Sua
fundação com a denominação de Batataes Foot-ball Club ocorreu em razão de uma
dissidência no Riachuelo Futebol Clube, graças aos esforços do
"coronel" Olvídeo Tristão de Lima, considerado o patrono e presidente
de honra do clube.
O
próprio “coronel” Tristão doou o terreno para a construção do primeiro campo do
clube, onde hoje fica o “Estádio Doutor Oswaldo Scatena”, também conhecido por
“Scatenão” ou “Ghost Arena”, com capacidade para 15 mil lugares.
O
início do “Fantasma da Mogiana”, como é chamado por sua torcida, foi muito
melhor do que esperavam os fundadores. Logo na primeira partida, fora de casa,
o atacante Bruno fez o primeiro gol do Batataes, que levou a equipe à vitória,
sobre a Associação Atlética Olympica, em Jordanópolis, no dia 25 de outubro de
1919.
E
15 dias depois, a "vítima" foi o Altinópolis Futebol Clube, em uma
goleada impressionante de 7 X 0.
Entre
1934 e 1937, o Batataes Futebol Clube conseguiu uma das marcas históricas mais
impressionantes do futebolismo, que persiste até os dias de hoje, quando
disputou mais de 100 partidas, sendo derrotado em apenas três únicos jogos.
Essa
era a formação de 1934: Ye - Caty e Pavão – Lulu - Orlandão e Neca. Netto –
Coelho – Chiquinho - Zé Lopes e Bicicleta. Com esta equipe o Batataes formou a
primeira fase áurea do esporte local.
O
“Quadro de Ouro” venceu tudo e a todos na região, ganhando o apelido de
"Fantasma da Mogiana". O nome se deve à “Estrada de Ferro Mogiana”,
que nasceu em Campinas e passava por Ribeirão Preto, Batatais e outras cidades
do norte do Estado em direção ao ”Triângulo Mineiro”. Daí surgiu o
“Fantasminha”, mascote do clube.
Em
1945, o clube se destacou ainda mais com a conquista do título de “Campeão
Paulista do Interior” e com o movimento que veio a encabeçar, pois na época, só
existia profissionalismo na capital.
Com
a reunião de esforços do Batatais, já com nova grafia, e o apoio da Ponte Preta
e do XV de Piracicaba, os clubes do interior puderam disputar por igual o
“Campeonato Paulista”. Graças a este movimento encabeçado pelo Batatais FC, no
ano seguinte foi instituída a “Lei do Acesso”, batizada de “Oswaldo Scatena”,
em homenagem ao então presidente do Clube.
Em
1949, o Batatais chegou bem perto do título paulista e o acesso para a Elite,
porém, a equipe ficou com o vice-campeonato, naquilo que foi considerado à
época como a maior vergonha já vista no futebol brasileiro. "Batatais FC é
roubado na Rua Javari", estampavam os Jornais da época.
Na
Final disputada contra o Guarani, de Campinas, o Batatais foi derrotado por 2 X
1 e o clube campineiro subiu à divisão maior do futebol. Neste episódio
lamentável, de uma forma vergonhosa e corrupta, houve mala-preta e suborno
dentro do próprio Batatais, envolvendo diretoria, comissão técnica e atletas.
Desolados
com o acontecido e o envolvimento da arbitragem na partida, a diretoria retirou
o clube das competições profissionais, desativando o “Departamento de Futebol“
por longos anos.
Em
1956, o clube reativou seu departamento retornando ao profissionalismo contando
com grandes atletas que fizeram renascer o “Fantasma da Mogiana” na disputa da
competição equivalente à “Série A2” do “Campeonato Paulista” até 1967.
A
partir de 1968 mais uma nova paralisação ocorreu, mas desta vez por um motivo
nobre: a construção do “Estádio Doutor Oswaldo Scatena”. O futebol retornou
três anos mais tarde, agora investindo também nas categorias de base do clube.
Desde
então o clube não parou mais, e chegou bem perto de conquistar o acesso para o
que equivale à “Série A1”, mas nunca conseguiu.
Disputou
a “Terceira Divisão” entre 1987 até 1993, visto que em 1994, com novas mudanças
feitas pela “Federação Paulista de Futebol”, o clube foi colocado na “Série
B1-A”, a última divisão do Paulista, e permaneceu por lá durante longos anos.
O
tabu foi quebrado no dia 25 de outubro de 2008, quando conquistou o
vice-campeonato da atual “Segunda Divisão” de 2008, subindo para a “Série A3”.
Na
“Série A3” de 2013, terminou a primeira fase na terceira posição, se garantindo
assim entre os oito classificados. No quadrangular decisivo, disputou duas
vagas de acesso com as equipes do Flamengo, de Guarulhos, Marília e
Independente, de Limeira.
No
dia 12 de maio de 2013, após uma vitória de virada por 2 X 1 sobre o Marília em
Batatais, garantiu o retorno para a “Série A2” de 2014.
Com
essa vitória, terminou na liderança da chave e de quebra se classificou para a
decisão do campeonato frente ao São Bento, de Sorocaba. Após 46 anos, o
Batatais recolocou a cidade na “Série A2”, competição que disputou por várias
vezes entre as décadas de 50 e 60.
Em
2014, o “Fantasma” fez uma campanha sem grandes sustos e terminou a “Série A2”
na 10ª colocação com 25 pontos em 19 jogos, garantindo sua permanência para o
ano seguinte.
Grandes
revelações saíram do clube. As mais recentes foram Marcelo Batatais (Cruzeiro e
Coritiba), Anderson Taubinha, (Ponte Preta, Sertãozinho, Fortaleza, Japão,
Ponte Preta e foi capitão do Paulista de Jundiaí no título da Copa do Brasil),
Cocito (Atlético Paranaense, Corinthians, Grêmio, Real Murcia da Espanha,
Fortaleza, etc.), Michel (Rio Claro, União São João e Vitória de Setubal,),
Renan (Atlético Mineiro, Santa Cruz, Brondby da Dinamarca, Celta de Vigo, Sport
Recife, Fortaleza) e os imortais Zeca Lopes, Baldocchi e Algisto Lorenzato, o
“Batatais”.
Títulos
conquistados. Estaduais: Campeão da LBF (1952); Campeão da Série Wilton Gosling
(1959); Vice-campeão da 1ª divisão (1960); Campeão da Série Djalma Santos da 1ª
divisão (1974); Campeão da Série "E" Grupo Amarelo 2ª Divisão (1984).
Campanhas
de destaque. Paulista: 2º lugar da Série A2 (1949); 2º lugar da Segunda Divisão
(2008); 2º lugar da Série A3 (2013).
Outras
conquistas. Série Ouro da Segunda Divisão (1957, 1959 e 1973). Categorias de
base: Campeonato Paulista Sub-20 - 2ª Divisão (2004) e 2º lugar na Copa São
Paulo de Futebol Júnior (2017). (Pesquisa: Nilo Dias)
Batatais Futebol Clube, anos 1960.