O S.C. Internacional, de Porto Alegre deu uma demonstração de força e de grandeza ao contratar Diego Forlan, o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul. O jogador de 33 anos deixou a Internazionale, de Milão, Itália e assinou contrato até julho de 2015 com o clube gaúcho.
O craque uruguaio deverá desembarcar em Porto Alegre amanhã às 14h43min, sendo aguardada uma enorme legião de torcedores colorados no Aeroporto Salgado Filho. A apresentação acontecerá no Estádio Beira Rio, antes do jogo contra o Cruzeiro, de Belo Horizonte, marcado para às 18h30min.
Forlan será o quinto jogador estrangeiro a fazer parte do plantel do Internacional, que já conta com os argentinos D'Alessandro, Dátolo, Guiñazu e Bolatti. A direção do clube colorado negocia com o volante Guinazu a sua naturalização como brasileiro. Também pode vender o jogador Bolatti, para o Independiente, de Buenos Aires.
Diego Forlán nasceu em Montevidéu no dia 19 de maio de 1979. Ele traz o futebol no sangue, pois é filho de Pablo Forlán, ex-jogador que também defendeu a Seleção Uruguaia nos anos 1960 e 1970 e foi ídolo no Peñarol, no São Paulo e no Cruzeiro. Seu avô materno, Juan Carlos Corazzo também foi jogador, além de técnico.
Corazzo jogou como meio-campista, tendo começado a carreira no Sud América, chegando a integrar a Seleção Uruguaia em dois jogos,ambos em 1928. Três anos depois foi para o futebol argentino, atuando primeiro no Racing e depois no Independiente, onde ficou até 1937, quando encerrou a carreira depois de 191 jogos pelo “Rojo de Avellaneda”, saindo como um dos maiores ídolos do clube apesar da falta de títulos.
Obteve mais sucesso como técnico, treinando a “Celeste” em quatro diferentes passagens. Conquistou com seu país dois Sul-Americanos, o Extra de 1959 e o de 1967. Neste último, treinou seu futuro genro, Pablo Forlán. Corazzo treinou o Uruguai também na Copa do Mundo de 1962.
Diego Forlán quase virou jogador de tênis. Desistiu da idéia quando sua irmã Alejandra se envolveu em um acidente que matou o namorado e a deixou sob cuidados intensivos por cinco meses. Foi então que resolveu seguir a tradição da família e concentrar-se no futebol.
Os primeiros chutes foram dados nas categorias de base dos clubes uruguaios Peñarol e Danubio. Ainda como juvenil, aos 17 anos, se transferiu para o Independiente. No clube argentino, se profissionalizou e virou ídolo da torcida. Seguiu os passos de seu avô, que fez sucesso em Avellaneda na década de 1930.
Em 2002 foi parar no poderoso Manchester United, por indicação de Sir Alex Ferguson, vendido por 6,9 milhões de euros. Depois de um começo nada promissor no time inglês, fez parte do elenco que venceu a “Premier League” em 2002/2003, e a Copa da Inglaterra em 2003/2004. Forlán foi reserva na maioria dos jogos.
Mesmo não tendo uma boa passagem pela Inglaterra, em agosto de 2004 foi vendido ao Villarreal, da Espanha, por 4,6 milhões de euros. No “Submarino Amarelo” se destacou na temporada 2004-2005, quando dividiu a “Chuteira de Ouro da UEFA”, prêmio dado ao maior artilheiro das ligas europeias, com o francês Thierry Henry.
Na temporada seguinte, conseguiu levar o Villarreal, a sua melhor campanha na história da “Champions League”, alcançando as semifinais. Forlán marcou 54 gols e foi um dos principais artilheiros na vida do clube na Liga Espanhola.
Contratado em junho de 2007 pelo Atlético de Madrid por 10 milhões de euros, o craque uruguaio viveu seu principal momento da carreira. Ele substituiu Fernando Torres, vendido ao Liverpool, da Inglaterra. Não demorou para se tornar uma das referências da equipe ao lado do argentino Agüero.
Na temporada 2008/2009, marcou 35 gols em 45 jogos e recebeu outra “Chuteira de Ouro”, desta vez, de forma isolada. Em 2010, foi decisivo na conquista do título da Liga Europa, ao marcar os dois gols da vitória sobre o Fullham na decisão.
Em agosto de 2011, foi contratado pela Inter, de Milão para substituir Samuel Eto’o, mas não conseguiu repetir seu grande futebol, em razão das várias lesões sofridas. Disputou 18 partidas e marcou apenas dois gols. Com o fraco desempenho da equipe milanesa, teve seu contrato rescindido na manhã de hoje, o que oportunizou sua contratação pelo Internacional gaúcho, sem qualquer custo.
Mas foi na Seleção de seu país que Diego Forlán se consolidou como um dos principais nomes da história recente do futebol. Disputou a Copa 2002 com a “Celeste”, mas a consagração veio somente oito anos mais tarde, quando na Copa 2010, na África do Sul, liderou o Uruguai até as semifinais do torneio, posição que a seleção não alcançava desde 1970.
Ainda teve a seu favor a marcação de cinco gols, tornando-se um dos artilheiros da competição junto de Villa, Müller e Sneijder. E para coroar seu grande desempenho, foi eleito o “Bola de Ouro” do Mundial, tendo obtido 23,4% dos votos, contra 21,8% de Sneijder e 16,9% de Villa, apesar de ser o único dos três que não disputou a final. Forlán foi o quarto jogador sul-americano a receber o prêmio. Antes dele Maradona (1986), Romário (1994) e Ronaldo (1998), conquistaram o prêmio.
Com a camisa da Celeste foi campeão da Copa América de 2011, quando foi um dos destaques do time, ao lado de Luis Suárez, Diego Lugano e Sebastián Abreu. No jogo final contra o Paraguai foi fator de desequilíbrio ao marcar dois gols na vitória de 3 X 0. Igualou o feito do pai Pablo e do avô Juan Carlos, que também conquistaram o torneio jogando pela Seleção. (Pesquisa: Nilo Dias)
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