Estamos há menos de uma semana do início da 26ª edição dos Jogos Olímpicos da era moderna. Pequim, na China, será a terceira sede asiática do evento, que em 1964 foi realizado em Tóquio, no Japão, e em 1988, em Seul, capital da Coréia do Sul. O mundo vai conhecer melhor Pequim, uma cidade de muitos contrastes, onde a modernidade e a tradição andam lado a lado.
A história das Olimpíadas remonta a um passado muito distante, na Grécia antiga. Em honra a Zeus, a Grécia se reunia a cada quatro anos no Peloponeso, na confluência dos rios Alfeu e Giadeo, onde se erguia a cidade de Olímpia, que a partir do ano 776 a.C. cedeu seu nome para aquela que viria a ser a maior competição esportiva em toda a história da humanidade, os Jogos Olímpicos.
Existem muitas versões que tentam explicar os motivos que originaram os jogos gregos. A mais aceitável aponta para o caráter religioso, uma homenagem aos deuses, o que garantia um momento de trégua nas seguidas guerras entre os povos gregos. O “guardar armas” entrava em vigor três meses antes dos jogos, para que atletas e público pudessem ir até Olímpia.
Esses jogos ocorreram regularmente até 393 d.C., quando foram interrompidos por um decreto do imperador Teodósio, que se converteu ao cristianismo, e resolveu eliminar qualquer traço que lembrasse práticas pagãs. Em 1892 o francês Pierre de Fredy, que entrou para a história como o “Barão de Coubertin”, propôs a retomada dos jogos e a criação do Comitê Olímpico Internacional (COI). E em 1896, Atenas foi sede da competição que passou a ser chamada de Jogos Olímpicos da Era Moderna.
Já foram realizadas 25 edições dos novos jogos: Atenas (1896), Paris (1900), Saint Louis (1904), Londres (1908), Estocolmo (1912), Antuérpia (1920), Paris (1924), Amsterdã (1928), Los Angeles (1932), Berlim (1936), Londres (1948), Helsinque (1952), Melbourne (1956), Roma (1960), Tóquio (1964), México (1968), Munique (1972), Montreal (1976), Moscou (1980), Los Angeles (1984), Seul (1988), Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sydney (2000) e Atenas (2004).
A primeira Olimpíada moderna teve a participação de 241 atletas, todos homens, representando 14 países (o Brasil não participou) e competindo em nove modalidades esportivas e 43 provas: atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, levantamento de peso, luta greco-romana, natação, tênis e tiro. A premiação era bem diferente de agora, os vencedores recebiam um ramo de oliveira e uma medalha de prata. Os segundos colocados ganhavam um ramo de louro e medalha de bronze. O terceiro colocado, levava para casa somente um certificado.
O atleta americano James B. Connoly, vencedor da prova de salto triplo, com a marca de 13m71 foi o primeiro campeão dos Jogos da Era Moderna. Mas o atleta grego, Spiridon Louis, foi o mais festejado de todos. Ele venceu a maratona, disputada numa distância de 40 quilômetros (hoje é 42.195), que era uma homenagem ao percurso feito pelo soldado Filípides, que correu até Atenas para anunciar a vitória dos gregos sobre os persas na batalha travada na planície de Maratona em 490 a.C. Ele chegou ao destino final, mas só teve forças para falar "vencemos" antes de cair morto de exaustão.
O que mais nos interessa neste artigo é, sem dúvida, o futebol, que foi admitido oficialmente nos jogos de 1908, em Londres. Em 1900 e 1904 participou apenas com o caráter de exibição, não contando para o quadro de medalhas (tempos depois o COI reconheceu como legítimos os campeões e fez entrega das premiações). O futebol não foi disputado apenas na primeira edição dos Jogos, em 1896, e em 1932, quando a FIFA não tinha conceitos claros do que era amadorismo. Em 1916 as Olímpiadas não foram realizadas em razão da 1ª Guerra Mundial, e em 1940 e 1944, devido a 2ª Guerra Mundial.
O futebol foi o segundo esporte coletivo a entrar oficialmente nos Jogos Olímpicos, atrás apenas do Pólo Aquático. Depois da primeira Copa do Mundo (1930), passou a ser disputado por seleções amadoras, o que dava uma extraordinária vantagem aos países socialistas do Leste euroepeu, onde não existia o profissionalismo. Dessa forma, enviavam suas seleções principais, enquanto os adversários disputavam os jogos com equipes amadoras ou juniores. Por isso, entre 1952 e 1980 eles levaram todas as medalhas de ouro.
Nos jogos de 1984 e 1988 a FIFA resolveu abrandar as regras do amadorismo, autorizando a presença nas seleções nacionais, de atletas profissionais que não tivessem participado de nenhuma Copa do Mundo. Graças a essa flexibilidade França, Brasil, e Alemanha Ocidental conseguiram as primeiras medalhas no esporte. A Alemanha Oriental já havia sido ouro em 1976 (Montreal). Em 1996 a FIFA determinou que só poderiam competir atletas até 23 anos, e permitindo a inclusão de três jogadores acima dessa idade, o que prevalece até hoje.
O título olímpico é o único que falta ao futebol brasileiro. Já andamos perto em três oportunidades: prata, em 1984 e 1988 e bronze em 1996. Os selecionados campeões olímpicos foram: Inglaterra (1908 e 1912, como Reino Unido): Bélgica (1920); Uruguai (1924 e 1928); Itália (1936); Suécia (1948); Hungria (1952); União Soviética (1956); Iugoslávia (1960); Hungria (1964); Hungria (1968); Polônia (1972); Alemanha Oriental (1976); Tchecoslováquia (1980); França (1984); União Soviética (1988); Espanha (1992); Nigéria (1996); Camarões (2000) e Argentina (2004).
O futebol feminino foi introduzido nas Olimpíadas, em 1996. O Brasil foi prata em 2004. As equipes campeãs foram: Estados Unidos (1996 e 2004) e Noruega (2000).
Uma curiosidade. Quando a Seleção Uruguaia voltou da Olimpíada de 1924, os argentinos lhe ofereceram uma partida de comemoração, que foi jogada em Buenos Aires. Os donos da casa venceram por 1X 0, gol do ponta esquerda Cesáreo Onzari. Foi batido um tiro de córner (escanteio) e a bola entrou no arco sem que ninguém a tocasse. Foi a primeira vez na história do futebol que aconteceu um gol assim. Por homenagem ou ironia, aquela raridade foi chamada de gol olímpico, e até hoje é tratado assim.
O Brasil também tem a sua versão de gol olímpico. Foi num jogo amistoso entre Vasco da Gama X Montevidéu Wanders, na inauguração dos refletores do estádio de São Januário, em março de 1928. O clube carioca venceu por 1 X 0 , gol de Santana, em cobrança direta de escanteio. Como o adversário era do país bi-campeão olímpico, o gol foi chamado de "olímpico" pelos brasileiros. (Pesquisa: Nilo Dias)
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