No Flamengo do Rio, ninguém esquece de “seu Osório”, um baiano de Salvador que sabe de cor as escalações dos times de três tricampeonatos do rubro-negro. Passou quase toda a juventude na capital baiana e depois foi morar no Rio de Janeiro, na década de 50, se tornando figura obrigatória na Gávea, não perdendo nem treinos. Até hoje ele guarda as relíquias dessa saudosa época, entre elas uma carta-ofício do ex-presidente George Fernandes, nomeando-o representante do Flamengo no Estado da Bahia. Uma outra relíquia que o acompanha sempre é a carteirinha de sócio patrimonial do clube, datada de 1962. Depois de morar muitos anos no Rio e praticamente dentro do Flamengo, “seu Osório” voltou para a Bahia, e hoje mora em Juazeiro, mas não deixou de amar o seu Flamengo.
Uma das torcedoras mais queridas do Flamengo, Euzébia Silva do Nascimento, Dona Zica, famosa sambista da Mangueira, orgulhava-se de ter conhecido seu marido, Cartola, nas gerais do Maracanã, lugar que freqüentava desde os 11 anos de idade.
Dilmar Teixeira Brito, torcedor fanático do Flamengo, que não perdia um jogo foi reconhecido “in-memoriam”, pelo Rank Brasil, livro dos recordes brasileiros, como o “mais idoso portador da Síndrome de Down do Brasil”. Ele nasceu na cidade de Alto Parnaíba (MA), no ano de 1934 e morreu no dia 28 de dezembro do ano passado, aos 72
anos. Tinha duas grandes paixões: ir à missa e ver o Flamengo jogar.
O “Guiness World Records”, edição 2007, aponta o sul-africano Keith Roberts, 52 anos, como o mais idoso portador de Síndrome de Down no mundo, e a americana Nancy Siddoway, 67 anos, como a mulher mais idosa portadora da doença.
Como homenagem ao Flamengo, o clube com mais torcida no país, publico uma relação de alguns de seus torcedores famosos:
Alexandre Pires (cantor), Angélica (apresentadora), Baby do Brasil (cantora), Beth Faria (atriz), Bochecha (cantor), Carlão (atleta, vôlei), Cláudia Raia (atriz), Djavan (cantor e compositor), Elza Soares (cantora), Eric Faria (jornalista), Fafá de Belém (cantora), Fausto Silva (apresentador), Fernando Scherer (atleta, natação), Gabriel Pensador (cantor), Galvão Bueno (locutor), Hebert Vianna (músico e cantor), Ivete Sangalo (cantora), Jards Macalé (cantor e compositor), João Bosco (cantor e compositor).
Joãozinho 30 (carnavalesco), Jorge Ben Jor (cantor e compositor), Léo Batista (locutor e apresentador), Leo Jaime (cantor),Luiz Ayrão (cantor), Malu Mader (atriz), Moraes Moreira (cantor e compositor), Nalbert (atleta, vôlei), Neguinho da Beija Flor (cantor), Oscar Niemeyer (arquiteto), Pepeu Gomes (músico e cantor), Popó Bueno (piloto), Reginaldo Faria (ator), Ricardo Teixeira (presidente da CBF), (piloto), Romário (atleta, futebol), Ronaldo Fenômeno (atleta, futebol), Sandra de Sá (cantora), Tande (atleta, vôlei), Toni Garrido (cantor), Tony Tornado (ator e cantor), Vera Fisher (atriz), Wagner Love (atleta, futebol), Wanderley Luxemburgo (técnico de futebol), Xuxa, (apresentadora), Zico (atleta, futebol), Ziraldo (cartunista) e Zizi Possi (cantora).
E os já falecidos Ary Barroso (compositor, radialista), Bezerra da Silva (cantor), Bussunda (comediante), Carlos Drummond de Andrade (poeta), Ciro Monteiro (cantor), Dias Gomes (escritor), Garrincha (atleta, futebol, Grande Otelo (ator), Henfil (cartunista), Ibrahin Sued (jornalista), João Nogueira (cantor), José Lins do Rego (escritor e cronista), Juscelino Kubtischek (presidente), Maria Lenk (atleta, natação), Mário Filho (escritor e jornalista), Moreira da Silva (cantor), Mussum (comediante), Paulo Francis (jornalista), Roberto Marinho (jornalista), Rômulo Arantes (ator e atleta, natação) e Tom Jobim (compositor).
O Fluminense perdeu em 2 de dezembro de 2002 seu torcedor símbolo, Guilhermino Santos, o “Careca do Talco”, que costumava cobrir o corpo com pó de arroz. Qualquer tricolor que tenha vivido os anos 70 e 80 lembra dele com carinho. Ficava com sua indefectível bolsa branca, com o escudo do clube por fora e abarrotada de talco por dentro. Implacável, o “Careca do Talco” jogava o pó em quem estivesse à sua volta, fosse adulto ou criança. Os adultos o adoravam. As crianças o idolatravam.
Torcedor fanático não é privilégio de time grande. O ano passado morreu, aos 74 anos, Antônio Luiz Braga, o “Braga da Eucaliptaço”, ardoroso torcedor do Volta Redonda. Era tão querido na cidade que o prefeito Antônio Francisco Neto perpetuou seu nome na parte frontal das cabines de rádio do Estádio Municipal General Silvio Raulino de Oliveira, local onde Braga costumava estender em todos os jogos a bandeira da torcida “Eucaliptaço”, da qual era o principal líder.
O Anápolis de Goiás tem no folclórico Davi Bispo, o seu torcedor símbolo. Ele nasceu no ano da fundação do clube, em 1946. Sua infância foi marcada pela rivalidade entre Anápolis e Ipiranga, o clássico municipal que marcou os anos 50 e início da década de 60 na cidade. Quem passa pela banca que Davi possui há mais de 30 anos no Mercado Municipal, certamente vai cansar de ouvir o hino do Anápolis, que é tocado o dia inteiro. Quem não gosta nem um pouco disso são os torcedores da Anapolina, o outro clube da cidade.
Em abril do ano passado, a TV Bandeirantes mostrou uma reportagem de Felipe Andreolli, que visitou o famoso comediante inglês, Mister Bean em sua residência em Londres entregando-lhe uma camisa número 10 do Capivariano F.C., da cidade paulista de Capivari. A camisa é da época em que o time foi patrocinado pela Fast Work, empresa de Mauro Matta de Piracicaba. Na hora da entrega do presente foi tocado o hino do Capivariano. Mister Bean disse que agora é o torcedor símbolo do “Leão da Sorocabana”. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
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