domingo, 28 de dezembro de 2008

Apaixonados pelo futebol

Eu conheci algumas pessoas que dedicaram boa parte de suas vidas a juntar em suas casas, coisas que os leigos achavam ser lixo, quando na verdade, com o passar dos anos se tornaram verdadeiros tesouros. Eu lembro dos amigos que já se foram, Romeu Machado dos Santos, o popular Machadinho, em Pelotas, e Alexandre Degani, em Rio Grande. Os dois guardaram anos a fio, jornais, revistas, fotografias, fitas de gravações e qualquer coisa que lembrasse uma de suas grandes paixões comuns, o futebol.

Com o Machadinho eu tive um contato maior, pois fomos colegas na Rádio Pelotense, a mais antiga emissora gaúcha e a terceira a ser fundada no Brasil. Talvez porque tudo na Pelotense cheirasse a história – eu lembro bem do velho prédio da rua Félix da Cunha – ele tivesse um carinho especial para com ela, onde foi plantão esportivo por muitos anos.

Parece até que estou a ouvir o Machadinho fazendo a sua chamada característica, para anunciar algum resultado de jogo: “Alô Martines...”. E o velho amigo e narrador de futebol, Luis Carlos Martines, com sua voz inconfundível respondia: “Fala Machado”. São tempos que não voltam mais, mas ficam carinhosamente guardados em minha memória. Eu estive na casa do Machadinho várias vezes. Eram pilhas de jornais e revistas espalhadas por toda a parte. Hoje, todo esse acervo está a disposição do público para pesquisas, pois foi adquirido pela Prefeitura Municipal.

Eu até tenho vontade de dar uma olhada nesse material, pois certamente vou encontrar algumas fitas daquelas de rolo, com jogos que narrei, tanto na Rádio Tupancy, quanto na Pelotense. E velhas crônicas que escrevi nos tempos de editor de esportes do jornal “Diário Popular”.

Já o Degani tive o prazer de conhecer pessoalmente quando fui trabalhar em Rio Grande, em 1975, no jornal “Agora” e na Sucursal da Companhia Jornalística Caldas Júnior, que editava os jornais “Correio do Povo”, “Folha da Manhã” e “Folha da Tarde”. Além de ser proprietária da Rádio Guaíba, a primeira emissora do Rio Grande do Sul a transmitir uma Copa do Mundo (1958, na Suécia). O Degani era o plantão esportivo da Rádio Minuano, que tinha como narrador e chefe da equipe esportiva o saudoso Américo Souto. Também escrevia uma coluna semanal no jornal “Agora”, com dados estatísticos dos três clubes profissionais da cidade.

O valioso acervo deixado pelo Degani, segundo um de seus netos, Alexandre, encontra-se guardado na casa de veraneio da família na praia do Cassino. Eu, que penso em escrever um livro sobre os 100 anos do F.B.C. Rio-Grandense, que ocorre em 11 de julho do ano que vem, bem que gostaria de ter acesso a pasta destinada ao “guri” centenário, em busca de fatos históricos importantes. Mas isso é assunto para depois.

Eu sempre gostei de vasculhar o passado, por isso acabei me tornando um pesquisador. É claro que não cheguei a empilhar em casa coleções de velhos jornais e revistas, até porque a minha esposa Teresinha dava bronca. O que não impediu que eu tenha um armário, parte de um guarda-roupa e algumas sacolas plásticas, estrategicamente guardadas, contendo algum material importante. E os tempos hoje são outros. O computador facilitou tudo com suas “prateleiras” virtuais.

E nessas andanças pelo mundo da pesquisa encontrei várias referências ao jornalista paulista, Delphim Ferreira da Rocha Netto, falecido em 2003, aos 90 anos de idade, que deixou o mais completo arquivo sobre futebol já organizado no país. Foi, sem dúvida, o maior de todos os pesquisadores do futebol. Para que se tenha uma idéia do tamanho das informações que colecionou, basta dizer que tudo começou no distante ano de 1919, quando com apenas 6 anos de idade (nasceu em 09/07/1913), guardou os primeiros documentos e fotografias do futebol brasileiro e internacional.

No arquivo construído em 84 anos têm de tudo, correspondências recebidas de várias partes do Brasil e do exterior, cartões de prata, troféus, medalhas, flâmulas, faixas, louças, camisas, diplomas e outros prêmios ganhos em sua carreira de ex-futebolista, desportista e dirigente cobrindo praticamente todo o século XX. O tamanho do arquivo é descomunal, tanto que por muitos anos ocupou uma área de 1,4 mil metros quadrados, em dois imóveis, no centro de Piracicaba(SP).

O jornal “Gazeta de Piracicaba”, cidade onde o jornalista morou desde 1916 (era natural de Itu-SP), publicou matéria que revela detalhes do acervo: são cerca de 50 mil fotografias, súmulas de jogos oficiais, uniformes, troféus, coleções de periódicos, recortes de jornais, revistas e livros, além de reportagens e publicações nacionais e internacionais. Há relatos sobre a chegada da primeira bola de futebol ao Brasil. Cada clube brasileiro e internacional possui sua própria pasta, o que permite o acesso às informações desejadas em poucos minutos. As fotos individuais de cada atleta estão classificadas por ordem alfabética juntamente com a ficha de seus dados.

A importância desse acervo, considerado uma verdadeira enciclopédia esportiva é inquestionável. Ele já serviu para restabelecer a verdade de fatos mal contados e até para levantar a vida profissional de atletas, que dele dependeram para obter o “Prêmio Belfort Duarte” ou o direito à aposentadoria.

Doado ainda em vida, o acervo do jornalista Delphim da Rocha Netto encontra-se no Centro Cultural do Instituto Educacional Piracicabano/UNIMEP, onde estão abrigados outros acervos. Ele recebeu várias propostas milionárias para venda do arquivo, mas recusou todas, dizendo: “Meu arquivo vale minha vida e não tem preço”.

A jornalista Ângela Rodrigues foi quem fez a última entrevista com Rocha Netto, antes de sua morte. O velho jornalista, apesar da idade avançada mostrava grande lucidez e fez um relato de toda a sua vida. Uma história que misturou paixão e dedicação. Ele mostrou a entrevistadora uma velha foto de 1906, onde seu pai, Francisco Nazaré da Rocha, aparecia numa partida de futebol. O pesquisador explicou que o seu fanatismo pelo esporte foi herança do pai, que ele perdeu quando tinha apenas 4 anos de idade, vítima de complicações decorrentes de um acidente de trabalho.

Depois de uma carreira de cerca de 30 anos no futebol amador, jogando como goleiro, Rocha Netto encerrou sua atuação no esporte em 1944, após machucar-se numa partida contra o Palmeiras da Cidade Alta, time que revelou De Sordi, lateral-direito da Seleção Brasileira na Copa de 1958. Rocha Netto jogava no Paulista Futebol Clube, de Piracicaba. Teve ferimentos na cabeça e na mão esquerda.

A sua outra grande paixão era o XV de Novembro, de Piracicaba, clube fundado em 1913 e do qual foi presidente de honra. Rocha Neto escreveu dois livros contando a história do clube. O dinheiro arrecadado com a venda dos livros foi doado para entidades assistenciais da cidade.

Rocha Netto era técnico em contabilidade e trabalhou como fiscal da Secretaria Estadual da Fazenda. A carreira jornalística começou em 1930. Naquela época não era exigido registro profissional para o trabalho. Nas horas livres escrevia para os jornais. Seus primeiros passos na imprensa foram como colaborador do “Jornal de Piracicaba”.

Passou por veículos importantes como a extinta “A Gazeta Esportiva”, que parou de circular em 19 de novembro de 2001. Uma despedida melancólica, registrada numa edição de 14 mil exemplares. Quase nada para o jornal que chegou a uma tiragem de 534 mil exemplares no final da Copa de 1970. Rocha Netto chegou a ser chefe de reportagem do jornal quando havia uma sucursal em Piracicaba. Estão guardadas no arquivo todas as publicações de “A Gazeta Esportiva”, do primeiro ao último exemplar.

Quando Rocha Netto morreu, o site de “A Gazeta Esportiva” publicou uma notícia de apenas cinco linhas. Foi como o jornalista Cláudio Glória, escreveu no jornal de esportes “Todo Dia”: “Triste. Pelo menos ele não viveu este desgosto com uma empresa que adorava e da qual fez parte durante algumas décadas, quando ainda existia a saudosa versão impressa do maior jornal de esportes que o Brasil já teve”. (Pesquisa: Nilo Dias)

Alexandre Degani foi a memória do futebol de Rio Grande (Foto: Página do Orkut: "Saudades do Degani")

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Artista da bola e do pincel

No Brasil é costume chamar qualquer bom jogador de futebol, de artista. Confesso que nas minhas andanças pelo mundo da pesquisa, só encontrei um, que realmente fez jus ao epíteto: Francisco Rebollo Gonsales, ou simplesmente Rebolo, artista de verdade, nos campos de futebol e nas telas de pinturas. Tanto, que o grande Jorge Amado foi feliz na frase que resumiu quem era Rebolo: “um homem de duas artes: emocionou pintando e jogando futebol.

Filho de imigrantes espanhóis que vieram para o Brasil no final do século XIX, Rebolo nasceu no dia 22/08/1902, em uma casa da rua Visconde de Parnaíba, em São Paulo. Rebolo foi o quinto filho do casal Francisco Rebollo Merguizo e Rosa Gonsales Rodrigues.

Em 1910 começou a cursar o Primário, no Grupo Escolar da Mooca, na capital paulista. Em 1914 foi trabalhar como entregador, em uma loja de chapéus. Em 1915, aos 13 anos teve o seu primeiro contato com pincéis e tintas, se tornando aprendiz de decorador, trabalhando em restauro de igrejas e executando projetos de decoração em residências onde era comum a pintura rococó, cheia de floreados e exageros. Isso o motivou a estudar na Escola Profissional Masculina do Brás durante dois anos.

Desde tenra idade Rebolo gostava de futebol e deu seus primeiros chutes na várzea paulistana. Bom de bola, apesar de seu 1m60 de altura, era rápido e certeiro, o que chamou a atenção de dirigentes da Associação Atlética São Bento. Em 1917, aos 15 anos já jogava no time de cima. Em 1922, ano do Centenário da Independência, foi para o S.C. Corinthians, onde atuou como ponteiro-direito.

A torcida logo o apelidou de “Formiguinha”, pois fazia um incessante trabalho de ir e vir, que confundia os adversários. Foi importante na conquista do título de Campeão do Centenário. Rebolo era um daqueles “baixinhos” que fazem furor, surgindo sempre de surpresa e desnorteando os zagueiros com a rapidez dos movimentos e com a facilidade em se desvencilhar da marcação.

Rebolo ainda jogou pelo C.A. Juventus e pelo C.A. Ypiranga, ambos da capital paulista. Como o futebol de antigamente não garantia as despesas, paralelamente trabalhou como decorador de residências. Só em 1934, aos 32 anos de idade é que trocou definitivamente a bola pelo pincel.

Ele já havia trocado as chuteiras pelos pincéis quando foi convocado para dar traços definitivos ao emblema do Corinthians. Ao círculo com a bandeira do Estado, adicionou remos e uma âncora, referência aos esportes aquáticos praticados na época no Parque São Jorge. Assim nascia o "Timão", apelido de duplo sentido originado do desenho feito por Rebolo, que lembra um leme de navio.

Em 2002, pela primeira vez, o distintivo alvinegro ganhou status de obra de arte numa retrospectiva montada pelo Museu de Arte Moderna (MAM) e organizada pela filha de Rebolo, a professora Lisbeth Rebolo Gonçalves, em comemoração ao centenário de nascimento do artista. Em meio a 150 pinturas, um pôster criado em 1982 traz as diversas versões da famosa insígnia.

Ao despedir-se dos gramados o artista falou aos jornalistas: "Antes da pintura, o futebol já tinha marcado minha vida. Como no futebol, acho que na arte a gente deve fazer coisas espontâneas, com a marca do amor e entusiasmo, para poder se emocionar e emocionar as pessoas."

A capa do livro de Mário Filho, “O Negro no Futebol Brasileiro”, um dos mais importantes já escritos sobre o futebol no país, é na verdade um auto-retrato de Rebolo, datado de 1936, no qual dois atletas disputam a posse da bola, um branco e outro preto. Na época, Rebolo também era conhecido por defender a presença – raríssima – de jogadores negros nos clubes da cidade. O jogador que está sendo driblado na imagem é ele próprio.

A longa carreira de Rebolo, já exclusivamente como pintor começou em meados da década de 1930, ao alugar duas salas do Edifício Santa Helena (hoje demolido), na Praça da Sé, no centro de São Paulo. Ali ele montou seu ateliê de pintura de cavalete, e como microempresário também atendia a clientela de pintura ornamental de residências.

O ateliê de Rebolo passou a ser um local de encontro de artistas. Era comum a presença de alguns nomes que acabaram entrando para a história da arte brasileira, como Fulvio Pennacchi, Aldo Bonadei, Humberto Rosa, Manuel Martins, Clóvis Graciano, Mario Zanini, Alfredo Volpi e Alfredo Rizzotti, entre outros. Graças a essa convivência e proximidade surgiu o que a crítica da época batizou como “Grupo Santa Helena”, o primeiro núcleo de artistas paulistas trabalhando em conjunto e criando uma nova tendência na arte brasileira.

Sobre o grupo, Rebolo costumava dizer: "Somos meia dúzia de amigos, cujo traço comum é não gostar dos acadêmicos e querer a pintura verdadeira, que não seja anedótica ou narrativa. A pintura pela pintura."

O espírito de liderança de Rebolo era evidente, o que o levou a ser um dos fundadores do Sindicato dos Artistas e Amigos da Arte, o “Clubinho”, que se tornou uma verdadeira legenda do mundo cultural e boêmio paulistano. Anos depois, lá estava ele participando do grupo que trabalhou pela criação do Museu da Arte Moderna (MAM-SP) e também da Bienal, onde se destacou como expositor e jurado.

Em 1944, Rebolo arriscou-se a fazer sua primeira exposição individual na Livraria Brasiliense, mas, a despeito do sucesso, nesta e em outras exposições, somente dez anos após, em 1954, é que pode ser efetivamente notado, quando ganhou um prêmio de viagem à Europa, no 3º Salão Nacional de Arte Moderna.

Foi a grande oportunidade, bem aproveitada, para aperfeiçoamento de sua arte, numa turnê, em companhia da família, percorrendo Itália, Espanha, Alemanha, França, Áustria e Holanda, além de participar de um curso de restauração no Museu do Vaticano.

Sem perder a simplicidade, o Rebolo que retornou ao Brasil foi outro, bem mais amadurecido, com uma pintura de técnica bem mais desenvolvida e menos ingênua. Daí em diante, registrou-se uma sucessão de exposições, de entrevistas e de encomendas. Foi a consagração, com a qual jamais sonhara, ainda que tardia, chegou à sua vida. Rebolo amava tudo o que fazia: "O dia em que não pinto, não vivo. É um dia perdido!", costumava dizer.

Ganhando não apenas status, como também uma condição financeira mais sólida, Rebolo conseguiu realizar um dos sonhos de sua vida. Construiu uma confortável casa no bairro do Morumbi, a cinqüenta metros da antiga chácara em que passou sua infância de privações. Foi lá que faleceu, aos 79 anos de idade, no dia 10 de julho de 1980. A antiga vila de chacareiros já se tornara então um dos mais ricos e populosos bairros de São Paulo, o que não lhe tolheu os costumes do menino pobre, que ali nasceu e passou sua infância.

Rebolo é considerado um dos mais importantes paisagistas da pintura brasileira. Sua obra, com um total estimado superior a 3.000 pinturas, centenas de desenhos e um conjunto de cinqüenta diferentes gravuras, de variadas técnicas, além das paisagens, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores. No mercado, os quadros de Rebolo estão cotados hoje entre R$ 20 mil a R$ 50 mil.

Em 1985, cinco anos após seu falecimento, o Museu Lasar Segall expôs cerca de 80 trabalhos de sua produção e, em 1986, foi lançado um livro que, igualmente, pôs em destaque seu percurso artístico e sua obra (edição MWM/IFK). Sua obra vem participando de mostras coletivas voltadas para a história da arte moderna no Brasil e está presente nos acervos dos principais museus de arte do País e em órgãos culturais e governamentais e em coleções particulares.

O ex-jogador corinthiano Sócrates também é um craque com o pincel. Embora não tenha formação específica ou estudo das diversas técnicas, ele produz belas telas que decoram o seu apartamento em Ribeirão Preto. Avesso a badalações, mostra apenas para um restrito grupo de amigos que freqüenta a sua casa.

Sócrates tampouco planeja exibir seu acervo em uma exposição pública. Tudo começou anos atrás, quando ele entrou num curso de pintura de paredes. Como teve problemas na coluna, passou para as telas, sem nenhuma preocupação de seguir determinada escola ou tendência nas artes plásticas. O interesse do ex-jogador por arte é antiga. Ele sempre gostou de ir a museus e a exposições.

Carlos Alberto Parreira, ex-técnico do Corinthians e da seleção brasileira, é outro que gosta de pintar. Já fez uma exposição de 12 quadros de sua autoria na galeria Britto Central, em São Paulo. (Pesquisa: Nilo Dias)

Rebolo, quando jogava pelo S.C. Corinthians (Foto: Acervo da família)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A maior eleição de um clube de futebol no Brasil

Eu estou colocando esta matéria no blog, para mostrar aos que dúvidam, toda a pujança do S.C . Internacional. Os que ainada duvidam que o clube gaúcho é a maior potência do futebol brasileiro, que leiam este artigo. Qual o clube que é capaz de realizar uma eleição com tal número de votantes? Nem Flamengo, nem Corinthians e muito menos o badalado São Paulo, que a imprensa paulista teima em dizer que é o mais organizado e preparado de todos.

Votação histórica

Foi um dia inesquecível para a democracia colorada. O quadro social do Internacional escolheu o presidente para o biênio 2009-2010 em uma eleição sem precedentes em um clube de futebol do Brasil. Mais de 7,4 mil associados exerceram o direito de voto em urnas eletrônicas instaladas no Gigantinho e em oito núcleos eleitorais no Interior do Rio Grande do Sul: Santa Maria, Passo Fundo, Caxias do Sul, Bagé, Pelotas, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul e Santo Ângelo.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) forneceu 30 urnas eletrônicas para o ginásio Gigantinho, além de duas urnas tradicionais de lona – nas quais votaram sócios paraninfos e remidos. No Interior, cada núcleo contou com uma urna eletrônica. Funcionários do Clube desempenharam papéis importantes na votação, auxiliando de forma efetiva para o sucesso do processo eleitoral, tanto em Porto Alegre como nos demais núcleos.

A logística cedida pelo TRE foi fundamental para que o resultado da eleição fosse divulgado de forma ágil. Os boletins de urna dos núcleos eleitorais do Interior foram enviados através de aparelhos de fax para a Comissão Eleitoral na Capital. Pouco mais de uma hora após o encerramento do pleito, os números finais foram divulgados pelo presidente do Conselho Deliberativo Cláudio Bonatto, em um palanque montado dentro do Gigantinho.

Números da votação

Eleição para presidente

Chapa 1: 6.793 votos (91.51%)
Chapa 2: 630 votos (8.49%)

Total de votos válidos: 7.423
Votos nulos: 22
Votos brancos: 28
Total de votos: 7.473

Eleição para o Conselho Deliberativo

Chapa 1: 4.348 (58.36%) – 88 cadeiras no Conselho
Chapa 2: 1.960 (26.31%) – 39 cadeiras no Conselho
Chapa 3: 1.142 (15.36%) – 23 cadeiras no Conselho

Total de votos válidos: 7.450
Votos nulos: 28
Votos brancos: 14
Total de votos: 7.492

Votantes em Porto Alegre: 6.569
Votantes no Interior: 904

“Não tenho dúvidas que este foi o maior processo eleitoral em um clube de futebol no país. O Inter se preocupou em chegar até o seu associado. É claro que temos que aprimorar e estender o processo, levando a votação ao Exterior, através da internet, por exemplo. Os candidatos e todos os envolvidos estão de parabéns”, elogiou o presidente do Conselho Deliberativo Cláudio Bonatto.

Movimentação intensa no Complexo

Parecia que era um dia de jogo no Beira-Rio. Desde os primeiros minutos da votação – que foi realizada das 9 às 17h – milhares de sócios e torcedores circularam pelo entorno do Gigante. O dia ensolarado convidava os colorados a participarem do momento democrático da vida do Clube. Longas filas se formavam até a entrada do Gigantinho, no Portão 1, onde um setor de triagem equipado com computadores averigüava se o sócio estava, de fato, habilitado para votar. Na quadra do ginásio, foram montadas as seções eleitorais. Funcionários do Inter auxiliavam os sócios logo na entrada.

Os candidatos à presidência Vitorio Piffero (Chapa 1) e Cláudio Bier (Chapa 2) conversavam com os sócios na fila. Tanto Piffero como Bier votaram no início da manhã. Ambos permaneceram no Complexo Beira-Rio até o final da eleição. Estandes das chapas foram montados no pátio do estádio. Até mesmo o técnico da Seleção Brasileira e ex-jogador do Inter, Dunga, esteve presente no pleito do Inter.

Paralelamente à votação, milhares de colorados aproveitaram a oportunidade concedida pela direção do Clube de visitar o gramado do Beira-Rio. Os torcedores puderam tirar fotos e pisar no campo onde os jogadores do Inter conquistam importantes vitórias. A movimentação pelo gramado foi muita intensa enquanto o portão de acesso esteve liberado, até por volta das 16h.

Enquanto isso, milhares de torcedores também transitavam no pátio do estádio, como se fora um dia de jogo tirando muitas fotos. Um churrasco campeiro foi organizado pelo DTG Lenço Colorado no estacionamento situado ao lado do Gigantinho para entreter os colorados.

Fabrício Maia foi o último sócio a votar no Gigantinho, às 17h45min. Ele foi um dos associados que recebeu uma senha, já que muitos ainda estavam na fila no horário oficial de encerramento da votação, às 17h. “É com muito orgulho que estou participando deste processo democrático”, declarou Maia, que veio da cidade de São Lourenço do Sul para votar.

Às 17h48min, o presidente do Conselho Cláudio Bonatto declarou encerrada a votação. Integrantes de todas as chapas permaneceram sentados nas cadeiras do Gigantinho aguardando pelo resultado. Às 18h55min, a Comissão Eleitoral comunicou aos espectadores que a apuração estava encerrada. Minutos depois, um bonito momento da democracia colorada foi registrado no ginásio: correligionários das Chapas 1, 2 e 3 começaram a bater palmas e cantar “Colorado, colorado, nada vai nos separar”, em uma bonita amostra de amor ao Clube.

A expectativa pelos números finais da votação aumentava a cada minuto. A vitória da Chapa 1 foi anunciada às 19h05min, seguida dos números da votação para a renovação do Conselho Deliberativo: “Declaro Vitorio Piffero reeleito para a presidência do Inter para o biênio 2009-2010. Os 150 novos conselheiros também estão empossados”, definiu Bonatto.

Muitos aplausos e gritos entusiasmados irromperam no Gigantinho. Todos comemoravam o sucesso da maior eleição da história de um clube de futebol brasileiro.

A comemoração de Vitorio Piffero

O presidente Vitorio Piffero aguardou com tranqüilidade o resultado da votação. Sentado entre os vice-presidentes Pedro Affatato e Mário Sérgio Martins, que compuseram a Chapa 1, o presidente reeleito com mais de 90% dos votos agradeceu a participação do quadro social do Inter.

“Foi um dia inesquecível da democracia colorada. A participação dos sócios foi condizente com o tamanho do Inter. Os torcedores vieram de forma ordenada ao Gigantinho vestindo a camisa colorada para participar deste momento importante do Clube. Foi como um jogo, a movimentação intensa no estádio, tudo que cercou a eleição. Todos os colorados ganharam ao final da eleição”, comemorou o presidente de milhões de torcedores do Inter.

Os planos para o biênio 2009-2010

Depois de receber os cumprimentos dos seus correligionários e de membros das outras chapas, Vitorio Piffero falou com a imprensa sobre seus planos para os dois próximos anos do seu novo mandato. “O importante é que resgatamos o orgulho da camisa colorada. Talvez esta seja a maior conquista de todas. Agora o nosso objetivo é manter o time forte, com alta competitividade. Se saírem jogadores, vamos repor com outros de mesmo nível. Os sócios votaram em um modelo vitorioso de gestão. Vamos seguir trabalhando forte para conquistarmos ainda mais títulos”, projetou o presidente reeleito. (Fonte: Blog Supremacia Colorada)

Vitório Pífero reeleito, garantia de novas conquistas (Foto:(Foto: Supremacia Colorada)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fausto, a “Maravilha Negra”

Quando alguém lembra dos grandes jogadores do passado é quase sempre chamado de saudosista, mas eu não me importo com isso e gosto de contar neste meu blog as trajetórias vitoriosas de grandes nomes do nosso futebol. Jogadores que esbanjaram classe e categoria e encantaram os torcedores de suas épocas, quando o futebol brasileiro misturava técnica e encantamento.

Um dos primeiros craques da era moderna do futebol brasileiro foi sem dúvida o maranhense Fausto dos Santos, ou simplesmente Fausto, nascido em Codó, no dia 28 de fevereiro de 1905. Ele foi um dos melhores, senão o melhor meio campista de seu tempo. Era daqueles jogadores clássicos, que quando recebia a bola pelo alto, sabia dominá-la como poucos. A visão de jogo era uma de suas maiores virtudes, dava passes e lançamentos primorosos e também fazia gols.

Fausto teve uma infância difícil, por força da miséria no Nordeste brasileiro. Sua mãe, dona Rosa, queria um futuro melhor para o filho, coisa que dificilmente teria no interior maranhense. Por isso foi com a família tentar a sorte no Rio de Janeiro, então a capital e maior cidade do Brasil.

Naqueles áureos tempos em que os campos de futebol se espalhavam por todos os cantos da cidade, Fausto encontrou sua vocação, ao manter uma relação íntima com a bola. Ele a chamava de tu e ela o obedecia em todos os malabarismos que fazia, caindo sempre aos seus pés, como se uma escrava fosse. Era aquilo que hoje chamamos de domínio da bola.

Em 1926, Fausto, alto e magro, aparecia jogando como titular da equipe do Bangu Atlético Clube, atuando de meia atacante e mostrando sinais evidentes de que se tratava de um verdadeiro craque. Era bonito vê-lo tocar na bola, dar a matada no peito, driblar, fazer ginga, no desarme e na preparação do gol. Todas essas qualidades encantaram a Henry Welfare, um inglês radicado no Brasil e técnico do Clube de Regatas Vasco da Gama.

Fausto gostava do Bangu e era apegado aos companheiros. Por isso, resistiu para sair do clube vermelho e branco. Mas em 1928, finalmente foi parar no Vasco, agremiação representativa da rica colônia portuguesa e da gente graúda da cidade. No estádio de São Januário, inaugurado um ano antes, ele atingiria os “píncaros da glória”, plagiando verso da música “O Ébrio”.

E Fausto teve muito a ver com o personagem musical do grande cantor e compositor Vicente Celestino. Quando não estava nos gramados vestindo a camisa preta, com a “Cruz de Malta” branca à esquerda do peito, costuma freqüentar os bares e bailes de gafieira do Rio de Janeiro

Em 1929, foi campeão carioca, jogando como médio volante na equipe vascaína e se tornando o cérebro do meio-de-campo, posição para a qual fora deslocado por Welfare, que ignorava o esquema WM, criado por seu compatriota Herbert Chapman e praticado na Europa. Pela fórmula vascaína, Fausto tinha que ter um fôlego fora do comum, pois dele dependia o ataque. No 1º turno do Carioca, o Vasco goleou o Flamengo por 4 X 1, e Fausto marcou 3 gols. Nesse ano, além de campeão estadual, o negro de Codó estreou com êxito nas seleções carioca e brasileira.

Em 1930 participou da 1ª Copa do Mundo, disputada em gramados do Uruguai. O Brasil não conseguiu fazer uma boa preparação e isso foi preponderante para que a campanha fosse muito abaixo das expectativas. Mesmo cheio de craques, o escrete nacional, com três treinos, era composto de uma turma inexperiente e temerosa em fazer feio no exterior. Na estréia, perdemos para a Iugoslávia. Depois, derrotamos a Bolívia. Fausto foi considerado o melhor médio volante da Copa e ganhou da imprensa uruguaia o apelido de “Maravilha Negra.”

A partir daí, o jogador passou a ser ajudado financeiramente pelos portugueses ricos do Vasco da Gama. Mas, despreparado para a glória e a fama, continuou com as farras. A madrugada e o álcool estavam colocando sua carreira em risco. A sua saúde estava em declínio, e sofria com sucessivas e intermináveis gripes. À época, disseram-lhe que os negros eram predispostos à tuberculose e Fausto tomou isso como exagero racista, seguindo fiel à boemia.

Mesmo assim continuava a jogar um grande futebol. No ano de 1931 quando o Vasco se tornou o primeiro clube carioca a excursionar pelo exterior, Fausto, folgando da gripe, encantou as platéias européias com sua elegância e habilidade. Em Madri, Barcelona e Vigo, o compararam a um escravo levando o time nas costas. Depois de um jogo em que o Vasco derrotou o combinado português formado por jogadores do Sporting e Benfica, o jornalista português Alberto de Freitas, embora com um comentário altamente racista, resumiu a representatividade de Fausto: "O centromédio faz verdadeiras maravilhas, passeando a vontade pelo campo. Com tanta categoria até se pode não ser branco”.

Contratado pelo Barcelona, fez jus ao nome e maravilhou a todos, inclusive conquistando o torneio da região em 1932. Pelo clube espanhol, o negro brasileiro foi a Paris e recebeu do jornal “France Football” este elogio: "Ele faz com espantosa facilidade o que outros fariam com um esforço sobre-humano. Fausto, com seu futebol maravilhoso, veio ensinar à Europa como deve jogar um center-half".

Mas a gripe voltou a incomodá-lo. E fez com que se indispusesse com a direção do clube espanhol, que exigia que ele jogasse mesmo com febre. Acabou rescindindo o contrato. No Barcelona, Fausto ganhou muito dinheiro, mas gastou tudo na boemia. Em 1933, foi jogar no Young Fellows, da Suíça, onde ficou somente dois meses. Jornais da época já falavam sobre seu estado de saúde e achavam que o jogador tinha consciência da tuberculose e de sua gravidade, embora nada comentasse.

Retornou ao Brasil e ao Vasco em 1933, para um ano depois ser outra vez campeão carioca, jogando ao lado dos geniais Domingos da Guia e Leônidas da Silva, o "Diamante Negro". Em 1935, o Nacional de Montevidéu o contratou. No Uruguai não teve o mesmo brilho de antes, sendo expulso de campo em quase todos os jogos. Com a saúde bastante abalada o craque brasileiro não conseguia mais correr os dois tempos de uma partida. E por isso voltou ao Brasil, em 1936, para jogar no Flamengo.

No rubro-negro teve o azar de se deparar com o técnico húngaro Dori Kruschner, fã do sistema WM que consistia de 3 beques, 2 médios, 2 meias e 3 atacantes e um rígido treinamento físico, até então inédito no país. Fausto já não tinha gás, por isso o técnico o escalou na zaga. Fausto não gostou e pediu rescisão do contrato, que lhe foi negada no clube e na Justiça. Acabou substituído no time titular pelo atacante alemão Engels, que foi adaptado como centromédio.

Em 1938, porém, vendo-se sem chance e humilhado, Fausto se retratou em carta exaltando o trabalho de Kruschner. O “Maravilha Negra” ainda voltou a jogar com o aparente talento de sempre. E foi até cogitado para a Seleção Brasileira que iria à Copa do Mundo, disputada na França. Mas a velha e cruel gripe, cheia de tosse, veio abatê-lo de novo. Uma tarde, após jogar entre os aspirantes do Flamengo, sentiu-se mal e teve hemoptise. Quando quis retornar aos treinos, em 1939, os médicos o enviaram ao Sanatório Mineiro, escondido nos cafundós do Estado de Minas Gerais, sem muita esperança de curá-lo da tuberculose.

Sob os cuidados da irmã Catarina, abnegada freira que lhe incutiu a fé cristã através de doutrinação oral e de um livro emprestado, o negro que viera do Rio de Janeiro viveu seus últimos momentos. Ao início da noite, depois de arder em uma febre de graus elevados, com a respiração sôfrega e os pulmões corroídos, Fausto, aos 34 anos de idade deu seu último suspiro.

E por lá mesmo Fausto dos Santos foi enterrado sem grandes pompas em cova rasa, cravada por uma tosca cruz de madeira, sem nome nem data. Morreu tendo conquistado 2 títulos cariocas para o Vasco, em 1929 e em 1934 e marcando seu nome como um dos maiores futebolistas de todos os tempos! E morreu na miséria. Um fim triste para um jogador que, menos de uma década antes, encantara o mundo. (Pesquisa: Nilo Dias)

Fausto foi um dos maiores craques brasileiros de todos os tempos (Foto: Arquivo do C.R. Vasco da Gama)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Inter, "Campeão de Tudo!!!

Título do Internacional abre nova vaga na Copa Sul-Americana 2009 para os clubes brasileiros

CBF NEWS

A Diretoria de Competições da CBF publicou nesta quinta-feira, após o conquista da Copa Sul-Americana pelo Internacional de Porto Alegre, e sua conseqüente classificação para a edição de 2009 da competição, ofício que estabelece que os oito melhores classificados ao final do Campeonato Brasileiro Série A, obviamente excluindo os clubes já classificados para a Copa Libertadores e o Internacional, terão direito a uma vaga na Copa Sul-Americana 2009.

Presidente Ricardo Teixeira parabeniza Internacional pela conquista da Copa
Sul-Americana

CBF NEWS

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, parabeniza o presidente do Sport Club Internacional, Vitório Piffero, toda a sua diretoria, jogadores, integrantes da comissão técnica e a sua imensa legião de torcedores pela conquista da Copa Sul-Americana 2008, obtida de maneira emocionante na decisão desta quarta-feira, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.

Matéria do site da Conmebol

Copa Nissan Sudamericana 2008
Alex, Nilmar, D'Alessandro: el trío de oro del Inter campeón

Para conquistar un título continental un equipo necesita de equilibrio y solidez en todas sus líneas, un espíritu de lucha inquebrantable y además, quizá lo más distintivo, tener un plantel de atacantes de alta capacidad técnica y resolutiva. Esta última condición la cumplieron a la perfección Alex, Nilmar y D'Alessandro, cartas de triunfo de Internacional durante toda la Sudamericana.

En el caso de Alex y Nilmar, además, sus aportes se materializaron en una alta cuota goleadora: con cinco dianas cada uno, se proclamaron como artilleros del torneo. Hicieron 10 de los 15 goles de Inter en los diez partidos que disputó, lo que habla de su elevadísima gravitación en el equipo. El argentino Andrés D'Alessandro marcó dos tantos, pero fue el director de juego del equipo, el que manejó los tiempos y condujo los ataques. Tuvo una actuación muy destacada.

Alex fue la estrella del equipo "Colorado" en esta conquista. Por su fútbol rápido, directo y sus espectaculares y precisos lanzamientos con la zurda, se convirtió en el jugador más valioso de Internacional. Mucho mérito en esta explosión del mediapunta tiene el técnico Tite, quien lo hizo jugar unos metros adelantado a los que lo hacía naturalmente, con lo que ha ganado en visibilidad.

Para conquistar un título continental un equipo necesita de equilibrio y solidez en todas sus líneas, un espíritu de lucha inquebrantable y además, quizá lo más distintivo, tener un plantel de atacantes de alta capacidad técnica y resolutiva. Esta última condición la cumplieron a la perfección Alex, Nilmar y D'Alessandro, cartas de triunfo de Internacional durante toda la Sudamericana.

En el caso de Alex y Nilmar, además, sus aportes se materializaron en una alta cuota goleadora: con cinco dianas cada uno, se proclamaron como artilleros del torneo. Hicieron 10 de los 15 goles de Inter en los diez partidos que disputó, lo que habla de su elevadísima gravitación en el equipo. El argentino Andrés D'Alessandro marcó dos tantos, pero fue el director de juego del equipo, el que manejó los tiempos y condujo los ataques. Tuvo una actuación muy destacada.

Alex: revelación y gran figura

Alex fue la estrella del equipo "Colorado" en esta conquista. Por su fútbol rápido, directo y sus espectaculares y precisos lanzamientos con la zurda, se convirtió en el jugador más valioso de Internacional. Mucho mérito en esta explosión del mediapunta tiene el técnico Tite, quien lo hizo jugar unos metros adelantado a los que lo hacía naturalmente, con lo que ha ganado en visibilidad.

Internacional brillante campeón de la Copa Nissan Sudamericana!

Internacional de Porto Alegre se consagró Campeón de La Copa Nissan Sudamericana 2008en una memorable final de 120 minutos disputada en su estadio Beira-Rio colmado de hinchas, donde igualó en un gol ante el bravo Estudiantes de la Plata, que lo puso en aprietos durante buena parte del juego. El popular club "Colorado" sumó una nueva estrella internacional a su palmarés de manera brillante, habiendo ganado cinco y empatado cinco sobre diez partidos disputados.

MATÉRIA DO SITE DA FIFA

Inter iguala con Estudiantes y es campeón

El brasileño Internacional se convirtió este miércoles en campeón de la VII Copa Sudamericana de fútbol al empatar con el argentino Estudiantes en 1-1 con un agónico gol conseguido al minuto 113, en tiempo extra.

Inter había ganado el partido de ida por 1-0 hace una semana, pero este miércoles Agustín Alayes puso a Estudiantes en ventaja al minuto 65, llevando la decisión a la prolongación.

Cuando ya parecía que la decisión iría a la definición por penales, el goleador Nilmar aprovechó una serie de rebotes ante el arco argentino para anotar y dar el trofeo al equipo brasileño. De esta forma, Internacional se convirtió en el primer equipo de su país en conquistar la Copa Sudamericana.

"Es un sueño hecho realidad. Después de tanto tiempo sin jugar, volver a un club como Inter y cerrar el año con un título me hace muy feliz. No puedo pedir más", expresó el goleador al finalizar el encuentro.

Estudiantes, con personalidad
Presionado por la exigencia de conseguir una victoria, Estudiantes de La Plata se plantó en la cancha con sus líneas adelantadas y le qiotó a Internacional el espacio para imponer su mejor toque de pelota.

El entrenador del equipo argentino estableció una marcación escalonada sobre el veloz Nilmar y el habilidoso Andrés D'Alessandro, al tiempo que el experimentado Juan Verón asumió la responsabilidad de distribuir el juego.

No obstante, el equipo brasileño se mostró más eficiente en el trato del balón y equilibró tácticamente el partido con las proyecciones de D'Alessandro por los dos andariveles de la cancha buscando la asociación con Nilmar, mientras Alex retrocedía para arrastrar marcadores.

En ese escenario a Internacional le bastó la primera media hora de juego para adueñarse por completo del terreno. Al conjunto argentino, en tanto, le quedaron apenas los lanzamientos en profundidad que nacían de los pies de Verón en búsqueda del contragolpe.

En el segmento final del primer tiempo, el 'pincharrata' argentino pasó a arriesgar más. Las subidas en velocidad de Marcos Angeleri le proporcionaron a Verón el asociado que precisaba para reducir la velocidad del partido y buscar jugadas ofensivas.

Para el segundo tiempo, Inter buscó anular las peligrosas subidas de Angeleri situando al oportunista Alex en los espacios dejados por el jugador argentino, y así nuevamente Estudiantes pareció quedarse sin opciones.

La solución del equipo rioplatense fue orientar al atacante Gastón Fernández a actuar más abierto por el costado izquierdo en sociedad con Leandro Benítez, y de esa forma nuevamente llevó la disputa al terreno de Inter.

Llegan las emociones
Sobre el minuto 65, Benítez ejecutó un tiro libre desde el costado izquierdo del ataque de Estudiantes. El balón atravesó toda la defensa brasileña y por el otro costado apareció Alayes para conectar de pierna derecha y mandar la pelota a la red.

El gol desarticuló de forma evidente a Inter, al tiempo que Estudiantes encontró la energía de la que parecía carecer. El partido se tornó electrizante, con seguidas situaciones de peligro ante los dos arcos.

Con Estudiantes dueño de la pelota y de la iniciativa, el talento de Verón en la distribución del juego volvió a brillar con intensidad ante un equipo de Inter incapaz de recuperarse del gol sufrido, hasta el silbatazo final del tiempo reglamentario.

Estudiantes comenzó el tiempo extra visiblemente más motivado que Inter, pero al experimentado Verón el cansancio comenzó a pasarle la cuenta, dejando al conjunto argentino sin su principal generador de juego.

Cuando todo indicaba que el campeón saldría en disparos de los 12 pasos, Nilmar hizo estallar el estadio Beira-Rio con un gol dramático luego de una interminable serie de rebotes.

Los escasos minutos restantes fueron de descontrol en la cancha, con varios amonestados y las expulsiones de Rodrigo Braña y Mauro Boselli, hasta que el árbitro Jorge Larrionda indicó el fin del partido y el inicio de la fiesta 'colorada'. El Internacional, que se adjudicó la Copa Libertadores y la Copa Mundial de Clubes de la FIFA en 2006, celebró además la Recopa Sudamericana en 2007, título que intentará repetir en 2009 gracias a la conquista de esta noche. ¿Su rival? La Liga de Quito de Ecuador.