A
música brasileira está de luto e o futebol também, com o falecimento ocorrido
ontem (30), da querida e grande cantora Beth Carvalho, a “madrinha do samba”,
aos 72 anos de idade.
Beth
Carvalho, botafoguense assumida, morreu às 17h33min, no “Hospital Pró-Cardíaco”,
em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde estava internada desde 8 de
janeiro.
A
artista foi vítima de infecção generalizada (sepse, também conhecida como
septicemia), segundo nota divulgada depois das 19h pela unidade de saúde.
Havia
pelo menos 10 anos, que Beth Carvalho estava com problemas de coluna. Em 2012
ela fez uma cirurgia, mas o problema persistiu. Por conta disso, no ano passado
a cantora fez um show no Rio deitada em um sofá.
Ela
iria se apresentar em 5 de maio, dia em que completaria 73 anos, no “Vivo Rio”,
no Rio de Janeiro, mas nesta segunda-feira, o show foi cancelado por
recomendação médica.
O corpo da cantora e compositora, será velado no Salão Nobre da sede do Botafogo, time do coração da sambista, na Zona Sul carioca, das 10h às 16h desta quarta-feira. Após o velório, a sambista será cremada no "Crematório do Caju", Zona Norte do Rio.
Vinda da Zona Sul carioca, Beth Carvalho entrou para a história como a grande madrinha do samba. Nascida em 5 de maio de 1946, em uma família de classe média, ela teve contato com o samba desde pequena.
O corpo da cantora e compositora, será velado no Salão Nobre da sede do Botafogo, time do coração da sambista, na Zona Sul carioca, das 10h às 16h desta quarta-feira. Após o velório, a sambista será cremada no "Crematório do Caju", Zona Norte do Rio.
Vinda da Zona Sul carioca, Beth Carvalho entrou para a história como a grande madrinha do samba. Nascida em 5 de maio de 1946, em uma família de classe média, ela teve contato com o samba desde pequena.
Aos oito anos de idade já se
maravilhava com as gravações de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de
Almeida. Ainda menina, ao assistir ao desfile das escolas de samba, encontrou
outro amor definitivo: a "Estação Primeira de Mangueira".
Seu grande sonho era
ser bailarina, ao qual dedicou muitos anos de sua juventude. Na adolescência,
inspirada pela bossa nova, começou a tocar violão e virou professora de música.
Beth mergulhou fundo no samba, rompendo barreiras e dando voz a gênios esquecidos.
Passou
a gravar sambas-enredo numa época em que apenas homens o faziam. E aproximou-se
de dois grandes gênios de sua "Estação Primeira": Cartola e Nelson Cavaquinho,
assumindo o papel de madrinha.
Gravou sucessos como "Vou Festejar" e
"Coisinha do Pai" --esta, muitos anos depois, utilizada para acordar
um robô em Marte. E o Brasil passou a conhecer talentos como Jorge Aragão, Almir
Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Bira Presidente, Ubirany, Zeca Pagodinho.
Poucos
brasileiros desconhecem as preferências de Beth Carvalho. De um lado, seu
coração é verde e rosa; do outro, preto e branco. Embora ela tenha sido enxotada de um carro alegórico da "Mangueira", em desfile de Carnaval, não deixou de amar a escola.
Ela, que sempre foi uma das figuras históricas da verde e rosa, havia pedido para sair no carro, pois não tinha condições físicas de atravessar a avenida a pé;Mas um diretor da escola entendeu que aquele não era o ligar dela. Além de Beth, toda uma ala da comunidade mangueirense viu-se banida do desfile, sem maiores explicações.
E no futebol teve participação importante. A maioria, no entanto, não sabe que Garrincha, Didi e Nilton Santos surgiram na sua vida antes de Nelson Cavaquinho, Cartola e Nelson Sargento.
Ela, que sempre foi uma das figuras históricas da verde e rosa, havia pedido para sair no carro, pois não tinha condições físicas de atravessar a avenida a pé;Mas um diretor da escola entendeu que aquele não era o ligar dela. Além de Beth, toda uma ala da comunidade mangueirense viu-se banida do desfile, sem maiores explicações.
E no futebol teve participação importante. A maioria, no entanto, não sabe que Garrincha, Didi e Nilton Santos surgiram na sua vida antes de Nelson Cavaquinho, Cartola e Nelson Sargento.
Ela
era botafoguense de berço. Antes da paixão pela “Mangueira”, surgiu a
alvinegra. Pai, mãe, irmã mais velha, todos em casa já carregavam no peito a “Estrela
Solitária”.
Antes
disso, já tinha visto a “folha-seca” de Didi e se empolgado com os dribles de
Garrincha. Depois foi a vez de Jairzinho, Paulo Cesar Caju, Marinho Bruxa,
Afonsinho e outros jogadores que se tornaram seus amigos nos encontros no “Cacique
de Ramos”.
Com
os anos, Beth descobriu papel invertido nessa relação com os craques da bola.
Fã confessa da habilidade e classe de Nilton Santos, soube, quando o conheceu,
que era ídolo do ídolo.
O
jogo mais marcante que ela dizia ter visto, foi o do gol do Túlio, no primeiro “Brasileirão”
conquistado pelo Botafogo, em 1995, naquela partida contra o Santos, em São
Paulo. Na verdade, era o segundo título, porque foi reconhecido aquele de 1968.
Mas
na época, para todos os efeitos, era como se fosse o primeiro. E ainda teve a
história do gol de impedimento, que é reclamado até hoje. O Túlio foi uma
maravilha, arrasou. E virou ídolo da cantora.
Depois
desse “Brasileirão”, teve um aniversário dela em que Túlio apareceu de surpresa.
Aquele time era muito bom. Tinha ainda o Gottardo, o Gonçalves, o Donizete,
disse Beth, em sua casa, na “Barra”.
De
fato, até hoje torcedores do Santos se queixam da arbitragem de Márcio Rezende
de Freitas no empate por 1 X 1 entre Santos e Botafogo, dia 17 de dezembro de
1995, no Pacaembu.
Após
vencer no Maracanã a primeira partida, por 2 X 1 - gols de Túlio e Gottardo -, o
Botafogo foi a São Paulo precisando do empate para sair de lá com o título.
Conseguiu o resultado e a taça.
Uma
das partidas que Beth presenciou no Maracanã e não esqueceu foi a polêmica
derrota para o Fluminense por 1 X 0 na final do Campeonato Carioca de 1971.
O
gol decisivo de Lula aos 43 minutos do segundo tempo, num lance em que todos os
alvinegros reclamam até hoje de falta do lateral tricolor Marco Antônio no
goleiro Ubirajara Motta, transformou o árbitro José Marçal Filho em um dos
maiores vilões da história do Botafogo.
Tem
coisas que só acontecem com o Botafogo. Beth estava nesse jogo. Ali nas
cadeiras comuns do Maracanã, onde ficava todo mundo misturado. Tinha uns
tricolores ali, ninguém comemorou.
Beth
chorando, e ninguém vibrando na sua frente. E tinha criança... Naquele dia, ela
ficou arrasada, com raiva do Marco Antônio... Ele frequentava o “Cacique de
Ramos”. Essa turma toda ia lá. Jairzinho, Paulo Cezar Caju, Afonsinho, Marinho
Bruxa...
Tinha
também o Alcir, do Vasco, o Renê, um negro que ela achava bonito. E o Edson, que
virou até seu marido depois. Todos jogavam futebol de salão, tem uma quadra no “Cacique”,
agora coberta.
A
maioria dos amigos de Beth eram Flamengo. Tinha um amigão botafoguense, o seu
cunhado, que é fanático, vai a todos os jogos do Botafogo, inclusive no
interior. Então, ela tinha companhia para ir ver o Botafogo.
Com
Beth Carvalho, não adianta: futebol e samba seguiam juntos. Num pulo até 1989,
ela lembra de outro dia de Maracanã com casamento perfeito das duas maiores
paixões brasileiras.
Outra
partida com arbitragem polêmica que se tornou marcante para a “Madrinha do
Samba” foi a vitória do Botafogo sobre o Flamengo por 1 X 0, na decisão do “Carioca”,
no dia 18 de junho, que pôs fim ao jejum
de 21 anos sem títulos.
O
gol de Maurício, aos 12 minutos do segundo tempo, até hoje provoca discussão
com os rubro-negros, que reclamam de um empurrão do camisa 7 no lateral
Leonardo no lance decisivo. Mas a melhor lembrança foi uma certa música...
A
partida prematura de Beth Carvalho deixa uma lacuna nos apaixonados pela música
brasileira, mas a “Madrinha do Samba”, coisa tão bonitinha do pai, está
eternizada em canções como “Andanças”. Afinal quem nunca soltou a voz nessa
música presente em toda boa roda de violão que se preze.
Botafoguense
de frequentar o estádio, Beth acabou se tornando madrinha do Atlético Mineiro,
que adotou a música “Vou Festejar” como um segundo hino. Em 2006, inclusive,
ela participou da festa do retorno do “Galo” à primeira divisão, cantando a
música em um Mineirão lotado.
Músicos, amigos, celebridades, políticos, entre muitos outros fãs, usaram as redes sociais para homenagear a sambista Beth Carvalho.
Caetano Veloso: “Uma das maiores maravilhas do Brasil. Eu a conheci logo que cheguei ao Rio com Bethânia. Ela muito menina cantando Bossa Nova, depois se tornou a madrinha do renascimento do samba de raiz do Rio de Janeiro. É uma das maiores expressões da nossa cultura. Eu tenho saudade dela”.
A "Estação Primeira de Mangueira" prestou homenagem a Beth Carvalho logo após o anúncio da morte da cantora, que há 50 anos desfilava pela escola de samba carioca.
Músicos, amigos, celebridades, políticos, entre muitos outros fãs, usaram as redes sociais para homenagear a sambista Beth Carvalho.
Caetano Veloso: “Uma das maiores maravilhas do Brasil. Eu a conheci logo que cheguei ao Rio com Bethânia. Ela muito menina cantando Bossa Nova, depois se tornou a madrinha do renascimento do samba de raiz do Rio de Janeiro. É uma das maiores expressões da nossa cultura. Eu tenho saudade dela”.
A "Estação Primeira de Mangueira" prestou homenagem a Beth Carvalho logo após o anúncio da morte da cantora, que há 50 anos desfilava pela escola de samba carioca.
"Com muita tristeza no coração
informamos a toda nação verde e rosa que nossa madrinha, Beth Carvalho, nos
deixou essa tarde e foi para o andar de cima levar sua alegria junto aos
mangueirenses Cartola, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Jamelão entre outros
bambas do samba. Um dos mais importantes nomes do samba e voz que cantava com
alma as cores de nosso pavilhão".
Marcelo D2: “Beth Carvalho talvez tenha sido a primeira grande artista que eu vi meus pais ouvindo em casa ... Vai deixar saudade, mas sua obra fica . Quem se perdeu do amor humano é como tesoura cega, não tem mais direito ao pano Obrigado Beth”.
Filha de Beth Carvalho, Luana, postou duas homenagens à sua mãe, em forma de foto. A cantora usou seu Instagram para compartilhar uma imagem da sua infância e também para mostrar um registro da madrinha do samba, que morreu ontem, aos 72 anos, com sua neta.
Marcelo D2: “Beth Carvalho talvez tenha sido a primeira grande artista que eu vi meus pais ouvindo em casa ... Vai deixar saudade, mas sua obra fica . Quem se perdeu do amor humano é como tesoura cega, não tem mais direito ao pano Obrigado Beth”.
Maria
Ritao: “Fico profundamente triste com essa notícia, porque egoisticamente a
gente fica com essa imagem sua sendo nossa... Eu só busco lembrar que você fez
o que sempre amou e foi fazendo até o fim, com muita garra e muita paixão”.
E
sempre fez por merecer o título de madrinha do samba trazendo compositores,
músicos, novos interpretes, novos nomes. Pra luz, pra frente, pra cima. É um
merecido descanso.
Leandro
Karnal: “Ela foi talentosa, brasileira ao extremo, cheia de vida e de
criatividade. Beth Carvalho nos deixou hoje. As cantoras brasileiras são uma
preciosidade única e Beth era uma jóia cintilante na cultura da música do meu
país”.
Elza
Soares: “O samba está de luto! O samba perde a sua grande intérprete! Com muita
dor no coração que eu falo assim, mas Deus sabe o que faz, a gente não sabe o
que fala. Que vá com Deus e com os anjos. São os meus sentimentos”.
Zeca
Camargo: “Eu cheguei a pensar em comprar os ingressos para ver Beth Carvalho
agora no começo de maio - o que seria um grande retorno dela. E hoje, a notícia
de sua morte.
Fiquei
sem me despedir, mas a força da sua música e o poder do seu samba estão aí pra
quem quiser ver - e vão ficar por muito tempo. Porque o som de Beth Carvalho é
o da paixão. Pela Mangueira, pelo samba, pelo Brasil. Obrigado, Beth”.
Daniela
Mercury: “A extraordinária Beth Carvalho se foi. Minha inspiração, minha amiga:
você é o samba que nos inspira a resistir, que canta o Brasil mais profundo.
Com
você vai um pouco de mim, de nós, do Brasil. Conosco fica a sua voz, a sua
luta, a sua música. Tudo é eterno na sua arte. Estou imensamente triste com sua
partida. Te amo! #BethCarvalho #RIP #saudade #”.
Exatamente
6 dias atrás ela me ligou, isso mesmo, a MADRINHA DO SAMBA me ligou me
convidando pra cantar no show dela no dia 5. Combinamos a música e eu estava
desde então com dificuldades pra dormir de tão ansioso em poder cantar com ela
pela primeira vez. E Arlindinho, filho de Arlindo Cruz: “Exatamente 6 dias
atrás ela me ligou, isso mesmo, a MADRINHA DO SAMBA me ligou me convidando para
cantar no show dela no dia 5.
Combinamos
a música e eu estava desde então com dificuldades pra dormir de tão ansioso em
poder cantar com ela pela primeira vez. E agora? Ainda estou em choque.
Ela
perguntou do meu pai. Falamos sobre homenagear ele, enfim... Descanse em paz, e
obrigado por lembrar de mim isso me dará muita força pra seguir com a bandeira
do SAMBA. Eternamente te amarei BETH CARVALHO”.
Wilson
Witzel, governador do Rio de Janeiro: “Lamento profundamente a morte de Beth
Carvalho, uma das melhores e mais importantes cantoras do nosso país. Seus
sambas embalaram da minha infância até os dias de hoje.
Na
sua longa e bem-sucedida carreira musical, essa grande intérprete do samba
carioca reuniu, ao longo de cinco décadas, fãs de todas as idades, unindo o
país em torno da beleza da sua voz e das suas canções.
O
Estado do Rio de Janeiro hoje ficou mais triste. Compartilho a dor de todos os
admiradores e me solidarizo com os familiares e amigos, em comunicado oficial”.
Gilberto Gil: “Lamentamos a irreparável perda de Beth Carvalho. Madrinha do samba e referência para tantos artistas, fará muita falta nos palcos e na vida de todos nós”.
Gilberto Gil: “Lamentamos a irreparável perda de Beth Carvalho. Madrinha do samba e referência para tantos artistas, fará muita falta nos palcos e na vida de todos nós”.
Filha de Beth Carvalho, Luana, postou duas homenagens à sua mãe, em forma de foto. A cantora usou seu Instagram para compartilhar uma imagem da sua infância e também para mostrar um registro da madrinha do samba, que morreu ontem, aos 72 anos, com sua neta.
No início da madrugada, Luana
Carvalho postou uma imagem em que aparece ainda menina, olhando para uma jovem
Beth, ambas com olhar de admiração. "Dia do trabalhador", legendou
Luana, citando o feriado de hoje, "Dia do Trabalho".
Beth
Carvalho não deixa órfãos apenas no samba, na “Mangueira” e nas torcidas de
futebol. Exemplo de dignidade, vai fazer muita falta para o país. (Pesquisa:
Nilo Dias)