Embora também contenha todas as teorias de que o futebol teve raízes em épocas que remontam muitos anos antes de Cristo, o artigo do doutor Wilfried Gerhardt publicado na página da FIFA, na Internet (http://es.fifa.com/classicfootball/history/), está mais condizente com o razoável. Eu, pelo menos, considero que de tudo que se escreveu até agora sobre as possíveis origens do futebol o artigo dele é o que mais se aproxima da verdade. O texto está publicado em inglês, alemão, francês e espanhol, mas me dei ao trabalho de traduzi-lo e posso encaminhar via e-mail para quem tiver interesse.
Gerhardt faz considerações sobre essas manifestações que podem ter acontecido em épocas remotíssimas, mas em momento algum afirma que elas tenham alguma coisa a ver com o futebol. Também eu me dou o direito de entrar no caminho das teorias: chutar, não é sinônimo de futebol. É uma tentação que eu não sei explicar. Quase ninguém resiste a dar um bom chute até em tampinha de garrafa. E com os antigos seria diferente?
O que aconteceu na China e no Japão milhares de anos atrás está mais para ser o ancestral das lutas marciais, que do futebol. Os chineses e japoneses usavam o "Ts'uh Kúh”, e o “Kemari” como atividade recreativa para melhorar a condição física dos militares, embora fosse também um excelente sistema de autodefesa. As artes marciais tiveram uma evolução gradual derivando de técnicas milenares. Sabe-se que imigrantes chineses chegados na península coreana desenvolveram uma luta chamada “Tae Kyon”, nos séculos V e VI A.D. na dinástia de Goguryo.
Os guerreiros de Hwarang, da Dinastia de Silla eram famosos em toda a Coréia por dominarem as técnicas do “Tae Kyon”, que significa "a arte de chutar". O “Tae Kyon”, como uma arte que desenvolve a capacidade de chutar com eficiência foi originária do novo “Taekwondo” e exportada para a China e Japão, desenvolvida e adaptada pelo “Kung Fu” através de chutes abaixo da linha da cintura. Mais tarde toda essa técnica foi para o Japão no desenvolvimento do “Karatê”.
Wilfried Gerhardt estava mais do que certo ao escrever que as manifestações primitivas que alguns dizem ser precursoras do futebol, aproximavam-se mais de lutas coletivas do que qualquer outra coisa. Os jogadores precisavam lutar com todo o corpo, movimentando também pernas e pés pela posse da bola em um grande tumulto, geralmente sem regras. Desde o começo, se considerava como extremamente difícil dominar a bola com os pés, o que exigia certa habilidade.
Não vou me alongar nesse aspecto, até porque o nosso assunto é futebol. Mas dá uma perfeita idéia de que os antigos estavam mais para se aperfeiçoar em lutas do que outra coisa. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
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