No último dia 10 o futebol brasileiro perdeu um de seus grandes nomes, Orlando Peçanha de Carvalho, 74 anos, zagueiro de raça e virilidade, que jogou em apenas três clubes, o Vasco da Gama, de 1955 a 1960, onde formou uma inesquecível zaga ao lado de Belini, Boca Juniors, da Argentina, de 1960 a 1964 e Santos, de 1965 a 1967. Orlando nasceu em Niterói (RJ), no dia 20 de setembro de 1935.
Foi nos juvenis do time da “Cruz de Malta” que Orlando começou a carreira. Em 1954 , quando da renovação do elenco, que saia da fase do “Expresso da Vitória”, Orlando foi promovido ao elenco principal, ganhando de imediato a condição de titular. No Vasco, conquistou os títulos de campeão carioca em 1956 e supercampeão carioca em 1958. A defesa era uma verdadeira muralha: Paulinho, Belini, Orlando e Coronel.
Em 1958, sagrou-se campeão mundial pela Seleção Brasileira, formando zaga com Belini, seu companheiro de clube, jogando todas as seis partidas da competição.
Em 1960, Orlando Peçanha foi negociado para o poderoso Boca Juniors, da Argentina que contava em seu elenco com outros craques brasileiros como Almir, Dino Sani, Maurinho e Paulinho Valentim. No time da “Bombonera”, tornou-se rapidamente um ídolo da torcida, graças ao seu vigor físico e espírito de liderança, sendo chamado de “Senhor do Futebol”. Nos clássicos frente o River Plate fez um duelo inesquecível com outro brasileiro e também ex-vascaíno, Delem. No Boca, Orlando foi campeão argentino em 1962 e 1964.
Em 1965, retornou ao futebol brasileiro para jogar no Santos, onde se sagrou campeão paulista nos anos de 1965 e 1967 e da Taça Brasil, em 1965. Vestindo a camisa da Seleção Brasileira foi campeão mundial em 1958. Em 1962, quando jogava pelo Boca Juniors, não foi chamado para o Mundial do Chile. Na época, atletas brasileiros que atuavam no exterior não eram convocados para a seleção.
Em 1966, na Inglaterra foi novamente convocado. Mas devido a idade, 31 anos, não tinha mais o vigor físico que fora tão importante em sua carreira e acabou conhecendo sua única derrota pela Seleção, 3 X 1 para Portugal, jogo que eliminou o Brasil do torneio.
Com a “amarelinha” foi ainda vice-campeão sul-americano invicto em 1959, quando o Brasil perdeu o título para a Argentina, no empate no jogo final, campeão da Taça Bernardo O'Higgins, em 1959 e da Taça Atlântico, em 1960. Participou de 34 partidas pela Seleção, com 25 vitórias, 7 empates e apenas uma derrota.
Quando encerrou a carreira de jogador em 1970, aos 35 anos de idade, no retorno ao Vasco tentou ser técnico. Comandou o CSA, de Alagoas, em 1977, e o Vitória, da Bahia, em 1980. Mas acabou se destacando foi como presidente da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol. (Pesquisa: Nilo Dias)
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