terça-feira, 25 de abril de 2017

O pai esquecido do futebol brasileiro

Quem garante que o futebol cresceu e se consolidou no país graças a técnica e a eficácia dos próprios jogadores brasileiros? Pelo menos essa não é a convicção de um canal de televisão na Escócia, que apresentou um documentário mostrando que o futebolista escocês Archie McLean foi o verdadeiro responsável pelo estilo criativo dos brasileiros de jogar futebol.

Ele foi chamado no documentário, que também foi reprisado pelo canal “Stv or”, de Brasília, de "o pai esquecido do futebol brasileiro". Começou a jogar como atleta amador em seu país ao início do século 19, quando defendeu as equipes do Johnstone e do Ayr United. A carreira durou pouco, visto que paralelamente trabalhava em uma empresa têxtil de Paisley, e foi transferido em 1912 para São Paulo, no Brasil.

Em principio Archie deveria ficar no Brasil por um período de apenas três meses, mas acabou ficando por 40 anos. Por aqui desenvolveu uma exitosa carreira futebolística, atuando por vários clubes e chegando até a jogar ao lado do lendário Arthur Friedenreich.

O pouco que se sabe a respeito do escocês foi contado por seu neto, Malcolm McLean, que narrou o documentário apresentado sobre seu avô na TV escocesa. E ele próprio admite que o título é um tanto exagerado, e visava somente chamar a atenção dos desportistas da Escócia.

Mas nem por isso deixa de acreditar que o seu avô teve realmente uma grande influência no desenvolvimento do futebol no Brasil. Na época em que Archie chegou ao nosso país, prevaleciam os lançamentos longos no futebol. E foi ele quem introduziu a tabelinha, um estilo de jogo curto e rápido, que é definido pelo neto como estilo escocês.

Segundo ele, Archie era um jogador ágil e rápido, não ficava parado e não tinha medo de trombar com os adversários. Seu estilo veloz e a naturalidade escocesa lhe renderam um apelido nada agradável, “veadinho”. Isso porque na Escócia existem muitos veados correndo nas montanhas.

Malcolm McLean, que cresceu em terras brasileiras, acredita que o apelido não tinha nada de pejorativo e se devia mais ao bom humor dos torcedores brasileiros. Ele mora em Glasgow, na Escócia e vem ao Brasil a cada dois anos.

Foi ai que Archie criou com outros amigos escoceses o “Scottish Wanderers”, da fábrica em que trabalhava e ficava próxima ao bairro em que residia, o Ipiranga. Antes havia jogado apenas uma partida pelo São Paulo Athletic Club, que parou com o futebol por não concordar com o amadorismo marrom praticado.

O clube disputou os campeonatos paulistas de 1914 e 1915, classificando nas duas vezes em penúltimo lugar. E foi expulso da Federação porque usava o dinheiro das rendas para pagar jogadores do Colégio Mackenzie. Em razão do fechamento do clube, transferiu-se em seguida para o Sport Club Americano, onde conheceu o auge da carreira, tendo participado de um jogo de seu time, que representou o Brasil, contra a Argentina, em 1913.

Naqueles tempos distantes, não era fácil montar uma seleção em um país tão grande como o Brasil. Se considerarmos que o Americano foi na ocasião equivalente ao time nacional, pode-se garantir que Archie foi o único estrangeiro a jogar pela Seleção Brasileira até hoje, diz o neto do jogador. Por fim jogou no São Bento, onde concluiu a carreira futebolística.

McLean nasceu em 1886 e se dedicou aos esportes ao longo de toda a sua vida. Ele nunca quis ser treinador. Quando parou de jogar na linha, virou goleiro. E quando morreu, em 1971, de câncer, ele ainda estava bem em forma, pois sempre jogava golfe.

Além do documentário já exibido, outro foi levado ao ar em 2007, que teve a narração do ator Sean Connery. E também foi escrito um livro contando a vida de Archie.

O neto do escocês que "inventou" a tabelinha no futebol brasileiro, disse que o documentário teve grande aceitação pelo público escocês, por uma questão de ligação afetiva. Ele garante que na Escócia, todo mundo torceu pelo Brasil na Copa do Mundo de 2014. (Pesquisa: Nilo Dias)


sexta-feira, 14 de abril de 2017

Um contador de histórias

Valdemar Cavalcanti, ou simplesmente “Demazinho”, como é mais conhecido, faz parte do folclore esportivo de Petrolina, cidade do sertão pernambucano, onde mora desde 1957. Ele é baiano de Campo Formoso, distante 340 quilômetros de Salvador, onde nasceu em 3 de agosto de 1947.

Em terras pernambucanas ganhou o apelido de “Demazinho”, o que se explica em razão de sua baixa estatura. Chegou a tentar a carreira de jogador de futebol, mas não era a sua praia, por isso desistiu e resolveu enveredar por outros caminhos.

E foi por acaso que se tornou árbitro de futebol. Ele, que na época trabalhava como serralheiro, assistia a um treino do time local do Caiano Esporte Clube, quando o treinador Geraldo Melo o convidou para pegar o apito e dirigir o coletivo. E se deu bem na missão, sendo elogiado pelos dirigentes, jogadores e torcedores do clube.

Ele nem de longe imaginava que ali estava começando uma carreira, que teria a duração de 18 anos. O primeiro jogo que apitou foi em 1 de maio de 1966, no estádio da Associação Rural. Vale acrescentar que em toda sua carreira só apitou jogos de clubes amadores, nunca sendo árbitro em jogos profissionais, apenas bandeirinha.

Mas quando jogavam Caiano, América e Palmeiras, todos amadores, aí a coisa era com ele mesmo.

Nesses 18 anos apitando, e mais de 40 envolvido no futebol de Petrolina, “Demazinho” viu muita coisa e guardou na memória. Ele gosta de contar esses fatos aos amigos que diariamente o procuram em um banco de praça na cidade pernambucana.

E está sempre de bom humor. Até hoje frequenta o Estádio da Associação Rural, que agora tem nome, chama-se “Paulo de Souza Coelho”. Desde a fundação da praça esportiva, em 1961, que ele é visto sentado em uma das arquibancadas.

Por lá viu grandes jogos e observou verdadeiros craques em campo. Ouviu e contou histórias, algumas hilariantes, outras nem tanto, que até agora ainda são lembradas por ele. E garante que nos campos amadores de Petrolina passaram atletas que marcaram época no futebol local e com certeza poderiam jogar em qualquer time profissional.

Alguns eram melhores que certos renomados atletas da Seleção Brasileira. Ele cita o jogador Sinésio, que na sua visão era melhor que Zico. Com certeza, se tivesse tido oportunidade jogaria em qualquer seleção do mundo, não só do Brasil.

Por Petrolina passaram grandes clubes profissionais do futebol brasileiro, que por lá jogaram amistosos, e ele assistiu a todos. Casos de Botafogo, Atlético Mineiro, Bahia, os três times de Recife (Náutico, Sport e Santa Cruz).

Confessa que só não assistiu a jogos do Flamengo, do Rio de Janeiro, por que não gosta desse time. Tem verdadeira ojeriza pelas cores vermelha e preta. Isso se explica porque “Demazinho” é torcedor do Botafogo carioca.

Já em Petrolina ele diz que não torce por nenhuma equipe em especial, herança trazida desde os tempos em que era árbitro. Gostava de primar pela imparcialidade. E afirma que o seu coração tem espaço para todos os times da cidade.

Garante que quase sempre se deu bem nos jogos que apitou. As torcidas e os jogadores o respeitavam muito. Mas uma vez foi obrigado a chamar o policiamento para fazer cumprir a lei do jogo.

Ele expulsou de campo um jogador, e este, inconformado, disse que ia lhe dar uma surra. Nada mais restou ao árbitro que correr para o meio dos dois soldados que faziam a segurança do jogo. Mostrou o cartão vermelho e disse a ele:

“Dê agora. Venha bater em mim”, conta dando gostosas gargalhadas. O tempo passou célere e hoje “Demazinho” e o atleta que foi expulso são grandes amigos.

O jogo que lembra com entusiasmo aconteceu entre Caiano e Palmeiras, num sábado a tarde, que valia o título de campeão da cidade. Estava chovendo.

O Palmeiras fez 1 X 0 e as torcedoras “Maria Lampião” e “Socorro de Zé Bruno” foram lavar a sede do time para fazer a festa depois do jogo. Surpresa. Quando voltaram ao estádio, o Caiando estava ganhando por 7 X 1 e a festa foi para o espaço.

Outra história interessante é a do juiz que não sabia ver o tempo de jogo no relógio. Naquela época era costume riscar o relógio com um lápis, mostrando onde começava e onde terminava o tempo regulamentar. O fato aconteceu em 1977.

E teve um dia que choveu e apagou o risco. O problema, é que o juiz da partida não sabia ver a hora.  O jogo já estava em 50 minutos e ele sem parar. O jeito foi alguém entrar em capo para encerrar o primeiro tempo.

Além do problema com o relógio, o juiz do jogo passou por outra situação inusitada na mesma partida, como conta “Demazinho”.

Essa história foi publicada até por jornais dos Estados Unidos. No intervalo do jogo, ele teve uma dor de barriga terrível e ficou atrás do mato. E nada do jogo recomeçar. Aí ficou todo mundo procurando o juiz, que foi encontrado tempos depois levantando o calção. O árbitro trapalhão, cujo nome “Demazinho” não revelou, hoje vive em Recife.

Nem os narradores de futebol de Petrolina escapam da língua ferina de “Demazinho”. Ele conta muitas histórias vividas pelo locutor Herbert Mouze, que costumava dizer: “Rádio Juazeiro, a melhor do Atlântico”.

E a pergunta vinha rápida: “Onde é que Juazeiro tem Atlântico, aqui é o rio São Francisco”. E tinha também o repórter Antônio Avelar. Certa vez a torcida gritava “Vai na bola, Avelar”. Ele jogou o microfone no chão e saiu correndo atrás da bola.

Muito boa a historinha que envolve um torcedor do Palmeiras, chamado de “Luiz tá em todas”.  Quando o adversário de seu time fazia gol, ele passava para o outro lado da arquibancada para tomar umas e outras. Por isso o curioso apelido.

“Demazinho” não casou e não tem filhos, mora com uma irmã. Aposentado, garante ser um homem livre, que quase aos 70 anos viaja para onde quer e quando quer. Sua segunda casa é o estádio Paulo de Souza Coelho, local onde passa a maior parte de seu tempo.

Ele se mostra preocupado com o futuro do futebol amador de Petrolina, que não vive um bom momento. E apela às autoridades para que ajudem o esporte a voltar aos bons tempos da Associação Rural. (Pesquisa: Nilo Dias)


terça-feira, 4 de abril de 2017

O "Deus" búlgaro do futebol

Hristo Stoichkov foi, sem a menor dúvida, o grande nome do futebol búlgaro em todos os tempos. Falastrão, polêmico e brincalhão, o craque encantou a Europa no final dos anos 80 vestindo a camisa do CSKA Sofia e depois partiu para o estrelato com o azul e grená do Barcelona, campeão de quase tudo nos anos 90.

Seu auge aconteceu em 1994, quando não só brilhou intensamente pelo time catalão como também fez da Copa do Mundo dos EUA um palco para o seu debute e consagração mundial. Quem viu jamais se esqueceu das apresentações de gala daquele baixinho rápido, habilidoso e fora de série, que deixava companheiros na cara do gol ou partia ele mesmo enfileirando zagueiros e assinando obras primas maravilhosas.

Stoichkov marcou seis gols que levaram a Bulgária a uma incrível semifinal, perdida por pouco para a Itália de Roberto Baggio. Depois do mundial, o craque foi perdendo a intensidade aos poucos, mas não o poder de decisão, marcando gols importantes em finais pelos outros clubes que defendeu até encerrar a carreira

Nasceu em 8 de fevereiro de 1966, em Plovdiv, a segunda cidade do país em população total, com 378.107. Está situada às margens do rio Maritsa, sendo a cidade um importante centro econômico, de transportes, cultural e educacional. Altura de 1,78 cm e peso de 85 quilos.

Atacante, começou a carreira em 1981 na equipe do Maritsa Plovdiv, da segunda divisão búlgara. Depois jogou no Hebros, também da Bulgária. Sabendo dos problemas de temperamento do Stoichkov, seu pai, que trabalhava no Ministério da Defesa da Bulgária, colocou-o no CSKA Sófia. A esperança era de que ali, no time do Exército, o garoto conseguiria se controlar e amadurecer. Stoichkov tinha a pecha de craque-problema.

Com ainda 19 anos, sua carreira ficou seriamente ameaçada. Na primeira vez que disputou um título, a Copa da Bulgária de 1985, fez o gol da vitória na final contra o arquirrival Levski Sófia. No entanto, em uma partida cheia de lances violentos dos dois times, o jogo terminou com uma briga generalizada. Stoichkov saiu a socos com o goleiro adversário, Borislav Mihaylov.

As imagens do jogo foram tão contundentes na opinião pública búlgara que o próprio Comitê Central do Partido Comunista Búlgaro se reuniu no dia seguinte e decretou o banimento de vários jogadores, dentre eles o jovem Stoichkov. O órgão também determinou que aquela Copa da Bulgária ficaria sem campeão e que os dois times seriam extintos. O Levski virou "Sredets" e o CSKA, "Vitosha".

Uma anistia foi dada aos jogadores um ano depois. Stoichkov voltou a jogar a partir da temporada 1986/87 e conduziu o Vitosha ao título no campeonato búlgaro e na Copa da Bulgária.

Novas conquistas dobradas vieram em 1989. A Copa também foi conquistada em 1988. Naquele ano, a punição aos clubes também foi atenuada e eles retomaram os antigos nomes e o CSKA, o título da Copa de 1985.

Stoichkov deu-se bastante bem: além dos títulos, ele foi eleito o melhor jogador do país em 1987, 1988 e 1989. Em 1990, ganhou novamente o campeonato búlgaro, do qual sua artilharia foi a maior do continente.

Com isso, recebeu a chuteira de ouro europeia, premiação dividida com o mexicano Hugo Sánchez, da equipe espanhola do Real Madrid. O feito faria Stoichkov desembarcar justamente na Espanha, no arquirrival Barcelona, por indicação de Johan Cruyff, então técnico do time catalão.

Não demorou para que seus lançamentos precisos e a perna esquerda fizessem história no clube catalão. Na primeira temporada no Barça, o time quebrou a série de cinco títulos seguidos do Real na liga espanhola, embora o reforço tenha ficado dois meses fora em nova confusão: em seu primeiro clássico contra o Real Madrid, pisou no juiz e foi suspenso, inicialmente por seis meses. Contra outro time madrilenho, o Rayo Vallecano, chegou a ser expulso após receber dois cartões amarelos em seis minutos.

Stoichkov era adorado por seus compatriotas que diziam haver um Cristo lá em cima e outro aqui embaixo. Ambos fazem milagres, em alusão ao seu nome Hristo, a versão búlgara para Cristo. Outros diziam que a versão correta era “Existem apenas dois Cristos. Um joga no Barcelona, o outro está no paraíso".

Tratava-se de um meia de estilo técnico, dono de uma perna esquerda capaz de entortar qualquer zagueiro, fazer lançamentos e finalizar com extrema e rara precisão. Na Copa de 94 foi artilheiro, ao lado do russo Salenko, com seis gols e ganhou o prêmio de melhor jogador da Europa nesse ano, concedido pela revista "France Football".

Apesar de ser um verdadeiro craque, Stoichkov não era aquilo que se poderia chamar de “flor que se cheire”. Não teve a carreira marcada somente pelos inúmeros títulos que colecionou ou pelos muitos gols que marcou, como aquele que desclassificou a Alemanha na Copa de 94.

Costumeiramente criava confusões dentro e fora dos gramados, tendo colecionado encrencas. Pegou três suspensões superiores a um mês e se transformou num dos jogadores que mais receberam cartões amarelos por reclamação na história do futebol espanhol.

Logo no primeiro ano de Barcelona, mostrou as duas faces que marcariam toda sua carreira: a de craque e a de "jogador problema". Era amigo de time, de alergia a treinos e de farras, de Romário, o lendário jogador brasileiro.

Sobre Romário, o craque búlgaro disse o seguinte, em entrevista ao iG Esporte em setembro de 2009.

“Pra mim, o Romário foi o melhor jogador brasileiro da história. Jogamos dois anos juntos no Barcelona. Pra mim ele era o melhor dentro da área. E também sempre tive uma boa relação com ele, com os filhos, com a ex-mulher Mônica. Então, pra mim, o Romário era o melhor amigo, o melhor profissional, o melhor na área. Muito melhor que qualquer outro”.

As ótimas performances renderam a Stoichkov a segunda posição na eleição do melhor jogador do mundo em 93, perdendo apenas para o italiano Roberto Baggio.

Depois de vários desentendimentos com a imprensa, diretoria, técnico e jogadores, Stoichkov foi vendido para o Parma. A disciplina italiana, no entanto, foi demais para o jogador que voltou um ano depois para o Barcelona.

Em 98, foi emprestado para o CSKA Sofia e em seguida repassado para disputar apenas um jogo pelo Al Nasr, do Emirados Árabes: a final da Recopa Asiática. Disputou a Copa de 98 e, aos 32 anos, nem de longe lembrava o craque do Mundial anterior.

Logo depois se transferiu para o futebol japonês. Em meados de 99 anunciou sua retirada dos gramados, mas em 2000 foi contratado pelo Chicago Fire para disputar a Liga Norte-Americana.

Títulos. Pelo CSKA Sófia. Liga Búlgara (1986-1987, 1988-1989, 1989-1990); Copa Búlgara (1987, 1988, 1989) e Supercopa Búlgara (1989). Barcelona. Liga dos Campeões da UEFA (1991-1992); Recopa Européia (1996,1997); Campeonato Espanhol (1990-1991, 1991-1992, 1992-1993, 1993-1994); Copa do Rei (1997) e Supercopa da Espanha (1992, 1993, 1995, 1996). Al Nassr.
Supercopa da Ásia (1998) e Copa dos Vencedores da Copa Asiática (1998). Kashiwa Reysol. Copa Nabisco (1999). Chicago Fire. US Open Cup (2000). DC United. MLS Cup (2004).

Principais títulos individuais e Artilharias: Artilheiro do Campeonato Búlgaro (1988-1989 - 23 gols) e 1989-1990 - 38 gols); Artilheiro da Recopa da UEFA (1988-1989 - 7 gols); Chuteira de Ouro da Europa (1990); Onde d´Or (1992); Chuteira de Ouro da Copa do Mundo da FIFA (1994 - 6 gols); Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA (1994); Bola de Ouro da revista France Football (1994); Don Balón Award de Melhor Estrangeiro do Campeonato Espanhol (1994); Eleito para o All-Star Team da Eurocopa (1996); Eleito o 29º Melhor Jogador do Século XX pela revista Placar (1999); FIFA 100 (2004) e Eleito entre os 100 Melhores Jogadores do Século XX pela revista World Soccer (2007).

Após dar adeus aos gramados, Stoichkov se arriscou na carreira de técnico de futebol, passando pelo Barcelona e até pela seleção búlgara, mas seu temperamento e opiniões controversas causaram vários problemas com jogadores e geraram resultados muito abaixo do esperado. Hoje, Stoichkov ainda comanda times, mas longe dos holofotes, lá em sua terra natal.

O legado deixado em campo, porém, permanece intacto, sublime, marcante e inesquecível. Hristo Stoichkov foi um talento único, brilhou diante de centenas de milhares de torcedores pela Europa e pelo mundo, fez jogadas de gênio e mostrou que um país com tradição zero no futebol como a Bulgária poderia, sim, ter craques imortais. (Pesquisa: Nilo Dias)

Romário e Stoichkov no Barcelona. (Foto: Divulgação)