domingo, 16 de março de 2014

A despedida de um craque


Ontem, 15, o meia-atacante Rivaldo, de 41 anos de idade e um dos mais consagrados jogadores do futebol brasileiro em todos os tempos, anunciou que está pendurando as chuteiras. É o final de uma carreira que durou longos 24 anos.

Rivaldo estava jogando pelo Mogi Mirim, do interior paulista, clube do qual também é presidente. Rivaldo Vitor Barbosa Ferreira, seu nome completo, nasceu em Paulista (PE), no dia 19 de abril de 1972.

O agora ex-jogador comunicou sua decisão de encerrar a carreira em uma nota distribuída a imprensa, em que agradece “a Deus, minha família e a todos pelo apoio, pelo carinho que recebi durante esses 24 anos como jogador. Hoje venho comunicar a todos os torcedores do mundo que minha história como jogador chegou ao fim. Somente tenho que agradecer pela linda carreira que construí durante esses anos”.

O craque começou a ganhar prestigio no Santa Cruz, de Recife, onde chegou em 1990, aos 18 anos de idade, para atuar no time Juvenil, depois de ter impressionado olheiros locais, que o viram jogar pelo Paulistano, de sua terra natal, em um torneio.

Ainda nos Juvenis, Rivaldo chegou a participar de alguns jogos do time de cima, pelo Campeonato Pernambucano. Em 1991 se profissionalizou. Em 1992, depois de ter brilhado na “Copa São Paulo de Juniores”, foi trocado por cinco jogadores com o Mogi Mirim e nem retornou a Pernambuco. Junto com ele foram os seus colegas Válber e Leto.

Rivaldo fez parte do famoso “Carrossel Caipira”, time do Mogi Mirim que encantou a todos no Campeonato Paulista de 1992. Dirigido pelo técnico Vadão, o Mogi Mirim contava com jogadores de expressão como Leto, Admilson, Válber e Rivaldo, que no mesmo ano foram contratados por empréstimo pelo Corinthians, além do zagueiro Capone.

No “Timão”, Rivaldo não foi bem no Torneio Rio-São Paulo de 1993, perdendo para um time misto do Palmeiras e também foi mal no Campeonato Paulista . No “Brasileirão” se recuperou e marcou 11 gols, fazendo jús a “Bola de Prata”, prêmio oferecido pela revista “Placar”.

Suas atuações não convincentes no Corinthians, impediram sua convocação para a Seleção que disputou a Copa do Mundo de 1994. O Corinthians acabou desistindo de contratá-lo em definitivo, pois não conseguiu reduzir o valor pedido pelo Mogi Mirim por seu passe. Em vista disso o Palmeiras, em parceria com a patrocinadora "Parmalat", pagou R$ 2,4 milhões ao Mogi.

No alvi-verde teve atuações destacadas, tendo sido vice-artilheiro do campeonato Brasileiro, com 14 gols, e o principal jogador da conquista do quarto título palmeirense na competição. Na final contra o Corinthians, marcou dois gols na vitória por 3 X 1, no primeiro jogo e, na volta, fez o gol do empate por 1 X 1. Agora, como palmeirense, recebeu nova “Bola de Prata”. Ainda no Palmeiras foi Campeão Paulista de 1996.

Depois do título paulista, Rivaldo foi vendido ao Deportivo La Coruña, da Espanha. Chegou ao time da Galícia com a missão de substituir o ídolo local Bebeto, que fora repatriado para o Flamengo. Teve uma ótima temporada, fazendo 21 gols, que foram fundamentais para o terceiro lugar do clube no campeonato espanhol.

Uma temporada depois, Rivaldo foi negociado com o Barcelona, que pagou ao La Coruña uma fortuna estimada em quase 30 milhões de dólares. Rivaldo chegou ao clube catalão para substituir Ronaldo “Fenômeno”, que se transferira para a Internazionale, da Itália.

Pelo time da “Catalunha” jogou 273 vezes e marcou 130 gols. Foi campeão da Supercopa da Uefa de 1997, da Liga Espanhola em 1997 e 1998 e da Copa do Rei de 1998. Defendendo o Barcelona, foi escolhido em 1999 pela Fifa, como o melhor jogador do mundo. E também ganhou a "Bola de Ouro" da revista “France Football”.

Depois do Barcelona jogou no Milan, da Itália, onde não alcançou o mesmo sucesso. Retornou ao Brasil, onde defendeu o Cruzeiro, de Belo Horizonte por seis meses. De volta a Europa, vestiu as camisas do Olympiakos, onde ganhou o Campeonato e a Copa Grega, e do AEK Atenas, ambos da Grécia, onde permaneceu por quatro anos.

Encerrou sua estada no exterior jogando ainda pelo Bunyodkor, do Uzbequistão, onde foi bicampeão nacional, e Kabuscorp, de Angola, depois de uma breve passagem pelo São Paulo. O ex-jogador recebeu algo em torno de cinco milhões de dólares, uma das maiores contratações da história do futebol africano. Depois vestiu as camisas do São Caetano e Mogi Mirim, clube onde encerrou a vitoriosa carreira.

Rivaldo foi também um dos mais importantes jogadores que atuaram na Seleção Brasileira. Sua primeira convocação aconteceu em 1993, num jogo contra o México, em que marcou o gol da vitória da equipe verde e amarela.

Depois fez parte do grupo que foi medalha de bronze nos "Jogos Olímpicos de Atlanta", em 1996, em que acabou como um dos "crucificados" na derrota contra a Nigéria, por ter errado o passe que resultou no "gol de ouro", que deu a vitória aos africanos na prorrogação. E por causa disso ficou um ano fora da seleção.

Esteve presente nas conquistas da Copa das Confederações de 1997 e da Copa América de 1999. Jogou as Copas do Mundo de 1998, na França, quando foi vice-campeão e titular absoluto com Felipão, em 2002, na conquista do Mundial do Japão/Coréia. No total, foram 74 jogos e 34 gols pela Seleção.

Títulos conquistados. Santa Cruz: Campeonato Pernambucano ( 1990); Palmeiras: Campeonato Brasileiro (1994); Campeonato Paulista (1996); Barcelona: Campeonato Espanhol (1997-98, 1998-99) Copa do Rei (1998); Supercopa Europeia (1997); Milan: Liga dos Campeões da UEFA (2003); Copa da Itália (2003); Supercopa Europeia (2003); Trofeo Luigi Berlusconi (2002); Cruzeiro: Campeonato Mineiro (2004); Olympiakos: Campeonato Grego (2005, 2006, 2007); Copa da Grécia (2005 e 2006); Bunyodkor: Copa do Uzbequistão (2008); Campeonato Uzbeque (2008, 2009); Seleção Brasileira: Jogos Olímpicos, Medalha de Bronze (1996); Copa das Confederações (1997); Copa América (1999); Copa do Mundo (2002).

Premiações individuais: Bola de Prata da Revista Placar (1993, 1994); Melhor Jogador Estrangeiro de La Liga (1998); Melhor Jogador do Mundo pela FIFA (1999); Melhor Jogador do Mundo pela World Soccer (1999); Balon d'Or (1999); Onze d'Or (1999); All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA (1998, 2002); Melhor Jogador da Super Liga Grega (2006); FIFA 100 (2004).

Artilharias.Artilheiro da Copa América (1999 - 5 gols); Artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA (2000 - 10 gols); Artilheiro da Campeonato Uzbeque de Futebol (2009 - 19 gols) (Pesquisa: Nilo Dias)


Rivaldo brilhou na Seleção Brasileira. (Foto online@oestadoce.com.br)

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