Os argentinos gostam de dar apelidos aos seus estádios, a exemplo de nós, brasileiros. Apenas alguns exemplos: “La Bombonera”, do Boca Juniors, cujo nome oficial é Estádio Alberto J. Armando, um ex-presidente do clube. O apelido se deve ao formato do estádio que lembra uma caixa de bombons. “El Cilindro” (Avellaneda), do Racing, que assim é chamado por causa de sua arquitetura. A denominação oficial homenageia o ex-presidente argentino, Juan Domingo Perón.
O Estádio do Club Atlético Vélez Sarsfield oficialmente chama-se José Amalfitani, ex-presidente do clube. Mas é conhecido popularmente por “El Fortin de Liniers”, denominação dada pelo jornalista Hugo Marini, do jornal "Crítica", em alusão à aparência do pequeno campo e a sua fama de baluarte.
O Estádio Lisandro de la Torre, é também chamado de “Gigante de Arroyto. Fica no bairro de Arroyto na cidade de Rosario, onde o Rosario Central joga suas partidas. Temos ainda o “La Ciudadela”, localizado no bairro de igual nome, onde o San Martin, de Tucumã sedia seus jogos. Viaducto”, do Arsenal Sarandi, “Nuevo Gasômetro”, do San Lorenzo, “La Fortaleza”, do Lanús e “Coloso del Parque”, do Newell's Old Boys.
Mas nenhuma denominação é mais criativa que o “Cemitério dos Elefantes”. O nome oficial é Brigadeiro General Estanislao Lopez, mas ficou popularmente conhecido por “Cemitério dos Elefantes". Está localizado no Bairro Centenário, na cidade de Santa Fé, na Argentina e pertence ao Club Atlético Colón, time chamado pelos adversários de "Sabaleros" ou "Negros". O estádio foi inaugurado no dia 9 de julho de 1946, com a vitória de 2 X 1 do Colón sobre o Boca Juniors.
O estádio, que tem capacidade para 32.500 pessoas já foi palco de importantes competições como a Copa Santa Fé, Copa Mundial Juvenil de Rugby 2010, e será um dos locais onde se disputará a Copa América do ano que vem.
No Dia 4 de agosto de 1952, o Conselho de Administração decidiu dar ao estádio o nome de Eva Duarte de Perón, em homenagem a então primeira dama do país, que apoiou a filiação do Colón a Associação de Futebol da Argentina (AFA). Eva Perón morreu em 26 de Julho do mesmo ano.
Depois, com o golpe de Estado que derrubou o presidente Juan Domingo Perón, os nomes dele e de sua esposa foram desgraçados pelos novos governantes, razão pela qual o estádio foi rebatizado com o nome de "Brigadeiro General Estanislao Lopez, que foi um caudilho na provincia de Santa Fé.
A denominação “Cemitério dos Elefantes” foi dada pelo jornalista Algel José Gutiérrez, porque lá todos os grandes clubes argentinos perderam para o Colón. O apelido se consolidou quando em 10 de maio de 1964, o Colón derrotou ao famoso time do Santos, de Pelé e companhia por por 2 X 1.
O time brasileiro fazia um giro por gramados da Argentina. Já havia ganho em Buenos Aires de dois dos grandes do futebol argentino, Boca por 4 X 3, em 5 de maio e Racing por 2 X0, em 7 de maio.A imprensa e o público consideravam o jogo contra o Colón como um simples treino para o Santos. Tudo indicava uma vitória fácil.
O Santos fez 1 X 0, aos 37 minutos do primeiro tempo.Na fase final, aos 6 minutos Lopes empatou, e Demetrio Gómez quase aos 45 minutos virou para 2 x 1. O gigante brasileiro foi mais uma vitima a cair no “cemitério dos elefantes”. Tempos depois, em 7 de setembro de 1964 o Colón também bateu a Seleção Argentina, por 2 X 0.
Entre dezembro de 1948, ano em que começou a jogar a segunda divisão, até novembro de 1952, o Colón se manteve invicto em seu estádio por 63 partidas, com 47 vitórias e 16 empates. E toda vez que jogou um amistoso contra qualquer dos cinco grandes, sempre venceu.
No dia 26 de maio de 2007 jogaram no “Cemitério dos Elefantes” o selecionardo argentino de rugby “Los Pumas”, contra a seleção da Irlanda, num teste para o pré-mundial da modalidade que foi disputado na França. No dia 20 de maio de 2009 a seleção de futebol da Argentina enfrentou a seleção do Panamá, em jogo amistoso internacional.
Em 1 de junho de 2009, en Nassau (Bahamas) durante um Coingresso extraordinário da Conmebol, o presidente da AFA, Julio Grondona, ratificou a Argentina como organizadora da Copa América de 2011 e confirmou que Santa Fé será uma das subsedes da competição.
Alguns anos depois, em 26 de março de 1967 o mítico reduto, que viu cair tantos grandes times, fez uma nova vitima internacional, dessa feita o Peñarol, de Montevidéu, tricampeão sul-americano e campeão mundial. Da mesma forma que Santos e Seleção Argentina, o Peñarol não resistiu aos “Sabaleros”, que venceram por 3 x 2, aumentando a extensão do cemitério futebolístico.
O dono do “Cemitério dos Elefantes”, o Club Atlético Colón foi fundado no dia 5 de maio de 1905, e surgiu por iniciativa de um grupo de crianças em idade escolar, que como recreação tinha adaptado a prática de futebol, em um campo vago popularizado como "campito". Entre os fundadores estavam os irmãos Ernesto e Adolfo Celli (“Alemão”), Atílio Badalini (“Gringo”), Cullen Funes, seu irmão William Cullen Funes, Geadá Montenegro, Mariano C. Rodriguez, Helvecio Fontana, John Adam, Juan Rebechi, seu irmão Antonio, Pedro Anibal Rebechi (“Galo”) e Humberto Sosa.
O clube foi oficialmente fundado e batizado com o nome de "Columbus Foot-Ball Club", uma homenagem ao navegador Cristóvão Colombo, em reunião realizada no dia 5 de Maio de 1905. As cores escolhidas para as camisas foram o vermelho e preto. Cada membro do clube era obrigado a contribuir mensalmente com dez centavos, para a compra e manutenção dos equipamentos.
Tempos depois, foi descoberto que existia outro time na cidade com as mesmas cores. Então foi disputado um jogo para ver quem seguiria vestindo vermelho e preto. A partida foi disputada em um campo da zona sul da cidade de Santa Fé, conhecido por “Canchitas”. O “Columbus” venceu e ganhou o direito de continuar usando as cores que até hoje o identificam. Em Março de 1920, em assembléia geral extraordinária foram aprovados os novos estatutos do clube, e também a mudança do nome para Club Atlético Colón, que ostenta até hoje.
Entre os jogadores que passaram pelo Colon em todos esses mais de 100 anos destacam-se Rubén Ernesto Aráoz, recordista de jogos pelo clube, atuou em 284 partidas e Edgardo Roberto Di Meola, o maior artilheiro do time, com 70 gols.
Muitos também foram os técnicos de renome que dirigiram o Colón. Entre eles Juan José Pizzutti, Néstor Rossi, José María Silverado, aniel Córdoba, José Etchegoyen, Francisco Ferraro, Jorge Fossatti, que recentemente treinou o Internacional, de Porto Alegre, Miguel Angel Russo e muitos outros. Atualmente, o presidente do clube é José Vignatti. (Pesquisa: Nilo Dias)
O "Cemitério dos Elefantes", (Foto: Acervo do Club Atletico Colón)
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