A morte não pede licença, e em menos de uma semana ceifou a vida de três conhecidos ex-jogadores do futebol brasileiro. Na sexta-feira, dia 24 morreu aos 47 anos José Carlos da Costa Araújo, o goleiro Zé Carlos, que ganhou fama jogando pelo Flamengo do Rio de Janeiro. Ele sofria de um câncer na região do abdômen e desde o dia 27 de maio estava internado no Hospital da Ordem Terceira da Penitência, no bairro da Tijuca, em estado grave.
Zé Carlos começou a carreira em 1983, jogando pelo Americano de Campos (RJ). Depois foi para o Rio Branco (ES), onde o Flamengo foi buscá-lo em 1984, quando tinha 22 anos. Alto e ágil, logo se destacou, e já como titular conquistou o Campeonato Carioca de 1986.
O grande momento de Zé Carlos foi na Copa União de 1987, ganha pelo flamengo que tinha um time fabuloso, onde se destacavam jogadores como Renato Gaúcho, Zico, Leonardo, Leandro,Bebeto, Zinho, Jorginho e Andrade. Nesse ano, consagrou-se como o segundo goleiro na história do clube a marcar um gol, em partida contra o Nacional de Montevidéu. O primeiro foi Ubirajara, que acertou as redes do Madureira, em jogo disputado no dia 19 de setembro de 1970, no Estádio Luso Brasileiro e vencido pelo Flamengo por 2 X 0.
Zé Carlos fez parte da equipe brasileira medalha de prata nas Olimpíadas de Seul em 1988, sendo reserva de Tafarel. Em 1989 conquistou a Copa América com a Seleção principal. Em 1990 foi convocado por Sebastião Lazaroni, seu técnico no Flamengo, para a Copa de 1990, na Itália, onde mais uma vez foi reserva de Tafarel.
Ele ainda ganhou outro título nacional pelo Flamengo, a Copa do Brasil, em 1990. O ex-goleiro teve passagens pelo Cruzeiro de Minas Gerais, XV de Novembro de Piracicaba (SP), Tubarão de Santa Catarina, Vitória da Bahia e pelo futebol português, onde defendeu o Vitória de Guimarães, Farense e Felgueiras e retornou ao Flamengo em 1996. No ano seguinte, foi vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo, quando o rubro-negro perdeu a final para o Santos no Maracanã.
Depois de aposentado, Zé Carlos jogou pelas equipes de masters e de showbol do Flamengo e fez parte da comissão técnica do América em 2006, junto com Jorginho, amigo dos tempos da Gávea. No período em que esteve doente, o Flamengo apoiou seu ex-jogador criando um site para coleta de fundos para ajudar nas despesas com o internamento.
Na noite de sábado, 25, faleceu, aos 74 anos, José Ferreira Franco, mais conhecido como Zequinha, que brilhou no Palmeiras durante os anos 60, jogando como médio, como se dizia na época, ou atual volante ou meio-campo, apesar de seu 1m66 de altura. O craque pernambucano, nascido em Recife no dia 18 de novembro de 1934, jogou ainda por Auto Esporte (PB), onde começou a carreira como jogador profissional aos 20 anos de idade, Santa Cruz (PE), entre 1955 e 1957, Fluminense (RJ), Atlético (PR), onde atuou ao lado de Bellini e Djalma Santos, e Náutico (PE), onde encerrou a carreira em 1970.
Zequinha, que morava em Olinda (PE), onde era dono de uma agência lotérica, estava internado em um hospital particular do Recife e morreu de falência múltipla dos órgãos. O velório foi realizado no domingo (26) no Cemitério Bom Jesus da Redenção, no bairro de Santo Amaro, área central da capital e o sepultamento às 11h de segunda-feira (27).
Oriundo do Santa Cruz do Recife, Zequinha chegou ao Palmeiras em 1958, quando tinha 23 anos. No alviverde paulista conquistou títulos importantes: Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967), Taça Brasil (1960 e 1967), Torneio Rio-São Paulo (1965) e campeonato paulista (1959, 1963 e 1966). Pelo “Verdão”, o volante fez 417 jogos (247 vitórias, 83 empates e 87 derrotas) e marcou 40 gols. Fez parte do time conhecido como “a primeira academia”, dirigido pelo treinador Filpo Nuñes. Cunhado do ex-zagueiro Minuca, só perdeu o lugar no time verde com a chegado de Dudu.
O título mais importante da sua carreira foi o de Campeão do Mundo, em 1962, quando integrou o grupo comandado pelo técnico Aymoré Moreira, como volante reserva de Zito. Fez 17 partidas (14 vitórias, 1 empate e duas derrotas) e marcou dois gols com a camisa da seleção.
Ainda no sábado, 25, enquanto participava de uma “pelada” com amigos, em Campo Grande (MS), também morreu o ex-volante Cléber, que fez parte daquele maravilhoso time do Fluminense dos anos 1970. O time montado pelo ex-presidente Francisco Horta, era chamado de “a máquina tricolor”.
Cléber havia completado 55 anos, no último dia quatro de abril. Ele morava em Campo Grande desde que abandonou os gramados, depois de jogar pelo Operário daquela cidade. Atualmente, era comentarista esportivo da Rádio Clube de Campo Grande, onde também comandava o jornalismo esportivo da emissora. Cléber deixou esposa e três filhos. O sepultamento aconteceu no Cemitério Parque das Palmeiras, em Campo Grande.
Cleber Ribeiro Machado nasceu no interior do Rio de Janeiro. Começou a carreira nas categorias de base do Fluminense, quando foi chamado diversas vezes para a seleção brasileira. Foi lançado no time titular tricolor em 1974, pelo treinador Duque. O auge de sua carreira aconteceu nas conquistas dos certames cariocas de 1975 e 1976, quando o Fluminense contava com jogadores da envergadura de Carlos Alberto Torres, Rodrigues Neto, Carlos Alberto Pintinho, Rivelino, Gil, Doval.
Também jogou ao lado de Félix, Toninho, Abel Braga, Marco Antônio, Zé Mário, Erivelton, Paulo César Caju, Cafuringa, Manfrini e Gilson Gênio, entre outros. Destes jogadores, Cafuringa, Doval e Dirceu também são falecidos, assim como o treinador Didi, que dividiu com Duque, Paulo Emílio e Mário Travaglinni o comando dos times do Fluminense quando Cléber jogava.
Depois do Fluminense esteve no Náutico e Operário e jogou no Equador e Portugal. No futebol paulista, teve uma rápida passagem pelo XV de Jaú. (Pesquisa: Nilo Dias)
Zé Carlos, ex-goleiro do Flamengo. (Foto: Acervo do C.R. Flamengo)
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