O consultor de comunicação holandês, Huub ter Haar, que escreveu o livro “Retratos de grandes atletas gays”, é de opinião que em algum momento esse medo dos jogadores gays de assumir a homossexualidade vai ter um fim.
Haar, já esteve envolvido com o problema da aceitação de atletas gays, defendendo que eles não fossem discriminados, da mesma forma que aconteceu com os negros. Até pouco tempo, principalmente na Europa, ainda havia um preconceito racial bastante grande. Na verdade, a cor da pele é visível para todos, e a sexualidade não.
Para o consultor holandês, é mais difícil que alguém se abra sobre sua sexualidade em esportes coletivos, como o futebol, vôlei e hóquei. É por isso que a revelação do jogador de rugby inglês, Gareth Thomas, ganhou repercussão internacional. Depois dele, se esperava que outros atletas fizessem o mesmo, mas nada aconteceu, especialmente no futebol.
O futebol é um esporte praticado no mundo inteiro, inclusive em países onde a homossexualidade é um problema muito sério. Todo jogador almeja sucesso na carreira. O sonho é defender um grande clube da Itália ou Espanha, onde aparentemente há menos aceitação. O medo de que isso atrapalhe a carreira, faz com que todos permaneçam sem assumir que são gays.
Ter Haar tem consciência de que a homossexualidade no futebol por enquanto é terreno proibido. Para ele o ideal seria que o público, os clubes e os jogadores aceitassem as qualidades de um jogador, sem levar em consideração se ele sente atração por homens.
A Associação Gay e Lésbica Italiana (Arcigay), publicou nota em jornais italianos, repudiando a declaração do técnico da seleção da Itália na Copa da Áfica, Marcello Lippi, que disse não aceitaria dois jogadores da “Azurra”, caso declarassem publicamente que mantinham uma relação entre eles.
Lippi disse que a repercussão de um fato como esse, num país que tem quatro jornais esportivos especializados, poderia ter conseqüências catastróficas para a equipe. O técnico garantiu que a imprensa teria em mãos um prato sensacionalista sem tamanho, relatando o romance de um casal de homossexuais que jogam futebol.
A declaração de Lippi não foi a primeira no meio da seleção italiana a irritar as organizações dos homossexuais. O zagueiro Fabio Cannavaro, capitão da “Azzurra”, já havia declarado ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, quando de sua passagem pelo Real Madrid, na Espanha, onde a união homossexual é legalizada.
O site www.gaygamer.net, direcionado aos jogadores homossexuais, já foi alvo de ataques de hackers preconceituosos, que floodaram os fóruns do site e acabaram por tirá-lo do ar. Os ataques foram anunciados, e vieram acompanhados de mensagens ameaçadoras, devido á “orientação sexual” do site. Mas ele já está no ar novamente.
O pior foi a entrevista ao canal de TV “La 7″, de um jogador de futebol que atua em um time da Terceira Divisão italiana. Ele revelou que recebe dinheiro de craques conhecidos de equipes de ponta do país, para fazer sexo. Identificado apenas como “Victory”, o atleta garantiu que já fez programas com jogadores da seleção italiana, alguns que são até casados. Ele contou ter começado a fazer programas para melhorar sua renda mensal.
“VictorY”, cobra € 1,5 mil por programa, e os jogadores pagam sem problemas. Quase todos os encontros acontecem em hotéis, principalmente após os jogos, que é quando eles têm tempo livre. A maioria desses jogadores diz que só quer relaxar e não vê problemas em beijar na boca. Mas todos eles tremem de medo, com a possibilidade de serem descobertos.
“Victory”disse que cerca de 30 atletas são seus clientes fiéis. Muitos deles são bissexuais, têm esposas ou namoradas, uma imagem respeitável e jamais admitiriam que são gays.
Verdadeiro escândalo, que ganhou páginas dos jornais e da Internet, envolveu os jogadores Zlatan Ibrahimovic e Gerard Piqué, quando os dois jogavam no Barcelona. Tudo porque eles foram flagrados de mãos dadas na frente de um carro. A imagem correu o mundo inteiro com piadas sobre a sexualidade de ambos.
O programa de TV “Esporte Espetacular” exibiu tempos atrás a história de Vilson Zwirtes, ex-jogador do Lajeadense, de Lajeado (RS), que assumiu ser homossexual. Ele contou os problemas que enfrentou por causa de sua preferência sexual. Garantiu que muitos clubes deixaram de contratá-lo, por ser gay.
Outro atleta que abriu o jogo e revelou ser homossexual foi o goleiro Jamerson, mais conhecido como “Messi”, que joga no Palmeira, time da 2ª divisão do Rio Grande do Norte. Ele começou a carreira no time amador do Estrela do Norte, da cidade de Passagem, aos 19 anos, mesma época em que assumiu a homossexualidade. Depois disso, se transferiu para o Palmeira onde virou ídolo da torcida.
O presidente do clube, Cláudio José Freire, afirmou que o fato do goleiro ser homossexual contribuiu para que ele se transformasse em uma espécie de xodó dos torcedores de Goianinha, cidade de 21 mil habitantes a 54 km de Natal. (Pesquisa: Nilo Dias)
Esta foto do atacante Zlatan Ibrahimovic, com o zagueiro Gerard Piqué, causou polêmica na Espanha.
Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Homossexualismo no futebol (II)
O ex-técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira acha que um jogador assumido causaria um impacto muito forte, como aconteceu nas forças armadas norte-americanas. O ambiente do futebol reagiria, porque é muito conservador. O treinador garante que em mais de 35 anos de carreira não conheceu nenhum homossexual nas equipes que dirigiu.
Para o presidente do Grupo Estruturação de Brasília, que há 12 anos defende os direitos de GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), Welton Trindade, é inegável que também no futebol profissional existem gays, e não são poucos. Eles só não se expõem por puro preconceito, deles mesmos e do ambiente que os cerca. Para Welton o ambiente futebolístico ainda é agressivo e extremamente machista. Por isso resta aos gays procurarem por outro esporte. O próprio Welton pratica esgrima.
O atleta de remo, Arnaldo Luis Adenet Costa também afirma que os gays não se sentem atraídos pelo futebol como esporte. Ele salienta que o ambiente homofóbico do futebol sempre o afastou. Conta que traz uma imagem, desde criança, do futebol como um ambiente extremamente agressivo. Por isso, acha que nunca se interessou. Na sua opinião o vôlei é um esporte mais elegante, e de preferência do público gay.
Enquanto os praticantes gays são poucos, as lésbicas têm uma identificação maior com o futebol. O núcleo feminino do "Grupo Estruturação", de Brasília, por exemplo, lançou em 2005 o primeiro time oficial de futebol de campo de lésbicas, mulheres bissexuais e simpatizantes do país. Já em São Paulo, o grupo "GLS Ella & Ellas" organiza a "CopaDellas", um campeonato de futebol que reúne apenas times formados por mulheres, em sua maioria homossexuais.
Se no futebol e no Brasil os passos são lentos, a mudança de mentalidades é mais rápida em outras modalidades e países. Esera Tuaolo, David Kopay e Roy Simms, todos jogadores de futebol americano, assumiram publicamente a homossexualidade, depois da aposentadoria.
A tenista Martina Navratilova foi a primeira atleta famosa a declarar-se lésbica no começo da década de 1980. Em atividade, Amelie Mauresmo tomou a mesma iniciativa. Mais recentemente, Ian Roberts, jogador australiano de rugby assumiu a homossexualidade. E disse não saber como demorou tanto tempo e gastou tanta energia se escondendo.
Tentando trazer essa discussão também para o futebol, o jogador francês Vikash Dhorasso, meio-campista da seleção francesa e do Paris Saint-German, decidiu abraçar a causa em defesa da homossexualidade, dando o seu apoio ao time "Paris Foot Gay" (PFG), primeiro time formado apenas por gays na França. Dhorassoo é heterossexual e tem dois filhos, mas, como é filho de imigrantes da Mauritânia, se solidarizou com esse outro grupo discriminado.
Na Inglaterra, clubes como o "Stonewall FC" ou o "Brighton Bandits", totalmente compostos por homossexuais, disputam ligas amadoras e levantam a bandeira. Já no México existe uma Liga de Futebol Gay com cinco equipes de nomes fortes: “Los Fuckers”, “El Clan”, “Tu Mamá”, “Fashion Team” e “Fuerza G”. Um dos cuidados que os jogadores tomam, é que os árbitros dos jogos também sejam gays, para que exista uma melhor compreensão entre eles.
No ambiente profissional mesmo, só um jogador teve coragem de assumir em toda a história do futebol mundial a sua homossexualidade. O inglês Justin Fashanu, que teve seu auge no Nottingham Forest, assumiu publicamente em 1990, e a tragédia que se sucedeu a esta revelação deixou marcas profundas no esporte. Fashanu, o primeiro britânico negro a ser transferido por mais de um milhão de libras, se enforcou em 1998 numa garagem, depois de oito anos de perseguição.
Os jornais tablóides são o principal motor da pressão homofóbica na Inglaterra. Nos últimos tempos, por exemplo, publicaram insinuações sobre Joe Cole e Sol Campbell, ambos da seleção local. As publicações foram processadas pelos artigos. Anos atrás, quem sofreu foi Graeme Le Saux, ouvindo coros das torcidas rivais e provocações dos adversários e reportagens caluniosas.
Quem escapou dessa pressão foi o dirigente Elton John. O milionário cantor pop investiu parte da fortuna no seu time do coração, o Watford, do subúrbio londrino que está sempre oscilando entre a primeira e a segunda divisão local. Mesmo agora, quando já está afastado do clube, Elton John faz concertos no estádio para angariar dinheiro para o clube e é idolatrado pelos torcedores.
Enquanto manifestações antigays, como as dos técnicos Daniel Passarella e Vanderlei Luxemburgo, são toleradas, alguns jogadores exploram o filão, com propagandas sexys ou ensaios em revistas do público gay.
Se sair do armário é algo ainda muito complicado, explorar a imagem em propaganda de tendências homoeróticas é mais fácil. Vários jogadores já entraram nesse nicho comercial. O inglês David Beckham, e o sueco Freddie Ljungberg, não se importam em ser ícones do público gay.
Aqui no Brasil, os jogadores Vampeta e Dinei, além do goleiro Roger, já posaram nus para a revista “G”, voltada para o público gay, e nem por isso são taxados como tal. Roger enfrentou críticas internas no São Paulo pela iniciativa, mas conseguiu continuar com a carreira. Os estereótipos, porém, continuam, fazendo com que gays e lésbicas, em sua maioria, ainda se tranquem no vestiário.
Casos não faltam também em outros países da América do Sul. Quando dirigia a seleção argentina, Daniel Passarella disse que não toleraria gays no time e até mandou os jogadores cortarem o cabelo. Maradona e Caniggia comemoravam gols do Boca Juniors, com um beijo na boca.
Uma novela argentina exibiu cena de sexo gay entre jogadores de futebol. "Botineras" foi a história de dois jogadores de futebol: “El Flaco” e “Lalo”, que viveram um romance, com direito a cena de sexo gay entre os personagens, com muitas carícias, beijos e sensualidade.
A novela manteve sempre o público na expectativa de saber como os dois conseguiriam manter o romance escondido dos outros jogadores, dos dirigentes do time, da torcida, da esposa de “El Flaco” e da namorada de “Lalo”. (Pesquisa: Nilo Dias)
Cena de beijo gay, na novela argentina "Botineras".
Para o presidente do Grupo Estruturação de Brasília, que há 12 anos defende os direitos de GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), Welton Trindade, é inegável que também no futebol profissional existem gays, e não são poucos. Eles só não se expõem por puro preconceito, deles mesmos e do ambiente que os cerca. Para Welton o ambiente futebolístico ainda é agressivo e extremamente machista. Por isso resta aos gays procurarem por outro esporte. O próprio Welton pratica esgrima.
O atleta de remo, Arnaldo Luis Adenet Costa também afirma que os gays não se sentem atraídos pelo futebol como esporte. Ele salienta que o ambiente homofóbico do futebol sempre o afastou. Conta que traz uma imagem, desde criança, do futebol como um ambiente extremamente agressivo. Por isso, acha que nunca se interessou. Na sua opinião o vôlei é um esporte mais elegante, e de preferência do público gay.
Enquanto os praticantes gays são poucos, as lésbicas têm uma identificação maior com o futebol. O núcleo feminino do "Grupo Estruturação", de Brasília, por exemplo, lançou em 2005 o primeiro time oficial de futebol de campo de lésbicas, mulheres bissexuais e simpatizantes do país. Já em São Paulo, o grupo "GLS Ella & Ellas" organiza a "CopaDellas", um campeonato de futebol que reúne apenas times formados por mulheres, em sua maioria homossexuais.
Se no futebol e no Brasil os passos são lentos, a mudança de mentalidades é mais rápida em outras modalidades e países. Esera Tuaolo, David Kopay e Roy Simms, todos jogadores de futebol americano, assumiram publicamente a homossexualidade, depois da aposentadoria.
A tenista Martina Navratilova foi a primeira atleta famosa a declarar-se lésbica no começo da década de 1980. Em atividade, Amelie Mauresmo tomou a mesma iniciativa. Mais recentemente, Ian Roberts, jogador australiano de rugby assumiu a homossexualidade. E disse não saber como demorou tanto tempo e gastou tanta energia se escondendo.
Tentando trazer essa discussão também para o futebol, o jogador francês Vikash Dhorasso, meio-campista da seleção francesa e do Paris Saint-German, decidiu abraçar a causa em defesa da homossexualidade, dando o seu apoio ao time "Paris Foot Gay" (PFG), primeiro time formado apenas por gays na França. Dhorassoo é heterossexual e tem dois filhos, mas, como é filho de imigrantes da Mauritânia, se solidarizou com esse outro grupo discriminado.
Na Inglaterra, clubes como o "Stonewall FC" ou o "Brighton Bandits", totalmente compostos por homossexuais, disputam ligas amadoras e levantam a bandeira. Já no México existe uma Liga de Futebol Gay com cinco equipes de nomes fortes: “Los Fuckers”, “El Clan”, “Tu Mamá”, “Fashion Team” e “Fuerza G”. Um dos cuidados que os jogadores tomam, é que os árbitros dos jogos também sejam gays, para que exista uma melhor compreensão entre eles.
No ambiente profissional mesmo, só um jogador teve coragem de assumir em toda a história do futebol mundial a sua homossexualidade. O inglês Justin Fashanu, que teve seu auge no Nottingham Forest, assumiu publicamente em 1990, e a tragédia que se sucedeu a esta revelação deixou marcas profundas no esporte. Fashanu, o primeiro britânico negro a ser transferido por mais de um milhão de libras, se enforcou em 1998 numa garagem, depois de oito anos de perseguição.
Os jornais tablóides são o principal motor da pressão homofóbica na Inglaterra. Nos últimos tempos, por exemplo, publicaram insinuações sobre Joe Cole e Sol Campbell, ambos da seleção local. As publicações foram processadas pelos artigos. Anos atrás, quem sofreu foi Graeme Le Saux, ouvindo coros das torcidas rivais e provocações dos adversários e reportagens caluniosas.
Quem escapou dessa pressão foi o dirigente Elton John. O milionário cantor pop investiu parte da fortuna no seu time do coração, o Watford, do subúrbio londrino que está sempre oscilando entre a primeira e a segunda divisão local. Mesmo agora, quando já está afastado do clube, Elton John faz concertos no estádio para angariar dinheiro para o clube e é idolatrado pelos torcedores.
Enquanto manifestações antigays, como as dos técnicos Daniel Passarella e Vanderlei Luxemburgo, são toleradas, alguns jogadores exploram o filão, com propagandas sexys ou ensaios em revistas do público gay.
Se sair do armário é algo ainda muito complicado, explorar a imagem em propaganda de tendências homoeróticas é mais fácil. Vários jogadores já entraram nesse nicho comercial. O inglês David Beckham, e o sueco Freddie Ljungberg, não se importam em ser ícones do público gay.
Aqui no Brasil, os jogadores Vampeta e Dinei, além do goleiro Roger, já posaram nus para a revista “G”, voltada para o público gay, e nem por isso são taxados como tal. Roger enfrentou críticas internas no São Paulo pela iniciativa, mas conseguiu continuar com a carreira. Os estereótipos, porém, continuam, fazendo com que gays e lésbicas, em sua maioria, ainda se tranquem no vestiário.
Casos não faltam também em outros países da América do Sul. Quando dirigia a seleção argentina, Daniel Passarella disse que não toleraria gays no time e até mandou os jogadores cortarem o cabelo. Maradona e Caniggia comemoravam gols do Boca Juniors, com um beijo na boca.
Uma novela argentina exibiu cena de sexo gay entre jogadores de futebol. "Botineras" foi a história de dois jogadores de futebol: “El Flaco” e “Lalo”, que viveram um romance, com direito a cena de sexo gay entre os personagens, com muitas carícias, beijos e sensualidade.
A novela manteve sempre o público na expectativa de saber como os dois conseguiriam manter o romance escondido dos outros jogadores, dos dirigentes do time, da torcida, da esposa de “El Flaco” e da namorada de “Lalo”. (Pesquisa: Nilo Dias)
Cena de beijo gay, na novela argentina "Botineras".
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Homossexualismo no futebol (I)
Tem muita gente que costuma dizer que futebol é para macho. Será? Uma pesquisa realizada pelo professor de Cultura, Mídia e Esportes, Ellis Cashmore e pelo especialista em Sociologia, Jamie Cleland, revela que um de cada quatro jogadores profissionais de futebol, treinadores ou árbitros é gay. Isso, dentro de um espaço que já foi amplamente machista, é algo espantoso.
A pesquisa entrevistou 3 mil profissionais. E mais de um em cada quatro pesquisados (27%) revelou conhecer pessoalmente jogadores de futebol que são gays, mas que nenhum assume a sua homossexualidade. E 93% dos entrevistados acham que a homofobia não pode fazer parte do mundo do futebol.
Outro dado interessante revelado pelos pesquisadores da Universidade de Staffordshire (Inglaterra) é que a maioria dos profissionais homossexuais não tem medo dos fãs e, sim, de perder o patrocínio ou o emprego, caso assumam publicamente que são gays.
A imprensa tem sido muito cautelosa no trato desse tema, que realmente é polêmico. Mesmo assim alguns fatos já são de conhecimento público e ganharam espaços em jornais e revistas. Na Copa de 1982, a imprensa italiana, mesmo com seu país ganhando o título, insinuou que alguns jogadores eram homossexuais e promoviam verdadeiras orgias na concentração.
A revista esportiva alemã “Rund” publicou matéria de capa, onde dois jogadores que mantém relações sexuais "debaixo dos panos" foram entrevistados. Os dois disseram já ter feito quase tudo para esconder sua sexualidade de clubes, empresários e companheiros de time, mas que, ainda assim, viviam sob a constante ameaça de terem seus segredos descobertos.
Um dos jogadores, que é casado, disse que sua esposa não faz nem idéia de que ele seja gay e que já esteve envolvido em uma relação estável com um amigo de infância. O outro jogador entrevistado afirmou estar sempre acompanhado por uma mesma amiga em eventos e festas do clube, dando assim a impressão de ser heterossexual.
O futebol profissional alemão não conheceu nenhum jogador gay, até hoje, que assumisse publicamente essa condição. Pelo menos não oficialmente. A explicação não é a falta de jogadores homossexuais, mas o fato de eles manterem segredo sobre sua sexualidade, sob o risco de acabarem com suas carreiras caso "saiam do armário".
Para o editor chefe da revista, Rainer Schäfer, o futebol ainda é inacreditavelmente atrasado quando o assunto é homossexualidade. E gays no campo ainda são um tabu enorme. Ele passou dois anos pesquisando essa questão e acabou ganhando a confiança de dois jogadores homossexuais que defendem times da Primeira Divisão da “Bundesliga”. Ambos concordaram em contar suas histórias, desde que as identidades fossem mantidas em sigilo.
Mas não pensem que é só na Itália e na Alemanha que existem jogadores de futebol homossexuais. No Brasil, também. O saudoso jornalista e técnico, João Saldanha disse em entrevista ao jornalista pernambucano Geneton Moraes Neto, que tivemos vários jogadores homossexuais da melhor qualidade. Craques que dormiam com homens.
Vanderlei Luxemburgo, um dos treinadores mais vencedores da história do futebol brasileiro, disse que em seus 30 anos de carreira comandou alguns jogadores homossexuais declarados. Em entrevista ao programa “Esporte Fantástico”, da TV Record, garantiu que nunca viu isso como problema. Ele também confirmou que nunca recebeu nenhuma cantada de jogadores.
O hoje treinador do Flamengo já se envolveu em uma polêmica, em 2006, quando treinava o Santos. Em uma entrevista coletiva ele insinuou que o árbitro Rodrigo Cintra era homossexual e se sentiu "paquerado" pelo juiz. Agora, em 2011, Luxemburgo foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil ao árbitro, por conta desta declaração.
Em uma entrevista a revista “Isto É”, o ex-jogador e comentarista esportivo, Neto, contou que era comum jogar com homossexuais no seu tempo, nos anos 80 e 90. Questionado se um jogador gay teria condições de “sair do armário” no Brasil, Neto disse que sim. E revelou que muitos jogadores que atuaram com ele eram homossexuais e todo mundo os respeitava em campo.
As declarações de Neto foram divulgadas no mesmo dia em que a bancada evangélica barrou a votação de uma lei contra a homofobia no Congresso, e durante a repercussão da aprovação da união de pessoas do mesmo sexo pelo Supremo Tribunal Federal.
Outro episódio conhecido diz respeito as revelações do ex jogador “Dadá Maravilha”. Quando perguntado sobre a existência de homossexuais no futebol, respondeu que isso não era novidade. “Existem de montão”. E citou um exemplo: em 1970, segundo ele, tinha um corpo maravilhoso. E havia um zagueiro que era louco pelas suas pernas. Um dia, o cara lhe passou a mão e “Dadá” deu uma pernada nele e disse: “Sai pra lá, rapaz!”.
Para evitar esse tipo de preconceito, foi aprovado um projeto de lei que torna o tema, sexo e orientação sexual um crime resultante de discriminação. Trata-se de uma extensão da Lei 7716/89. Os termos “viado” e “bicha”, comuns no futebol e ditos no calor da disputa, passam a ser considerados discriminatórios e poderão levar quem os disser a ter de se explicar na Justiça.
Quem não lembra do caso envolvendo Ronaldo Fenômeno e um travesti, em um motel no Rio de Janeiro, acontecido em 2008? Na época o craque era jogador do Milan, da Itália. Após ter ido a uma boate no Rio de Janeiro, Ronaldo terminou a noitada na 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca), depois de uma confusão com o travesti André Luis Ribeiro Albertino, conhecido como Andréia Albertine.
O travesti acusou Ronaldo de envolvimento com drogas e publicou um vídeo no “youtube” para comprovar a identidade do jogador. Em um comunicado oficial, divulgado por sua assessoria de imprensa, o craque defendeu-se da acusação dos travestis de que teria usado drogas. O Fenômeno afirmou ainda que estava sendo vítima de extorsão. O travesti André Albertino queria R$ 50 mil.
Segundo Ronaldo, o travesti foi contratado por engano. Ele pensava que se tratava de uma garota de programa e o levou para um motel na Barra da Tijuca. Lá, teria pedido mais duas mulheres para o programa. Quando descobriu que eram travestis, e que um deles teria ido buscar drogas na favela "Cidade de Deus", o atacante teria decidido não mais fazer o programa e deu R$ 1.000 para dois deles.
O outro, que seria André Albertino, não quis e pediu R$ 50 mil para não contar a história para a imprensa. Ronaldo teria ficado revoltado com a tentativa de extorsão e, após um escândalo do travesti na porta do motel, a polícia foi chamada.
André Albertini morreu devido a complicações do HIV, em 2009. De acordo com uma funcionária do Hospital de Clinicas Dr. Radamés Nardini, onde o travesti foi atendido, ele era HIV positivo e morreu por decorrência da doença.
Outro caso que ganhou às manchetes dos jornais, envolveu o ex-jogador do São Paulo, Richarlyson, hoje no Atlético Mineiro. Tudo começou em um programa de esportes, exibido na hora do almoço e apresentado pelo jornalista Milton Neves.
Os integrantes da mesa redonda discutiam sobre o boato de que algum jogador de um clube grande paulistano assumiria a homossexualidade no domingo à noite para todo o Brasil. Perguntado se esse jogador era do Palmeiras, José Cyrillo Júnior, dirigente do “Verdão” respondeu: “O Rycharlison quase assinou com o Palmeiras, mas optou por jogar no São Paulo.”
Logo depois Richarlyson entrou com uma queixa-crime contra o dirigente palmeirense pedindo indenização de R$ 300 mil. Porém, com uma decisão considerada homofóbica por grande parte da população, o juiz Maximiano Junqueira Filho alegou o caso em favor de José Cyrillo.
Mas tudo terminou com um final feliz. O dirigente do Palmeiras pediu desculpas públicas a Richarlyson, o jogador desculpou e foi ao programa televisivo “Fantástico” para afirmar que não é homossexual. (Pesquisa: Nilo Dias)
André Albertino, pivô de escândalo envolvendo o ex-craque Ronaldo Fenômeno.
A pesquisa entrevistou 3 mil profissionais. E mais de um em cada quatro pesquisados (27%) revelou conhecer pessoalmente jogadores de futebol que são gays, mas que nenhum assume a sua homossexualidade. E 93% dos entrevistados acham que a homofobia não pode fazer parte do mundo do futebol.
Outro dado interessante revelado pelos pesquisadores da Universidade de Staffordshire (Inglaterra) é que a maioria dos profissionais homossexuais não tem medo dos fãs e, sim, de perder o patrocínio ou o emprego, caso assumam publicamente que são gays.
A imprensa tem sido muito cautelosa no trato desse tema, que realmente é polêmico. Mesmo assim alguns fatos já são de conhecimento público e ganharam espaços em jornais e revistas. Na Copa de 1982, a imprensa italiana, mesmo com seu país ganhando o título, insinuou que alguns jogadores eram homossexuais e promoviam verdadeiras orgias na concentração.
A revista esportiva alemã “Rund” publicou matéria de capa, onde dois jogadores que mantém relações sexuais "debaixo dos panos" foram entrevistados. Os dois disseram já ter feito quase tudo para esconder sua sexualidade de clubes, empresários e companheiros de time, mas que, ainda assim, viviam sob a constante ameaça de terem seus segredos descobertos.
Um dos jogadores, que é casado, disse que sua esposa não faz nem idéia de que ele seja gay e que já esteve envolvido em uma relação estável com um amigo de infância. O outro jogador entrevistado afirmou estar sempre acompanhado por uma mesma amiga em eventos e festas do clube, dando assim a impressão de ser heterossexual.
O futebol profissional alemão não conheceu nenhum jogador gay, até hoje, que assumisse publicamente essa condição. Pelo menos não oficialmente. A explicação não é a falta de jogadores homossexuais, mas o fato de eles manterem segredo sobre sua sexualidade, sob o risco de acabarem com suas carreiras caso "saiam do armário".
Para o editor chefe da revista, Rainer Schäfer, o futebol ainda é inacreditavelmente atrasado quando o assunto é homossexualidade. E gays no campo ainda são um tabu enorme. Ele passou dois anos pesquisando essa questão e acabou ganhando a confiança de dois jogadores homossexuais que defendem times da Primeira Divisão da “Bundesliga”. Ambos concordaram em contar suas histórias, desde que as identidades fossem mantidas em sigilo.
Mas não pensem que é só na Itália e na Alemanha que existem jogadores de futebol homossexuais. No Brasil, também. O saudoso jornalista e técnico, João Saldanha disse em entrevista ao jornalista pernambucano Geneton Moraes Neto, que tivemos vários jogadores homossexuais da melhor qualidade. Craques que dormiam com homens.
Vanderlei Luxemburgo, um dos treinadores mais vencedores da história do futebol brasileiro, disse que em seus 30 anos de carreira comandou alguns jogadores homossexuais declarados. Em entrevista ao programa “Esporte Fantástico”, da TV Record, garantiu que nunca viu isso como problema. Ele também confirmou que nunca recebeu nenhuma cantada de jogadores.
O hoje treinador do Flamengo já se envolveu em uma polêmica, em 2006, quando treinava o Santos. Em uma entrevista coletiva ele insinuou que o árbitro Rodrigo Cintra era homossexual e se sentiu "paquerado" pelo juiz. Agora, em 2011, Luxemburgo foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil ao árbitro, por conta desta declaração.
Em uma entrevista a revista “Isto É”, o ex-jogador e comentarista esportivo, Neto, contou que era comum jogar com homossexuais no seu tempo, nos anos 80 e 90. Questionado se um jogador gay teria condições de “sair do armário” no Brasil, Neto disse que sim. E revelou que muitos jogadores que atuaram com ele eram homossexuais e todo mundo os respeitava em campo.
As declarações de Neto foram divulgadas no mesmo dia em que a bancada evangélica barrou a votação de uma lei contra a homofobia no Congresso, e durante a repercussão da aprovação da união de pessoas do mesmo sexo pelo Supremo Tribunal Federal.
Outro episódio conhecido diz respeito as revelações do ex jogador “Dadá Maravilha”. Quando perguntado sobre a existência de homossexuais no futebol, respondeu que isso não era novidade. “Existem de montão”. E citou um exemplo: em 1970, segundo ele, tinha um corpo maravilhoso. E havia um zagueiro que era louco pelas suas pernas. Um dia, o cara lhe passou a mão e “Dadá” deu uma pernada nele e disse: “Sai pra lá, rapaz!”.
Para evitar esse tipo de preconceito, foi aprovado um projeto de lei que torna o tema, sexo e orientação sexual um crime resultante de discriminação. Trata-se de uma extensão da Lei 7716/89. Os termos “viado” e “bicha”, comuns no futebol e ditos no calor da disputa, passam a ser considerados discriminatórios e poderão levar quem os disser a ter de se explicar na Justiça.
Quem não lembra do caso envolvendo Ronaldo Fenômeno e um travesti, em um motel no Rio de Janeiro, acontecido em 2008? Na época o craque era jogador do Milan, da Itália. Após ter ido a uma boate no Rio de Janeiro, Ronaldo terminou a noitada na 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca), depois de uma confusão com o travesti André Luis Ribeiro Albertino, conhecido como Andréia Albertine.
O travesti acusou Ronaldo de envolvimento com drogas e publicou um vídeo no “youtube” para comprovar a identidade do jogador. Em um comunicado oficial, divulgado por sua assessoria de imprensa, o craque defendeu-se da acusação dos travestis de que teria usado drogas. O Fenômeno afirmou ainda que estava sendo vítima de extorsão. O travesti André Albertino queria R$ 50 mil.
Segundo Ronaldo, o travesti foi contratado por engano. Ele pensava que se tratava de uma garota de programa e o levou para um motel na Barra da Tijuca. Lá, teria pedido mais duas mulheres para o programa. Quando descobriu que eram travestis, e que um deles teria ido buscar drogas na favela "Cidade de Deus", o atacante teria decidido não mais fazer o programa e deu R$ 1.000 para dois deles.
O outro, que seria André Albertino, não quis e pediu R$ 50 mil para não contar a história para a imprensa. Ronaldo teria ficado revoltado com a tentativa de extorsão e, após um escândalo do travesti na porta do motel, a polícia foi chamada.
André Albertini morreu devido a complicações do HIV, em 2009. De acordo com uma funcionária do Hospital de Clinicas Dr. Radamés Nardini, onde o travesti foi atendido, ele era HIV positivo e morreu por decorrência da doença.
Outro caso que ganhou às manchetes dos jornais, envolveu o ex-jogador do São Paulo, Richarlyson, hoje no Atlético Mineiro. Tudo começou em um programa de esportes, exibido na hora do almoço e apresentado pelo jornalista Milton Neves.
Os integrantes da mesa redonda discutiam sobre o boato de que algum jogador de um clube grande paulistano assumiria a homossexualidade no domingo à noite para todo o Brasil. Perguntado se esse jogador era do Palmeiras, José Cyrillo Júnior, dirigente do “Verdão” respondeu: “O Rycharlison quase assinou com o Palmeiras, mas optou por jogar no São Paulo.”
Logo depois Richarlyson entrou com uma queixa-crime contra o dirigente palmeirense pedindo indenização de R$ 300 mil. Porém, com uma decisão considerada homofóbica por grande parte da população, o juiz Maximiano Junqueira Filho alegou o caso em favor de José Cyrillo.
Mas tudo terminou com um final feliz. O dirigente do Palmeiras pediu desculpas públicas a Richarlyson, o jogador desculpou e foi ao programa televisivo “Fantástico” para afirmar que não é homossexual. (Pesquisa: Nilo Dias)
André Albertino, pivô de escândalo envolvendo o ex-craque Ronaldo Fenômeno.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
O gélido futebol finlandês
O futebol na Finlândia é praticado somente seis meses por ano, devido as condições climáticas. Ao invés do resto do mundo, nestas gélidas regiões o futebol é um desporto de Verão. Os rigorosos invernos duram de Novembro a Abril. Apenas seis meses por ano de competição não permitem grandes aspirações aos seus clubes e seleções.
Mas isso não quer dizer muita coisa, pois o esporte não é o primeiro na preferência popular. Perde para o Hockey no gelo e outros esportes de inverno. Mas num futuro bem próximo, a posição do futebol no país pode melhorar. È que jovens e crianças tem mostrando interesse no esporte inventado pelos ingleses.
Isso, associado ao destaque internacional conquistado por alguns de seus principais jogadores, como Litmanen, Forssel, Hyypia, Kolka, Johansson, entre outros, quase todos atuando no futebol inglês. Números divulgados pela Associação de Futebol da Finlândia mostram que existem cerca de 100.000 jogadores registrados e cerca de 400 times. De acordo com o Gallup poll, aproximadamente 400 mil pessoas têm o futebol como hobby.
O futebol chegou na Finlândia na década de 1890, levado por viajantes britânicos, e foi jogado pela primeira vez em Turku. No entanto, a primeira competição nacional só foi disputada em 1906, tendo como campeão o time da escola de Turku. A Associação de Futebol da Finlândia foi fundada em 1907, e associou-se á FIFA em 1908.
A primeira divisão (“Veikkausliiga”) é composta por 14 times profissionais de futebol. A segunda divisão (“Kakkonen”) tem 47 times divididos em Leste, Oeste, Norte e Sul, cada região com 12 times, com exceção do Norte, que tem atualmente 11 equipes. A Copa finlandesa é uma competição aberta á todos os clubes membros da Associação de Futebol da Finlândia.
Historicamente, a Seleção Finlandesa de Futebol nunca fez parte de grandes competições internacionais como Copa do Mundo e Eurocopa. Apenas participou dos Jogos Olímpicos por quatro vezes (primeira vez em 1912) não tendo ganho medalhas. A primeira vez que disputou um campeonato internacional foi contra Suécia, em 22 de outubro de 1911, quando foi goleada por 5 X 2. O seu maior feito foi participar das meias-finais dos Jogos Olímpicos de 1912.
Somente nos anos 80, o nível do seu futebol ganhou alguma dimensão internacional, quando se destacaram alguns jogadores como Ari Hjelm e Mixu Paatelainem, que atuaram em clubes da Alemanha e Inglaterra. Mas o grande salto de qualidade só aconteceu com a chegada do técnico dinamarquês Roger-Moller Nielsen, em meados dos anos 90.
Graças a ele a Finlândia, pela primeira vez na história, chegou perto de se classificar para um Mundial, quando derrotou a Suíça e empatou com a Noruega. Bastava uma vitória no último jogo, em Helsínqui, contra a Hungria, para carimbar o passaporte para o Mundial de 1998, na França. No entanto, depois de sair vencendo, cedeu o empate e perdeu o jogo no último minuto por 2 X 1 e viu o sonho acabar.
Quatro anos depois, a campanha realizada na fase de classificação para o Mundial-2002, onde empatou com a Alemanha e Inglaterra, é a prova mais eloquente da evolução do futebol finlandês.
O resultado mais expressivo da Finlândia nos últimos anos, foi a goleada de 4 X 1 aplicada sobre Portugal em amistoso realizado em 26 de Março de 2002, no Estádio do Bessa, na cidade do Porto. Os gols da equipe nórdica foram marcados por Jarí Litmanen (2), Kolkka e Forsell, com Sérgio Conceição descontando para o time da casa.
O desempenho da Finlândia nas eliminatórias para a Copa do Mundo mostra sua fragilidade. Em 1930 e 1934, não disputou; de 1938 a 2010, não se classificou. Na Eurocopa, em 1960 e 1964, não disputou; de 1960 a 2004, não logrou classificação.
Para não fugir a regra, jogadores brasileiros também deram as caras por lá. É o caso de Denis Ramos Santos, conhecido como Santos na Finlândia. O atacante teve passagens pelo América Mineiro, Alfenense, Democrata, e Funorte, todos de Minas Gerais. Também andou pelo São Paulo Liaoning, da China, antes de se transferir em 2008, para o PS Kemi Kings, clube que disputava a segunda divisão da Finlândia.
Outro que sofreu com o frio finlandês foi o atacante Cleiton, revelado pelas categorias de base do Fortaleza. Depois de três meses no gelo, retornou ano passado ao seu clube de origem no Brasil. (Pesquisa: Nilo Dias)
Jari Litmanen, o craque do futebol finlandês.
Mas isso não quer dizer muita coisa, pois o esporte não é o primeiro na preferência popular. Perde para o Hockey no gelo e outros esportes de inverno. Mas num futuro bem próximo, a posição do futebol no país pode melhorar. È que jovens e crianças tem mostrando interesse no esporte inventado pelos ingleses.
Isso, associado ao destaque internacional conquistado por alguns de seus principais jogadores, como Litmanen, Forssel, Hyypia, Kolka, Johansson, entre outros, quase todos atuando no futebol inglês. Números divulgados pela Associação de Futebol da Finlândia mostram que existem cerca de 100.000 jogadores registrados e cerca de 400 times. De acordo com o Gallup poll, aproximadamente 400 mil pessoas têm o futebol como hobby.
O futebol chegou na Finlândia na década de 1890, levado por viajantes britânicos, e foi jogado pela primeira vez em Turku. No entanto, a primeira competição nacional só foi disputada em 1906, tendo como campeão o time da escola de Turku. A Associação de Futebol da Finlândia foi fundada em 1907, e associou-se á FIFA em 1908.
A primeira divisão (“Veikkausliiga”) é composta por 14 times profissionais de futebol. A segunda divisão (“Kakkonen”) tem 47 times divididos em Leste, Oeste, Norte e Sul, cada região com 12 times, com exceção do Norte, que tem atualmente 11 equipes. A Copa finlandesa é uma competição aberta á todos os clubes membros da Associação de Futebol da Finlândia.
Historicamente, a Seleção Finlandesa de Futebol nunca fez parte de grandes competições internacionais como Copa do Mundo e Eurocopa. Apenas participou dos Jogos Olímpicos por quatro vezes (primeira vez em 1912) não tendo ganho medalhas. A primeira vez que disputou um campeonato internacional foi contra Suécia, em 22 de outubro de 1911, quando foi goleada por 5 X 2. O seu maior feito foi participar das meias-finais dos Jogos Olímpicos de 1912.
Somente nos anos 80, o nível do seu futebol ganhou alguma dimensão internacional, quando se destacaram alguns jogadores como Ari Hjelm e Mixu Paatelainem, que atuaram em clubes da Alemanha e Inglaterra. Mas o grande salto de qualidade só aconteceu com a chegada do técnico dinamarquês Roger-Moller Nielsen, em meados dos anos 90.
Graças a ele a Finlândia, pela primeira vez na história, chegou perto de se classificar para um Mundial, quando derrotou a Suíça e empatou com a Noruega. Bastava uma vitória no último jogo, em Helsínqui, contra a Hungria, para carimbar o passaporte para o Mundial de 1998, na França. No entanto, depois de sair vencendo, cedeu o empate e perdeu o jogo no último minuto por 2 X 1 e viu o sonho acabar.
Quatro anos depois, a campanha realizada na fase de classificação para o Mundial-2002, onde empatou com a Alemanha e Inglaterra, é a prova mais eloquente da evolução do futebol finlandês.
O resultado mais expressivo da Finlândia nos últimos anos, foi a goleada de 4 X 1 aplicada sobre Portugal em amistoso realizado em 26 de Março de 2002, no Estádio do Bessa, na cidade do Porto. Os gols da equipe nórdica foram marcados por Jarí Litmanen (2), Kolkka e Forsell, com Sérgio Conceição descontando para o time da casa.
O desempenho da Finlândia nas eliminatórias para a Copa do Mundo mostra sua fragilidade. Em 1930 e 1934, não disputou; de 1938 a 2010, não se classificou. Na Eurocopa, em 1960 e 1964, não disputou; de 1960 a 2004, não logrou classificação.
Para não fugir a regra, jogadores brasileiros também deram as caras por lá. É o caso de Denis Ramos Santos, conhecido como Santos na Finlândia. O atacante teve passagens pelo América Mineiro, Alfenense, Democrata, e Funorte, todos de Minas Gerais. Também andou pelo São Paulo Liaoning, da China, antes de se transferir em 2008, para o PS Kemi Kings, clube que disputava a segunda divisão da Finlândia.
Outro que sofreu com o frio finlandês foi o atacante Cleiton, revelado pelas categorias de base do Fortaleza. Depois de três meses no gelo, retornou ano passado ao seu clube de origem no Brasil. (Pesquisa: Nilo Dias)
Jari Litmanen, o craque do futebol finlandês.