O Paulista Futebol Clube, tradicional agremiação esportiva da cidade de Jundiaí (SP), foi oficialmente fundado no dia 17 de maio de 1909, por iniciativa de funcionários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF). Mas bem que poderia comemorar o aniversário em data diferente, pois o clube é uma continuação do Jundiahy Foot Ball Club, fundado em 1903 pelo escocês Thomas Scott, principal contramestre das oficinas. Esse primeiro clube atendeu aos funcionários da ferrovia entre 1903 e 1908. A troca de nome aconteceu em uma reunião entre torcedores e associados, ao lado da locomotiva 34 da CPEF.
Nos primeiros anos de sua existência, por não haver competições organizadas na cidade, a atividade futebolística do Paulista se limitava a disputas internas entre os associados e esporádicos jogos amistosos contra outras equipes. Em seus primeiros tempos, o clube utilizou um campo na atual Vila Rio Branco, e em 1913 mudou-se para instalações em um terreno na Vila Leme.
Em 1919, o Paulista filiou-se a A.P.E.A Associação Paulista de Esportes Athléticos (A.P.E.A.), precursora da atual Federação Paulista de Futebol (FPF) e passou a disputar o Campeonato do Interior, tendo como adversários Ponte Preta, Guarani, Rio Claro, XV de Piracicaba, Comercial, Taubaté e Corinthians Jundiaiense, entre outros. Logo em seu primeiro ano na competição, o Paulista sagrou-se campeão da fase. No jogo final, em São Paulo, contra o Club Athleético Paulistano, campeão da capital, o Paulista perdeu por 5 X 4. O gol do título foi marcado pelo lendário Friedenreich.
Em 1928 foi inaugurada a iluminação do campo da Vila Leme, graças a contribuições financeiras da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, com um amistoso contra a Ponte Preta que terminou empatado em 2 X 2. Nesse mesmo ano o Paulista transferiu-se da A.P.E.A. para a L.A.F. (Liga de Amadores de Futebol). Em 1930 a Liga foi desfeita e o Paulista voltou a disputar os campeonatos da A.P.E.A., o que fez até 1933, quando ingressou na recém-criada Federação Paulista de Futebol.
Em 1948, o Paulista, até então um clube basicamente aos ferroviários, assumiu o papel de representante de toda a cidade na recém criada segunda divisão paulista. Já como clube profissional, o Paulista precisava de um estádio em melhores condições que o velho campo da Vila Leme. E assim foi construído em uma área do Jardim Pacaembu, o atual Estádio Jayme Cintra, com capacidade para 15 mil expectadores, inaugurado em 1957 num jogo amistoso em que o Paulista veneceu o Palmeiras por 3 X 2.
O time só conseguiu subir para a primeira divisão depois de 20 anos, em 1968 quando foi campeão invicto do Ascenso. A alegria durou 10 anos, pois em 1978, o time foi rebaixado e voltou a disputar a segunda divisão estadual . E teve de amargar seis longos anos fora da elite paulista. Em 1984, conseguiu voltar à primeira divisão, porém não resistiu mais do que dois anos, caindo outra vez para a segunda divisão.
Sem muitas alternativas para enfrentar as dificuldades financeiras, o Paulista passou a ver na associação com empresas a melhor alternativa para estruturar-se, ganhar competitividade, retornar à Primeira Divisão e nela permanecer em condições de estabilidade. A primeira experiência nesse sentido foi em 1986, com o grupo coreano Magnata, que não teve conseqüências relevantes.
Em 1995 a associação foi com a Lousano, quando mudou o nome para Lousano Paulista. Com muitos recursos financeiros não foi difícil subir da Série A-3 para à Série A-2 em 1995, e a ganhar a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1997, após derrotar o poderoso Corinthians. A parceria foi desfeita em 1998 e no mesmo ano conseguiu novo investidor, a Parmalat. E veio uma outra troca de nome, desta vez para Etti Jundiaí. A parceria deu certo e o time voltou à Série A-1 do Paulistão e à Série B do Campeonato Brasileiro.
Com o fim da parceria em 2002, o clube passou a se chamar Jundiaí Futebol Clube. A realização de um plebiscito entre a população optou pela volta do nome original de Paulista Futebol Clube. A partir daí o “Galo da Japi” conheceu sua melhor fase. Em 2004, dirigido pelo técnico Zetti foi finalista do Campeonato Paulista, depois de eliminar o Palmeiras. Na partida final, perdeu para o São Caetano, que foi o campeão daquele ano.
Em 2005, o Paulista conquistou o título de maior expressão em sua história, o de campeão da Copa do Brasil. Sob o comando do técnico Wagner Mancini, eliminou em sua vitoriosa trajetória somente times da 1ª Divisão Nacional. Juventude, Botafogo, Internacional, Figueirense, Cruzeiro e Fluminense conheceram a força do time jundiaiense, que se classificou para disputar pela primeira vez a Copa Libertadores da América.
Numa competição tão difícil, o Paulista não conseguiu passar da primeira fase. Mas ainda assim deixou sua marca, ao derrotar o grande River Plate da Argentina, por 2 X 1, em histórico jogo disputado no estádio Jaime Cintra, em Jundiaí. Nesse mesmo ano de 2006, o Paulista aplicou a maior goleada da história da Série B, ao vencer o Paysandu, de Belém do Pará, por 9 X 0.
No ano seguinte a boa fase chegou ao fim. Depois de uma péssima campanha na segunda divisão, o Paulista acabou rebaixado para a Série C de 2008.
A mascote do Paulista é o Galo. A adoção do animal como símbolo do clube veio em 1940, quando em uma partida contra seu maior rival, o Comercial, um galo foi jogado em campo enquanto o tricolor vencia a partida. Os jogadores do Comercial começaram a “caçar” o galo e a torcida do Paulista, é claro, torceu pelo animal.
Alguns jogadores importantes do futebol brasileiro vestiram a camisa do Paulista. Entre eles, Toninho Cerezo, Neto e Casagrande. Recentemente, o grande nome do time foi o meia Marcio Mossoró, destaque na conquista da Copa do Brasil de 2005, que foi para o Internacional, de Porto Alegre, sendo campeão da Libertadores de 2006 e do Mundial de Clubes no mesmo ano.
No início de 2009, o Paulista acabou montando seu elenco às pressas e lutou contra o rebaixamento até a última rodada, mesmo assim ainda conseguiu a classificação para a recém criada série D, do Campeonato Brasileiro.
Os principais títulos do Paulista em toda a sua história foram: Série A-2 do Campeonato Paulista (1968 e 2001); Campeonato Brasileiro da Série C (2001); Copa do Brasil (2005); Copa da Federação Paulista de Futebol (1999); Campeonato Paulista do Interior (1919 a 1921).
Em janeiro de 2007 o Paulista passou a fazer parte do projeto Campus Pelé que é um ambicioso e inovador projeto de estímulo aos jovens jogadores brasileiro. O Paulista é um dos pilares do projeto, sendo os outros: construção do Campus Pelé (Jundiaí), utilização da marca Pelé, parceria com um clube europeu, o FC Lausanne Sport (Suíça) e incorporação do Litoral Futebol Clube (Santos). (Pesquisa: Nilo Dias)
Os fundadores do Paulista Futebol Clube, junto a locomotiva 34 da CPEF. (Foto: Acervo do Paulista Futebol Clube)
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