Após os primeiros jogos, Rio Grande e São Paulo chegaram à final. Depois de uma disputa acirrada, com sucessivos empates, chegou-se a conclusão que era impossível declarar um vencedor. Como nenhum dos dois times abria mão do troféu, a solução encontrada foi declarar as duas equipes campeãs. Assim, com o objetivo de serenar os ânimos e acalmar as torcidas e os dirigentes, a taça foi dividida ao meio e cada um dos times recebeu a metade. Ao final da competição foram restabelecidas as relações esportivas entre os degladiantes.
Nesse ano o Botafogo carioca excursionou ao México e junto foi o goleiro Brandão, campeão gaúcho pelo Rio-Grandense. Logo em seguida, o zagueiro Osny Ballester foi para o América do Rio, levado por Gentil Cardoso, numa época em que o “diabo rubro” dividia as preferências da elite carioca com o Fluminense. Osny chegou a ser considerado o segundo melhor zagueiro do país, só não sendo o primeiro porque havia Domingos da Guia.
Osny tornou-se um dos xodós da sociedade carioca, especialmente da ala feminina. Transitava no “grand-monde” da então capital do país com a mesma elegância e desenvoltura com que dominava os gramados, formando a famosa zaga Osny-Gritta, este um do primeiros argentinos a jogar em time brasileiro.
Naquele ano o time base do Rio-Grandense era: Nobre – Osny Ballester e Rui – Hermes - Holmes e Martins – Oscar – Carruíra – Heitor - Chinês e Cleto.
Em 1943 o Rio-Grandense formava com: Fernando - Cleto e Nazir – Canário - Mariano e Cacato – Sorro – Oscar – Manoelzinho - Edemir e Mascarenhas.
Em 1946 o Rio-Grandense voltou a brilhar no cenário esportivo gaúcho, quando foi vice-campeão. A campanha teve início no dia 29 de setembro, quando pela fase regional eliminou o Brasil de Pelotas, com vitória de 1 X 0 e empate em 3 X 3.
Depois, em 15 de outubro o Rio-Grandense ganhou do Novo Hamburgo por 3 X 1. Em 19 do mesmo mês empatou em 1 X 1 com o Grêmio Santanense, no tempo normal e venceu por 1 X 0 na prorrogação , conquistando o titulo de campeão do interior e ganhando o direito de enfrentar o Grêmio F.B. Portoalegrense, na grande final. Em razão do Campeonato Brasileiro de Seleções, a decisão ficou para o início de 1947.
No dia 23 de março de 1947 no primeiro jogo da final, em Rio Grande, o Grêmio venceu por 3 X 2. No segundo jogo, dia 30 de março no Estádio da Timbaúva, em Porto Alegre, nova vitória tricolor, desta vez por 6 X 1. O Grêmio foi campeão com: Júlio - Clarel e Joni – Nidesberg - Touginha e Sanguinetti – Cordeiro – Beresi – Santana - Segura e Hélio. O F.B.C. Rio-Grandense foi vice-campeão gaúcho com: Nico (Paulinho) - Galego (Quida) e Rui - Vicente - Junção e Quida (Canhoto) - Patinho (Melado) - Heitor (Patinho)- Severo - Cleto e Galego (Moacir).
Os jogadores Galego e Severo, destaques do F.B.C. Rio-Grandense chamaram a atenção de clubes do centro país. Galego foi contratado pelo Botafogo, do Rio de Janeiro e depois ainda jogou em São Paulo, encerrando a carreira na A.A. Ponte Preta, de Campinas. Severo foi levado pelo ex-técnico do F.B.C. Rio-Grandense, Gentil Cardoso, para o Corinthians Paulista. Chegou a ser convocado para alguns jogos da Seleção Brasileira.
Severo Carúcio de Oliveira, ou simplesmente Severo, nasceu em Pelotas. Foi bi-campeão de Rio Grande em 1946/1947 e vice-campeão estadual nesses dois anos, defendendo o F.B.C. Rio-Grandense.
No dia 1º de maio de 1950, data dedicada ao “trabalho”, o F.B.C. Rio-Grandense realizou um jogo amistoso no antigo Estádio Torquato Pontes, contra o C.R. Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, na época um time quase imbatível, base da seleção brasileira. Graças a uma atuação espetacular, o time local conseguiu arrancar um honroso empate em 3 X 3. O Rio-Grandense jogou com Nico - Francisco e Rui Santos - Ramão - Ávila e Ferro - Cerrone - Chiquinho - Ivo - Cleto e Quida (Polaco).
E bem perto dali, na avenida Rheingantz realizavam-se as comemorações do Dia do Trabalho, que foram marcadas por graves acontecimentos envolvendo operários, líderes sindicais, políticos e polícia, gerando um grande conflito, que culminou com mortos e feridos. Segundo a polícia, era intenção dos manifestantes se dirigirem até a sede da União Operária, fechada por ordem do Ministério da Justiça, e abrir à força a referida sociedade, num ato de violência contra as ordens das autoridades constituídas.
Nas proximidades do cemitério os manifestantes foram interceptados pelo delegado Ewaldo Miranda, da Ordem Política e Social, e pelo tenente Gonçalino Carvalho, da Brigada Militar, que fizeram ver aos promotores da passeata a necessidade de ser a mesma dissolvida, já que tais manifestações estavam proibidas.
Surgiu então o conflito, que resultou nos graves e dolorosos acontecimentos que tingiram de sangue e encheram de luto a data máxima dos trabalhadores riograndinos naquele ano. De revólver em punho, autoridades e manifestantes estabeleceram cerrado tiroteio, que culminou com a morte de quatro pessoas e ferimentos em seis outras. Os mortos foram o soldado Francisco Reis, o ferroviário Oswaldino Corrêa e os operários Euclides Pinto e Angelina Gonçalves. Entre os feridos, o vereador Antônio Rechia, que, embora operado na mesma noite na Beneficência Portuguesa, ficou paraplégico.
Na segunda-feira, dia 2, os dois jornais de circulação diária – “Rio Grande” e “Gazeta da Tarde” publicaram portaria do delegado de Polícia, Ibory Krause, proibindo "todas e quaisquer reuniões públicas, quer a céu aberto, quer sob teto".
Além do jogo contra o Rio-Grandense, o Vasco se apresentou em outras cidades gaúchas, com estes resultados: 16-04, em Porto Alegre, Renner 0 X 5 Vasco da Gama; 20-04, em Pelotas, Pelotas 2 X 2 Vasco da Gama; 23-04, em Rio Grande, São Paulo 1 X 4 Vasco da Gama; 30-04, em Rio Grande, Rio Grande 4 X 4 Vasco da Gama; 06-05, em Porto Alegre, Renner 2 X 3 Vasco da Gama e dia 07-05, em Novo Hamburgo, Floriano 1 X 1 Vasco da Gama. (Pesquisa: Nilo Dias)
