Ricardo
Lucas Figueredo Monte Raso, mais conhecido como “Dodô”, foi um dos melhores
atacantes da história do futebol brasileiro, recebendo da imprensa esportiva o
apelido de “o artilheiro dos gols bonitos”, pelos belos gols que fez ao longo
de sua carreira.
Paulista
da capital, nasceu em 2 de Maio de 1974. “Dodô” foi revelado pelo Nacional, de
São Paulo em 1992. Teve ainda uma rápida passagem pelo Fluminense entre 1994 e
1995 e Paraná Clube no ano de 1996, antes chegar ao São Paulo.
No
São Paulo, “Dodô” formou ao lado do colombiano Aristizábal uma dupla de ataque
perigosa. Foi artilheiro do “Paulistão” de 1997 e do “Torneio Rio-São Paulo” de
1998 com 19 e 5 gols respectivamente.
Ajudou
o São Paulo a conquistar o “Estadual” de 1998. No total, pelo clube tricolor
paulista, “Dodô” disputou 46 partidas e marcou 33 gols. Em 1997, o atacante
chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Zagallo cinco
vezes, marcando 2 gols.
Deixou
o tricolor paulista em 1999 e passou a defender o Santos até 2001. Com a camisa
do Alvinegro praiano Dodô disputou 67 jogos e marcou 33 gols, se destacando
pelo peixe de 1999 até 2001.
No
segundo semestre daquele ano, foi contratado pelo Botafogo com ajuda da “Golden
Cross”, empresa que se interessou em patrocinar o clube a partir da contratação
do atacante.
“Dodô”
ajudou o alvinegro a escapar do rebaixamento no “Brasileirão” de 2001 e a fazer
uma boa campanha no “Torneio Rio-São Paulo” de 2002.
Porém,
o Botafogo encontrava-se em má fase financeira, e teve que dispensar vários
jogadores para o “Campeonato Brasileiro” de 2002, onde o clube acabou
rebaixado. “Dodô” acertou sua volta ao estado de São Paulo para atuar pelo
Palmeiras.
Contudo,
naquele ano, não obstante as inúmeras contratações de impactos que o “Verdão”
fez para o “Campeonato Brasileiro”, a equipe também acabou sendo rebaixada.
“Dodô“ pouco atuou naquela competição, pois estava frequentemente lesionado.
Ferdão foram 16 partidas e apenas três gols.
Já
que o Palmeiras tentava ajustar-se para uma nova realidade, “Dodô” então
resolveu ir para o futebol asiático. Jogou, entre 2003 e 2004, no Ulsan
Hyundai, da Coreia do Sul e, em 2005, no Oita Trinita, do Japão. Enquanto
estava na Ásia, “Dodô” deu diversas entrevistas declarando sua vontade de
voltar para o Brasil, dizendo que gostaria de atuar novamente pelo Botafogo.
Retornou
ao Brasil no segundo semestre de 2005 para defender o Goiás. Contudo, era
reserva no time goiano. Este fato o fez acertar sua volta ao Botafogo no início
de 2006. No “Glorioso”, “Dodô” ajudou a equipe a vencer a “Taça Guanabara” e o
“Carioca” de 2006 sendo artilheiro da competição com 9 gols.
No
Brasileirão, “Dodô” era o artilheiro da competição com 9 gols quando decidiu
transferir-se para o futebol árabe. O contrato do jogador com o clube carioca
tinha uma cláusula que permitia sua saída sem qualquer tipo de ressarcimento
caso houvesse uma proposta de um clube não brasileiro.
Dodô
foi defender o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, mas, em 2007, voltou para o
Botafogo. Foi campeão da “Taça Rio” e vice-campeão do “Campeonato Carioca”, sendo
premiado com a “Medalha de Mérito Esportivo Pan-Americano”, pela Câmara
Municipal do Rio de Janeiro.
No
início de julho de 2007, o atacante foi pego no exame antidoping por apresentar
em sua urina a substância “Femproporex”, usada para perda de peso, que constava
em uma cápsula de cafeína manipulada por uma farmácia, dada pelo departamento
nutricional do clube.
A
farmácia trabalhava há dois anos fornecendo medicamentos para o clube e não
havia registros de contaminação anterior. O estabelecimento chegou a ser fechado
e seus proprietários entraram com ação contra o clube. O Botafogo e “Dodô”
também processaram a farmácia..
Na
época, o caso ganhou grande proporção porque “Dodô” revelou ter consumido
apenas uma cápsula de cafeína ministrada pelo médico do Botafogo, Márcio Cunha.
O
atacante foi suspenso por 120 dias inicialmente, mas entrou com recurso e foi
absolvido por não ter sido considerada a sua culpa. Após sua volta, “Dodô”
marcou seu 300º gol na carreira profissional.
No
fim da temporada, faltando seis rodadas para acabar o “Campeonato Brasileiro”,
“Dodô” anunciou que não renovaria seu contrato com o alvinegro carioca para
2008. O jogador recebeu a “Chuteira de Ouro”, da “Revista Placar” pelo seu
desempenho em 2007, sendo o principal goleador daquele ano no futebol
brasileiro e o “Troféu de Prata” do “Prêmio Craque do Brasileirão”, por ter
sido escolhido o segundo melhor centroavante do “Campeonato Brasileiro”.
“Dodô”
deixou o Botafogo para jogar no Fluminense. Concorrendo pela titularidade com
Leandro Amaral e Washington, os chamados "três tenores". Quando
começava a jogar com frequência no time titular, como na goleada por 6 X 0
contra o Arsenal, de Sarandí, Argentina, pela “Copa Libertadores”, sofreu uma
fratura de um osso frontal da face e teve de ficar dois meses parado.
Com
a saída de Leandro do clube, “Dodô” recebera a chance de ser titular. No
entanto, nunca foi visto com bons olhos pela torcida tricolor, tendo em vista o
fato de não ter comemorado um gol contra o Boca Juniors, se mostrando
insatisfeito na equipe, então comandada por Renato Gaúcho.
Foi
demitido do Fluminense no final de agosto de 2008, após uma conversa com o
treinador “Cuca”, o mesmo com quem trabalhara no Botafogo. Poucos dias após se
desligar do Fluminense, “Dodô” recebeu do “Tribunal Arbitral do Esporte” o
resultado do processo sobre seu doping, resultando na sua suspensão por 2 anos.
A
sentença levou em conta parte do tempo do processo e, assim, o jogador só
poderia voltar a atuar em 7 de novembro de 2009.
Após
cumprir a suspensão, “Dodô” recebeu propostas de diversos clubes, porém muitos
deles desistiram de contratá-lo porque o atleta pediu um salário muito alto e
após diminuir sua pedida salarial, em 16 de dezembro de 2009, acertou com o
Vasco.
Demorou
para “Dodô” marcar seu primeiro gol com a camisa cruz-maltina. Depois de passar
em branco contra Tigres e América, enfrentou pela primeira vez o Botafogo, clube
pelo qual marcou 90 gols e teve boa atuação.
“Dodô”
fez 3 gols no primeiro tempo. No segundo, sofreu a falta cobrada por Léo Gago
que resultou no quarto gol e deu o passe para Philippe Coutinho marcar o
quinto. Além disso, o Vasco ainda fez mais um gol, fechando a goleada de 6 X 0,
em pleno “Engenhão”.
Após
o início promissor, o rendimento de “Dodô” foi caindo a cada partida. Vieram
muitos jogos em branco, e a torcida vascaína passou a execrá-lo depois da perda
do título da “Taça Guanabara” para o Botafogo.
Houve
uma nova tentativa dele num clássico diante do Flamengo. Mas os dois pênaltis
desperdiçados na derrota por 1 X 0 para o arquirrival vascaíno pioraram ainda
mais a relação dele com a torcida.
No
final da “Taça Rio”, ainda houve uma esperança sobre o atacante, quando ele
marcou um dos gols da vitória por 3 X 0 sobre o Fluminense, no “Maracanã” e
anotou dois gols na vitória por 4 X 3 sobre o Duque de Caxias, no “Estádio
Raulino de Oliveira”, ajudando o time a se classificar para as semifinais do
segundo turno. O time acabou eliminado pelo Flamengo, com uma derrota por 2 X
1.
“Dodô”
voltou para a reserva, e nos treinos era visível sua falta de ânimo. Desânimo
que veio para os campos. Depois da derrota do Vasco para o Guarani por 1 X 0,
em São Januário, “Dodô”, que entrara no primeiro tempo, substituindo Élton,
contundido, deixou como última lembrança sua descida para o vestiário, em
silêncio, ouvindo gritos, vaias e ofensas.
No
dia 4 de junho, de comum acordo entre ambas as partes, “Dodô” rompeu seu
compromisso com o clube. Foram 28 jogos e 11 gols marcados nesta volta aos
gramados, curiosamente, nenhum deles marcado em São Januário, palco de seu
último jogo com a camisa do Vasco.
Em
10 de junho, “Dodô” acertou com a Portuguesa de Desportos, de São Paulo, para a
disputa da Série B do “Campeonato Brasileiro”.
No
dia 1 de março de 2011, foi dispensado pela Portuguesa. De acordo com nota
oficial emitida pela diretoria do clube paulista, a medida foi tomada pelo fato
de “Dodô” ter desrespeitado o técnico Jorginho, assim como seus companheiros de
equipe, durante a partida contra o Bragantino quando, ao ser substituído no
segundo tempo, abandonou o estádio antes do término da partida.
Em
março de 2011, acertou com o Americano para a disputa do “Campeonato Brasileiro
da Série B”. Uma contusão o forçou a
fazer uma cirurgia no joelho, adiando para 2012 seu retorno aos gramados.
Em
21 de fevereiro de 2013, pegando muita gente de surpresa, “Dodô” foi anunciado
como reforço pontual do emergente clube da cidade de Osasco, o Grêmio Esportivo
Osasco, em vínculo que se encerrou ao final da disputa da “Série A2”, do “Campeonato
Paulista” daquele mesmo ano. “Dodô” juntou-se ao elenco que fora recentemente
reforçado com “Viola”, outro renomado veterano do futebol brasileiro.
Em
6 de março de 2013 fez sua estreia pelo Osasco contra o Capivariano. Ao fim da
partida mostrou porque era chamado de” artilheiro dos gols bonitos”, ao marcar
um belo gol por cobertura, fechando o placar em 2 X 0. Na partida seguinte,
contra o Monte Azul, voltou a marcar pelo Osasco, decretando o empate em 2 X 2.
Em
30 de março de 2013, “Dodô” deixou o Osasco e acertou com o Barra da Tijuca
para a disputa do “Carioca” da “Série B”. Após disputar a competição, “Dodô”
encerrou sua carreira aos 39 anos.
Sem
atuar desde 2013, quando defendeu o Barra da Tijuca, “Dodô” fez um curso para
treinador no início do ano de 2015, ministrado por profissionais da CBF, na
“Granja Comary”, com duração de dez dias e aulas divididas em dois
períodos. Ainda tentou a carreira de
treinador, tendo dirigido o Rio Negro, de Manaus por um mês, mas saiu por
motivos profissionais.
Títulos
conquistados. Paraná Clube: Campeão Paranaense (1996); São Paulo: Campeão Paulista
(1998); Botafogo: Campeão Carioca (2006) e Taça Guanabara (2006).
Prêmios:
Melhor jogador do Campeonato Carioca (2006 e 2007); Melhor jogador da Copa do
Brasil (2007); Chuteira de Ouro da Revista Placar (2007); Artilharias: São Paulo
- Campeonato Paulista (1997 - 19 gols); Copa dos Campeões Mundiais (1997 - 4
gols); Torneio Rio-São Paulo (1998 - 5 gols); Botafogo: Campeonato Carioca (2006
- 9 gols); Campeonato Carioca (2007 - 13 gols); Vasco da Gama: Taça Guanabara (2010
- 7 gols) (Pesquisa: Nilo Dias)