terça-feira, 26 de março de 2013

O OPERADOR DO BLOG ESTARÁ VIAJANDO DE 27 DE MARÇO A 1 DE ABRIL. AS POSTAGENS VOLTARÃO A SER PUBLICADAS A PARTIR DE 2 DE ABRIL.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Tragédia nos Andes

Em 1970 o time do “Old Christian Club”, que era integrado na maioria por ex-alunos do Colégio Stella Maris conquistou pela segunda vez o título de campeão uruguaio de rugby, um esporte que começava a ganhar popularidade no país. Foi assim que em 1971 acertaram uma excursão até Santiago do Chile, para dois jogos contra uma equipe chilena.

Como um voo comercial sairia bastante caro, foi contratado um avião turbo-hélice da “Fuerza Aérea Uruguaya”. Havia, porém, alguns obstáculos, que quase cancelaram a viagem. Um deles era conseguir lotação para o voo, mas isso foi superado com a venda de lugares para familiares dos jogadores e torcedores do time.

As 8h05min da manhã de 12 de outubro de 1972 o “Fairchild F-227”, levantou voo do Aeroporto de Carrasco, em Montevidéu, em direção da capital chilena. No avião viajavam cinco tripulantes e 40 passageiros, na maioria jovens com a idade média de 20 anos.

Ao sobrevoarem os Andes, as condições climáticas não eras boas, por isso tiveram que fazer um pouso forçado em Mendoza, província da Argentina, onde passaram a noite. No dia seguinte retomaram a viagem rumo a Santiago.

Depois de retomar o voo na tarde de 13 de Outubro, o avião voava em breve através da passagem nas montanhas. O piloto notificou os controladores aéreos de Santiago de que estava sobre Curicó, Chile, e foi autorizado a descer. Isso viria a ser um erro fatal. Visto que a passagem estava encoberta pelas nuvens, os pilotos tiveram que se fiar segundo o tempo normalmente necessário para atravessar a passagem (Navegação estimada).

No entanto, eles erraram ao não levarem em consideração os fortes ventos de proa que em última análise, retardaram o avião aumentando o tempo necessário para completar a travessia. Eles não foram tão longe como pensavam que estavam. Como resultado, a curva e descida foram iniciados muito cedo, antes que o avião tivesse passado através das montanhas, levando a um voo controlado contra o solo.

Mergulhando na cobertura de nuvens enquanto ainda sobre as montanhas, o Fairchild logo caiu num pico sem nome (mais tarde chamado “Cerro Seler”), também conhecido como “Glaciar de las Lágrimas”, localizado entre “Cerro Sosneado” e “Tinguiririca Volcán”, abrangendo a remota fronteira montanhosa entre o Chile e a Argentina. Na realidade, o avião havia caído sobre a Argentina, a apenas 18 quilômetros a oeste de um hotel abandonado chamado de Hotel Termas Sosneado.

O avião acertou um pico a 4.200 metros (13.800 pés), simplesmente separando a asa direita, que foi jogada para trás com tanta força que cortou o estabilizador vertical, deixando um buraco na parte traseira da fuselagem. O avião então acertou um segundo pico, que separou a asa esquerda e deixou o avião com apenas a fuselagem voando pelo ar. Uma das hélices cortou a fuselagem conforme a asa a que estava fixada foi separada.

A fuselagem bateu no chão e deslizou por uma encosta íngreme da montanha antes de finalmente chegar a descansar num banco de neve. A localização do local do acidente é 34° 45′ S 70° 17′ W), no município argentino de Malargüe (Departamento de Malargüe, Província de Mendoza).

Das 45 pessoas a bordo, 12 morreram na queda ou pouco depois, incluindo o piloto. Outros cinco morreram na manhã seguinte, entre eles o cô-piloto, e mais uma sucumbiu aos ferimentos no oitavo dia. Os 27 restantes enfrentaram sérias dificuldades em sobreviver ao congelamento no alto das montanhas. Muitos tinham sofrido ferimentos do acidente, incluindo as pernas quebradas nos assentos da aeronave empilhados juntos.

Os sobreviventes não tinham equipamentos, tais como roupas para o frio e calçados de montanhismo, adequados para a área, óculos de proteção para prevenir cegueira da neve (embora um dos eventuais sobreviventes, de 24 anos de idade, Adolfo "Fito" Strauch, inventou um par de óculos de sol usando o ”pára-sóis” da cabine do piloto que ajudou a proteger seus olhos do sol). Mais gravemente, eles não tinham qualquer tipo de material médico, e a morte do Dr. Francisco Nicola piorou tudo.

Ao chegar a noite se acomodavam uns ao lado dos outros, para espantar o frio e dormirem. Nessa situação passariam dois longos meses no alto da montanha gelada, praticamente sem alimentos, usando um abrigo inadequado. Em que pese tudo isso, 16 homens conseguiram sobreviver.

Ao redor de onde o avião caiu tudo era neve. As temperaturas eram extremamente baixas. Tinham apenas um pouco de comida: um garrafão de vinho, marmelada, barras de chocolate e poucos agasalhos. Mesmo preocupados com a gravidade da situação, estavam animados pela possibilidade do resgate os encontrar em pouco tempo. Nos dias seguintes racionaram as poucas provisões que tinham.

Durante os primeiros dias era dado a cada um uma tampa de desodorante com vinho, uma colher de marmelada e um tablete de chocolate, conforme contou Carlos Páez, um dos sobreviventes. Os grupos de busca de três países procuraram o avião desaparecido. No entanto, uma vez que o avião era em branco, ele se misturou com a neve, tornando-se praticamente invisível do céu.

A busca inicial foi cancelada depois de oito dias. Os sobreviventes do acidente tinham encontrado um pequeno rádio transistor no avião, e Roy Harley primeiramente ouviu a notícia de que a busca foi cancelada em seu décimo primeiro dia na montanha. A partir daí só poderiam se salvar por seus próprios meios.

As pessoas que se agruparam em torno de Roy, ao ouvir a notícia, começaram a chorar e orar, todos, exceto Parrado, que olhou calmamente para as montanhas. Gustavo [Coco] Nicolich subiu pelo buraco na parede de malas e camisas de rugby, agachando na boca do túnel escuro, olhou para os rostos tristes que estavam voltados para ele. “Ei meninos”, ele gritou: “há boas notícias! Acabamos de ouvir no rádio. Eles cancelaram as buscas”. Dentro do avião lotado, houve um silêncio. Como a sua situação de desespero os envolveu, eles choraram.

"Por que diabos é uma boa notícia?" Paez gritou com raiva para Nicolich. E este disse: “Porque isso significa que vamos sair daqui por conta própria”. A coragem deste menino impediu uma inundação de total desespero.

Em tais condições trataram de aproveitar ao máximo cada um dos objetos e materiais que tinham ao alcance. Uma das primeiras necessidades era conseguir água. Com pedaços de metal dos assentos, arrancavam pedaços de gelo e esperavam que o sol os derretesse, com o uso de improvisadas lentes, feitas com vidro das janelas do avião. Assim, para cada dificuldade criavam uma solução.

Eles tentaram comer tiras de couro rasgado das peças de bagagem, embora soubessem que os produtos químicos com que tinham sido tratados, fariam mais mal do que bem. Rasgaram almofadas de assento na esperança de encontrar palha, mas encontraram apenas espuma do estofamento, não comestível. A menos que comessem as roupas, não havia mais nada além de alumínio, plástico, gelo e rocha.

Com o término dos alimentos, uma decisão difícil foi tomada, comer partes dos corpos dos companheiros mortos, que se encontravam intactos, sepultados na neve. Todos eram católicos. Como se pode imaginar, houve opiniões divergentes. Mas ao final todos se convenceram que não havia outra saída. Com um pedaço de vidro faziam pequenos cortes nos corpos congelados, retirando pedaços de carne para alimentar-se, começando pelo piloto

Estavam á 15 dias na montanha, quando receberam um novo golpe. No meio da noite uma avalanche de neve cobriu grande parte do interior da estrutura do avião, onde se protegiam, sepultando a todos, exceto um, que se levantou correndo. Com as mãos começou a buscar os companheiros entre a neve. Os que eram resgatados ajudavam na busca aos outros. Mas nem todos puderam ser salvos, outros oito perderam a vida.

O tempo passava, era preciso encontrar alternativas para poderem sair dali. Tentaram pedir ajuda pelo rádio do avião.Três homens saíram pelo gelo e acharam a cauda do aparelho, onde havia malas contendo cigarros, doces, roupas limpas e algumas revistas em quadrinhos, além das baterias de energia. Mas não foi possível acionar o rádio. Só restava, então, viajar pelo gelo em busca de ajuda, o que só seria possível com o fim do inverno.

Inicialmente pensaram em que três homens fizessem a viagem. Mas depois, prevendo que poderia faltar alimento, apenas dois se lançaram a aventura, Fernando Parrado e Roberto Canessa. Com um saco de dormir, um pouco de rum, alguns pedaços de carne humana deram início a viagem. Depois de nove dias e de caminharem mais de 70 quilômetros na neve e atravessado um pico de 5.100 metros de altitude, sentiram que começavam a viver de novo. Os dois chegaram ao leito do rio Azufre, o que dava certeza que encontrariam gente por perto.

E não deu outra coisa, quando Parrado estava recolhendo madeira para fazer uma fogueira, Canessa percebeu o que parecia ser um homem a cavalo do outro lado do rio. Como o ruído da água não permitia a comunicação, o homem jogou uma pedra com um papel atado, onde perguntava quem eram e o que queriam. Com a resposta de que eram sobreviventes de um avião que caiu na cordilheira dos Andes, o homem, um chileno Huaso chamado Sergio Catalan, foi em busca de ajuda, mas sem antes deixar-lhes uns panos que carregava e um pouco de comida.

Catalan andou a cavalo por muitas horas em sentido Oeste para trazer ajuda. Durante a viagem ele viu outro huaso no lado sul do rio Azufre e pediu-lhe para alcançar os meninos e para trazê-los para Los Maitenes. Em vez disso, ele seguiu o rio até o cruzamento com o rio Tinguiririca, onde, depois de passar uma ponte, ele foi capaz de chegar a um percurso estreito que ligava a vila de Puente Negro para a estância de férias de Termas del Flaco.

Ali ele foi capaz de parar um caminhão e chegar à estação de Polícia, em Puente Negro, onde a notícia foi finalmente enviada para o comando do Exército em San Fernando e depois para Santiago. Enquanto isso, Parrado e Canessa foram resgatados e chegaram a Los Maitenes, onde foram alimentados e deixados em repouso.

Na manhã seguinte, a expedição de resgate deixou Santiago, e após uma parada em San Fernando, mudou-se para leste. Dois helicópteros tiveram que voar no meio do nevoeiro, mas chegou a um lugar perto de Los Maitenes apenas quando Parrado e Canessa passavam a cavalo, indo para Puente Negro. Nando Parrado foi recrutado para voar de volta para a montanha a fim de orientar os helicópteros para o restante dos sobreviventes.

A notícia de que as pessoas tinham sobrevivido ao acidente de 13 de outubro de Voo da Força Aérea Uruguaia 571 também tinha vazado para a imprensa internacional e uma avalanche de repórteres começaram a aparecer ao longo da rota estreita de Puente Negro para Termas del Flaco. Os repórteres esperavam ser capaz de ver e entrevistar Parrado e Canessa sobre o acidente e nos dias seguintes.

Na manhã do dia em que o resgate começou, aqueles que permanecem no local do acidente ouviram em seu rádio que Parrado e Canessa tinham sido bem sucedidos em encontrar ajuda e naquela tarde de 22 de dezembro de 1972, dois helicópteros carregando escaladores de busca e resgate chegaram.

Dessa maneira os demais sobreviventes foram retirados da montanha de gelo. O último deles foi resgatado em 23 de Dezembro de 1972, mais de dois meses após o acidente. Poucas pessoas ainda acreditavam que alguém pudesse ter sobrevivido em situações tão adversas.No total foram 16 sobreviventes. Todos os sobreviventes foram levados para hospitais em Santiago e tratados para a doença de altura, desidratação, queimaduras, geladuras, ossos quebrados, escorbuto e desnutrição.

Em agosto do ano seguinte um grupo de mães, cujos filhos faleceram no acidente dos Andes, fundaram a biblioteca “Nuestros Hijos”, para manter viva a recordação dos que não voltaram da tragédia acontecida em 13 de outubro de 1972.

A história da fantástica tragédia dos Andes foi contada em três filmes, sendo “I viven” (Alive), de 1993, o mais conhecido. Também foram escritos vários livros e alguns documentos. Em todos são mostrados testemunhos que relatam o esforços daqueles que lutaram para sobreviver em meio de um lugar sem vida, mesmo com todos os fatores contrários a essas vontades.

Estavam no avião. Tripulação: Colonel Julio Ferradas, piloto; Lieutenant Colonel Dante Lagurara, co-piloto; Lieutenant Ramon Martínez; Corporal Carlos Roque; Corporal Ovidio Joaquin Ramírez. Passageiros: Francisco Abal, Jose Pedro Algorta, Roberto Canessa, Gaston Costemalle, Alfredo Delgado, Rafael Echavarren, Daniel Fernández, Roberto Francois, Roy Harley, Alexis Hounié, Jose Luis Inciarte, Guido Magri, Alvaro Mangino, Felipe Maquirriain, Graciela Augusto Gumila de Mariani, Julio Martínez-Lamas, Daniel Maspons, Juan Carlos Menéndez, Javier Methol, Liliana Navarro Petraglia de Methol, Dr. Francisco Nicola, Esther Horta Pérez de Nicola, Gustavo Nicolich, Arturo Nogueira, Carlos Páez Rodriguez, Eugenia Dolgay Diedug de Parrado, Fernando Parrado, Susana Parrado, Marcelo Perez, Enrique Platero, Ramón Sabella, Daniel Shaw, Adolfo Strauch, Eduardo Strauch, Diego Storm, Numa Turcatti, Carlos Valeta. Fernando Vázquez Antonio Vizintín e Gustavo Zerbino. (Pesquisa: Nilo Dias)

Os sobreviventes do desastre aéreo comemoram a chegada das equipes de socorro após 72 dias perdidos na Cordilheira do Andes. (Data da foto: 1972. Fotógrafo: desconhecido)

terça-feira, 19 de março de 2013

A morte do "Canhão da Baixada"

Morreu hoje aos 64 anos de idade, o ex-jogador Vitorino Lopes Garcia, o Torino, que nasceu em Pelotas, no dia 1º de novembro de 1948. Ele ultimamente morava na Praia dos Ingleses, em Florianópolis, e desde o ano passado enfrentava uma dura luta contra o câncer.

Ainda assim, cuidava de uma escolinha de futebol que levava seu nome e era comentarista esportivo da Rádio Ilha Norte FM na cidade. Deixou quatro filhos, três mulheres e um homem, que nasceu no Chile e atualmente reside em Curitiba, onde é preparador físico. E ainda oito netos. O sepultmento acontece hoje em Florianópolis.

Em sua casa no litoral catarinense, Torino recebia, com freqüência, as visitas de Afonsinho e Paulo César “Caju”, ex-jogadores e grandes amigos conquistados durante a carreira. Sobre a praia dos Ingleses costumava dizer: “Aquilo lá é “um paraíso”, e graças a Deus “vivo para a minha família, para os bons amigos e para a escolinha de futebol que criei por lá”.

Torino começou a carreira jogando futebol de salão, defendendo o E.C. Fiação e Tecidos, de Pelotas de onde foi para o G.E. Brasil, que montara uma equipe que marcou história no salonismo do Rio Grande do Sul, conquistando vários títulos municipais e estaduais. A base daquele grande time era: Carlota – Cassiano e Pedalão – Peto e Torino.

Em sua vitoriosa carreira defendeu o G.E. Brasil, de Pelotas, Botafogo F.R., do Rio de Janeiro, Grêmio Portoalegrense, Clube Atlético Paranaense, Colorado, do Paraná, Internacional, de Lajes (SC), CSA, de Alagoas, Olaria, do Rio de Janeiro, Sergipe, Juventude, de Caxias do Sul e E.C. Pelotas.

Teve ainda uma exitosa passagem de oito anos pelo futebol chileno, levado pelo lendário ex-zagueiro Elias Figueroa. Depois de enfrentar algumas divergências políticas em razão de algumas medidas impostas pelo ditador Augusto Pinochet, Torino decidiu deixar o país e encerrou a carreira em 1985, jogando pelo La Serena.

Seu forte chute de perna esquerda, que lhe valeu o apelido de “Canhão da Baixada” e as grandes atuações pelo quinteto salonista “xavante”, fizeram com que Torino fosse guindado ao time profissional. Não demorou a chamar a atenção de dirigentes do Botafogo, que o levaram para o Rio de Janeiro.

No Grêmio, jogou ao lado de Everaldo, Jair, Espinosa, Ari Ercílio, Beto, Cláudio Radar, Jadir, Gaspar, Flecha, Alcindo, Loivo, Tarciso, Scotta, Volmir, Caio, Tião Quelé, Chamaco, Mazinho e Oberti. Ele chegou ao Olímpico em 1971, permanecendo até 1974.

Torino, que esteve ao lado de verdadeiros ídolos do futebol brasileiro, dizia que o melhor jogador com quem atuou foi o ex-atacante Gaspar, e os melhores que viu jogar foram Zito e Cruijff. Confessou ainda que quando era jogador, se inspirava nas jogadas e na forma de atuar de Joaquinzinho, craque que marcou época no futebol pelotense, especialmente no G.E. Brasil.

Dizia que entre os muitos técnicos com quem trabalhou, Otto Glória foi o melhor e Zagallo, o pior, pois não tinha pulso firme para comandar uma equipe.

Torino, em sua última visita a Pelotas, em junho do ano passado, concedeu entrevista ao programa "Pelotas 13 horas", da Rádio Universidade e conversou por telefone, com o ex-narrador de futebol, Wolney Castro, a quem se dizia agradecido, por ter “enchido de vida o futebol pelotense das décadas de 60 e 70”. Também perguntou pelo “grande” Wilson Carvalho, que marcou época no Farroupilha, de Pelotas e Portuguesa de Desportos, de São Paulo, entre outros clubes. E disse que seu amigo, o atacante Paraguaio, ex-Grêmio e Farroupilha, casara no Rio de Janeiro e morrera um tempo depois.

Em suas recordações lembrou de João Borges, um ponta esquerda “xavante”, que foi um verdadeiro símbolo do clube. Não esqueceu de Osvaldo Barbosa, zagueiro que marcou época e excelente treinador. Fez rasgados elogios a Caçapava e Birinha, que formaram o melhor meio-campo da história do G.E. Brasil. Perguntou pelo ex-lateral “xavante”, Adilson, que considerava uma grande figura humana.

Perguntado sobre Luis Felipe Scolari, preferiu o silêncio, dizendo apenas que não tinha vontade nenhuma de falar alguma coisa. Elogiou muito o ex-goleiro Danrlei, que segundo ele foi um verdadeiro “herói”, quando da tragédia com o ônibus ”xavante”.

Torino, como não poderia deixar de ser, lembrou dos bons tempos do salonismo. Homenageou Clóvis Bohns, o “Covinha”, a quem considerava um Pelé do futebol de salão, “craque maravilhoso, inigualável, inesquecível” e disse ter visitado o ex-atacante. Citou Pedalão, Cassiano, Prestes, o “espetacular” Peto, que encantava as plateias e o “admirável” Zé Allam, falecido o ano passado, que foi um jogador de alta classe.

Torino evitou falar dos técnicos Paulo de Souza Lobo, o “Galego” e Oswaldo Rolla, o “Foguinho”. Mas não esqueceu Oscar Urruty, “grande goleiro, grande conhecedor de futebol, além de ser um cidadão de bem”. Torino homenageou Getúlio Saldanha, ex-zagueiro e ex-técnico do E.C. Pelotas, “exemplo de cidadão, conhecedor do futebol, e pessoa chave na descoberta de talentos na Avenida Bento Gonçalves”.

Torino, que era um carnavalesco de primeira linha, fez duras criticas ao Carnaval de sua cidade, que no passado chegou a ser considerado um dos melhores do Brasil, mas devido a decisões equivocadas, se tornou inferior até aos festejos de pequenas cidades da região. Mesmo quando jogava em grandes clubes, Torino sempre dava um jeito de ir até Pelotas participar do Carnaval.

Como treinador, Torino dirigiu as categorias de base do Figueirense, foi auxiliar técnico no Guarani, de Palhoça e comandou o Clube Atlético Canoinhas, na segunda divisão catarinense. Um desejo que Torino não conseguiu concretizar, foi o de organizar um jogo de veteranos ao final de cada ano. (Pesquisa: Nilo Dias)

Torino, quando jogava no Grêmio. (Foto: Zero Hora)

sexta-feira, 8 de março de 2013

O periquito que virou porco

Todos os grandes times do futebol paulista tem uma mascote, cada: São Paulo, o “Santo Paulo”; Santos, uma “Baleia” e Corinthians, o “Mosqueteiro”. Apenas o Palmeiras tem duas, O “Periquito”, que é oficial e o “Porco”, adotado pela torcida. E porque?

O “Periquito” foi escolhido quando o clube ainda se chamava Palestra Itália, em razão do uniforme verde e também porque a região onde se localizava o clube, na Pompéia, era habitada por muitas aves dessa espécie. Não por acaso, muitos clubes brasileiros que também usam o uniforme verde adotaram o periquito como mascote.

Muita gente pensa que a mascote é o personagem “Zé Carioca”, de Walt Disney. Mas não é. Muitos torcedores e cartunistas desenharam “Zé Carioca”, que é um papagaio com a camisa do alviverde, mas a mascote é na verdade um periquito.

A mascote não oficial, porém preferida dos torcedores é o porco. A origem dessa história remonta ao dia 28 de abril de 1969, quando dois jogadores do Corinthians morreram em um acidente de carro. O time retornava de Sorocaba, onde empatara em 1 X 1 com o São Bento, em jogo válido pelo Campeonato Paulista.

Ao chegarem no Parque São Jorge, os dois maiores destaques da equipe na competição daquele ano, o lateral direito Lidú (22 anos) e o ponta esquerda Eduardo (25), resolveram comer uma pizza nos arredores do Canindé, o estádio da Portuguesa.

Mas não chegaram ao restaurante: na Marginal Tietê, Lidú perdeu o controle de seu “Fusca”, que chocou-se violentamente contra uma das pilastras de sustentação da ponte da Vila Maria. Os dois morreram na hora.

Em vista da morte de dois de seus principais jogadores, a diretoria corinthiana solicitou à Federação Paulista que autorizasse a inscrição de outros dois atletas para substituí-los, mas para isso seria necessário que todos os clubes participantes do campeonato concordassem. A questão foi colocada em votação e apenas o presidente do Palmeiras, Delfino Facchina, votou contra.

Revoltado com a decisão palmeirense, o presidente do Corinthians, Wadih Helu, chamou os palmeirenses de "porcos", por terem tomado “uma decisão suja”. Foi a senha para a torcida do Corinthians. No primeiro clássico entre alviverdes e alvinegros, após o incidente na Federação, os torcedores do Corinthians soltaram um porco no gramado com a camisa do Palmeiras. Enquanto o animal assustado corria pelo gramado, os corinthianos gritavam em coro: “porco, porco, porco”, provocando os rivais.

Dizem que a ideia surgiu porque, alguns meses antes, na Argentina, a torcida do River Plate havia feito a mesma coisa com os torcedores do Boca Juniors, cuja comunidade italiana também era muito grande, e por isso, também eram chamados de porcos.

O apelido pegou e virou uma provocação intolerável para os palmeirenses, até as semifinais do “Paulistão” de 1986, quando o alviverde goleou o rival por 5 X 1 e sua torcida resolveu assumir o "porco". Durante o jogo, os torcedores do Palmeiras criaram uma versão para o grito dos dinamarqueses na Copa do México: "Dá-lhe Porco, Dá-lhe Porco, Olê-olê-olê". Desde então, o clube assumiu oficialmente sua identificação suína, após 17 anos de gozação corintiana.

Naquele ano de 1968 em que o Palmeiras foi vice-campeão paulista, perdendo a final para a Inter de Limeira após ter derrotado o Corinthians na semifinal, a “Revista Placar” publicou uma matéria de capa com o meia Jorginho Putinatti, um dos destaques do time, com um porco no colo, num ato que concretizava de vez a adoção ao novo mascote.

Em 1977 o Corinthians ganhou o Campeonato Paulista depois de um jejum de mais de 20 anos. Foram três jogos contra a Ponte Preta, para decidir o título. No primeiro o Corinthians venceu por 1 X 0, no segundo deu Ponte Preta 2 X 1 e no terceiro vitória corinthiana por 1 X 0, gol de Basílio.

Nesse terceiro confronto o Pacaembu lotou. Havia muita gente com a camisa da Ponte Preta, o que gerou desconfiança dos dirigentes corinthianos. Depois ficaram sabendo que eram palmeirenses disfarçados de pontepretanos.

Eles esperavam que o time campinense vencesse, para se vingarem do episódio do porco, ocorrido um ano antes. Um veado seria lançado no gramado, ao final do jogo. Mas como deu Corinthians, a vingança não aconteceu. (Pesquisa: Nilo Dias)

segunda-feira, 4 de março de 2013

Morreu "El Negro"

Luis Alberto Cubilla Almeida, um dos maiores craques do futebol uruguaio em todos os tempos, morreu ontem (domingo), aos 72 anos, na Clinica Amsay, em Assunção, Paraguai, em decorrência de complicações de um câncer no estômago. Ele passou por uma cirurgia no último sábado à noite, teve complicações e acabou não resistindo.

O ex-jogador, que completaria 73 anos no próximo dia 28, sofria há alguns anos com o câncer gástrico, e recebia a solidariedade de dirigentes esportivos e do público em geral, que ajudavam nos gastos com a enfermidade. Ele recebeu mais de 100 mil mensagens de apreço e apoio pelas redes sociais, tanto de torcedores do Olímpia como do Cerro Porteño, os clubes mais populares do Paraguai.

O jornal paraguaio “ABC” publicou em sua edição de domingo que o técnico uruguaio Anibal “Maño” Ruiz, que era um grande amigo de Cubillas, telefonou pedindo noticias do ex-companheiro e foi tomado pela emoção.

Cubilla ganhara há pouco mais de uma semana uma questão trabalhista envolvendo o Olímpia. O ex-presidente do clube paraguaio, Eduardo Delmás, disse que analisava fazer o pagamento da indenização, e para tal era preciso vencer algumas questões burocráticas. "Cubilla é uma glória do Olímpia. Este é o momento de demonstrarmos o apreço e reconhecimento de todo o povo olimpista", declarou.

Nascido em Paysandu, Uruguai em 28 de março de 1940, foi apelidado “El Negro” e começou a carreira profissional no Peñarol em 1957. Jogou ainda pelo Barcelona, da Espanha, onde ganhou a Copa do Rei em 1963, River Plate, de Buenos Aires, Nacional, de Montevidéu, Santiago Morning, do Chile e Defensor Sporting, de Montevidéu.

A carreira de Cubilas como jogador foi vitoriosa, tendo conquistado três Copas Libertadores das Américas, duas pelo Peñarol e uma pelo Nacional, ambos de Montevidéu, nove títulos de campeão uruguaio e uma Copa Intercontinental (Copa Toyota), pelo Penãrol, de Montevidéu. Na Libertadores, foi ainda vice-campeão pelo River Plate, em 1966.

Teve destaque especial na primeira Copa Libertadores marcando a sete minutos do fim do jogo o gol de empate no Paraguai, que garantiu o título ao Peñarol contra o Olímpia - os paraguaios haviam sido previamente derrotados em Montevidéu.

Entre 1962 e 1964, jogou, sem tanto sucesso, no Barcelona, retornando à América do Sul como jogador do River Plate.

A equipe argentina não conquistava títulos desde 1957, mas foi à Taça Libertadores da América de 1966, como vice-campeã argentina. Cubilla esteve perto de faturar pela terceira vez o troféu, justamente contra seus antigos colegas do Peñarol.

Após duas vitórias para cada lado na decisão, os riverplatenses abriram 2 X 0 na finalíssima em campo neutro, mas perderiam de virada por 4 X 2 - derrota traumática que originou inclusive o pejorativo apelido “gallinas”, que acompanha o clube até hoje.

A passagem pelo River, além de não lhe trazer troféus - o clube só terminaria seu jejum em 1975 -, tirou seu lugar na Copa do Mundo de 1966, em uma época onde as seleções sul-americanas não convocavam quem atuasse no exterior. Pelo clube argentino Cubilla disputou 129 partidas e marcou 31 gols.

Dez anos depois de ser campeão uruguaio, continental e intercontinental pelo Peñarol, Cubilla conquistou os mesmos títulos no arquirrival Nacional. Em 1969, voltou ao Uruguai, contratado pelo Nacional, onde também venceu por quatro vezes seguidas a liga uruguaia, a exemplo do que conseguira no Peñarol.

O troféu continental veio sobre o Estudiantes de La Plata, então tricampeão seguido do torneio. O mesmo adversário havia derrotado o próprio Nacional, já com Cubilla, na decisão da Libertadores de 1969.

Cubilla deixou o Nacional em 1975, ano em que ficou na pequena equipe chilena do Santiago Morning. Já com 36 anos, encerrou a carreira novamente como campeão uruguaio, dessa vez pelo pequeno Defensor Sporting, em 1976, que se tornou o primeiro clube a ganhar um certame nacional sem ser Nacional ou Peñarol.

Também vestiu a camisa da Seleção Uruguaia por mais de 100 vezes, tendo participado de três Copas do Mundo, 1962, 1970 e 1974, quando marcou 4 gols.

Ele estreou pela Seleção Uruguaia em 1959, depois da “Celeste” ter ficado fora da Copa de 1958 pela primeira vez. Nas eliminatórias para o Mundial de 1962, os uruguaios bateram a Bolívia, com providencial ajuda de Cubilla: foi dele o gol “charrua” no empate obtido na altitude de La Paz.

Cubilla foi ao mundial do Chile junto de seu irmão mais velho, Pedro Cubilla. No jogo de estreia os uruguaios venceram a Colômbia, que saiu na frente, por 2 X 1. Cubilla fez o gol que empatou a partida.

Machucado, ele ficou de fora da segunda partida. Sem força no ataque o Uruguai perdeu para a Iugoslávia por 3 X 1. No último jogo da primeira fase precisavam vencer a União Soviética para seguirem em frente. Mas um gol no último minuto mandou a “Celeste” para casa mais cedo.

Entre 1962 e 1968, Cubilla atuou em clubes estrangeiros, o que lhe impediu de voltar a ser convocado para a seleção do seu país, para a Copa de 1966. Em 1970 os jogadores uruguaios que atuavam no exterior puderam ser convocados.

Na preparação para a Copa do México, Cubilla, que anteriormente era ponteiro, foi utilizado como único atacante em um esquema cauteloso. Mostrou-se importante na segunda fase: nas quartas-de-final, aproveitou os últimos espaços do campo para realizar o cruzamento que terminou no gol de seu colega de Nacional, Víctor Espárrago, o único da partida contra a União Soviética.

Já na semifinal, ele marcou o gol que abriu o placar contra o Brasil. Os uruguaios fecharam-se na defesa, mas sofreram a virada. Já com o placar em desfavor, Cubilla quase voltou a empatar, tendo seu cabeceio à queima-roupa defendido de forma considerada "milagrosa" por Félix. Os brasileiros ainda fariam mais um e conseguiram seu lugar na final. Os celestes acabariam em quarto, sem muito entusiasmo no jogo pelo terceiro lugar contra a Alemanha Ocidental.

Ele, já aos 34 anos, foi levado também para a Copa do Mundo de 1974, onde amargou nova eliminação uruguaia na primeira fase após ser derrotada pela Holanda e empatar com a Bulgária nos dois primeiros jogos. A “Celeste” precisava vencer a Suécia, mas deu vexame e perdeu por 3 X 0. Cubilla entrou nesse jogo com o placar ainda em branco. Foi a última de suas 38 partidas por seu país, com o qual marcou ao todo 11 gols.

Em 2006 foi eleito pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) o décimo melhor jogador sul-americano do século.

Como treinador também conheceu o sucesso. Exerceu a profissão quase sempre no Paraguai, onde conseguiu um feito histórico, levando o Olímpia a se tornar o primeiro time fora do eixo Argentina-Brasil-Uruguai a ganhar um título de campeão da Copa Libertadores das Américas, em 1979.

Pela equipe paraguaia, o treinador ainda venceu o título Intercontinental contra os suecos do Malmö. Onze anos depois, o forte Milan não permitiu que a conquista se repetisse. Ganhou 10 campeonatos nacionais (1978, 1979, 1980, 1982, 1988, 1989, 1995, 1997, 1998 e 1999), duas Recopas Sul-americanas (1990 e 2003), uma Super Copa Sul-Americana (1990) e uma Copa Nehru (1990). Treinou ainda o Newell’s Old Boys, Racing, Talleres e Barcelona, de Guayaquil entre outros. Em 1981, faturou seu quinto título uruguaio no Peñarol, o primeiro e único na nova função.

Como treinador, seu fracasso mais retumbante acabou sendo na direção de seu país. Cubilla foi contratado para treinar o Uruguai após a Copa do Mundo de 1990, ano em que suas conquistas no Olimpia o fizeram ser eleito o melhor técnico sul-americano daquele 1990. Ficou marcado por desentender-se com os principais jogadores uruguaios daquele momento, que atuavam na Europa, insinuando que seriam meros dinheiristas, no que era apoiado por boa parte da população.

Em 1990 foi eleito o melhor técnico do continente. Dirigiu ainda Danubio, Newell's Old Boys de Rosario, Nacional de Medellín, River Plate, de Buenos Aires, Talleres, de Córdoba e Defensor, por quem foi campeão uruguaio, entre outros. Seu último trabalho como técnico foi pelo Tacuary, do Paraguai, no ano passado.

Sem Enzo Francescoli, Rubén Sosa, Carlos Alberto Aguilera, José Oscar Herrera e outros, sofreu vergonhosa eliminação na primeira fase da Copa América de 1991. Já com alguns deles trazidos de volta, não se saiu muito melhor na Copa América de 1993 e ainda perdeu a vaga na Copa do Mundo de 1994, perdendo lugar ainda no meio da campanha rumo aos EUA para Ildo Maneiro.

Tido como um ponteiro imprevisível tanto técnica como emocionalmente e também como "asqueroso" por ser bastante irritante com os adversários, Cubilla era baixo e um tanto gordo, 74 quilos para seu 1,69 metros de altura. (Pesquisa: Nilo Dias)

Cubilla quando jogava no Nacional, de Montevidéu.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Uma legenda do futebol ucraniano

Filho de pai russo (Vladimir Blokhin) e mãe ucraniana, Oleh Volodymyrovych Blokhin foi um dos maiores craques do futebol ucraniano em todos os tempos. Nasceu no dia 5 de Novembro de 1952 em Kiev, União Soviética, atual Ucrânia. Começou a carreira de futebolista no Dynamo, de Kiev, em 1969, quando tinha 17 anos.

Por 19 anos vestiu a camisa do clube de sua terra natal, tornando-se uma verdadeira legenda e adorado pelos torcedores como se fosse um santo. Jogou 433 partidas pelo clube, marcando 211 gols e sagrando-se campeão russo em oito oportunidades.

Na Europa, também deu mostras de sua qualidade, levando o Dynamo a ganhar por duas vezes a Recopa europeia. A primeira em 1975, quando derrotou na partida final ao Ferencváros, da Hungria, por 3 X 0. Na segunda conquista, em 1986, bateu no jogo decisivo, disputado em Lyon, na França, ao Atlético de Madrid, também por 3 X 0.

Durante sua carreira teve papel determinante na seleção soviética. Foi o melhor jogador russo da história, graças às participações na seleção entre1972 e 1988, tendo sido recordista em partidas (112) e em gols (42). Foi o líder da seleção da URSS nos Mundiais da Espanha (1982) e México (1986), quando marcou um gol em cada competição.

Em 1988, quando não foi chamado para integrar a seleção soviética, Blokhin decidiu abandonar também o Dynamo, o clube de sua vida, tornando-se um dos primeiros jogadores russos a sair de seu país para jogar no exterior, na equipe do Vorwärts Steyr, da Áustria. Um ano depois (1990) defendeu a equipe grega do Aris Limassol, onde encerrou a vitoriosa carreira.

Ao deixar os gramados tornou-se treinador, dirigindo inicialmente equipes gregas como o Olympiakos, PAOK e Lonikos. Em 2003 foi convidado a dirigir a Seleção da Ucrânia, que se classificou para o Mundial da Alemanha de 2006, quando foi eliminada pela Itália por 3 X 0, nas quartas de final. A “Azurra” sagrou-se campeã daquele Mundial.

Sua vida também esteve ligada a política. Foi eleito para o “Verkhovna Rada” (Parlamento da Ucrânia) em 2002. Em outubro do mesmo ano participou do Partido Unión-Social Democrático da Ucrânia.

Blokhin foi casado com Irina Deriugina, ginasta russa/ucraniana, campeã do mundo. Dessa relação tiveram uma filha, antes de se divorciarem em princípios de 1990.

Em 2006, Blokhin esteve envolvido em acusações de racismo, por ter rechaçado em um site ucraniano a presença de jogadores africanos na Liga de Futebol da Ucrânia, ao dizer que os jogadores ucranianos deveriam aprender a jogar com jogadores como Shevchenko e ele mesmo, e "não com um “Zumba Bumba” que ganha duas bananas por mês para jogar". A declaração foi recebida com muitas críticas pelos jornais do mundo inteiro, por seu teor racista.

Em sua carreira como jogador defendeu estas equipes: Dynamo Kyev, da U.R.S.S./Ucrânia (1969-1988); Vorwärts Steyr, da Áustria (1988-1989) e Aris Limassol, da Grécia (1989-1990).

Como treinador: Olympiakos, da Grécia (1990-1993); PAOK Salonika, da Grécia (1993-1994); Ionikos, da Grécia (1994-1997); PAOK Salonika, da Grécia (1997-1998); AEK Atenas, da Grécia (1998-1999); Ionikos, da Grécia (1999-2002); Seleção Nacional de Futebol da Ucrânia (2003-2012). Desde o final de 2012 é o técnico do Dynamo, de Kiev. Em setembro do ano passado deixou a Seleção de seu país, que fez má campanha na Copa da Europa. Em seu lugar assumiu Mikhailo Fomenko.

O novo técnico é fruto da escola soviética de futebol, tendo vestido por 24 vezes a camisola da URSS, e fez parte da equipa do Dínamo de Kiev dos anos 70 do século passado. O ex-internacional soviético iniciou a sua carreira de treinador em 1979 e do seu curriculum constam passagens pelo Metalist Kharkiv, CSKA Kiev, Tavria Simferopol e a seleção da Guiné.

Títulos de Blokhin: Supercopa de Europa, pelo Dynamo Kiev (1975); Recopa de Europa, pelo Dynamo Kiev (1975 e 1986); Liga da URSS, pelo Dynamo Kiev (1971, 1974, 1975, 1977, 1980, 1981, 1985 e 1986); Copa da URSS, pelo Dynamo Kiev (1974, 1978, 1982, 1985 e 1987) e bronze nas Olimpíadas de 1972, ano em que começou a defender o país. e 1976.

Artilheiro da Liga da URSS, pelo Dynamo Kiev (1972,14 gols, 1973, 18 gols, 1974, 20 gols, 1975, 18 gols e 1977, 17 gols). Prêmio “Bola de Ouro” da Revista “France Football”, em 1975, a premiação máxima do futebol europeu. (Pesquisa: Nilo Dias)