funcionário mais antigo do clube
gremista.
Diversos
jogadores do grupo atual e de equipes do passado do Grêmio também prestaram
homenagens através das redes sociais. Léo Moura e Rafael Galhardo lembraram que
ambos foram recepcionados no aeroporto pelo “Seu Verardi”.
“Obrigado
por tudo, “Seu Verardi”. Você estará para sempre na memória de todos os
gremistas”, escreveu Everton. “Obrigado por tudo “Seu Verardi”, foi uma honra
ter convivido com o senhor”, publicou Geromel no Twitter, completando: “Um dos
gremistas mais importantes da história nos deixou”.
O
Bahia publicou post afirmando que Roger Machado, ex-jogador e técnico do Grêmio
vai estar no velório. “Todas as nossas condolências ao tricolor gaúcho. Roger
Machado considerava “Seu Verardi” como um segundo pai”.
Dinho,
Danrlei, Paulo Nunes, Galatto e muitos outros ex-jogadores do clube prestaram
homenagens pelas redes sociais.
"A grandeza da história do Grêmio foi feita por grandes homens e ele, com certeza, era um deles", comentou Duda Kroeff. "Ele era corneteiro, o Renato sofreu muito com ele nos últimos anos. Seu Verardi queria escalar o time", acrescentou em tom descontraído. "Era um excelente contador de histórias, um homem que tocou o futebol do Grêmio em tempos diferentes".
"A grandeza da história do Grêmio foi feita por grandes homens e ele, com certeza, era um deles", comentou Duda Kroeff. "Ele era corneteiro, o Renato sofreu muito com ele nos últimos anos. Seu Verardi queria escalar o time", acrescentou em tom descontraído. "Era um excelente contador de histórias, um homem que tocou o futebol do Grêmio em tempos diferentes".
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., usou as redes sociais para comentar a morte. “Nos deixa hoje o Antônio Carlos Verardi, o funcionário mais antigo do Grêmio Uma de suas grandes frases foi: ‘Eu só sou o que sou porque pertenço ao Grêmio’. Nossos sentimentos aos amigos e familiares”, escreveu em sua conta no Facebook.
Confira a nota oficial do Grêmio. "É com imenso pesar que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense comunica o falecimento do senhor Antônio Carlos Verardi, aos 84 anos, ocorrido na madrugada desta quarta-feira, dia 24.
Confira a nota oficial do Grêmio. "É com imenso pesar que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense comunica o falecimento do senhor Antônio Carlos Verardi, aos 84 anos, ocorrido na madrugada desta quarta-feira, dia 24.
“Seu Verardi”, como era carinhosamente conhecido, era superintendente de futebol do tricolor e o mais antigo colaborador registrado no quadro funcional da instituição, com 54 anos de dedicação.
Adorado por atletas, dirigentes e colegas de trabalho por sua competência, fidalguia e discrição, “Seu” Verardi” criou com o Grêmio uma identificação única, que se mistura com a própria história do Clube”.
Os
jogadores do Sub-17 do clube prestaram homenagem a Verardi na tarde de ontem,
durante o Gre-Nal do Campeonato Brasileiro, vencido pelo Grêmio por 3 X 0.
Todos os atletas entraram no gramado com uma tarja preta no braço.
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) anunciou que a Copa FGF, disputada no segundo semestre, receberá o nome de Antônio Carlos Verardi em homenagem ao funcionário do Grêmio. (Pesquisa: Nilo Dias)
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) anunciou que a Copa FGF, disputada no segundo semestre, receberá o nome de Antônio Carlos Verardi em homenagem ao funcionário do Grêmio. (Pesquisa: Nilo Dias)