quarta-feira, 20 de março de 2019

A comovente história de um ex-jogador de futebol

Uma das piores coisas que pode acontecer na vida de uma pessoa é ficar impedido de caminhar e ter de ficar dependendo de uma cadeira de rodas para qualquer movimentação. 

Foi o que aconteceu com o ex-jogador de futebol, Adil Pimenta de Souza Júnior,  tamnbém conhecido por "Nica", que no dia 27 de setembro de 2000 sofreu  um acidente de carro, quando viajava acompanhado de seu sogro, de São João Nepomuceno a Belo Horizonte, em Minas Gerais. Teve uma lesão medular cervical de graus 5 e 6 e ficou quatro meses internado e sem movimentos na parte de baixo do corpo

Adil nasceu no dia 23 de julho de 1965 na cidade de São João Nepomuceno, em Minas Gerais. Começou a carreira de futebolista no Botafogo, de sua terra natal. Desde garoto chamava a atenção pela velocidade que imprimia nas jogadas. dribles curtos, chute potente e extremamente habilidoso. 

Depois transformou-se num cigano do futebol, jogando por América, do Rio de Janeiro, Cruzeiro, de Belo Horizonte, Tupi, de Juiz de Fora (MG), Guarani, de Campinas (SP), Ferroviária, de Araraquara (SP), Portuguesa de Desportos (SP), Corinthians Paulista, no tempo do folclórico presidente Vicente Mateus, Grêmio, de Porto Alegre, Criciúma e Figueirense, de Santa Catarina, Sport Recife, Bahia, Botafogo, de Ribeirão Preto (SP), Araçatuba (SP), São José (SP), Bragantino (SP) e Juventus (SP).

O Juventus foi o último clube em que Adil jogou. Foi no "Moleque Travesso" que fez um gol histórico, chutando a bola do meio do campo sem defesa para o goleiro Irá, do Santo André.

Estava com 35 anos e já perto do final da carreira. Foi obrigado a trocar a rotina de treinos, concentração e jogos, por trabalhos diários de fisioterapia para recuperar os movimentos do corpo.


Quando saiu do hospital procurou diversos órgãos que atendiam lesados medulares. Teve muito apoio de pessoas da época da Portuguesa e do Corinthians, tanto do médico corinthiano, Joaquim Grava, que lhe deu apoio moral, entusiasmo e estimulo.

Adil também conta que recebeu ajuda e muito carinho de pessoas ligadas ao futebol. Mas ele cita em especial o ex-jogador e agora comentarista Neto, da TV Band, que foi visitá-lo no hospital.

Teve muitos ex-jogadores que se prontificaram a lhe ajudar na época. O Neto esteve no hospital em Juiz de Fora. Os dois sacramentaram uma amizade muito grande na época do Corinthians. 

Ele frequentava a casa de Adil em São Paulo. No entender de Adil, Neto sempre teve um coração muito bom. E salienta que todo esse carinho que recebeu no futebol , foi resultado daquilo que sempre plantou durante a carreira.

E também recebeu o indispensável apoio dos amigos, da família. E isso marcou a sua recuperação. Conta que quando ainda estava no hospital, dois amigos saiam todos os dias da sua cidade, para visita-lo. Toda a cidade lhe abraçou muito. Saiu de lá com 15 anos e voltou com 35 anos, relatou em entrevista ao Yahoo Esportes.

Mas a nova realidade não abateu Adil. Ele não aceitou a possibilidade de viver em uma cadeira de rodas, por isso se dedicou incansavelmente à fisioterapia para recuperar os movimentos do corpo. E deu certo. Hoje se locomove sozinho e até dirige o carro.

Reconhece que a recuperação foi um tanto lenta. As limitações que enfrentava o levaram até o Hospital Sarah Kubitschek. Lá a ficha caiu, e se deu  conta que estava tetraplégico e não sabia. Na primeira oportunidade que o colocaram em pé, pensou que iria ficar numa cadeira de rodas para sempre.

E Adil não queria isso. Começou a fazer fisioterapia todos os dias. Não sabe explicar de tirou tanta força. Quando saiu do hospital lhe deram uma receita para comprar uma cadeira de rodas. Mas rasgou a tal receita. Isso não estava nos seus planos.

Quando ainda se encontrava no hospital, já havia usado o andador, que considerava melhor do que uma cadeira de rodas. Acomodação era palavra que não constava de seu dicionário. Queria bem mais.

Quando Adil chegou ao Sarah foi examinado por uma junta médica. E lembra que até falou para uma psicóloga de que não precisava de terapia e sim de exercícios,  porque sempre foi um atleta ativo.

E ressalta que em momento algum teve qualquer problema de depressão. É verdade que num ambiente hospitalar a pessoa se depara com várias situações, como alguém querendo mexer o dedo para dar um tiro no ouvido.

E felizmente ele conseguiu passar por tudo isso. E hoje não tem porque ficar chateado e lamentar o que aconteceu. (Pesquisa: Nilo Dias)


Adil com a camisa do Corinthians.

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