Alexsandro Alves do Nascimento, ou simplesmente Alex Silva, o artilheiro que comemorava seus gols com lances de capoeira, faleceu na última quarta-feira, em Jaú (SP), onde se encontrava internado no Hospital Amaral Carvalho. Alex tinha 37 anos. Na luta de cinco anos contra a doença na medula que causou a sua morte, o ex-jogador mantinha contato apenas com os familiares e os amigos mais próximos
A doença se manifestou em 2007, mas só em setembro deste ano ele foi internado para o tratamento e chegou a fazer um transplante de medula óssea no mês passado, cujo doador foi o irmão. Mas não apresentou evolução após o procedimento e a causa da morte foi "doença do enxerto contra o hospedeiro aguda", que é uma forma de agressão da medula do doador contra o órgão do receptor. Essa agressão atingiu pele, fígado e intestino.
“Ele brigou heroicamente, foi colaborativo em todos os aspectos, mas teve muitas dificuldades. O transplante foi um sucesso, a medula se recuperou, mas essa mesma medula causou a rejeição ao corpo dele”, afirmou o hematologista do hospital Amaral Carvalho, Mair Pedro de Souza.
O óbito do atleta foi confirmado durante a manhã e a sua causa foi decorrente de uma rara doença apresentada por seu organismo. O ex-jogador sofria de hemoglobinúria paroxística noturna e tinha dificuldades para produzir sangue. Um mês antes da morte, ele havia sido submetido a um transplante de medula óssea.
O corpo do ex-jogador Alex Alves foi velado e cremado na quinta-feira, no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. O corpo do ex-jogador foi envolto em uma bandeira do Vitória e mantido ao lado de uma flâmula do Hertha Berlin, clube alemão em que jogou. Entre os que foram até o cemitério para se despedir do ídolo, nomes conhecidos do futebol nordestino marcaram presença na cerimônia.
Além de Paulo Isidoro, que ajudou Alex Alves a bancar boa parte de seu tratamento contra a leucemia, e financiou o traslado do corpo de Jaú até Salvador, os ex-jogadores Osni, Sapatão, Ronaldo, Flávio Tanajura, João Marcelo, Bobô e Rodrigo também confirmaram presença e prestaram suas homenagens ao ex-atacante. O ex-presidente Paulo Carneiro também estava lá.
Os clubes por onde passou também lhe prestaram inúmeras homenagens. O Vitória, por sua vez, arcou com todos os gastos da cremação, e confirmou que a equipe entrará no jogo contra o Joinville, hoje, em Santa Catarina, carregando uma faixa com os dizeres “um nome na história”. Além disso, os jogadores rubro-negros atuarão com uma tarja preta no braço. Nos outros jogos pelo Brasil afora, deve ocorrer um minuto de silêncio.
O ex-jogador tinha planos de fazer um jogo festivo entre amigos no “Zezinho Magalhães”, estádio do XV de Jaú, assim que fosse liberado pelos médicos. Ele queria jogar 15 minutos pelo Vitória e 15 pelo Cruzeiro. Enquanto esteve internado, recebia ligações constantes de Vampeta, grande amigo que fez ainda nas categorias de base do Vitória.
Alex Alves nasceu em Campo Formoso (BA), no dia 30 de dezembro de 1974. Revelado pelo Vitória, onde assinou seu primeiro contrato profissional em 1993, foi vice-campeão brasileiro pelo clube baiano naquele mesmo ano, numa geração de jogadores como Dida, Vampeta, Rodrigo, Paulo Isidoro, entre outros.
Depois virou um verdadeiro cigano do futebol, jogando por vários clubes: Palmeiras, Portuguesa de Desportos, Juventude (RS), Cruzeiro (MG), Hertha Berlim (Alemanha), Vasco da Gama, Vitória, outra vez, Boavista (RJ), Fortaleza (CE), Kavala (Grécia) e União Rondonópolis (MT), onde encerrou a carreira.
Alex se destacou não só pelo bom futebol, marcado por arrancadas velozes e oportunismo na área, mas também pelos cuidados com a beleza, que o transformaram no primeiro jogador brasileiro a ser reconhecido como "metrossexual", na linha do craque inglês David Beckham.
No currículo, tem o campeonato baiano de 1994, pelo Vitória, quando foi artilheiro com 20 gols, Brasileiro de 1994, como reserva do Palmeiras, vices nacionais por Vitória, em 1993, Portuguesa, em 1996, Cruzeiro, em 1998 e também campeonato mineiro pelo Cruzeiro, em 1998, Copa dos Campeões de Minas Gerais, pelo Cruzeiro, em 1999, Copa Centro-Oeste, pelo Cruzeiro, ainda em 1999 e Copa da Liga da Alemanha, pelo Hertha Berlim, em 2001 e 2002.
Ele foi casado com Nádia França, modelo que também namorou Ronaldo Fenômeno, e teve uma filha com ela. (Pesquisa: Nilo Dias)
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