Na rodada deste final de semana, não foi diferente. Mais arbitragens ruins e clubes prejudicados. O Campeonato Brasileiro parece que vai ser decidido no apito.Quem tiver mais força nos bastidores, leva a taça.
A arbitragem do mineiro Ricardo Marques Ribeiro no clássico deste domingo entre Corinthians e São Paulo deixou o lado alvinegro revoltado. Após o empate por 1 a 1 no Morumbi, que afastou ainda mais os arquirrivais do sonho de brigar com o Palmeiras pelo título, Mano Menezes praticamente se esqueceu de falar sobre o desempenho de sua equipe no confronto contra os atuais tricampeões nacionais e foi o primeiro a disparar contra o apitador.
"Tivemos, na segunda parte, as melhores oportunidades para definir o jogo a nosso favor e saímos com a convicção de que se a arbitragem tivesse sido um pouco mais neutra certamente sairíamos com a vitória", opinou, visivelmente insatisfeito com o trio mineiro."Não gostei nada da arbitragem e acho que estão confundindo o fato de o Corinthians já ter vaga garantida na Libertadores com dar o mesmo tratamento para nosso time. O árbitro usou dois critérios o tempo inteiro. Não deu uma sucessão de faltas a nosso favor e, no final, expulsou um jogador deles para deixar a impressão que o São Paulo foi o prejudicado.
Um absurdo", disparou, cutucando, por tabela, os donos da casa.Apesar de ter citado faltas em Defederico e Dentinho, perto da área rival, como exemplos de erros do árbitro neste domingo, Mano reforçou que sua principal reclamação foi com relação ao duplo critério adotado pelo apitador mineiro. "Não estou falando de um lance, mas de filosofia para apitar o jogo. Tem que usar critério igual. Não usou e ficou parecendo outra coisa", concluiu, voltando a insinuar favorecimento ao time do Morumbi.Direto e reto: Se Mano Menezes insinuou favorecimento, o presidente Andrés Sanchez falou com todas as letras o que o treinador se policiou na hora de conceder entrevista coletiva.
Para o mandatário alvinegro, a força rival nos bastidores influenciou o comportamento de Ricardo Marques Ribeiro no clássico."Errar é normal, mas o que aconteceu hoje (domingo) foi um absurdo. Eu já fui beneficiado e prejudicado, mas isso foi uma vergonha. O São Paulo pressiona de todos os lados e acontece isso aí", disparou, também reforçando sua revolta com o tratamento recebido ao chegar no Morumbi."Está virando rotina com esses vândalos. Depois querem fazer Copa do Mundo", criticou. "E vão conseguir, pois vai sair dinheiro público. Eu queria fazer o meu (estádio), mas o São Paulo vai pegar todo o dinheiro e não sobrará para o Corinthians", concluiu, estocando uma última vez os desafetos.
Resposta: Do lado são-paulino, o técnico Ricardo Gomes deixou clara a discordância das declarações corintianas. "Qual pressão que fizemos sobre o árbitro? Contra o Flamengo, ele não havia dado um pênalti sobre o Washington. Ainda assim, sempre falei para confiarmos em seu trabalho", afirmou.
Já o superintendente de futebol Marco Aurélio preferiu disparar contra Mano Menezes. "Ele é muito sensível para arbitragem. O gol do Corinthians saiu de uma irregularidade do Dentinho e ainda vi um pênalti em cima do Marlos. Mas foram lances difíceis. Acho que o juiz apitou bem", analisou. (Fonte: Yahoo Esportes)
Barueri foi prejudicado pela arbitragem
Dois lances foram especialmente contestados pelos jogadores do Barueri neste sábado. No primeiro deles, o meia Gilberto estaria em posição irregular quando completou cruzamento de Guerrón, após corte mal feito pela zaga. No outro, o zagueiro Gil teria cortado finalização de Fernandinho com o braço. O árbitro Djalma Beltrami (RJ) não deu pênalti e mandou o lance seguir - o atacante acabou expulso por reclamação, minutos depois.
"Na hora do chute, a bola bateu na minha costela e depois pegou no braço", admitiu Gil, sem ver motivos para a penalidade: "mas eu já estava caído nessa hora". Já o volante Fabrício, que reclamou de pênalti de Jumar na derrota para o Palmeiras, desta vez adotou discurso oposto, ao ver como comuns os erros. (Fonte: Brazilian Voice)
Djalma Beltrami prejudicou o Barueri, no jogo contra o Cruzeiro.
Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
Árbitros ou sopradores de lata (Final)
Antes do segundo jogo das finais da Copa do Brasil, o vice-presidente de futebol Fernando Carvalho apresentou a imprensa um dossiê mostrando em vídeos, o favorecimento das arbitragens ao Corinthians. Todas as imagens exibidas foram extraídas de programas esportivos. A apresentação, que foi acompanhada por dezenas de jornalistas, começou com a exibição do pênalti sofrido por Tinga, no Pacaembu, no Brasileirão de 2005. Naquela oportunidade, o árbitro Márcio Rezende de Freitas não marcou a penalidade e ainda expulsou o jogador colorado por suposta simulação.
Somado ao escândalo da arbitragem no campeonato daquele ano, que motivou a anulação do resultado de diversas partidas, o equívoco foi extremamente danoso ao Internacional, que acabou ficando com o vice-campeonato. Depois, o dossiê se ocupou com a Copa do Brasil, quando uma série de erros de arbitragem facilitaram a chegada do clube paulista ao título.
Destaque para o jogo contra o Atlético Paranaense, disputado dia 29 de abril na Arena da Baixada, em que o Corinthians foi beneficiado com dois pênaltis inexistentes marcados pelo juiz Nielson Nogueira Dias (PE). O time curitibano vencia por 3 X 0, mas a vantagem foi diminuída para 3 X 2 graças aos erros do árbitro, que também deixou de marcar um pênalti em favor do Atlético.
A apresentação também trouxe à tona a segunda partida da semifinal, dia 3 de junho contra o Vasco da Gama, na qual o juiz Leonardo Gaciba (Fifa-RS) deixou de marcar um pênalti claro para a equipe carioca. O resultado de 0 X 0 no Pacaembu acabou servindo ao Corinthians, que avançou à final. Para encerrar o dossiê, foram mostrados vários lances do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, no Pacaembu. A começar pela falta que originou o segundo gol do Corinthians, que foi claramente cobrada com a bola em movimento, sob o olhar complacente do árbitro paranaense, Heber Rodrigues Lopes, do quadro da FIFA.
Todas as imagens foram exibidas com o áudio original, no qual os comentaristas reiteravam o erro cometido pelo árbitro. A seguir, foi mostrado o pênalti sofrido por Alecsandro, quando o placar ainda estava 0 X 0. Além de um impedimento mal marcado de Taison, a edição também destacou as sucessivas faltas cometidas por Elias, Jorge Henrique e Chicão, que nem sequer receberam cartão amarelo.
No jogo Corinthians 3 X 3 Botafogo, dia 23 de agosto, válido pela 21ª rodada o juiz aspirante ao quadro da Fifa, Arilson Bispo da Anunciação (BA) validou um gol do Botafogo em que André Lima usou a mão para tocar a bola para as redes. Além disso, assinalou um pênalti e uma falta que resultaram em gols do Corinthians. Por causa desses erros o árbitro foi suspenso pela Comissão de Arbitragem da CBF por tempo indeterminado.
Apenas para ilustrar este trabalho, alguns dos maiores erros de arbitragem já verificados no futebol brasileiro nos últimos anos, além dos já citados acima.
Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistão). O zagueiro César, da Portuguesa, interceptou a bola com o peito, mas o juiz Javier Castrilli viu toque de mão e marcou pênalti. O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio.
Santos x Botafogo - 1995 (Brasileirão). Foram inúmeros erros. Um gol do santista Túlio foi anulado. O juiz Márcio de Freitas não viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a mão, lance convertido em gol por Marcelo Passos. Ele também anulou, com um impedimento inexistente, o gol de Camanducaia que daria a vitória ao Santos.
Grêmio x Flamengo - 1982 (Brasileirão). O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a mão. O juiz Oscar Scolfaro não deu o pênalti.
Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistão). O juiz Armando Marques encerrou a cobrança de pênaltis antes de todos os lances serem cobrados. Os Santos foi declarado campeão. A Federação Paulista “consertou o erro” dividindo o título entre as equipes.
Palmeiras x São Paulo - 1971 (Paulistão). O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeça do atacante palmeirense Leivinha, alegando toque de mão. Seu time perdeu a partida por 1 a 0. (Texto extraído do site GUIA DE CURIOSIDADES).
Ainda com relação ao Corinthians, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) investigou possível tentativa de manipulação de resultados no Brasileiro de 2006, temporada na qual o “Timão” correu risco de rebaixamento. A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal, que não concedeu mais detalhes, mas avisou que nas escutas realizadas para desvendar a parceria entre o Corinthians e a empresa MSI houve conversas sobre manipulação de resultados. Tudo acabou em pizza.
Em 1997, gravações pegaram o presidente corintiano oferecendo o que seria dinheiro ao então chefe da arbitragem brasileira, Ivens Mendes. O STJD, logo depois, puniu Dualib com dois anos de suspensão, nunca cumprido por conta de recursos.
No ano passado o site Globoespoerte fez um minucioso levantamento de como seria a classificação do Brasileirão sem os erros de arbitragem. Para tanto foi feita uma pesquisa em busca de erros decisivos de arbitragem, e que fizeram diferença no placar. Esta análise mostrou que se os árbitros não errassem, a tabela do campeonato sofreria muitas mudanças. De 340 confrontos, 29 mudaram de resultado. A equipe mais beneficiada com os erros foi a do São Paulo, que se sagrou campeão, e a mais prejudicada, a do Fluminense, que escapou do rebaixamento nas últimas rodadas. (Pesquisa: Nilo Dias)
Dirigente Fernando Carvalho, do Internacional denunciou favorecimento ao Corinthians.
Somado ao escândalo da arbitragem no campeonato daquele ano, que motivou a anulação do resultado de diversas partidas, o equívoco foi extremamente danoso ao Internacional, que acabou ficando com o vice-campeonato. Depois, o dossiê se ocupou com a Copa do Brasil, quando uma série de erros de arbitragem facilitaram a chegada do clube paulista ao título.
Destaque para o jogo contra o Atlético Paranaense, disputado dia 29 de abril na Arena da Baixada, em que o Corinthians foi beneficiado com dois pênaltis inexistentes marcados pelo juiz Nielson Nogueira Dias (PE). O time curitibano vencia por 3 X 0, mas a vantagem foi diminuída para 3 X 2 graças aos erros do árbitro, que também deixou de marcar um pênalti em favor do Atlético.
A apresentação também trouxe à tona a segunda partida da semifinal, dia 3 de junho contra o Vasco da Gama, na qual o juiz Leonardo Gaciba (Fifa-RS) deixou de marcar um pênalti claro para a equipe carioca. O resultado de 0 X 0 no Pacaembu acabou servindo ao Corinthians, que avançou à final. Para encerrar o dossiê, foram mostrados vários lances do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, no Pacaembu. A começar pela falta que originou o segundo gol do Corinthians, que foi claramente cobrada com a bola em movimento, sob o olhar complacente do árbitro paranaense, Heber Rodrigues Lopes, do quadro da FIFA.
Todas as imagens foram exibidas com o áudio original, no qual os comentaristas reiteravam o erro cometido pelo árbitro. A seguir, foi mostrado o pênalti sofrido por Alecsandro, quando o placar ainda estava 0 X 0. Além de um impedimento mal marcado de Taison, a edição também destacou as sucessivas faltas cometidas por Elias, Jorge Henrique e Chicão, que nem sequer receberam cartão amarelo.
No jogo Corinthians 3 X 3 Botafogo, dia 23 de agosto, válido pela 21ª rodada o juiz aspirante ao quadro da Fifa, Arilson Bispo da Anunciação (BA) validou um gol do Botafogo em que André Lima usou a mão para tocar a bola para as redes. Além disso, assinalou um pênalti e uma falta que resultaram em gols do Corinthians. Por causa desses erros o árbitro foi suspenso pela Comissão de Arbitragem da CBF por tempo indeterminado.
Apenas para ilustrar este trabalho, alguns dos maiores erros de arbitragem já verificados no futebol brasileiro nos últimos anos, além dos já citados acima.
Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistão). O zagueiro César, da Portuguesa, interceptou a bola com o peito, mas o juiz Javier Castrilli viu toque de mão e marcou pênalti. O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio.
Santos x Botafogo - 1995 (Brasileirão). Foram inúmeros erros. Um gol do santista Túlio foi anulado. O juiz Márcio de Freitas não viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a mão, lance convertido em gol por Marcelo Passos. Ele também anulou, com um impedimento inexistente, o gol de Camanducaia que daria a vitória ao Santos.
Grêmio x Flamengo - 1982 (Brasileirão). O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a mão. O juiz Oscar Scolfaro não deu o pênalti.
Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistão). O juiz Armando Marques encerrou a cobrança de pênaltis antes de todos os lances serem cobrados. Os Santos foi declarado campeão. A Federação Paulista “consertou o erro” dividindo o título entre as equipes.
Palmeiras x São Paulo - 1971 (Paulistão). O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeça do atacante palmeirense Leivinha, alegando toque de mão. Seu time perdeu a partida por 1 a 0. (Texto extraído do site GUIA DE CURIOSIDADES).
Ainda com relação ao Corinthians, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) investigou possível tentativa de manipulação de resultados no Brasileiro de 2006, temporada na qual o “Timão” correu risco de rebaixamento. A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal, que não concedeu mais detalhes, mas avisou que nas escutas realizadas para desvendar a parceria entre o Corinthians e a empresa MSI houve conversas sobre manipulação de resultados. Tudo acabou em pizza.
Em 1997, gravações pegaram o presidente corintiano oferecendo o que seria dinheiro ao então chefe da arbitragem brasileira, Ivens Mendes. O STJD, logo depois, puniu Dualib com dois anos de suspensão, nunca cumprido por conta de recursos.
No ano passado o site Globoespoerte fez um minucioso levantamento de como seria a classificação do Brasileirão sem os erros de arbitragem. Para tanto foi feita uma pesquisa em busca de erros decisivos de arbitragem, e que fizeram diferença no placar. Esta análise mostrou que se os árbitros não errassem, a tabela do campeonato sofreria muitas mudanças. De 340 confrontos, 29 mudaram de resultado. A equipe mais beneficiada com os erros foi a do São Paulo, que se sagrou campeão, e a mais prejudicada, a do Fluminense, que escapou do rebaixamento nas últimas rodadas. (Pesquisa: Nilo Dias)
Dirigente Fernando Carvalho, do Internacional denunciou favorecimento ao Corinthians.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Árbitros ou sopradores de lata? (01)
O nível das arbitragens no Brasil está realmente muito ruim. A cada rodada do Campeonato Brasileiro, não importa se da Série A ou B, multiplicam-se as reclamações. São erros gravíssimos, que mesmo sem intenção podem jogar por água abaixo todo o trabalho de uma temporada, além de causarem grandes prejuízos financeiros aos clubes prejudicados.
Nos últimos dias assistimos erros que nem despreparados juízes de peladas varzeanas cometeriam. No jogo Ceará X Paraná Clube, disputado no último dia 19, no Estádio Castelão, em Fortaleza, o árbitro alagoano Charles Hebert Cavalcante Ferreira validou um gol feito com a mão pelo atacante Wellington Silva, aos 42 minutos do primeiro tempo, que deu a vitória ao clube paranaense.
O lance foi escandaloso. Após uma cobrança de escanteio, a bola sairia pela linha de fundo, mas Wellington saltou e deu uma verdadeira cortada de vôlei para marcar um gol com a mão esquerda. De nada adiantaram as reclamações dos jogadores cearenses, pois até mesmo a bandeirinha alagoana Ticiana de Lucena Falcão correu para o centro do campo, também validando o gol. Antes da bola rolar para o segundo tempo, Wellington Silva confirmou a irregularidade que cometeu no lance do gol. “Fui dar um peixinho e pegou na minha mão, mas não tive a intenção”, disse o jogador, em entrevista a imprensa cearense.
A Comissão de Arbitragem da CBF puniu o árbitro Charles Ferreira, com 90 dias de suspensão, e os auxiliares Cleriston Rios (SE) e Ticiana Lucena, mais o quarto árbitro Wladyerisson Oliveira (CE), com 30 dias de gancho.
Na última quarta-feira, 23, o árbitro Evandro Rogério Roman (PR) teve péssima atuação ao dirigir o jogo Cruzeiro X Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro da Série A. Ele deixou de marcar pelo menos três penalidades máximas claríssimas contra o Palmeiras. O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, divulgou ontem uma carta de protesto intitulada "Vergonha e indignação". "A partida entre Cruzeiro e Palmeiras entrou para a relação dos grandes absurdos do futebol brasileiro em 2009", diz a nota.
Até o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, concordou que houve um pênalti indiscutível quando Jumar acertou Fabrício na área. "Foi pênalti, eu não escondo", afirmou o dirigente palmeirense. A CBF puniu o árbitro paranaense com 30 dias de suspensão.
No Campeonato Brasileiro deste ano as falhas de arbitragem começaram cedo. Na segunda rodada do primeiro turno, quatro jogos tiveram falhas que poderiam ter mudado o resultado final. O que dominou os erros foram os pênaltis não assinalados e gols marcados em impedimento. O jogo que mais provocou reclamações foi Atlético Mineiro 2 X 1 Grêmio, disputado no Mineirão, dia 16 de maio.
O árbitro Wilson Seneme (SP) teve atuação desastrosa: no início do segundo tempo, a bola bateu no braço de Welton Felipe, do Atlético, dentro da área, mas nada foi marcado. Nos acréscimos, em lance idêntico, a bola bateu no braço de Joilson, e Seneme marcou o pênalti contra o Grêmio, que Tardelli bateu e converteu, garantindo o triunfo atleticano.
Ainda nessa rodada ocorreram mais erros dos juízes. Na Vila Belmiro, os gols de Kléber Pereira, do Santos, e Rafael Tolói, do Goiás, foram marcados em impedimento. Ainda houve um pênalti de Fabão em Júlio César a favor do time goiano não assinalado pelo árbitro Ricardo Ribeiro (MG). No jogo Flamengo X Avaí, no Maracanã, outros dois pênaltis não marcados pelo árbitro Francisco Carlos Nascimento(AL). Primeiro, Willians, do Flamengo, derrubou Evando, do Avaí, na área. Pouco depois, o mesmo Willians cruzou e a bola bateu no braço levantado de Undel, que estava dentro da área.
O outro jogo que teve erro da arbitragem foi São Paulo 2 X 2 Atlético Paranaense. O gol de empate do tricolor paulista foi irregular, já que André Lima estava em posição de impedimento não marcado pelo juiz Wilton Pereira Sampaio (DF). Os paranaenses ainda reclamaram de um pênalti não marcado por Miranda em Marcinho.
Na 22ª rodada do Brasileirão, disputada no dia 30 de agosto, o Botafogo foi prejudicado pelo árbitro paulista Rodrigo Martins Cintra que validou o segundo gol gremista, feito de forma irregular: a bola saiu quase um metro pela linha de fundo no cruzamento de Mário Fernandes para Jonas. E ainda teve um pênalti a favor do Botafogo não assinalado, quando Adilson cortou cruzamento dentro da área com o braço estendido.
No jogo Internacional 1 X 2 Corinthians, dia 19 de agosto, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro, o time gaúcho foi “garfado” em pleno Beira Rio, em Porto Alegre. Dessa feita foram os dois auxiliares, Dibert Pedrosa Moisés (RJ) e Hilton Moutinho Rodrigues (RJ), que erraram feio nos gols corinthianos, ambos assinalados em situações de impedimento. No primeiro gol, Chicão estava adiantado quando a bola foi cruzada para a área em cobrança de falta. No segundo, no finalzinho, dois jogadores corintianos estavam livres e impedidos na pequena área, mas o bandeirinha nada marcou. (Pesquisa: Nilo Dias)
O árbitro alagoano Charles Hebert Cavalcante Ferreira validou de forma escandalosa, um gol feito com a mão, contra o Paraná Clube.
COMENTÁRIOS DE LEITORES
Mario Gayer do Amaral disse...
Oi, Nilo. Gostei dessa matéria sobre os árbitros. é muito fácil culpá-los por uma derrota mas nem sempre isso acontece. Talvez quando colocarem a TV nos lances mais dificeis, isso minimize. Mas duvido que isso ocorra.
No meu blog, fiz um post a respeito dos três anos sem o Bra-Pel, contando um pouco das histórias e das lembranças desse jogo. Se quiseres comentar ou adicionar mais alguma coisa que tu lembres de Bra-Pel, fico agradecido. Só ganho mais sabedoria e mais trocas de idéias. É isso. Um grande abraço.
9 de outubro de 2009 00:22
Nos últimos dias assistimos erros que nem despreparados juízes de peladas varzeanas cometeriam. No jogo Ceará X Paraná Clube, disputado no último dia 19, no Estádio Castelão, em Fortaleza, o árbitro alagoano Charles Hebert Cavalcante Ferreira validou um gol feito com a mão pelo atacante Wellington Silva, aos 42 minutos do primeiro tempo, que deu a vitória ao clube paranaense.
O lance foi escandaloso. Após uma cobrança de escanteio, a bola sairia pela linha de fundo, mas Wellington saltou e deu uma verdadeira cortada de vôlei para marcar um gol com a mão esquerda. De nada adiantaram as reclamações dos jogadores cearenses, pois até mesmo a bandeirinha alagoana Ticiana de Lucena Falcão correu para o centro do campo, também validando o gol. Antes da bola rolar para o segundo tempo, Wellington Silva confirmou a irregularidade que cometeu no lance do gol. “Fui dar um peixinho e pegou na minha mão, mas não tive a intenção”, disse o jogador, em entrevista a imprensa cearense.
A Comissão de Arbitragem da CBF puniu o árbitro Charles Ferreira, com 90 dias de suspensão, e os auxiliares Cleriston Rios (SE) e Ticiana Lucena, mais o quarto árbitro Wladyerisson Oliveira (CE), com 30 dias de gancho.
Na última quarta-feira, 23, o árbitro Evandro Rogério Roman (PR) teve péssima atuação ao dirigir o jogo Cruzeiro X Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro da Série A. Ele deixou de marcar pelo menos três penalidades máximas claríssimas contra o Palmeiras. O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, divulgou ontem uma carta de protesto intitulada "Vergonha e indignação". "A partida entre Cruzeiro e Palmeiras entrou para a relação dos grandes absurdos do futebol brasileiro em 2009", diz a nota.
Até o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, concordou que houve um pênalti indiscutível quando Jumar acertou Fabrício na área. "Foi pênalti, eu não escondo", afirmou o dirigente palmeirense. A CBF puniu o árbitro paranaense com 30 dias de suspensão.
No Campeonato Brasileiro deste ano as falhas de arbitragem começaram cedo. Na segunda rodada do primeiro turno, quatro jogos tiveram falhas que poderiam ter mudado o resultado final. O que dominou os erros foram os pênaltis não assinalados e gols marcados em impedimento. O jogo que mais provocou reclamações foi Atlético Mineiro 2 X 1 Grêmio, disputado no Mineirão, dia 16 de maio.
O árbitro Wilson Seneme (SP) teve atuação desastrosa: no início do segundo tempo, a bola bateu no braço de Welton Felipe, do Atlético, dentro da área, mas nada foi marcado. Nos acréscimos, em lance idêntico, a bola bateu no braço de Joilson, e Seneme marcou o pênalti contra o Grêmio, que Tardelli bateu e converteu, garantindo o triunfo atleticano.
Ainda nessa rodada ocorreram mais erros dos juízes. Na Vila Belmiro, os gols de Kléber Pereira, do Santos, e Rafael Tolói, do Goiás, foram marcados em impedimento. Ainda houve um pênalti de Fabão em Júlio César a favor do time goiano não assinalado pelo árbitro Ricardo Ribeiro (MG). No jogo Flamengo X Avaí, no Maracanã, outros dois pênaltis não marcados pelo árbitro Francisco Carlos Nascimento(AL). Primeiro, Willians, do Flamengo, derrubou Evando, do Avaí, na área. Pouco depois, o mesmo Willians cruzou e a bola bateu no braço levantado de Undel, que estava dentro da área.
O outro jogo que teve erro da arbitragem foi São Paulo 2 X 2 Atlético Paranaense. O gol de empate do tricolor paulista foi irregular, já que André Lima estava em posição de impedimento não marcado pelo juiz Wilton Pereira Sampaio (DF). Os paranaenses ainda reclamaram de um pênalti não marcado por Miranda em Marcinho.
Na 22ª rodada do Brasileirão, disputada no dia 30 de agosto, o Botafogo foi prejudicado pelo árbitro paulista Rodrigo Martins Cintra que validou o segundo gol gremista, feito de forma irregular: a bola saiu quase um metro pela linha de fundo no cruzamento de Mário Fernandes para Jonas. E ainda teve um pênalti a favor do Botafogo não assinalado, quando Adilson cortou cruzamento dentro da área com o braço estendido.
No jogo Internacional 1 X 2 Corinthians, dia 19 de agosto, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro, o time gaúcho foi “garfado” em pleno Beira Rio, em Porto Alegre. Dessa feita foram os dois auxiliares, Dibert Pedrosa Moisés (RJ) e Hilton Moutinho Rodrigues (RJ), que erraram feio nos gols corinthianos, ambos assinalados em situações de impedimento. No primeiro gol, Chicão estava adiantado quando a bola foi cruzada para a área em cobrança de falta. No segundo, no finalzinho, dois jogadores corintianos estavam livres e impedidos na pequena área, mas o bandeirinha nada marcou. (Pesquisa: Nilo Dias)
O árbitro alagoano Charles Hebert Cavalcante Ferreira validou de forma escandalosa, um gol feito com a mão, contra o Paraná Clube.
COMENTÁRIOS DE LEITORES
Mario Gayer do Amaral disse...
Oi, Nilo. Gostei dessa matéria sobre os árbitros. é muito fácil culpá-los por uma derrota mas nem sempre isso acontece. Talvez quando colocarem a TV nos lances mais dificeis, isso minimize. Mas duvido que isso ocorra.
No meu blog, fiz um post a respeito dos três anos sem o Bra-Pel, contando um pouco das histórias e das lembranças desse jogo. Se quiseres comentar ou adicionar mais alguma coisa que tu lembres de Bra-Pel, fico agradecido. Só ganho mais sabedoria e mais trocas de idéias. É isso. Um grande abraço.
9 de outubro de 2009 00:22
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Waldemar Fiúme, o “pai da bola”
Você já imaginou um jogador atuar em 572 partidas pelo mesmo clube, num período de 18 anos, de 1940 a 1958? Ele existiu, foi Waldemar Fiúme, que jogou em diversas posições, centromédio, lateral e zagueiro, onde ganhou grande projeção nos anos 40 e 50. Todo esse esforço mereceu uma premiação extra-campo: um busto nos jardins do Parque Antarctica eternizando sua brilhante trajetória com a camisa verde. Além dele, outros dois jogadores mereceram tal honraria: Ademir da Guia e Junqueira. Agora, existe um movimento para que o goleiro Marcos também seja incluído nessa seleta categoria de craques palmeirenses.
Waldemar Fiúme surgiu para o futebol ao final da década de 30, nos gramados da extinta e histórica Várzea do Glicério, um dos maiores celeiros do futebol paulistano em todos os tempos. De todos os jogadores que deram seus primeiros chutes naqueles campos de terra, nenhum alcançou a projeção daquele jovem magro, alto, esguio e de enorme habilidade. Foi um tempo em que o futebol era bastante diferente dos dias de hoje. Para chegar ao sucesso bastava ter habilidade com a bola, saber driblar e armar jogadas. Nos dias atuais o preparo físico é o que mais importa.
Ele chegou ao Palestra Itália, em 1940, levado por um fanático torcedor, que se encantara com suas atuações no Bangu do Glicério, seu time de várzea. Precisou de apenas um teste para ser contratado. Era meia direita clássico, avançado, fazedor de gols. Estreou contra o Comercial, com vitória de 4 x 1. Não era fácil jogar num time com nome italiano naqueles tempos difíceis de guerra. Tímido, pouco falante, sofreu muito com a perseguição que os italianos, e por consequência os palestrinos foram vítimas. Fiúme viu o Palestra Itália morrer líder e o Palmeiras nascer campeão.
Era tarefa dura se manter titular numa equipe que contava com excelentes jogadores, por isso teve de passar dois anos jogando como meia-direita do time de aspirantes. Somente em 1944 teve oportunidade no time de cima. E isso graças ao adversário palmeirense na final do Campeonato Paulista daquele ano, o São Paulo que conseguiu junto a Federação Paulista de Futebol (FPF) a suspensão do volante Dacunto, peça fundamental no esquema do então técnico Bianco.
Sem outra opção, Fiúme foi chamado para substituir o titular. E deu conta do recado, destacando-se como o melhor em campo, dando um verdadeiro show de bola, exercendo marcação individual sobre o são paulino Sastre. Fiúme foi autor de jogadas maravilhosas, que abriram caminho para que Caxambu, por duas vezes, e Villadoniga construíssem o placar de 3 X 1. a partir desse dia, Fiume pontificou, ganhando o apelido de “Pai da Bola” pela versatilidade ao atuar em várias funções.
A partir daquele jogo Valdemar Fiúme se tornou um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro em todos os tempos. E dizem as más línguas, que até hoje os sãopaulinos se arrependem de terem provocado a suspensão de Dacunto, daquele jogo.
Os torcedores palmeirenses imortalizaram aquele momento mágico de Fiúme com uma paródia da marchinha “Eu brinco”, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, que foi o maior sucesso do carnaval de 1944. A versão original dizia: "Com pandeiro ou sem pandeiro, eu brinco!". Já a letra dos palmeirenses ficou assim: "Com Dacunto ou sem Dacunto, eu ganho!"
Fiúme foi um jogador extremamente polivalente. Em 1946 foi novamente improvisado, dessa vez como quarto-zagueiro. Ao lado de Gengo e de Og Moreira, ele formou uma das mais brilhantes linhas intermediárias da história palmeirense. Um outro trio, no qual jogou ao lado de Dema e do argentino Luís Villa, também entrou para a história, no final da década de 50. Em 1951, participou da vitoriosa campanha da Copa Rio. Em 1958, aos 36 anos, Waldemar Fiúme encerrou a carreira, tendo vestido uma única camisa, a do Palmeiras. Ele jogou 572 partidas e marcou 17 gols.
Semanas antes de encerrar a carreira, Fiúme, quando se encontrava na gráfica que era dono na Avenida Rui Barbosa, Fiume & Filhos, herdada de seu pai, ficou desconfiado quando foi procurado por um fotógrafo que a mando do Palmeiras queria uma foto somente do seu rosto. Pensou que fosse alguma coisa relacionada ao departamento pessoal e deixou-se fotografar.
Um mês depois, no seu jogo de despedida, contra o XV de Piracicaba. Waldemar Fiúme fez a volta olímpica ao lado dos jogadores juvenis e foi aplaudido quando passou pela fila dos dois times adversários daquela tarde. O filho do saudoso roupeiro Tamanqueiro foi incumbido de colocar uma cadeira para que Valdemar Fiúme descalçasse as chuteiras. O capitão Ivan, do Palmeiras, presidente Mario Beni e o diretor Mario Fruguelli entregaram-lhe a camisa do clube, e o convidaram para junto da esposa e filho assistirem o jogo da tribuna, pois havia uma surpresa para depois da partida: a inauguração de seu busto, feito a partir da foto tirada dias antes.
Waldemar nasceu em São Paulo no dia 12 de outubro de 1922 e faleceu, também em São Paulo, por problemas no coração, no dia 11 de Fevereiro de 1996, aos 74 anos de idade. Antes de morrer o ex-craque alviverde teve que amputar as pernas que tantas alegrias deram ao futebol brasileiro. Já fazia algum tempo que Waldemar Fiúme não estava bem. Sérios problemas com a circulação sangüínea limitavam seus movimentos. Não havia outra solução senão a amputação das pernas, totalmente comprometidas pela gangrena. Em razão da idade já avançada, ele suportou bem a cirurgia, mas não o período seguinte.
Títulos : foi campeão da Copa Rio, em 1951, campeão paulista de 1942, 1944, 1947 e 1950 e do Torneio Rio-São Paulo de 1951, além de outras conquistas de menor expressão. Foi convocado várias vezes para a seleção paulista, mas nunca vestiu a camisa da Seleção Brasileira.
O texto a seguir, sem referência de autor, extraído de um recorte de jornal diz tudo sobre a carreira do grande jogador.
“Despediu-se Fiúme
Como fora anunciado, o extraordinário Waldemar Fiúme despediu-se oficialmente, sábado, do football. depois de 17 anos no Palmeiras (Palestra), onde, vindo do Bangu, da várzea, foi figurar diretamente no posto titular da meia-direita, Fiúme, agora, encerra quase que injustiçado uma das carreiras mais brilhantes de que se tem conhecimento, no football brasileiro.
Injustiçado porque, apesar de figurar como o melhor homem de seu posto, incontestavelmente, em todo Brasil, jamais teve a oportunidade digna de suas qualidades, em qualquer das seleções que se formou em todo esse largo período de tempo, seja nas paulistas, seja nas brasileiras. Dono de incomum consciência de jogo, Fiúme aliava à sua classe inegável, a fibra e o “coração” dos amadores, sempre aparecendo como um dos mais lutadores craques do Palmeiras, qualquer que fosse a forma por que passasse a equipe.
Médio dos mais completos, dizem-no uma vítima das “táticas”, quando, em verdade, foi-o, sim, de sua inabalável modéstia e simplicidade, num meio em que a valorização parece estar inseparavelmente ligada às encenações e a “mascara”, que Waldemar Fiúme jamais soube afixar ao seu jogo e o seu temperamento. Nas fotos, vários aspectos de sua despedida e das homenagens que lhe foram atribuídas.
Ao entrar em campo, perfilou-se em fila indiana, no meio dos dois quadros. Saiu da formação, juntamente com o capitão do Palmeiras, Ivan, indo entregar simbolicamente a sua chuteira ao mordomo, que outro não é senão o filho do saudoso Tamanqueiro, que o viu nascer dentro do football. Depois de dar a volta olímpica, escoltado pelo capitão esmeraldino, Fiúme saiu entre a formação dos jovens da preliminar. Após o prélio, foi descerrar a bandeira do Palmeiras que cobria o busto, num local de evidência do Parque Antártica.
Na ocasião, falaram diversos diretores esmeraldinos, sob a emoção de numeroso público que não regateou aplausos ao seu ídolo. Ídolo que não foi só do Palmeiras e exemplo que deveria germinar em todos os clubes do país campeão do mundo, para mais dignificá-lo, para mais engrandecê-lo”. (Pesquisa: Nilo Dias)
Busto de Waldemar Fiúme, nos jardins do Parque Antártica. (Foto: Acervo da S.E. (Palmeiras)
Waldemar Fiúme surgiu para o futebol ao final da década de 30, nos gramados da extinta e histórica Várzea do Glicério, um dos maiores celeiros do futebol paulistano em todos os tempos. De todos os jogadores que deram seus primeiros chutes naqueles campos de terra, nenhum alcançou a projeção daquele jovem magro, alto, esguio e de enorme habilidade. Foi um tempo em que o futebol era bastante diferente dos dias de hoje. Para chegar ao sucesso bastava ter habilidade com a bola, saber driblar e armar jogadas. Nos dias atuais o preparo físico é o que mais importa.
Ele chegou ao Palestra Itália, em 1940, levado por um fanático torcedor, que se encantara com suas atuações no Bangu do Glicério, seu time de várzea. Precisou de apenas um teste para ser contratado. Era meia direita clássico, avançado, fazedor de gols. Estreou contra o Comercial, com vitória de 4 x 1. Não era fácil jogar num time com nome italiano naqueles tempos difíceis de guerra. Tímido, pouco falante, sofreu muito com a perseguição que os italianos, e por consequência os palestrinos foram vítimas. Fiúme viu o Palestra Itália morrer líder e o Palmeiras nascer campeão.
Era tarefa dura se manter titular numa equipe que contava com excelentes jogadores, por isso teve de passar dois anos jogando como meia-direita do time de aspirantes. Somente em 1944 teve oportunidade no time de cima. E isso graças ao adversário palmeirense na final do Campeonato Paulista daquele ano, o São Paulo que conseguiu junto a Federação Paulista de Futebol (FPF) a suspensão do volante Dacunto, peça fundamental no esquema do então técnico Bianco.
Sem outra opção, Fiúme foi chamado para substituir o titular. E deu conta do recado, destacando-se como o melhor em campo, dando um verdadeiro show de bola, exercendo marcação individual sobre o são paulino Sastre. Fiúme foi autor de jogadas maravilhosas, que abriram caminho para que Caxambu, por duas vezes, e Villadoniga construíssem o placar de 3 X 1. a partir desse dia, Fiume pontificou, ganhando o apelido de “Pai da Bola” pela versatilidade ao atuar em várias funções.
A partir daquele jogo Valdemar Fiúme se tornou um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro em todos os tempos. E dizem as más línguas, que até hoje os sãopaulinos se arrependem de terem provocado a suspensão de Dacunto, daquele jogo.
Os torcedores palmeirenses imortalizaram aquele momento mágico de Fiúme com uma paródia da marchinha “Eu brinco”, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, que foi o maior sucesso do carnaval de 1944. A versão original dizia: "Com pandeiro ou sem pandeiro, eu brinco!". Já a letra dos palmeirenses ficou assim: "Com Dacunto ou sem Dacunto, eu ganho!"
Fiúme foi um jogador extremamente polivalente. Em 1946 foi novamente improvisado, dessa vez como quarto-zagueiro. Ao lado de Gengo e de Og Moreira, ele formou uma das mais brilhantes linhas intermediárias da história palmeirense. Um outro trio, no qual jogou ao lado de Dema e do argentino Luís Villa, também entrou para a história, no final da década de 50. Em 1951, participou da vitoriosa campanha da Copa Rio. Em 1958, aos 36 anos, Waldemar Fiúme encerrou a carreira, tendo vestido uma única camisa, a do Palmeiras. Ele jogou 572 partidas e marcou 17 gols.
Semanas antes de encerrar a carreira, Fiúme, quando se encontrava na gráfica que era dono na Avenida Rui Barbosa, Fiume & Filhos, herdada de seu pai, ficou desconfiado quando foi procurado por um fotógrafo que a mando do Palmeiras queria uma foto somente do seu rosto. Pensou que fosse alguma coisa relacionada ao departamento pessoal e deixou-se fotografar.
Um mês depois, no seu jogo de despedida, contra o XV de Piracicaba. Waldemar Fiúme fez a volta olímpica ao lado dos jogadores juvenis e foi aplaudido quando passou pela fila dos dois times adversários daquela tarde. O filho do saudoso roupeiro Tamanqueiro foi incumbido de colocar uma cadeira para que Valdemar Fiúme descalçasse as chuteiras. O capitão Ivan, do Palmeiras, presidente Mario Beni e o diretor Mario Fruguelli entregaram-lhe a camisa do clube, e o convidaram para junto da esposa e filho assistirem o jogo da tribuna, pois havia uma surpresa para depois da partida: a inauguração de seu busto, feito a partir da foto tirada dias antes.
Waldemar nasceu em São Paulo no dia 12 de outubro de 1922 e faleceu, também em São Paulo, por problemas no coração, no dia 11 de Fevereiro de 1996, aos 74 anos de idade. Antes de morrer o ex-craque alviverde teve que amputar as pernas que tantas alegrias deram ao futebol brasileiro. Já fazia algum tempo que Waldemar Fiúme não estava bem. Sérios problemas com a circulação sangüínea limitavam seus movimentos. Não havia outra solução senão a amputação das pernas, totalmente comprometidas pela gangrena. Em razão da idade já avançada, ele suportou bem a cirurgia, mas não o período seguinte.
Títulos : foi campeão da Copa Rio, em 1951, campeão paulista de 1942, 1944, 1947 e 1950 e do Torneio Rio-São Paulo de 1951, além de outras conquistas de menor expressão. Foi convocado várias vezes para a seleção paulista, mas nunca vestiu a camisa da Seleção Brasileira.
O texto a seguir, sem referência de autor, extraído de um recorte de jornal diz tudo sobre a carreira do grande jogador.
“Despediu-se Fiúme
Como fora anunciado, o extraordinário Waldemar Fiúme despediu-se oficialmente, sábado, do football. depois de 17 anos no Palmeiras (Palestra), onde, vindo do Bangu, da várzea, foi figurar diretamente no posto titular da meia-direita, Fiúme, agora, encerra quase que injustiçado uma das carreiras mais brilhantes de que se tem conhecimento, no football brasileiro.
Injustiçado porque, apesar de figurar como o melhor homem de seu posto, incontestavelmente, em todo Brasil, jamais teve a oportunidade digna de suas qualidades, em qualquer das seleções que se formou em todo esse largo período de tempo, seja nas paulistas, seja nas brasileiras. Dono de incomum consciência de jogo, Fiúme aliava à sua classe inegável, a fibra e o “coração” dos amadores, sempre aparecendo como um dos mais lutadores craques do Palmeiras, qualquer que fosse a forma por que passasse a equipe.
Médio dos mais completos, dizem-no uma vítima das “táticas”, quando, em verdade, foi-o, sim, de sua inabalável modéstia e simplicidade, num meio em que a valorização parece estar inseparavelmente ligada às encenações e a “mascara”, que Waldemar Fiúme jamais soube afixar ao seu jogo e o seu temperamento. Nas fotos, vários aspectos de sua despedida e das homenagens que lhe foram atribuídas.
Ao entrar em campo, perfilou-se em fila indiana, no meio dos dois quadros. Saiu da formação, juntamente com o capitão do Palmeiras, Ivan, indo entregar simbolicamente a sua chuteira ao mordomo, que outro não é senão o filho do saudoso Tamanqueiro, que o viu nascer dentro do football. Depois de dar a volta olímpica, escoltado pelo capitão esmeraldino, Fiúme saiu entre a formação dos jovens da preliminar. Após o prélio, foi descerrar a bandeira do Palmeiras que cobria o busto, num local de evidência do Parque Antártica.
Na ocasião, falaram diversos diretores esmeraldinos, sob a emoção de numeroso público que não regateou aplausos ao seu ídolo. Ídolo que não foi só do Palmeiras e exemplo que deveria germinar em todos os clubes do país campeão do mundo, para mais dignificá-lo, para mais engrandecê-lo”. (Pesquisa: Nilo Dias)
Busto de Waldemar Fiúme, nos jardins do Parque Antártica. (Foto: Acervo da S.E. (Palmeiras)
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
A Igreja entra em campo (Final)
Em 2007 a igreja católica comprou o clube italiano Ancona, através de um grupo de empresários ligados à Conferência Episcopal Italiana (CEI). O clube vivia um momento de dificuldades financeiras e judiciais, além de estar envolvido no último grande escândalo do futebol no país, quando vários times foram condenados por participar de um esquema de manipulação de resultados. Em razão disso o clube passou por processos de rebaixamento até parar na 3ª divisão italiana.
O Ancona foi fundado em 1905. Os adversários não perderam tempo e já o chamam de "clube dos bispos". Os novos dirigentes estão investindo em obras para ajudar os pobres do terceiro mundo com os eventuais lucros. O atual presidente do clube, Sergio Schiavon, vendeu 80% da sociedade, mas permanece com os restantes 20% para preservar o espírito da iniciativa em que foi constituído o clube. Ele garante que tudo está começando com o Ancona, mas o grande sonho é um time nacional do Vaticano.
Os esportes sempre foram bem vistos pela Igreja Católica. Vale lembrar que Karol Wojtyla, antes de se tornar o Papa João Paulo II, foi goleiro do Cracóvia, na Polônia. A prática do futebol não é nova no Vaticano, pelo contrário, remonta há mais de 30 anos atrás, quando começaram a ser disputadas competições reunindo eclesiásticos e laicos, ou seja, padres e pessoas comuns. Uma curiosidade: os únicos cidadão do Vaticano são aqueles que pertencem à Gendarmeria (vigilância do Estado) e à Guarda Suíça.
O primeiro torneio foi disputado em 1973, com a participação de poucas equipes e foi vencido pelo time do “Astor Osservatore Romano”, antiga denominação do “L’Osservatore Romano”, o jornal oficial do Vaticano. No ano seguinte cresceu o interesse pela competição, que teve de mudar o formato para todos contra todos, em jogos de ida e volta. A partir de 1978 foi criada a Copa do Vaticano.
Hoje, o número de clubes participantes varia entre seis e nove, dependendo da disponibilidade de atletas nos diversos setores. Os setores que mantêm times disputando o campeonato do Vaticano com maior continuidade são: L’Osservatore Romano, Tipografia, Guarda Suíça, Museus do Vaticano, Serviços Técnicos, Serviços Econômicos, Gendarmeria, IOR (Banco do Vaticano), Biblioteca e Rádio Vaticano, que tem um brasileiro em suas linhas.
Até 1975, os funcionários da residência de verão do Papa, em Castelgandolfo (região de Roma), também participavam do campeonato. O último campeonato foi disputado no inverno europeu e foi vencido pelo time do “Museus do Vaticano”. Historicamente, os times L’Osservatore Romano, Gendarmeria e Guarda Suíça, estão sempre entre os mais fortes.
O campeonato do Vaticano é o único no mundo disputado no “exterior”. Situado em Roma, entre a Villa Doria Pamphilli e o Parco Adriano, o Vaticano não tem um estádio próprio. Ao longo dos anos, as disputas foram realizadas no Complexo Esportivo Pio 12, próximo à Piazza San Pietro, que se localiza a 8,4 quilômetros do Estádio Olímpico, onde Roma e Lázio mandam seus jogos pelo campeonato italiano.
Também já foram formadas seleções, que na história já enfrentaram adversários como San Marino, Eslovênia e Áustria. O pequeno número de cidadãos impede também que o Vaticano seja filiado à UEFA como membro participante e que obtenha vaga para quaisquer torneios internacionais. (Pesquisa: Nilo Dias)
Equipe do North American Martyr's, no campeonato de 2008. (Foto: Pontifical North American College)
O Ancona foi fundado em 1905. Os adversários não perderam tempo e já o chamam de "clube dos bispos". Os novos dirigentes estão investindo em obras para ajudar os pobres do terceiro mundo com os eventuais lucros. O atual presidente do clube, Sergio Schiavon, vendeu 80% da sociedade, mas permanece com os restantes 20% para preservar o espírito da iniciativa em que foi constituído o clube. Ele garante que tudo está começando com o Ancona, mas o grande sonho é um time nacional do Vaticano.
Os esportes sempre foram bem vistos pela Igreja Católica. Vale lembrar que Karol Wojtyla, antes de se tornar o Papa João Paulo II, foi goleiro do Cracóvia, na Polônia. A prática do futebol não é nova no Vaticano, pelo contrário, remonta há mais de 30 anos atrás, quando começaram a ser disputadas competições reunindo eclesiásticos e laicos, ou seja, padres e pessoas comuns. Uma curiosidade: os únicos cidadão do Vaticano são aqueles que pertencem à Gendarmeria (vigilância do Estado) e à Guarda Suíça.
O primeiro torneio foi disputado em 1973, com a participação de poucas equipes e foi vencido pelo time do “Astor Osservatore Romano”, antiga denominação do “L’Osservatore Romano”, o jornal oficial do Vaticano. No ano seguinte cresceu o interesse pela competição, que teve de mudar o formato para todos contra todos, em jogos de ida e volta. A partir de 1978 foi criada a Copa do Vaticano.
Hoje, o número de clubes participantes varia entre seis e nove, dependendo da disponibilidade de atletas nos diversos setores. Os setores que mantêm times disputando o campeonato do Vaticano com maior continuidade são: L’Osservatore Romano, Tipografia, Guarda Suíça, Museus do Vaticano, Serviços Técnicos, Serviços Econômicos, Gendarmeria, IOR (Banco do Vaticano), Biblioteca e Rádio Vaticano, que tem um brasileiro em suas linhas.
Até 1975, os funcionários da residência de verão do Papa, em Castelgandolfo (região de Roma), também participavam do campeonato. O último campeonato foi disputado no inverno europeu e foi vencido pelo time do “Museus do Vaticano”. Historicamente, os times L’Osservatore Romano, Gendarmeria e Guarda Suíça, estão sempre entre os mais fortes.
O campeonato do Vaticano é o único no mundo disputado no “exterior”. Situado em Roma, entre a Villa Doria Pamphilli e o Parco Adriano, o Vaticano não tem um estádio próprio. Ao longo dos anos, as disputas foram realizadas no Complexo Esportivo Pio 12, próximo à Piazza San Pietro, que se localiza a 8,4 quilômetros do Estádio Olímpico, onde Roma e Lázio mandam seus jogos pelo campeonato italiano.
Também já foram formadas seleções, que na história já enfrentaram adversários como San Marino, Eslovênia e Áustria. O pequeno número de cidadãos impede também que o Vaticano seja filiado à UEFA como membro participante e que obtenha vaga para quaisquer torneios internacionais. (Pesquisa: Nilo Dias)
Equipe do North American Martyr's, no campeonato de 2008. (Foto: Pontifical North American College)
terça-feira, 8 de setembro de 2009
A Igreja entra em campo (01)
O Vaticano, o menor país do mundo, com 0,44 km² e cerca de 1000 habitantes há três anos realiza a “Clericus Cup”, uma espécie de Copa do Mundo católica, criada por iniciativa do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano. A competição, que é organizada pelo Centro Esportivo Italiano, e patrocinada pelo Conselho Pontifício para os Leigos do Vaticano, e o Comité Olímpico Italiano (CONI), reúne equipes formadas por religiosos, seminaristas e estudantes de Teologia de todo o mundo que estudam em Roma, e leigos que trabalham nos escritórios de Oltretevere e do Vicariato de Roma.
A primeira edição do torneio foi realizada em maio de 2007, contando com 16 times e jogadores representantes de 37 países. Também estiveram em campo 11 "atletas" do Vaticano, vestindo a camisa branca e amarela - cores da bandeira do país. Os religiosos abriram mão da batina e vestiram meias e calções.
O "Redemptoris Mater" sagrou-se o primeiro campeão, ao derrotar na final a "Universidade Pontifícia de Latrão" por 1 X 0, gol de pênalti bastante discutido. O jogo foi disputado no campo sintético do Oratório de São Pedro, e contou com a presença de 300 torcedores.
Na primeira edição os jogos foram realizados aos sábados, para não atrapalhar a Liturgia Dominical. Foram marcados 256 gols em 58 partidas, e apesar da incrível média de quase 5 gols por partida, o "Redemptoris Mater" não levou nenhum gol.
A edição de 2008, contou com mais de 380 jogadores de um total de 71 países, entre os quais Burkina-Fasso, Japão, Ucrânia, Iraque, Papua, Nova Guiné, Mianmar, Ruanda, Vietnã, Croacia e Suazilândia. Entre os clubes participantes havia um composto só por brasileiros da Universidade Gregoriana, também os do Pontifício Seminário Croata, das Universidades de Laterano e Gregoriana, do Pontifício Seminário Francês, do Seminário Romano Maggiore, do Colégio Norte-americano e da ordem de Santo Agostinho.
A final foi disputada no Oratório de São Pedro, no dia 3 de maio entre o "Collegio Mater Ecclesiae" (de base sul-americana) e o "Redemptoris Mater". Com todos os gols marcados no segundo tempo, o "Mater Ecclesiae" venceu por 2 X 1 e conquistou o título. Ao todo foram disputados 63 jogos.
Nessa segunda edição, todos os artifícios usados para produzir barulho durante as partidas foram proibidos, devido à reclamação dos vizinhos, acostumados com a "Lei do Silêncio". Os jovens sacerdotes que torciam para as suas equipes foram avisados que seriam impedidos de entrar no campo se aparecessem com tambores, megafones, trompetes e maracás, cantando alto e por vezes em latim.
Os mais empolgados eram os mexicanos torcedores do "Colégio Maria Mater Ecclesiae", que faziam um barulho ensurdecedor com seus tambores. Seminaristas africanos eram empurrados no ritmo do reggae, enquanto que torcedores italianos do "Pontifício Seminário Romano Maggiore" usavam megafones a todo volume. Já os americanos da "Rome's North American College", apelidados de CAN, cantavam "Vinde a você Knackers, chutem alguns popôs" antes dos jogos. Apesar da proibição do barulho, os torcedores do "Redemptoris Mater Seminary" continuaram a cantar seu hino nas arquibancadas antes de cada jogo.
Este ano a Clericus Cup foi realizada em maio. O "Seminário Redemptoris Mater", dos neocatecumenais, conquistou o título pela segunda vez, ao bater no jogo final o "North American Martyrs" por 1 X 0, gol de Davide Tisado, capitão do time. O terceiro lugar ficou para o time do "Mater Ecclesiae", que ganhou por 2 X 0 do "Colégio Urbano".
O Brasil foi representado por uma equipe do "Colégio Pio Brasileiro" que se apresentou com uma camiseta amarela, com bordas verdes, imitando a seleção oficial do Brasil. Por baixo, os jogadores usaram outra camiseta com os dizeres: “I belong to Jesus” (“Pertenço a Jesus”). Os sacerdotes brasileiros contaram com o reforço de seminaristas e padres do "Colégio Don Orione" de Roma. O treinador do time foi o Padre Eduardo Braga, natural do Rio de Janeiro. A edição deste ano teve como novidade um "terceiro tempo", no qual os participantes se uniam em oração.
A competição de 2009 foi abençoada pelo presidente da Uefa, Michel Platini, que cumprimentou a iniciativa "que propõe uma saudável competição de futebol" porque ser "um instrumento para a promoção dos valores de grande significado e importância para a sociedade". A Copa teve como padrinhos o presidente do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni), Gianni Petrucci, o presidente do CSI, Edio Costantini, o monsenhor Carlo Mazza e don Antonio Mazzi.
Nessa terceira edição, participaram 386 atletas de 69 países dos cinco continentes. Os atletas italianos em número de 72 foram maioria, seguidos pelos mexicanos com 46, norte-americanos com 21, e por colombianos, brasileiros norte-americanos e croatas.
A "Clericus Cup" possui regras um tanto distintas do futebol convencional. Os jogos são divididos em dois tempos de 30 minutos apenas e, além de cartões amarelos e vermelhos, são distribuídos cartões azuis, que fazem o jogador passar 5 minutos fora de campo. Cada equipe tem também direito a um tempo-técnico de 1 minuto. Em caso de empate a decisão vai para os pênaltis. O vencedor leva dois pontos e o perdedor apenas um. É possível efetuar até 5 substituições por partida. Cada instituto religioso pode inscrever mais de um time com um mínimo de 16 jogadores e um máximo de 24.
Parece que o futebol veio para ficar no Vaticano. Em junho deste ano o time da "Guarda Suíça", responsável pela segurança do país disputou um amistoso contra uma equipee formada por ex-jogadores franceses. A partida aconteceu no "Trigória", centro de treinamento de Roma, e teve a participação de renomados jogadores, como Christian Karembeu, Dominique Rocheteau, Thierry Roland, Marius Tresor e o técnico do Lyon, Claude Puel.
Outro destaque da partida foi o tenista Rochard Gasquet. Antes do jogo, uma delegação da "Variété Club de France" foi recebida pelo papa Bento XVI na Praça São Pedro. Ao término da audiência, Tresor e Roland presentearam o Pontífice com uma garrafa de conhaque de 1927, data de nascimento de Bento XVI. O amistoso teve como árbitro o bispo francês de Saint-Etienne, monsenhor Dominique Lebrun. (Pesquisa: Nilo Dias)
Time brasileiro na "Clericus Cup" (Foto: Divulgação)
A primeira edição do torneio foi realizada em maio de 2007, contando com 16 times e jogadores representantes de 37 países. Também estiveram em campo 11 "atletas" do Vaticano, vestindo a camisa branca e amarela - cores da bandeira do país. Os religiosos abriram mão da batina e vestiram meias e calções.
O "Redemptoris Mater" sagrou-se o primeiro campeão, ao derrotar na final a "Universidade Pontifícia de Latrão" por 1 X 0, gol de pênalti bastante discutido. O jogo foi disputado no campo sintético do Oratório de São Pedro, e contou com a presença de 300 torcedores.
Na primeira edição os jogos foram realizados aos sábados, para não atrapalhar a Liturgia Dominical. Foram marcados 256 gols em 58 partidas, e apesar da incrível média de quase 5 gols por partida, o "Redemptoris Mater" não levou nenhum gol.
A edição de 2008, contou com mais de 380 jogadores de um total de 71 países, entre os quais Burkina-Fasso, Japão, Ucrânia, Iraque, Papua, Nova Guiné, Mianmar, Ruanda, Vietnã, Croacia e Suazilândia. Entre os clubes participantes havia um composto só por brasileiros da Universidade Gregoriana, também os do Pontifício Seminário Croata, das Universidades de Laterano e Gregoriana, do Pontifício Seminário Francês, do Seminário Romano Maggiore, do Colégio Norte-americano e da ordem de Santo Agostinho.
A final foi disputada no Oratório de São Pedro, no dia 3 de maio entre o "Collegio Mater Ecclesiae" (de base sul-americana) e o "Redemptoris Mater". Com todos os gols marcados no segundo tempo, o "Mater Ecclesiae" venceu por 2 X 1 e conquistou o título. Ao todo foram disputados 63 jogos.
Nessa segunda edição, todos os artifícios usados para produzir barulho durante as partidas foram proibidos, devido à reclamação dos vizinhos, acostumados com a "Lei do Silêncio". Os jovens sacerdotes que torciam para as suas equipes foram avisados que seriam impedidos de entrar no campo se aparecessem com tambores, megafones, trompetes e maracás, cantando alto e por vezes em latim.
Os mais empolgados eram os mexicanos torcedores do "Colégio Maria Mater Ecclesiae", que faziam um barulho ensurdecedor com seus tambores. Seminaristas africanos eram empurrados no ritmo do reggae, enquanto que torcedores italianos do "Pontifício Seminário Romano Maggiore" usavam megafones a todo volume. Já os americanos da "Rome's North American College", apelidados de CAN, cantavam "Vinde a você Knackers, chutem alguns popôs" antes dos jogos. Apesar da proibição do barulho, os torcedores do "Redemptoris Mater Seminary" continuaram a cantar seu hino nas arquibancadas antes de cada jogo.
Este ano a Clericus Cup foi realizada em maio. O "Seminário Redemptoris Mater", dos neocatecumenais, conquistou o título pela segunda vez, ao bater no jogo final o "North American Martyrs" por 1 X 0, gol de Davide Tisado, capitão do time. O terceiro lugar ficou para o time do "Mater Ecclesiae", que ganhou por 2 X 0 do "Colégio Urbano".
O Brasil foi representado por uma equipe do "Colégio Pio Brasileiro" que se apresentou com uma camiseta amarela, com bordas verdes, imitando a seleção oficial do Brasil. Por baixo, os jogadores usaram outra camiseta com os dizeres: “I belong to Jesus” (“Pertenço a Jesus”). Os sacerdotes brasileiros contaram com o reforço de seminaristas e padres do "Colégio Don Orione" de Roma. O treinador do time foi o Padre Eduardo Braga, natural do Rio de Janeiro. A edição deste ano teve como novidade um "terceiro tempo", no qual os participantes se uniam em oração.
A competição de 2009 foi abençoada pelo presidente da Uefa, Michel Platini, que cumprimentou a iniciativa "que propõe uma saudável competição de futebol" porque ser "um instrumento para a promoção dos valores de grande significado e importância para a sociedade". A Copa teve como padrinhos o presidente do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni), Gianni Petrucci, o presidente do CSI, Edio Costantini, o monsenhor Carlo Mazza e don Antonio Mazzi.
Nessa terceira edição, participaram 386 atletas de 69 países dos cinco continentes. Os atletas italianos em número de 72 foram maioria, seguidos pelos mexicanos com 46, norte-americanos com 21, e por colombianos, brasileiros norte-americanos e croatas.
A "Clericus Cup" possui regras um tanto distintas do futebol convencional. Os jogos são divididos em dois tempos de 30 minutos apenas e, além de cartões amarelos e vermelhos, são distribuídos cartões azuis, que fazem o jogador passar 5 minutos fora de campo. Cada equipe tem também direito a um tempo-técnico de 1 minuto. Em caso de empate a decisão vai para os pênaltis. O vencedor leva dois pontos e o perdedor apenas um. É possível efetuar até 5 substituições por partida. Cada instituto religioso pode inscrever mais de um time com um mínimo de 16 jogadores e um máximo de 24.
Parece que o futebol veio para ficar no Vaticano. Em junho deste ano o time da "Guarda Suíça", responsável pela segurança do país disputou um amistoso contra uma equipee formada por ex-jogadores franceses. A partida aconteceu no "Trigória", centro de treinamento de Roma, e teve a participação de renomados jogadores, como Christian Karembeu, Dominique Rocheteau, Thierry Roland, Marius Tresor e o técnico do Lyon, Claude Puel.
Outro destaque da partida foi o tenista Rochard Gasquet. Antes do jogo, uma delegação da "Variété Club de France" foi recebida pelo papa Bento XVI na Praça São Pedro. Ao término da audiência, Tresor e Roland presentearam o Pontífice com uma garrafa de conhaque de 1927, data de nascimento de Bento XVI. O amistoso teve como árbitro o bispo francês de Saint-Etienne, monsenhor Dominique Lebrun. (Pesquisa: Nilo Dias)
Time brasileiro na "Clericus Cup" (Foto: Divulgação)