Ontem,
15, o meia-atacante Rivaldo, de 41 anos de idade e um dos mais consagrados
jogadores do futebol brasileiro em todos os tempos, anunciou que está
pendurando as chuteiras. É o final de uma carreira que durou longos 24 anos.
Rivaldo
estava jogando pelo Mogi Mirim, do interior paulista, clube do qual também é
presidente. Rivaldo Vitor Barbosa Ferreira, seu nome completo, nasceu em
Paulista (PE), no dia 19 de abril de 1972.
O
agora ex-jogador comunicou sua decisão de encerrar a carreira em uma nota
distribuída a imprensa, em que agradece “a Deus, minha família e a todos pelo
apoio, pelo carinho que recebi durante esses 24 anos como jogador. Hoje venho
comunicar a todos os torcedores do mundo que minha história como jogador chegou
ao fim. Somente tenho que agradecer pela linda carreira que construí durante
esses anos”.
O
craque começou a ganhar prestigio no Santa Cruz, de Recife, onde chegou em
1990, aos 18 anos de idade, para atuar no time Juvenil, depois de ter
impressionado olheiros locais, que o viram jogar pelo Paulistano, de sua terra
natal, em um torneio.
Ainda
nos Juvenis, Rivaldo chegou a participar de alguns jogos do time de cima, pelo
Campeonato Pernambucano. Em 1991 se profissionalizou. Em 1992, depois de ter
brilhado na “Copa São Paulo de Juniores”, foi trocado por cinco jogadores com o
Mogi Mirim e nem retornou a Pernambuco. Junto com ele foram os seus colegas
Válber e Leto.
Rivaldo
fez parte do famoso “Carrossel Caipira”, time do Mogi Mirim que encantou a
todos no Campeonato Paulista de 1992. Dirigido pelo técnico Vadão, o Mogi Mirim
contava com jogadores de expressão como Leto, Admilson, Válber e Rivaldo, que
no mesmo ano foram contratados por empréstimo pelo Corinthians, além do
zagueiro Capone.
No
“Timão”, Rivaldo não foi bem no Torneio Rio-São Paulo de 1993, perdendo para um
time misto do Palmeiras e também foi mal no Campeonato Paulista . No
“Brasileirão” se recuperou e marcou 11 gols, fazendo jús a “Bola de Prata”,
prêmio oferecido pela revista “Placar”.
Suas
atuações não convincentes no Corinthians, impediram sua convocação para a
Seleção que disputou a Copa do Mundo de 1994. O Corinthians acabou desistindo
de contratá-lo em definitivo, pois não conseguiu reduzir o valor pedido pelo
Mogi Mirim por seu passe. Em vista disso o Palmeiras, em parceria com a
patrocinadora "Parmalat", pagou R$ 2,4 milhões ao Mogi.
No
alvi-verde teve atuações destacadas, tendo sido vice-artilheiro do campeonato
Brasileiro, com 14 gols, e o principal jogador da conquista do quarto título
palmeirense na competição. Na final
contra o Corinthians, marcou dois gols na vitória por 3 X 1, no primeiro jogo
e, na volta, fez o gol do empate por 1 X 1. Agora, como palmeirense, recebeu
nova “Bola de Prata”. Ainda no Palmeiras foi Campeão Paulista de 1996.
Depois
do título paulista, Rivaldo foi vendido ao Deportivo La Coruña, da Espanha. Chegou
ao time da Galícia com a missão de substituir o ídolo local Bebeto, que fora
repatriado para o Flamengo. Teve uma ótima temporada, fazendo 21 gols, que
foram fundamentais para o terceiro lugar do clube no campeonato espanhol.
Uma
temporada depois, Rivaldo foi negociado com o Barcelona, que pagou ao La Coruña
uma fortuna estimada em quase 30 milhões de dólares. Rivaldo chegou ao clube
catalão para substituir Ronaldo “Fenômeno”, que se transferira para a
Internazionale, da Itália.
Pelo
time da “Catalunha” jogou 273 vezes e marcou 130 gols. Foi campeão da Supercopa
da Uefa de 1997, da Liga Espanhola em 1997 e 1998 e da Copa do Rei de 1998. Defendendo
o Barcelona, foi escolhido em 1999 pela Fifa, como o melhor jogador do mundo. E
também ganhou a "Bola de Ouro" da revista “France Football”.
Depois
do Barcelona jogou no Milan, da Itália, onde não alcançou o mesmo sucesso.
Retornou ao Brasil, onde defendeu o Cruzeiro, de Belo Horizonte por seis meses.
De volta a Europa, vestiu as camisas do Olympiakos, onde ganhou o Campeonato e
a Copa Grega, e do AEK Atenas, ambos da Grécia, onde permaneceu por quatro
anos.
Encerrou
sua estada no exterior jogando ainda pelo Bunyodkor, do Uzbequistão, onde foi
bicampeão nacional, e Kabuscorp, de Angola, depois de uma breve passagem pelo
São Paulo. O ex-jogador recebeu algo em torno de cinco milhões de dólares, uma
das maiores contratações da história do futebol africano. Depois vestiu as
camisas do São Caetano e Mogi Mirim, clube onde encerrou a vitoriosa carreira.
Rivaldo
foi também um dos mais importantes jogadores que atuaram na Seleção Brasileira.
Sua primeira convocação aconteceu em 1993, num jogo contra o México, em que
marcou o gol da vitória da equipe verde e amarela.
Depois
fez parte do grupo que foi medalha de bronze nos "Jogos Olímpicos de Atlanta", em
1996, em que acabou como um dos "crucificados" na derrota contra a Nigéria, por
ter errado o passe que resultou no "gol de ouro", que deu a vitória aos africanos
na prorrogação. E por causa disso ficou um ano fora da seleção.
Títulos conquistados. Santa Cruz: Campeonato Pernambucano ( 1990); Palmeiras:
Campeonato Brasileiro (1994); Campeonato Paulista (1996); Barcelona: Campeonato
Espanhol (1997-98, 1998-99) Copa do Rei (1998); Supercopa Europeia (1997); Milan:
Liga dos Campeões da UEFA (2003); Copa da Itália (2003); Supercopa Europeia (2003);
Trofeo Luigi Berlusconi (2002); Cruzeiro: Campeonato Mineiro (2004); Olympiakos:
Campeonato Grego (2005, 2006, 2007); Copa da Grécia (2005 e 2006); Bunyodkor: Copa
do Uzbequistão (2008); Campeonato Uzbeque (2008, 2009); Seleção Brasileira: Jogos
Olímpicos, Medalha de Bronze (1996); Copa das Confederações (1997); Copa
América (1999); Copa do Mundo (2002).
Premiações
individuais: Bola de Prata da Revista Placar (1993, 1994); Melhor Jogador
Estrangeiro de La Liga (1998); Melhor Jogador do Mundo pela FIFA (1999); Melhor
Jogador do Mundo pela World Soccer (1999); Balon d'Or (1999); Onze d'Or (1999);
All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA (1998, 2002); Melhor Jogador da Super
Liga Grega (2006); FIFA 100 (2004).