Qual o time de futebol que você conhece que tem o nome mais estranho? Não é fácil saber e por várias razões. No Brasil, um país de dimensões continentais existe uma diversidade grande de vocabulários regionais. O que é comum na Paraíba, por exemplo, é estranho no Rio Grande do Sul e vice-versa. E o que dizer do exterior, onde nos deparamos com línguas e hábitos totalmente diferentes dos nossos?
Neste trabalho, apenas a título de curiosidade, o leitor vai conhecer alguns times do futebol brasileiro que “capricharam” na escolha de seus nomes. Começamos por aqueles que se identificam com animais: “E.C. Golfinho”, de Guarulhos (SP); “Associação Desportiva Pitu”, de Vitória de Santo Antão (PE), fundada no dia 2 de janeiro de 1974 por funcionários da indústria de bebidas da cidade, e extinto em 1988;
“Galo de Ouro”, de Tabira (PE); “Korujão”, de Carpina (PE); “Tigres do Brasil”, que inclusive disputa o campeonato carioca da divisão principal; “Canta Galo E.C.”, de Canta Galo (RJ. No Paraná existe um verdadeiro zoológico: “Pato Branco E.C.”, de Pato Branco; “Adap Galo Maringá Football Club”, de Maringá; “Associação de Futebol Tigrão”, de Umuarama; “Arapongas E.C.”, de Arapongas; “Cascavel Clube Recreativo”, de Cascavel e “A.E. Jacarezinho”, de Jacarezinho. E não esquecendo do “Canarinho”, de Florianópolis e o “Tubarão F.C.”, de Tubarão, ambos de Santa Catarina.
E temos aqueles clubes cujos nomes prestam homenagem à pessoas que provavelmente colaboraram com algum tipo de serviço as suas comunidades: “E.C. Tião Maia”, de Araçatuba“, S.E. Irmãos Nogueira”, de Itapira, “E.C. Elvira”, de Jacareí, “E.C. Humberto Primo”, “Manuel Ambrósio Filho F.C.”, de Piracicaba, “A.A. Epitaciana”, de Epitácio Pessoa, “Associação Amália de Desportos Atléticos”, de Santa Rosa de Viterbo (SP) e “S.E. Irmãos Romano, todos de São Paulo.
“João de Barros F.C.”, antigo nome do América F.C., de Recife. Recebeu este nome por ter surgido numa casa situada na avenida de mesmo nome; “Tomazinho F.C.”, de São João do Merití (RJ); “A.C. Diana”, “S.C. Rosita Sofia”, “C.A. Carmense” e “F.C. Galitos”, todos do Rio de Janeiro, capital. E os catarinenses “Chico Science”, de Biguaçu, homenagem ao falecido líder da banda pernambucana ”Nação Zumbi”; Cerâmica Silveira”, de Palhoça“, "C.A. Hermann Aichinger”, de Ibirama e “Pery Ferroviário E.C.”, de Mafra.
A lista de nomes curiosos é imensa, mas vamos lembrar alguns de São Paulo: “Real Matismo”, de Artur Nogueira; “A.A. Assistência”, de Araçatuba; “S.E. Resegue”, de Bariri; “Parquinho F.C.”, de Bauru; “Brasa F.C.”, de Mirassol; “Já Morreu”, de Wenceslau Braz; “C.E.R. Descalvadense”, de Descalvado; “Fada F.C.”, de Santo Anastácio; “Aclimação E.C.”, de Santo André; “Meninos F.C.”, de São Bernardo do Campo; “A.A. Ordem e Progresso”; ”Tremembé F.C.” e “Avalanche F.C.”, uma equipe da várzea de Cotia (SP), que joga aos fins de semanas contra adversários também de nomes estranhos como “Madrugada e “Trem das Onze”.
Em Santo Amaro (PE), tinha o “Vovozinha”, o time que levou 10 gols do Dario, o “Dadá Maravilha”, num amistoso contra o Sport Recife, até hoje o maior artilheiro mundial de gols em uma só partida. O placar final foi 14 X 0. O nome do time foi dado pelo radialista, apresentador de TV e deputado Alcides Teixeira, que tinha um programa de rádio dedicado às vovozinhas. Assim, o saudoso Alcides fundou e presidiu o “Vovozinhas”, além de ter sido atleta. Anos depois, esse clube se transformou em “A.A. Casa Caiada” e desde 2004 chama-se “Manchete F.C.”
Em Pernambuco temos ainda o “Beco F.C.”, de Pesqueira, que outrora se defrontava com o “União Peixe E.C.”, que enrolou a bandeira depois que a Fábrica Peixe fechou as portas; “Ramalat E.C.”, de Ouricuri; “Sociedade Egipciense F.C.”, de São José do Egito; “Curcurana D.C.” e “E.C. Pontezinha”, de Cabo de Santo Agostinho; “Afogadense F.C.”, de Afogados da Ingazeira; “Galera”, de Lagoa de João Carlos. E ainda: “Varzeano E.C.”, de Recife; “G.E. Petribu” e “Associação Desportiva DR-5”, de Goiana; “Espinheiro F.C.”, de Itapissuma; “Danado do Mar”, “Maravilha” e “Noronhão”, de Fernando de Noronha;.
No Mato Grosso do Sul “Associação Atlética das Moreninhas”, de Campo Grande, fundada em 5 de fevereiro de 1994; “Baianinho E.C.”; “C.A. Kapital” e “ASAS”. E pelo interior sulmatogrossense: “Angive F.C.”, de Ivinhema; “Goleros F.C.”, de Dourados; “Dissidente E.C.”, de Aquidauana e “Ladário E.C.”, de Corumbá.
No Rio de Janeiro: “Raíz da Gávea E.C.”, “Paozão F.C.”, de Jacarepaguá, “Clube da Paz Ltda”, “S.C. Cocotá”, da Ilha do Governador, “E.C. Marinho”, “Tiro e Queda F.C.”, “Profute F.C.”, todos da capital. “E.C. Pau Grande” e “Piabetá E.C.”, de Magé; “Quissamã F.C.”, de Quissamã; “Aperibeense F.C.”, de Aperibé; “Esprof Atlético F.C.”, de Cabo Frio e “A.A. Carapebus”, de Carapebus.
E ainda: “U.E. Funilense”, de Cosmópolis; “A.A. Alfaiates” e “Automóvel F.C.”, de Campo Grande (MS); “Motoristas F.C”, de Barretos (SP); No Paraná: “Bola de Ouro A.C.”, de Colombo; “Tabu”, de Clevelândia, “Renove”, de Fazenda Rio Grande, “Osternack”, de Curitiba, “Café”, de Londrina; “Elcuri”, de Jaguariaíva; “Dois Vizinhos E.C.”, de Dois Vizinhos; “C.A. Pitanguense”, de Pitanga; “Marechal E.C.”, de Marechal Cândido Rondon; “Jaborá F.C.”, de São José dos Pinhais; “Toledo Colônia Work”, de Toledo; “Santíssima Trindade F.C.”, “União Ahu F.C.”, “União Campo Raso F.C.” e “Combate Barreirinha F.C.”, todos de Curitiba.
Em Santa Catarina: “Cabeçuda” e “Barriga Verde F.C.”, de Laguna”; “Guaycurus F.C.”, de Concórdia; “Sombrio E.C.”, de Sombrio. No Ceará, “Gentilândia” e “Sol Tropical”, ambos de Fortaleza. No Maranhão, “Asken”, “Löwen”, “Marwel” e “Scania Diesel”, todos de Imperatriz. Em Alagoas, “Sagrada Família”, de Maceió e “Zumbi, de Zumbi dos Palmares. No Rio Grande do Sul, “Lutador Gaúcho”, de Mostardas e “Lomba do Sabão”, de Viamão. Na Paraíba , “Picuí” e “Queimadense”. No Pará: “Yamada”, “Júlio César” e “Time Negra”. “Cori-Sabbá”, no Piauí, onde também tivemos na década de 1940 “Os Terriveis”, de Teresina. Em Minas Gerais, “Ilusão Esporte Clube”. No Mato Grosso, “Litrão”, de Tangará, que disputou na década de 1980. Em Rondônia, “Pimentense”, “Espigão” e “Shallon”, que participou da Copa São Paulo de Futebol Júnior, este ano.
Em Roraima, o “GAS”. No Acre, “Nauás”. No Amazonas, o Manicoré“. No Tocantins, “Gurupi” e “Kaburé”. “Armageddom Metropolitana”, em Brasília. Em Sergipe, “Socialista”, ”Mil e Quinhentos” e “Pirambu”. No Espirito Santo, “Rio Bananal”. “Globo Sport Club”, no Rio Grande do Norte.
No AAmapá, “Trem”, “Mazagão”; “Renovação”. Na Bahia: “Madre de Deus”, de Madre de Deus e “Arranca Toco Futebol Clube“, time de várzea de Juerana, distrito de Caravelas. O time foi formado por tratoristas de uma empresa contratada por uma fábrica de celulose para arrancar os tocos dos pés de eucaliptos, após o corte para preparar o terreno para novo plantio. Daí o nome bizarro.
Fora do Brasil a coisa não é melhor: em Portugal são muitos os times que ostentam nomes que soam estranhos para nós: “Clube Desportivo de Rabo de Peixe”, fundado em 01 de julho de 1985 na vila de Rabo de Peixe, localizada na ilha de São Miguel nos Açores. Suas cores oficiais são o azul e branco. Nestes anos de vida conquistou o campeonato regional de São Miguel por duas vezes, nas temporadas 2004/05 e 2006/07; “Pomba de Paz”, da Bolívia e o time polonês do “KS Piliaca Bialobrzeiilica Białobrzegi”, de Bialobrzegi, fundado em 1922.
E é do exterior que vem o nome mais “cabeludo” entre todos os times de futebol do mundo: o campeão disparado é o “La Pica F.C.”, da cidade de Palo Negro, na província de Aragua, que disputa o campeonato da 3a. Divisão da Venezuela.
E não são apenas times que tem nomes estranhos e curiosos. Vejam esta incrível lista de jogadores e seus apelidos:
No time do Boa Viagem (CE) tem o trio: “Tela”, “Paloma” e “Quiboa”. No banco de reservas “Gato”, “Puma” e “Rabicó”. No Icasa temos o irriquieto “Cipó”, e no Guarany, de Sobral o aguerrido “Alex Vampirinho”. O Guarany de Sobral na década de 80bateu recorde em nomes estranhos. Na sua escalação a equipe contava com os seguintes jogadores: “Barrote”, “Tangerina”, “Teco-Teco”, “Feveu”, “Chiquinho do Araras”, “Badu”, “Nanan” e “Birungueta”.
No Ipatinga, da Bahia desponta o atacante “Pagodinho”. O Vasco da Gama tem o "Pimpão", que não é apelido, é sobrenome, de verdade. E temos aqueles que poderiam formar duplas sertanejas, como “Buiu e Bodi”, do Poções (BA), “Gil e Gel”, do Feirense (BA), “Simônio e Sananduva”, do Santa Cruz (RS) e “Rio Pardinho e Gavião”, do Avenida (RS).
O livro, “Presepadas no Mundo da Bola”, do radialista Alberto Damasceno, mostra uma seleção com os 40 jogadores de nomes mais estranhos que já passaram pelo futebol cearense.
Dentre eles verdadeiras maravilhas: “Agoniado”, “Amarrado”, “Buliçoso”, “Cabeça de Pau”, “Cachacinha”, “Canivete”, “Caraolho”, “Coloral”, “Cuspida”, “Esmagado”, “Espanador de Lua”, “Esqueleto”, “Faca Cega”, “Filé de Jia”, “Horroroso”, “Invocado”, “Já Morreu”, “Macaúba”, “Mufumbo”, “Na Mosca”, “Nêgo Sibite”, “Ninguém”, “Nó Cego”, “Nojento”, “Oião”, “Olho de Bila”, “Pé de Pato”, “Pombão”, “Pombinha”, “Pimba-dágua”, “Puxa Faca”, “Rolinha”, “Satanás”, “Sem Dó”, “Tenebroso”, “Três Orelhas”, “Ventola”, “Verdureiro” e “Zé Bosta”.
O jogador apelidado de “Cu de Rã” era chamado de Diran nas transmissões esportivas. Contam, não sei se é verdade ou folclore, que um repórter intrigado pelo nome incomum, perguntou se ele era descendente de franceses. Constrangido, o atleta respondeu que não, na verdade era um apelido, derivado de outro, “Cu de Rã”, que por motivos óbvios, os locutores passaram a chamar, carinhosamente por Diran.
E pelo mundo afora temos os jogadores: “Porras”, da Costa do Marfim; o holandês “Cocu”; “Zecalanga”, de Angola; “Boa Morte”, de Portugal e “Redondo”, da Argentina, entre outros. (Pesquisa: Nilo Dias)
Escudo da A.A. Alfaiates, de Campo Grande (MS).
muito bacana a curiosidade em saber dos clubes de futebol,parabéns
ResponderExcluir* o sr , teria os escudos dos clubes Alaxandria e santa Cruz de Alagoas e Pytaguares da Paraiba?
ambos campeões dos respectivos estados. meu email psregatieri@hotmail.com
um abraço