segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A tragicômica excursão do Bela Vista

Nos anos 50 os grandes clubes do futebol brasileiro realizavam longas e cansativas excursões por gramados de todo o mundo, principalmente da Europa. Santos, Vasco da Gama, Flamengo, Botafogo e outros tinham mercado garantido para exibições em qualquer continente. Assim, quando terminavam os campeonatos regionais começavam as longas excursões em busca de dinheiro.

E no meio dos “grandes”, muitas vezes alguns times pouco conhecidos, atraídos por empresários nem sempre confiáveis, se enveredavam mundo afora em excursões que nem sempre acabavam bem, se transformando em verdadeiras e trágicas aventuras.

Foi o caso do Bela Vista Futebol Clube, da pequena cidade mineira de Sete Lagoas, que protagonizou um dos maiores vexames já dados por um clube de futebol brasileiro em todos os tempos. Em 1958 o pequeno time interiorano de Minas Gerais, aproveitando o prestígio adquirido pelo nosso futebol, com a conquista do Mundial da Suécia, achou um jeito de organizar uma excursão por gramados da Europa.

O Bela Vista partiu para o desconhecido levando apenas 16 jogadores, o técnico Orlando Rodrigues e o jornalista Roberto Silveira, este como chefe da delegação. O embarque se deu no Rio de Janeiro com direito a fotos e reportagens da imprensa carioca.

A direção do clube nem mesmo sabia do nível dos adversários e muito menos da quota que receberia por jogo. Segundo o empresário Roberto Fauszlinger seria um mínimo de 30 jogos, todos contra times pequenos. Mas não foi bem assim. No dia 3 de agosto o time mineiro realizou seu primeiro jogo pelo “Velho Mundo”, enfrentando em Marseille, na França o Olympique e perdendo por 3 X 1.

O pior estava por vir. O segundo jogo foi no dia 7, nada mais, nada menos contra o temido Real Madrid, da Espanha, na época considerado o melhor time europeu. O Estádio Santiago Bernabeu superlotou para ver o campeão brasileiro, pois assim o Bela Vista foi apresentado. Acreditem o jogo foi disputado palmo a palmo e os espanhóis venceram por um minguado 2 x 1, com o gol da vitória feito de pênalti duvidoso no finalzinho da partida.

Depois o Bela Vista realizou uma série de jogos por gramados da Alemanha e Suíça. Dia 09, perdeu na cidade de Aachen por 2 X 1 para o Alemmania. No dia seguinte, a primeira vitória, 3 X 2 sobre o Lausanne Sports, em Lausanne, Suíça. O resultado deu um novo alento aos jogadores e dirigentes. Mas no dia 13, em Dusseldorf, na Alemanha outra derrota, 2 X 0 para o Fortuna, resultado que se repetiu no dia 20, em Lubeck, na Alemanha, quando perdeu para o VFB.

A reabilitação aconteceu um dia depois, quando o Bela Vista bateu o Heider SV, da cidade alemã de Heider, por 1 X 0. No dia 23, em Zurique, na Suíça, derrota de 2 X 1 para o Grasshoppers. No dia 2 de setembro, depois de quase um mês fora de casa, o Bela Vista se deslocou até a Itália, onde perdeu de 3 X 2 para o Bologna. De volta a Alemanha, um empate em 1 X 1 com o Combinado Rotation-Locomotiv, em Leipzig.

A primeira parte da excursão foi completada com estes jogos: 12/09, Bela Vista 1 x 4 Tennis Borussia, em Berlin, Alemanha; 16/09, Bela Vista 1 x 2 Alliancen, em Copenhague, Dinamarca; 17/09, Bela Vista 3 x 5 Holstein, em Kiel, Alemanha; 20/09, Bela Vista 0 x 3 Werder Bremen, em Bremen, Alemanha; 21/09, Bela Vista 0 x 1 Concordia Hamburg, em Hamburg, Alemanha; 23/09, Bela Vista 0 x 2 Eintracht, em Braunschweig, Alemanha; 25/09, Bela Vista 0 x 6 Blan Witt, em Amsterdã, Holanda e no 29/09, Bela Vista 0 x 5 Birminghan City, em Birminghan, Inglaterra.

Na segunda parte da excursão é que os problemas maiores se apresentaram, e o vexame se acentuou. Os jogadores Assis e Marinho, emprestados pelo Vasco da Gama, do Rio de Janeiro abandonaram a delegação ainda na Espanha, não resistindo ao assédio de clubes europeus. Deixaram apenas um bilhete: “A boca aqui é boa. Adeus que nós vamos nela.”

Os dirigentes não estavam nem ai para os resultados dentro de campo, preferindo passar a maior parte do tempo em hipódromos franceses. Desgostoso, o técnico Orlando Rodrigues também caiu fora.
Quem assumiu o comando do time foi o veterano jogador Gaia. Já na sua estréia no cargo, no dia 1 de outubro um fiasco monumental, uma goleada de 12 X 1 para o Newcastle, perante 25 mil pessoas que foram ver o “campeão do Brasil”. O Bela Vista mandou a campo esta equipe: Adelmar – Izaias e Gaia – Toledo – Salvatore e Edésio – Marin – Nenem – Jorginho – Zico e Murilinho.

Diante disso, o sinal vermelho acendeu no Brasil. O Conselho Nacional de Desportos (CND) pediu para que o clube voltasse imediatamente para o Brasil, o que foi descartado pelo dirigente Ronaldo Pontes, que alegou a existência de um contrato autorizado pelo próprio CND, e em razão disso o Bela Vista iria honrar os compromissos assumidos.

Foi preciso que o Itamarati interviesse, cassando a sua licença de funcionamento, para que finalmente o Bela Vista concordasse em retornar ao Brasil. Antes da viagem de volta, o clube mineiro ainda jogou mais quatro partidas: 6/10, Bela Vista 0 x 4 Middlesborough, em Middlesborough, Inglaterra; 08/10, Bela Vista 0 x 4 Sheffield United, em Sheffield; 13/10, Bela Vista 0 x 8 Lutton Town, em Lutton, Inglaterra e 14/10, Bela Vista 1 x 3 Tottenham Hotspur, em Londres, Inglaterra.

Como não havia lugares suficientes no avião na data marcada para o retorno, os mineiros ainda realizaram outros dois jogos, cujos resultados são desconhecidos. Provavelmente, outras duas goleadas.

Na chegada a Sete Lagoas, uma grande surpresa. Embora a vergonhosa campanha e o retorno forçado, a delegação do Bela Vista foi recebida com festa. Uma multidão tomou conta das ruas da cidade para ovacionar o time, com direito a desfile de caminhão e foguetório. Uma faixa resumiu todo o sentimento da gente do lugar: “Falem mal, mas falem do Bela Vista”.

A fatídica excursão do Bela Vista teve este saldo: 23 jogos, 2 vitórias, 2 empates, 19 derrotas, 18 gols assinalados e 78 gols sofridos. A performance da equipe mineira foi alvo de chacota da imprensa brasileira e internacional.

Ninguém sabe explicar como o empresário Roberto Fauszlinger foi parar em Sete Lagoas, onde acertou com o time uma excursão por vários países europeus, aproveitando o auge do prestígio do futebol brasileiro. O espertalhão contratou os jogos apresentando o Bela Vista como “campeão brasileiro”, garantindo com isso altas cotas. E ficou com o grosso do dinheiro, deixando para o clube mineiro menos de 10% dos lucros.

O Bela Vista recebeu uma cota fixa de Cr$ 35 mil por jogo, somando ao final da excursão Cr$ 805.000,00. Para se ter uma idéia da exploração, no jogo contra o Real Madrid o empresário embolsou Cr$ 365 mil, e contra o Birminghan, da Inglaterra, quase Cr$ 500 mil. Ainda quando o clube estava na Inglaterra, o esperto empresário desapareceu levando consigo uma verdadeira fortuna.

Ainda assim, o clube honrou seus compromissos e não deu calote em ninguém. Prova que a conduta foi exemplar é que o chefe da delegação obteve atestados de boa conduta dos hotéis onde o clube se hospedou. Todos trouxeram presentes: máquinas de escrever, câmaras fotográficas, rádios portáteis etc.

O Bela Vista F.C., fundado em 21 de abril de 1930 encerrou suas atividades em 1987. Até 1999, disputou campeonatos municipais e regionais. Hoje o clube mantém o trabalho na base, disputando o campeonato mineiro nas categorias infantil e juvenil, mas mantém inativo o departamento de futebol profissional. (Pesquisa: Nilo Dias)

A Delegação do Bela Vista F.C. no embarque para a Europa, em 1958. (Foto: Divulgação)

COMENTÁRIOS DE LEITORES

Beto disse...
Ola nilo meu nome é Beto. Não sei se você pode me ajudar ,mas espero que sim.Eu tenho em mãos uma medalha que pertenceu a Cyro Aranha. Essa medalha é da época de 1946, do campeonato Sulamericano em Buenos Aires. É linda e eu acredito que tenha valor, mas não sei como descobrir isso. Se você puder me ajudar entre em contato pelo meu e-mail: beto.barrero@hotmail.com
Obrigado e aguardo sua resposta.
2 de fevereiro de 2010 19:14

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Um futebol de nomes estranhos

Qual o time de futebol que você conhece que tem o nome mais estranho? Não é fácil saber e por várias razões. No Brasil, um país de dimensões continentais existe uma diversidade grande de vocabulários regionais. O que é comum na Paraíba, por exemplo, é estranho no Rio Grande do Sul e vice-versa. E o que dizer do exterior, onde nos deparamos com línguas e hábitos totalmente diferentes dos nossos?

Neste trabalho, apenas a título de curiosidade, o leitor vai conhecer alguns times do futebol brasileiro que “capricharam” na escolha de seus nomes. Começamos por aqueles que se identificam com animais: “E.C. Golfinho”, de Guarulhos (SP); “Associação Desportiva Pitu”, de Vitória de Santo Antão (PE), fundada no dia 2 de janeiro de 1974 por funcionários da indústria de bebidas da cidade, e extinto em 1988;

“Galo de Ouro”, de Tabira (PE); “Korujão”, de Carpina (PE); “Tigres do Brasil”, que inclusive disputa o campeonato carioca da divisão principal; “Canta Galo E.C.”, de Canta Galo (RJ. No Paraná existe um verdadeiro zoológico: “Pato Branco E.C.”, de Pato Branco; “Adap Galo Maringá Football Club”, de Maringá; “Associação de Futebol Tigrão”, de Umuarama; “Arapongas E.C.”, de Arapongas; “Cascavel Clube Recreativo”, de Cascavel e “A.E. Jacarezinho”, de Jacarezinho. E não esquecendo do “Canarinho”, de Florianópolis e o “Tubarão F.C.”, de Tubarão, ambos de Santa Catarina.

E temos aqueles clubes cujos nomes prestam homenagem à pessoas que provavelmente colaboraram com algum tipo de serviço as suas comunidades: “E.C. Tião Maia”, de Araçatuba“, S.E. Irmãos Nogueira”, de Itapira, “E.C. Elvira”, de Jacareí, “E.C. Humberto Primo”, “Manuel Ambrósio Filho F.C.”, de Piracicaba, “A.A. Epitaciana”, de Epitácio Pessoa, “Associação Amália de Desportos Atléticos”, de Santa Rosa de Viterbo (SP) e “S.E. Irmãos Romano, todos de São Paulo.

“João de Barros F.C.”, antigo nome do América F.C., de Recife. Recebeu este nome por ter surgido numa casa situada na avenida de mesmo nome; “Tomazinho F.C.”, de São João do Merití (RJ); “A.C. Diana”, “S.C. Rosita Sofia”, “C.A. Carmense” e “F.C. Galitos”, todos do Rio de Janeiro, capital. E os catarinenses “Chico Science”, de Biguaçu, homenagem ao falecido líder da banda pernambucana ”Nação Zumbi”; Cerâmica Silveira”, de Palhoça“, "C.A. Hermann Aichinger”, de Ibirama e “Pery Ferroviário E.C.”, de Mafra.

A lista de nomes curiosos é imensa, mas vamos lembrar alguns de São Paulo: “Real Matismo”, de Artur Nogueira; “A.A. Assistência”, de Araçatuba; “S.E. Resegue”, de Bariri; “Parquinho F.C.”, de Bauru; “Brasa F.C.”, de Mirassol; “Já Morreu”, de Wenceslau Braz; “C.E.R. Descalvadense”, de Descalvado; “Fada F.C.”, de Santo Anastácio; “Aclimação E.C.”, de Santo André; “Meninos F.C.”, de São Bernardo do Campo; “A.A. Ordem e Progresso”; ”Tremembé F.C.” e “Avalanche F.C.”, uma equipe da várzea de Cotia (SP), que joga aos fins de semanas contra adversários também de nomes estranhos como “Madrugada e “Trem das Onze”.

Em Santo Amaro (PE), tinha o “Vovozinha”, o time que levou 10 gols do Dario, o “Dadá Maravilha”, num amistoso contra o Sport Recife, até hoje o maior artilheiro mundial de gols em uma só partida. O placar final foi 14 X 0. O nome do time foi dado pelo radialista, apresentador de TV e deputado Alcides Teixeira, que tinha um programa de rádio dedicado às vovozinhas. Assim, o saudoso Alcides fundou e presidiu o “Vovozinhas”, além de ter sido atleta. Anos depois, esse clube se transformou em “A.A. Casa Caiada” e desde 2004 chama-se “Manchete F.C.”

Em Pernambuco temos ainda o “Beco F.C.”, de Pesqueira, que outrora se defrontava com o “União Peixe E.C.”, que enrolou a bandeira depois que a Fábrica Peixe fechou as portas; “Ramalat E.C.”, de Ouricuri; “Sociedade Egipciense F.C.”, de São José do Egito; “Curcurana D.C.” e “E.C. Pontezinha”, de Cabo de Santo Agostinho; “Afogadense F.C.”, de Afogados da Ingazeira; “Galera”, de Lagoa de João Carlos. E ainda: “Varzeano E.C.”, de Recife; “G.E. Petribu” e “Associação Desportiva DR-5”, de Goiana; “Espinheiro F.C.”, de Itapissuma; “Danado do Mar”, “Maravilha” e “Noronhão”, de Fernando de Noronha;.

No Mato Grosso do Sul “Associação Atlética das Moreninhas”, de Campo Grande, fundada em 5 de fevereiro de 1994; “Baianinho E.C.”; “C.A. Kapital” e “ASAS”. E pelo interior sulmatogrossense: “Angive F.C.”, de Ivinhema; “Goleros F.C.”, de Dourados; “Dissidente E.C.”, de Aquidauana e “Ladário E.C.”, de Corumbá.

No Rio de Janeiro: “Raíz da Gávea E.C.”, “Paozão F.C.”, de Jacarepaguá, “Clube da Paz Ltda”, “S.C. Cocotá”, da Ilha do Governador, “E.C. Marinho”, “Tiro e Queda F.C.”, “Profute F.C.”, todos da capital. “E.C. Pau Grande” e “Piabetá E.C.”, de Magé; “Quissamã F.C.”, de Quissamã; “Aperibeense F.C.”, de Aperibé; “Esprof Atlético F.C.”, de Cabo Frio e “A.A. Carapebus”, de Carapebus.

E ainda: “U.E. Funilense”, de Cosmópolis; “A.A. Alfaiates” e “Automóvel F.C.”, de Campo Grande (MS); “Motoristas F.C”, de Barretos (SP); No Paraná: “Bola de Ouro A.C.”, de Colombo; “Tabu”, de Clevelândia, “Renove”, de Fazenda Rio Grande, “Osternack”, de Curitiba, “Café”, de Londrina; “Elcuri”, de Jaguariaíva; “Dois Vizinhos E.C.”, de Dois Vizinhos; “C.A. Pitanguense”, de Pitanga; “Marechal E.C.”, de Marechal Cândido Rondon; “Jaborá F.C.”, de São José dos Pinhais; “Toledo Colônia Work”, de Toledo; “Santíssima Trindade F.C.”, “União Ahu F.C.”, “União Campo Raso F.C.” e “Combate Barreirinha F.C.”, todos de Curitiba.

Em Santa Catarina: “Cabeçuda” e “Barriga Verde F.C.”, de Laguna”; “Guaycurus F.C.”, de Concórdia; “Sombrio E.C.”, de Sombrio. No Ceará, “Gentilândia” e “Sol Tropical”, ambos de Fortaleza. No Maranhão, “Asken”, “Löwen”, “Marwel” e “Scania Diesel”, todos de Imperatriz. Em Alagoas, “Sagrada Família”, de Maceió e “Zumbi, de Zumbi dos Palmares. No Rio Grande do Sul, “Lutador Gaúcho”, de Mostardas e “Lomba do Sabão”, de Viamão. Na Paraíba , “Picuí” e “Queimadense”. No Pará: “Yamada”, “Júlio César” e “Time Negra”. “Cori-Sabbá”, no Piauí, onde também tivemos na década de 1940 “Os Terriveis”, de Teresina. Em Minas Gerais, “Ilusão Esporte Clube”. No Mato Grosso, “Litrão”, de Tangará, que disputou na década de 1980. Em Rondônia, “Pimentense”, “Espigão” e “Shallon”, que participou da Copa São Paulo de Futebol Júnior, este ano.

Em Roraima, o “GAS”. No Acre, “Nauás”. No Amazonas, o Manicoré“. No Tocantins, “Gurupi” e “Kaburé”. “Armageddom Metropolitana”, em Brasília. Em Sergipe, “Socialista”, ”Mil e Quinhentos” e “Pirambu”. No Espirito Santo, “Rio Bananal”. “Globo Sport Club”, no Rio Grande do Norte.

No AAmapá, “Trem”, “Mazagão”; “Renovação”. Na Bahia: “Madre de Deus”, de Madre de Deus e “Arranca Toco Futebol Clube“, time de várzea de Juerana, distrito de Caravelas. O time foi formado por tratoristas de uma empresa contratada por uma fábrica de celulose para arrancar os tocos dos pés de eucaliptos, após o corte para preparar o terreno para novo plantio. Daí o nome bizarro.

Fora do Brasil a coisa não é melhor: em Portugal são muitos os times que ostentam nomes que soam estranhos para nós: “Clube Desportivo de Rabo de Peixe”, fundado em 01 de julho de 1985 na vila de Rabo de Peixe, localizada na ilha de São Miguel nos Açores. Suas cores oficiais são o azul e branco. Nestes anos de vida conquistou o campeonato regional de São Miguel por duas vezes, nas temporadas 2004/05 e 2006/07; “Pomba de Paz”, da Bolívia e o time polonês do “KS Piliaca Bialobrzeiilica Białobrzegi”, de Bialobrzegi, fundado em 1922.

E é do exterior que vem o nome mais “cabeludo” entre todos os times de futebol do mundo: o campeão disparado é o “La Pica F.C.”, da cidade de Palo Negro, na província de Aragua, que disputa o campeonato da 3a. Divisão da Venezuela.

E não são apenas times que tem nomes estranhos e curiosos. Vejam esta incrível lista de jogadores e seus apelidos:

No time do Boa Viagem (CE) tem o trio: “Tela”, “Paloma” e “Quiboa”. No banco de reservas “Gato”, “Puma” e “Rabicó”. No Icasa temos o irriquieto “Cipó”, e no Guarany, de Sobral o aguerrido “Alex Vampirinho”. O Guarany de Sobral na década de 80bateu recorde em nomes estranhos. Na sua escalação a equipe contava com os seguintes jogadores: “Barrote”, “Tangerina”, “Teco-Teco”, “Feveu”, “Chiquinho do Araras”, “Badu”, “Nanan” e “Birungueta”.

No Ipatinga, da Bahia desponta o atacante “Pagodinho”. O Vasco da Gama tem o "Pimpão", que não é apelido, é sobrenome, de verdade. E temos aqueles que poderiam formar duplas sertanejas, como “Buiu e Bodi”, do Poções (BA), “Gil e Gel”, do Feirense (BA), “Simônio e Sananduva”, do Santa Cruz (RS) e “Rio Pardinho e Gavião”, do Avenida (RS).

O livro, “Presepadas no Mundo da Bola”, do radialista Alberto Damasceno, mostra uma seleção com os 40 jogadores de nomes mais estranhos que já passaram pelo futebol cearense.

Dentre eles verdadeiras maravilhas: “Agoniado”, “Amarrado”, “Buliçoso”, “Cabeça de Pau”, “Cachacinha”, “Canivete”, “Caraolho”, “Coloral”, “Cuspida”, “Esmagado”, “Espanador de Lua”, “Esqueleto”, “Faca Cega”, “Filé de Jia”, “Horroroso”, “Invocado”, “Já Morreu”, “Macaúba”, “Mufumbo”, “Na Mosca”, “Nêgo Sibite”, “Ninguém”, “Nó Cego”, “Nojento”, “Oião”, “Olho de Bila”, “Pé de Pato”, “Pombão”, “Pombinha”, “Pimba-dágua”, “Puxa Faca”, “Rolinha”, “Satanás”, “Sem Dó”, “Tenebroso”, “Três Orelhas”, “Ventola”, “Verdureiro” e “Zé Bosta”.

O jogador apelidado de “Cu de Rã” era chamado de Diran nas transmissões esportivas. Contam, não sei se é verdade ou folclore, que um repórter intrigado pelo nome incomum, perguntou se ele era descendente de franceses. Constrangido, o atleta respondeu que não, na verdade era um apelido, derivado de outro, “Cu de Rã”, que por motivos óbvios, os locutores passaram a chamar, carinhosamente por Diran.

E pelo mundo afora temos os jogadores: “Porras”, da Costa do Marfim; o holandês “Cocu”; “Zecalanga”, de Angola; “Boa Morte”, de Portugal e “Redondo”, da Argentina, entre outros. (Pesquisa: Nilo Dias)

Escudo da A.A. Alfaiates, de Campo Grande (MS).