Alcindo
Martha de Freitas, mais conhecido como Alcindo, nasceu na cidade gaúcha de Sapucaia
do Sul, no dia 31 de março de 1945, e morreu em Porto Alegre, no dia 27 de
agosto de 2016, na idade de 71 anos.
O
ex-jogador de futebol estava internado no Hospital São Lucas da Pontifícia
Universidade Católica (PUC), em Porto Alegre, há mais de três meses devido a complicações
originadas pela diabetes.
Em
julho, o Grêmio chegou a fazer uma campanha junto aos seus torcedores para a
doação de sangue ao ídolo, que defendeu a camisa gremista entre 1964 e 1971, e
também em 1977, somando 264 gols no clube, sendo 13 em Gre-Nais.
Com
passagens também pelo Santos e pelo futebol mexicano, foram 636 gols marcados
na carreira. Em 1966, fez parte do elenco que tentou o tri na Copa do Mundo
disputada na Inglaterra.
Alcindo
começou a carreira nas categorias de base do Aimoré, de São Leopoldo, tendo
depois sido transferido para os juvenis do Lansul, de Esteio. Quando de um jogo
com os aspirantes do Internacional, em 1958, Alcindo, que tinha apenas 13 anos
de idade foi contratado pelo time colorado.
Ao
final dos anos 50 foi dispensado pelo Internacional, em razão de ter pedido uma
ajuda de custo para poder comparecer aos treinos. Por isso foi parar nas
categorias de base do Grêmio, que o emprestou ao S.C. Rio Grande, de Rio
Grande, em 1963, onde teve destacada atuação.
No
ano seguinte retornou ao Grêmio para jogar nos profissionais do clube. No tricolor, formou uma boa dupla de ataque com João Carlos Severiano. Em 1972 foi
para o Santos, convidado por Carlos Alberto Torres e atraído por jogar com
Pelé.
Em
1973 foi jogar no Jalisco, do México, a convite do treinador Mauro Ramos. Ainda
no México, se transferiu para o América. Foi lá na Cidade do México que nasceu
seu filho, Juan Carlos.
O
“Bugre Xucro”, apelido dado pelo narrador paulista Geraldo José de Almeida,
estreou com a camisa tricolor em 1964. Tinha uma jogada mortal: recebia a bola
na entrada da área e, de costas para o gol, protegia-a com o corpo e girava
rápido, para o chute certeiro.
Veloz,
fazia a festa com os lançamentos milimétricos do meia Sérgio Lopes. Alcindo
tinha na força física e na intimidade com o gol adversário as suas principais
virtudes.
Se consagrou como o segundo maior artilheiro da história dos Grenais com 13 gols, ficando atrás apenas de Luiz Carvalho, que marcou 17 vezes pelo tricolor no clássico. É o primeiro jogador, na lista dos 10 maiores artilheiros do clube, com 231 gols ao todo.
Se consagrou como o segundo maior artilheiro da história dos Grenais com 13 gols, ficando atrás apenas de Luiz Carvalho, que marcou 17 vezes pelo tricolor no clássico. É o primeiro jogador, na lista dos 10 maiores artilheiros do clube, com 231 gols ao todo.
Jogou
a Copa do Mundo de 1966 pela Seleção Brasileira. Com a camisa canarinho fez
sete jogos, sendo quatro vitórias, dois empates e uma derrota. Marcou um gol. Seu
companheiro de ataque foi Tostão. Encerrou a carreira profissional em 1978,
consagrado como um dos maiores ídolos da história do Grêmio.
Alcindo
é o maior goleador do Olímpico. Foram 129 gols em 186 jogos. No total, ali e em
outros campos, em 11 anos de Grêmio, ele fez 231 gols em 377 partidas. O
Olímpico foi o seu templo.
Alcindo
inspirou milhares de crianças e adolescentes a serem gremistas. A maioria, que
ouvia a narração das partidas pelo rádio, nunca o viu jogar. O centroavante foi
a estrela de um time vencedor, numa época em que a competição regional dava a
medida da rivalidade Gre-Nal.
Alcindo
estreiou num Gre-Nal no dia 23 de abril de 1964, uma quinta-feira à noite. Havia
completado 19 anos no dia 31 de março. O Grêmio tinha Arlindo, Renato Silva, Airton, Áureo, Ortunho, Cleo, Marinho, Sergio Lopes, Joãozinho, Alcindo e
Vieira. O Inter vinha com Gainete, Edmilson, Rui, Luís Carlos, Sadi, Sapiranga,
Parobé, Nilzo, Vanderley, Gaspar e Cacildo.
Aos
25 minutos do primeiro tempo, Alcindo faz o que considerou o gol mais importante
da sua vida, porque o consagrou na estreia de um Gre-Nal. O lateral Renato Silva
chutou de longe, a bola bateu no joelho de Gainete, e o Bugre marcou no rebote.
Aos 35 minutos, Alcindo marcou de novo.
Alcindo
adorava Gre-Nal. Jogou 31 clássicos, ganhou 11, perdeu nove e empatou 11. Fez
12 gols em Gainete, Schneider, Silveira, Guaporé e Manga.
Quantos
viram Alcindo jogar? Logo que parou, ele sonhava que continuava fazendo gols. O
pesquisador Laert Lopes sabe que, se Alcindo fez 129 gols em 186 jogos no
Olímpico, sua média era de dois gols a cada três partidas. Em 57 jogos na
Arena, Barcos fez 14 gols. Um gol a cada quatro jogos. Não há como não ter
saudade de Alcindo.
Fica
a memória do “Estádio Olímpico”, com números também monumentais. Desde o
primeiro jogo, no dia 19 de setembro de 1954, até o último, em 17 de fevereiro
de 2013, o Olímpico teve 1.768 partidas. O Grêmio venceu 1.159 vezes, empatou
382 e perdeu 227. Fez 3.510 gols, sofreu 1.306.
Títulos.
Grêmio: Campeão Gaúcho (1964, 1965, 1966, 1967, 1968 e 1977); Santos: Campeão
Paulista (1973); Campeão da Copa dos Campeões Brasileiros (1975); América do
México: Campeão Nacional (1976). (Pesquisa: Nilo Dias)