Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

segunda-feira, 28 de março de 2016

A morte de uma lenda do futebol

Morreu no último dia 24, em Barcelona (Espanha) onde morava, Hendrik Johannes "Johan" Cruyff, o melhor futebolista neerlandês de todos os tempos. Ele nasceu em Amsterdã, no dia 25 de abril de 1947. Seu sobrenome é originalmente grafado, na língua neerlandesa, como "Cruijff", sendo mais popularmente escrito como "Cruyff" no exterior.

Ele foi praticamente criado dentro do Ajax. Seu pai, Manus, era dono de uma mercearia que fornecia frutas ao clube. Sua mãe trabalhou como faxineira do clube após tornar-se viúva.

Com apenas quatro anos de idade, o garoto “Cruyff” frequentava os vestiários. Por ideia da mãe, o filho entrou nas categorias de base do Ajax. Ela acreditava que assim ele poderia superar a deficiência que tinha nos pés, cuja má formação o obrigava a utilizar aparelhos ortopédicos.

O garoto estreou no time principal do Ajax em 1964. Um ano depois, em 1965, chegou Michels, que aceitou o jogo ditado por “Cruyff” e os títulos viriam em série: o Ajax foi campeão neerlandês na primeira temporada com ambos trabalhando juntos, a de 1965/66.

Outros três títulos no campeonato nacional vieram em espaço de cinco anos. Cinco Copas dos Países Baixos também foram levantadas no período.

Com 19 anos de idade estreou pela Seleção dos Países Baixos em 1966, em jogo contra a ainda respeitada Hungria, em partida válida pelas eliminatórias para a Eurocopa 1968, quando fez um gol.

Cruijff transformou a Seleção Neerlandesa, então modesta, em uma potência mundial. Mas não foi de imediato. O país não se classificou para as fases finais da própria Euro 1968 e também da de 1972, e Copa do Mundo de 1970.

A revista brasileira “Placar”, em uma edição especial, elegeu os 100 melhores jogadores de futebol do Século XX, sendo que ele ocupou a terceira posição, atrás somente de Pelé e Maradona.

"Cruyff" não tinha semelhança com o futebol de Pelé e Maradona, se assemelhava mais a Alfredo Di Stéfano. Era um jogador de muita velocidade, intuição, inteligência e objetividade em campo.

Era considerado um jogador revolucionário, tático, ofensivo, coletivo, vistoso e eficiente. Suas extraordinárias atuações no Ajax inspiraram muitos jogadores e treinadores a partir de suas extraordinárias atuações no clube e, também na Seleção Holandesa na Copa do Mundo de 1974.

Foi ele e o seu treinador no Ajax, Barcelona e na Seleção Neerlandesa, Rinus Michels que criaram o chamado futebol total, no qual os jogadores de linha se sentem à vontade ao desempenhar todas as posições. Foi essa a última revolução tática na história do futebol, mesmo passados mais de 40 anos da Copa do Mundo de 1974.

O rodízio que funcionara bem no Ajax, chamado de "futebol total", transformou-se para os olhos do mundo no "Carrossel Holandês". Era um grupo de grande talento que trouxe inovações para a época como a valorização da troca de passes e posse de bola, a linha defensiva de impedimento e marcação firme, tentando roubar a bola ainda na intermediária adversária.

“Cruyff”, era um jogador com fome de bola. Corria o campo inteiro para marcar o adversário e tirar-lhe a bola. Era magro e dono de um fôlego privilegiado, sabedor como ninguém de como controlar a velocidade, sabendo de antemão o que iria fazer, depois de receber a bola.

Foi escolhido pelo IFFHS o maior jogador europeu do século XX, e o segundo maior do mundo, atrás somente de Pelé. Para o colunista Maurício Barros, da ESPN Brasil, Cruyff é o maior da história do futebol na soma jogador-treinador, mesmo sem ter ganho nenhuma Copa do Mundo.

Ele pode ser taxado de um revolucionário do futebol. Sabia impor suas noções de táticas, e a negociar seus termos salariais. Foi o casamento perfeito, quando se encontrou em 1965 com Rinus Michel, até então um professor de ginástica para crianças surdas.

Michel chegou ao Ajax para ser o técnico. Ambicioso, planejava transformar o clube, até então uma equipe semiprofissional que fazia jogos pelo leste de Amsterdã, em um time internacional de ponta. Ele e “Cruijff” conseguiram isso em seis anos.

Frank Rijkaard, um dos seus discípulos, afirmava que Diego Maradona poderia ganhar um jogo sozinho, mas não tinha o talento de “Cruyff” para mudar a tática do time para vencer a partida.  Dava a impressão de que tinha quatro pernas, sendo hábil no chute com o lado de fora do pé.

Era capaz de dar giros em pequenos espaços, tinha chutes longos e certeiros, driblava fácil e ainda era bom cabeceador e artilheiro. Tinha uma personalidade forte e não aceitava ordens.

Na Copa dos Campeões da UEFA, o Ajax chegou à final em 1969. No caminho, eliminou o Benfica de Eusébio, mas perdeu a decisão para o Milan. Em 1971, 1972 e 1973 foi tricampeão da mais importante competição europeia.

Pelos títulos de 1971 e 1973 foi premiado com a “Bola de Ouro”, da France Football, sendo o primeiro neerlandês a recebê-la.
O Ajax também venceu a Copa Intercontinental de 1972, derrotando o Independiente, da Argentina por 3 X 0, depois de empatar em 1 X 1 fora de casa,  com gol de “Cruyff”.  O clube não ganhou outras Intercontinentais pois não quis participar.

Em 1971, foi o Panathinaikos quem enfrentou os uruguaios do Nacional. Em 1973, quando a disputa seria outra vez contra o Independiente, o Ajax voltou a ceder a vaga para o vice-campeão
europeu, desta vez a Juventus, de Turim (Itália).

“Cruijff “ liderava sozinho um time de bairro, dono de um estádio pequeno até para as segundas divisões da Itália ou Espanha, cujos jogadores não ganhavam mais do que um bom lojista. Ainda assim conseguiu reinventar o futebol dentro do clube.

Em 1973, decidiu sair do clube, vítima do próprio poder que ajudara a deixar nas mãos dos jogadores: seus colegas decidiram que o novo capitão do clube seria Piet Keizer. “Cruijff” foi então para o Barcelona, onde se encontrava Michels, o homem que o compreendera.

Chegou ao clube espanhol na negociação mais cara do futebol mundial até então. O Barcelona pagou cinco milhões de florins, preço tão alto que o governo espanhol não aprovou a transferência.

Só conseguiu ser levado porque foi registrado oficialmente como uma peça de máquina de agricultura. O jogador justificou o alto investimento. No jogo de estreia fez dois gols e reconduziu o Barcelona a um título espanhol que não ganhava havia 14 anos, quando ainda jogavam pelo clube Luis Suárez, László Kubala, Zoltán Czibor, Sándor Kocsis e Evaristo.

Foi o melhor jogador do campeonato, ganhando sua terceira “Bola de Ouro”. O ano não podia ter sido melhor, já que a Seleção Neerlandesa conseguiu se classificar para a Copa do Mundo de 1974, coisa que não acontecia desde a segunda participação, na edição de 1938.

Em 1975, 1976 e 1978, o campeão foi o Real Madrid. Na única temporada em que os “merengues” não foram bem, ficando em 9º lugar no campeonato, o Barcelona perdeu o título, que ficou com o Atlético, de Madrid, por um ponto.

Além do título nacional de 1974, Cruijff só conseguiu ganhar com o Barcelona a Copa do Rei de 1978. Ficou oito anos no clube. Quase morreu por lá, quando sofreu um infarto, em 1991, muito provavelmente consequência dos cigarros que inveteradamente fumava. Teve, por isso, de implantar pontes de safena.

Logo depois se aposentou, não participando da Copa do Mundo de 1978. Ele se dizia cansado da violência que imperava nos gramados espanhóis, onde chegou a ter uma perna quebrada.

Cruijff se despediu dos gramados em outubro de 1978, vestindo a camisa do Ajax, em um jogo amistoso contra o Bayern Munique.  Os alemães ganharam por 8 X 0. Mas tudo não passou de um adeus fictício. O investimento que o jogador fez na criação de porcos, o fez perder milhões, de dólares, o que o obrigou a voltar a jogar.

Foi para os Estados Unidos, onde poderia viver tranquilo, no anonimato. Passou dois anos por lá, onde jogou primeiro no Los Angeles Aztecs, tendo novamente como treinador Rinus Michels. Depois foi para o Washington Diplomats. Também fez uma partida de exibição pelo New York Cosmos.

Se o futebol americano era calmo, Cruijff não foi. Sempre de mau humor, deixou quase loucos colegas e outros técnicos. Certa vez, quando o seu técnico no Diplomats estava fazendo a preleção, ele levantou-se, limpou o quadro-negro e disse: "É claro que faremos tudo diferente disso".

Um dos jogadores do Diplomats teria dito que o clube, ao contratar o neerlandês, deveria ter pago também por um estoque de algodão para que todos ali tivessem algo mais para tapar os ouvidos.

Sem clima para continuar nos Estados Unidos, voltou para a Espanha, dessa feita para defender o pequeno Levante, de Valência, que estava na segunda divisão. Mas não obteve sucesso, pois o clube estava afundado em dívidas.

Depois disso jogou uma partida pelo Milan, em um torneio amistoso organizado por Silvio Berlusconi, mas saiu vaiado após uma atuação apagada. Retornou aos Países Baixos e ao Ajax. Enfrentou resistências, sendo chamado de "desbocado" e "dinheirista". Dizem que ele cobrava para dar autógrafos.

Em seu retorno ao Ajax foi campeão neerlandês da Copa nacional. Também causou furor ao inventar a cobrança em dois lances de um pênalti. Em outra partida, ao cobrar a penalidade, apenas tocou a bola para a frente, deslocando o goleiro enquanto um companheiro corria atrás da bola para repassar-lhe para que concluísse sem obstáculos para as redes.

Outro lance foi de calcanhar: Cruijff certa vez avançou em direção ao gol e o goleiro adiantava-se para tentar bloquear-lhe. Ele então virou-se e passou a correr em direção ao próprio campo, sendo seguido pelo goleiro até perto do meio-de-campo, quando este então percebera que em algum momento Cruijff chutara para as redes sem interromper seu passo.

Após duas temporadas o Ajax o mandou embora, pois já o consideravam velho demais. Aos 36 anos, assinou contrato com o rival Feyenoord, onde jogou sua última temporada profissional. Foi campeão da Eredivisie, quebrando um jejum de dez anos do novo clube no campeonato nacional. Também foi campeão da Copa dos Países Baixos.

Desde 1996, 12 anos após a aposentadoria de Cruijff, um troféu que leva seu nome foi criado pela Real Associação de Futebol dos Países Baixos, sendo entregue ao vencedor da partida entre os campeões do campeonato e da Copa nacionais.

No livro de sua autoria “Futebol Total”, lançado em 1974, Cruijff antecipou que não iria para a Copa do Mundo de 1978. De fato, acabou não indo à Argentina, o que foi por muito tempo interpretado como um protesto à ditadura militar naquele país.

Mas 30 anos depois, foi revelado o real motivo: ele afirmou que, já em 1978, sofrera uma tentativa de sequestro e, temendo novos ataques, contratou seguranças particulares por um ano e meio. E também por causa da confusão conjugal que tivera pouco antes da final de 1974.

Dois anos depois de deixar o Feyenoord, voltou ao Ajax, porém sem êxito. Em 1988, os Países Baixos finalmente conquistaram um torneio, a Eurocopa, sob o comando de Rinus Michels.

Sua saída da direção técnica do Barcelona não foi nada amistosa: quando soube que seria substituído, jogou uma cadeira na porta do escritório do cúpula do clube e gritou bem alto: “Deus o punirá por esta ação, da mesma forma que o puniu antes!", em referência a um neto recém-falecido do presidente.

Em 2009 foi técnico da Catalunha, cuja seleção não é reconhecida pela FIFA e costuma fazer partidas apenas anuais. Deixou o comando da equipe em janeiro de 2013. Sua despedida foi em um amistoso contra a Nigéria, no Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona.

Também chegou a jogar uma partida pela Seleção Catalã. O jogo realizou-se em 9 de junho de 1976. Cruijff atuou ao lado de pelo menos dois outros não-catalães, sequer espanhóis: o compatriota e colega de Barcelona Johan Neeskens (autor do gol da Catalunha) e o chileno Carlos Caszely, do Español.

O Ajax não teve vida fácil com Cruijff. No final de março de 2011, toda a diretoria, incluindo o presidente do clube, entregou seus cargos por discussões com ele. Seu radicalismo era tanto, que chegou a declarar que iria torcer contra o próprio país na final da Copa do Mundo de 2010. O adversário foi a Espanha, repleta de jogadores do Barcelona.

Se o Ajax não deu andamento aos projetos de Cruijff, om o Barcelona foi diferente. Graças a ele foram montadas 12 equipes, cada uma com até 24 jogadores, que são orientados por técnicos licenciados pela UEFA.

As categorias inferiores do Barcelona são consideradas as maiores produtoras de jogadores de alto nível, chegando a levar até 15 anos para formar um atleta. Josep Guardiola foi um dos garotos levados diretamente por Cruijff ao time principal.

Em 2010, foi nomeado presidente de honra do Ajax. Meses depois, porém, a honraria lhe foi retirada pelo presidente do clube, Sandro Rosell. Rosell, sob a justificativa que a decisão do mandatário anterior, Joan Laporta, fora antidemocrática, sem consulta aos sócios.
Cruijff foi condecorado com a classe de cavaleiro da Ordem da Casa de Orange.

Era também membro honorário da Real Associação de Futebol dos Países Baixos e do Ajax. Foi eleito em 2004 o sexto maior neerlandês da história, estando à frente de nomes como Anne Frank, Rembrandt e Vincent van Gogh.

Além do futebol, também gostava de jogar golfe. Na década de 1970, ele chegou a gravar uma música de relativo sucesso nas paradas neerlandesas, "Oei Oei Oei (Dat Was Me Weer een Loei)" - em português, "Oi Oi Oi (Que belo chute)", que foi relançada após sua transferência para a Espanha, onde foi ainda mais popular.

Era casado com Danny Coster desde antes da fama internacional, em 1968, e a considerava a pessoa mais importante da sua vida. O casal escandalizava a conservadora sociedade espanhola nos tempos franquistas, em que agiam como jovens europeus modernos, fumando e usando cabelos compridos (no caso de Cruijff) e minissaia (no caso da mulher). Tiveram três filhos, Chantal, Susila e Jordi.

Sua fama de rebelde também se fez presente na Espanha, onde desafiava árbitros e policiais. Mas se identificou com a cultura catalã, tanto que batizou o filho mas novo com a versão local do nome de São Jorge, o santo padroeiro da região, além de viver na cidade até morrer. Falava o espanhol com sotaque catalão. E se considerava “um cara do mundo”.

Títulos. Campeonato Neerlandês (1965-66, 1966-67, 1967-68, 1969-70, 1971-72, 1972-73, 1981-82 e 1982-83); Copa dos Países Baixos (1966-67, 1969-70, 1970-71, 1971-72 e 1982-83); Copa dos Campeões da Europa (1970-71, 1971-72 e 1972-73); Copa Intercontinental (1972); Supercopa Europeia (1972 e 1973);

Barcelona: Campeonato Espanhol (1973-74); Copa do Rei (1977-78); Feyenoord: Campeonato Neerlandês (1984); Copa dos Países Baixos (1984).

Como técnico. Ajax: Copa dos Países Baixos (1985-86 e 1986-87); Recopa Europeia (1986-87); Barcelona: Campeonato Espanhol (1990-91, 1991-92, 1992-93 e 1993-94); Supercopa da Espanha (1991, 1992 e 1994); Copa do Rei (1989-90); Copa dos Campeões da Europa (1991-92); Supercopa Europeia (1992); Recopa Europeia (1988-89).

Títulos individuais. FIFA 100 (2004); All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA (1974); Ballon d'Or (1971,1973,1974); Melhor jogador Estrangeiro de La Liga (1977,1978, 1979, 1980); Considerado o melhor de todos os tempos; Artilheiro do ano (1976,1978,1979,1980). (Pesquisa: Nilo Dias)


sexta-feira, 18 de março de 2016

A morte do centro-avante Gaúcho

Faleceu na noite desta quinta-feira (17), aos 52 anos de idade, Luis Carlos Tófolli, o “Gaúcho”, ex-centro-avante do Flamengo, do Rio de Janeiro e um dos destaques do time na conquista do pentacampeonato brasileiro, em 1992.  Gaúcho nasceu no dia 7 de março de 1964, em Canoas (RS), mas se em Goiânia. Começou a carreira nos juniores do Flamengo.

O jogador, que ficou conhecido pelas comemorações bem humoradas, junto de Paulo Nunes, Marcelinho, Djalminha e outros, foi vítima de um câncer de próstata. Gaúcho era casado e deixou um filho de nome Leonardo.

Ele morava em Cuiabá (MT), onde era criador de gado e dono da Gaúcho - Escola de Futebol, com 400 alunos.

Começou a carreira nos juniores do Flamengo em 1992. Como profissional do rubro-negro, “Gaúcho” atuou em 199 partidas (107 vitórias, 54 empates, 38 derrotas) e marcou 99 gols em 200 jogos.

Um jogo que marcou a sua carreira, foi no empate em 1 X 1 entre Flamengo X Palmeiras, em 17 de novembro de 1988, no Maracanã. Na ocasião, Zetti, o arqueiro palmeirense, deixou o campo com a tíbia fraturada e “Gaúcho” vestiu a camisa número 1 do “Verdão”, pois o time já havia feito as três alterações a que tinha direito.

Foi realmente marcante, principalmente porque houve a decisão por pênaltis. “Gaúcho” pegou as penalidades cobradas pelo zagueiro Aldair e pelo meia Zinho. E ainda marcou o seu gol, sobre o também falecido goleiro Zé Carlos.

O jogo foi válido pelo Campeonato Brasileiro de 1988, ocasião em que o Regulamento mandava que as partidas terminadas empatadas fosem decididas nas penalidades.

Vestiu anda as camisas de XV de Piracicaba, Grêmio, Verdy Kawasaki, voltou ao Flamengo, defendeu Santo André e Palmeiras, onde fez 79 jogos (34 vitórias, 26 empates, 19 derrotas) e marcou 31 gols, até viver o melhor momento da carreira, no retorno à Gávea, em 1989, quando foi campeão da Copa do Brasil, Carioca e do Brasileirão.

Gaúcho se tornou ídolo de verdade apenas no Flamengo. Os seus gols de cabeça ajudaram a levar o rubro-negro ao título do Campeonato Brasileiro de 92, no time liderado por Júnior.

Em 1994 foi para a Itália jogar no Lecce, onde ficou apena um ano, seguindo depois para Boca Juniors, da Argentina, Atlético Mineiro, onde atuou ao lado de Renato Gaúcho, Neto e Éder Aleixo, tendo jogado 32 partidas, com 18 vitórias, seis empates e oito derrotas e um total de 11 gols marcados, Ponte Preta, Fluminense e se aposentou no Anápolis, em 1996.

Como treinador, foi assistente do Cuiabá e dirigiu os times do Mixto e do Luverdense, entre 2010 e 2011.

“Gaúcho” nunca foi um jogador que primasse pela técnica. Sua grande virtude era o jogo aéreo. Marcou gols importantes, como o da final da Taça Rio de 1991, quando o Flamengo venceu o Botafogo por 1 X 0 -, e ele fez a comemoração "Beijinho, beijinho, tchau, tchau", alusiva a uma música da apresentadora Xuxa.

Também marcou no primeiro jogo da decisão do Brasileiro de 92, novamente contra o Botafogo e que terminou em 3 X 0 e encaminhou a conquista do penta. Na decisão estadual, um ano antes, também deixou o seu nos 4 X 2 sobre o Fluminense.

Nesse jogo de 3 X 0 sobreo Botafogo, “Gaúcho” ganhou uma aposta de seu amigo Renato Gaúcho, que teve de pagar a carne para um churrasco do rubro-negro. O pagamento da aposta fez com que o alvinegro o dispensasse.

A morte de “Gaúcho” causou comoção nas redes sociais, com ex-jogadores rubro-negros, como Luizão e Paulo Nunes, lamentando a morte do artilheiro. “Perdi um grande amigo, um irmão, centroavante nato, caráter e humildade exemplares. Meus sentimentos à sua mãe, à sua grande esposa Inês e aos seus filhos. Vai com Deus irmão, o céu estará muito feliz com sua alegria”, postou Paulo Nunes.

Já Luizão, escreveu: “Dia de luto. Perdi meu amigo, irmão e padrinho. Seu companheirismo, carinho e alegria vão viver eternamente em nossos corações. Meus sentimentos à família. Descanse em paz meu irmão”.

O empresário Jorge Machado fez a seguinte postagem: “Faleceu um dos maiores amigos que eu tive na bola. Me emprestou dinheiro para fazer o parto do Kauê. Gaúcho, te amo irmão, cuide de nós”.

Uidemar, ex-volante que foi um dos grandes amigos de “Gaúcho” na época de Flamengo, recebeu com enorme pesar a morte do companheiro. Os dois atuaram juntos pelo Rubro-Negro no início da década de 90 e faturaram títulos importantes, dentre eles a Copa do Brasil (1990) e o Campeonato Brasileiro (1992).

Ainda abalado pela notícia, Uidemar relembrou os tempos em que dividia o quarto com Gaúcho na concentração e falou da forte parceria dos dois com Renato Gaúcho, outro que também era bastante próximo no dia a dia. (Pesquisa: Nilo Dias)


terça-feira, 15 de março de 2016

Os 100 anos do "Fidalgo" capixaba

O Cachoeiro F.C., fundado em 9 de janeiro de 1916, na cidade capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, completou seu centenário neste ano de 2016. É um dos clubes mais conceituados do Estado, sendo chamado de “Fidalgo” por seus torcedores, em razão de ter sido fundado por pessoas de famílias tradicionais e influentes da sociedade local.

É o clube mais antigo em atividade no município de Cachoeiro de Itapemirim e no Estado. Em seus jogos sempre comparecia um grande número de torcedores, especialmente quando o adversário era o Estrela do Norte F.C., seu grande rival, fundado em 16 de janeiro de 1916. O primeiro jogo entre eles foi disputado em abril desse ano e o resultado foi um empate sem gols.

Ainda em 1916, o presidente do clube, desportista José Moreira de Abreu começou a construção do campo de futebol. Já na década de 1920, o presidente Godofredo Chaves Baião, foi responsável pelo erguimento de uma arquibancada de madeira, o que tornou o clube um dos modernos do Estado na época.

No período de construção, como medida de economia, o Cachoeiro paralisou temporariamente suas atividades esportivas.

Em 1944, o Cachoeiro F.C. conquistou seu primeiro grande título, Campeão Sulino, quando utilizou um grupo composto pelos seguintes atletas: Waldir Portes, Luiz Pretti, Delson, Manoelito, Lídio, Otávio, Joemir, Nilsinho, Armênio, Amâncio, Nerinho, Rúpter e Alcino. O time era dirigido por Daniel Israel e pelo Professor Florisbelo Neves.

Em 1946 foi campeão da cidade. Em 1948 foi campeão estadual, sendo o primeiro clube interiorano a alcançar tal feito. O título foi decidido em uma melhor de três contra a Vale do Rio Doce, atual Desportiva Capixaba.

No primeiro jogo, realizado em Cachoeiro de Itapemirim, o Cachoeiro F.C. venceu por 4 X. 3. No segundo em Vitória, perdeu por 4 X 1. E no último, também realizado em Vitória, no estádio Governador Bley, em Jucutuquara, venceu por 7 X 2, sagrando-se campeão.

Nos dois primeiros jogos a arbitragem foi capixaba. Na decisão, por exigência do Cachoeiro, o trio de árbitros veio do Rio de Janeiro, com todas as despesas pagas pelo time de Cachoeiro do Itapemirim. A equipe de 1948 é considerada a melhor de toda a história do clube.

Nos anos 50 o Cachoeiro F.C. foi o time que mais ganhou títulos no Sul do Estado, o que se repetiu na década seguinte. Foi nessa época que o campo foi aterrado, para evitar os constantes alagamentos decorrentes das fortes chuvas e as velhas instalações demolidas.

Em vista disso o Cachoeiro teve de usar o Estádio Elpídio Volpini, do Ouro Branco, no Bairro Independência. Foi um tempo de boas recordações, visto que o clube conquistou o bi - Campeonato Sulino de Profissionais (1969/1971), vencendo o Estrela do Norte F.C. nas finais. Em 1970, não houve campeonato.

Em 1974, o Cachoeiro F.C. parou suas atividades profissionais, mantendo somente do Departamento Amador, mas formando sempre bons times e revelando jogadores.. Somente no fim da década de 1970, quando o presidente era Genildo Patrício, conseguiu reconstruir os alambrados. Mas continuou com as atividades amadoras, prestigiando às categorias de base.

Nas décadas de 1980 e 1990, nas administrações dos presidentes Genildo Patrício, José de Alencar Beiriz Aarão e Irlando Antônio Viana Filho, é que foi construída a sede administrativa do clube.

Em 1994, o Cachoeiro F.C., retornou ao profissionalismo, disputando o Campeonato da 2ª divisão capixaba, classificando-se em 5° lugar entre 12 equipes.

Como o Estádio Moreira Rebello não ter sido aprovado na vistoria realizada pela Federação Capixaba, o clube teve que jogar na praça de esportes do Grêmio Santo Agostinho, no bairro Vila Rica e no Estádio Mario Monteiro, do rival Estrela do Norte F.C., no bairro Sumaré.

Em 2000, as obras de melhorias no Estádio Moreira Rebello foram retomadas, visando o retorno ao profissionalismo. E sagou-se campeão capixaba da 2ª Divisão, ganhando o direito de disputar a Elite estadual no ano seguinte.

Em 2001, o time de Cachoeiro do Itapemirim, após ser campeão da Seletiva da Copa do Brasil, fez uma partida memorável no Maracanã contra o Fluminense. O time base era Dirley – Carlos – Chagas - Pádua e Romildo. Adauto - Carlos André - Marcão e Joãozinho. André Biquinho e Fábio Vigo.

Em 2013 retornou oficialmente ao futebol profissional, tendo disputado a Copa Espírito Santo, participando de uma chave que ainda tinha o Pinheiros, da cidade de igual nome, Rio Branco, de Vitória e Grêmio Esportivo Laranjeiras (GEL), de Serra.

Títulos estaduais: Campeonato Capixaba (1948); Campeonato Capixaba da Segunda Divisão (2000); Vice-Campeonato Capixaba de Futebol (1930, 1944 e 1950); Vice-Campeonato Copa Espírito Santo de Futebol (2013).

Outras Conquistas: Campeonato Sulino Capixaba (1944, 1950, 1951, 1952, 1953, 1969 e 1971); Campeonato Sulino Amador (1959 e 1960); Torneio Seletivo Capixaba da Copa do Brasil (2001); Categorias de Base: Campeonato Sulino Sub-21 (2000); Campeonato Cachoeirense de Juniores (2001); Campeonato Cachoeirense Juvenil (1957 e 2001); Campeonato Sulino Juvenil (1978, 1979 e 1980) e Campeonato Sulino Infantil (1965, 1966 , 1967 e 1995).

A mascote do Cachoeiro é a “Arara Vermelha”, criada em 9 de julho de 2003, após várias pesquisas. O autor do desenho foi o webdesigner Alex Cardoso. (Pesquisa: Nilo Dias)

1948. Cachoeiro F.C., campeão estadual. Em pé: Eurico Monteiro de Castro (técnico) - Ramón - Alcino - Zé Neves - João Paris - Manoelzinho e Guga Moura (dirigente). Agachados: Otaviano - Nely - Aldemir - Assadinho - Espinho - Bronze e Catiquinha. (Foto: Acervo do clube)

quinta-feira, 10 de março de 2016

A morte do "Marechal da zaga"

Morreu hoje, 10, o ex-zagueiro argentino Roberto Perfume, de 73 anos. Ele sofreu uma queda de uma escada, quando se encontrava no Resultante Carleto, no bairro de Puerto Madero, na noite anterior.

Todas as quartas-feiras, após gravar seu comentário, Perfumo costumava reunir-se com amigos no restaurante em pauta. O ex-zagueiro foi levado às pressas ao Hospital Argerich, onde foi detectado um traumatismo craniano e lesões no quadril.

Existe a suspeita de que antes da queda, Perfumo tenha sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O estado de saúde do "Marechal", como era conhecido na Argentina, era grave, por isso foi transferido para o Sanatório Los Arcos, onde ficou internado durante o dia.

O diretor do Sistema de Atendimento Médico de Emergências (Same), Alberto Crescenti, detalhou que o 'Marechal' sofreu a queda às 2h26min, mesmo horário de Brasília.

Roberto Perfumo nasceu na cidade argentina de Sarandí, no dia 3 de outubro de 1942. Desde cedo tentou ser jogador de futebol, mas não teve sucesso. Começou a carreira em 1957, no time do “Pulqui”, no mesmo bairro onde morava.

No ano de 1960, tentou ser aprovado nas categorias de base do River Plate. No entanto, não foi aproveitado em virtude de avaliações equivocadas e um tanto precipitadas dos responsáveis pelas divisões inferiores na época.

Logo depois, no Racing, conseguiu finalmente realizar o seu sonho. Fez sua estréia entre os profissionais em janeiro de 1964, jogando inicialmente na posição de volante. Depois, foi deslocado para o miolo de zaga. Nesse clube foi campeão argentino, da Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes.

Ele permaneceu no Racing até 1970, sempre como capitão da equipe. Em 1971 foi para o Cruzeiro, de Belo Horizonte, em razão da grave contusão do zagueiro Procópio. Sua adaptação ao futebol brasileiro não foi tão fácil como era esperado.

Ficou no Cruzeiro por três temporadas. No clube mineiro foi tri-campeão estadual em 1972, 1973 e 1974, além de ganhar uma Taça Minas Gerais, em 1973.  Foi ainda, vice-campeão brasileiro em 1974, quando perdeu o jogo final para o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, em jogo realizado no Maracanã.

Tanto brilhantismo, fez com que o zagueiro fosse colocado no "time dos sonhos" do Cruzeiro, em uma pesquisa feita pela Revista Placar, em 2006. Ele disputou 138 partidas pela “Raposa”. O ex-zagueiro também figura no selecionado argentino de todos os tempos, definido pela Associação de Futebol da Argentina (AFA), ao início deste ano..

Em 1975 voltou a Argentina, para jogar pelo River Plate. Em Belo Horizonte, Perfumo e  família moravam em um apartamento pequeno. A esposa Mabel, sentia saudades do palacete de 55 mil dólares no bairro de Sarandi, construído e idealizado por ela.

Sentia saudades do pomar e de seu automóvel Concord. E também pela saúde do filho Gustavito, que começara a adoecer com as constantes viagens do casal para a Argentina.

Tudo isso foi preponderante para a volta de Perfumo ao futebol argentino, dessa vez para jogar no River Plate e conquistar os títulos de campeão metropolitano e nacional de 1975, vice-campeão da Copa Libertadores em 1976, perdendo a decisão para o Cruzeiro e bi-campeão metropolitano em 1977, ano em que pendurou as chuteiras.

Vestiu a camisa da Seleção Argentina pela primeira vez em 1964, quando disputou os Jogos Olímpicos de Tóquio. Participou também das Copas do Mundo de 1966, na Inglaterra, e em 1974, na Alemanha, sempre como capitão do time. Jogou junto de Daniel Passarela.

Lamentavelmente, Perfumo não esteve presente na Copa do México em 1970. A Argentina perdeu sua classificação para o surpreendente time peruano nas eliminatórias. Foi titular absoluta da Seleção de seu país por 10 anos. Mas nunca conquistou títulos pela seleção argentina.

Após deixar os gramados, Perfumo tentou a sorte como treinador, em 1981, no time do Sarmiento, de Junin. Depois treinou o Racing e o Gimnasia y Esgrima de La Plata, ambos times argentinos. Treinou, ainda, o Olímpia, do Paraguai, conquistando o título nacional em 1992, e o vice-campeonato da Copa Conmebol. Desde 1993 não
trabalhava mais como técnico.

Durante o governo de Nestor Kirchner, na Argentina, foi secretário de Esportes, durante todo o mandato presidencial. Posteriormente, integrou a equipe de esportes da ESPN Argentina, onde ficou até o dia de sua morte.

Perfumo era considerado um dos comentaristas de futebol mais respeitados da Argentina. Chegou também a ser colunista do site esportivo Olé! Ele estava escalado para comentar o jogo entre San Martín e Tigre, no sábado, na cidade de San Juan.

Na quinta-feira, 10, antes da partida entre River Plate, da Argentina X São Paulo, válido pela Copa Libertadores da América, foi reservado um minuto de silêncio em memória de Roberto Perfumo. Os jogadores do River Plate, em sinal de luto, colocaram tarjas pretas nas mangas das camisas,

Graças ao estilo raçudo com que disputava jogadas, temperamento forte e a grande técnica que possuía, era chamado pelos torcedores de "Marechal". O jornal Olé o descrevia como um zagueiro completo.
Mesclava talento, temperamento forte e muita raça, o que fizeram dele titular indiscutível da seleção nacional por mais de dez anos. Era considerado por muitos veículos esportivos como uns dos melhores do mundo em sua posição.

Entre os títulos conquistados como jogador tem quatro Campeonatos Argentinos (três pelo River Plate e um pelo Racing), três campeonatos mineiros pelo Cruzeiro, e a Copas Libertadores e torneio intercontinental também pelo Racing. (Pesquisa: Nilo Dias)

Perfumo era um zagueiro completo. (Foto: site "Tardes do Pacaembu")

terça-feira, 8 de março de 2016

O assassinato de Édson Piauí

Mortes violentas de jogadores de futebol é coisa mais comum do que parece. A grande imprensa muitas vezes não publica, mas acontece com muita frequência, principalmente em pequenas cidades, com maior incidência no futebol amador.

O assassinato do jogador Edson Décimo Alves de Araújo, de 27 anos, conhecido por “Edson Piauí”, ocorrido em 1 de novembro de 2014, um sábado, até que ganhou bons espaços em jornais de quase todo o país, o que se explica pelo fato dele ter jogado no Boa Esporte, de Varginha, Minas Gerais, no Campeonato Brasileiro da Série B e ter assinado contrato para defender o Rio Claro no “Paulistão 2015”.

O lateral esquerdo, nascido em 2 de dezembro de 1986, estava em Floriano, sua terra natal, 244 km de Teresina, na região Sul do Piauí, passando férias com a família, quando foi com seu irmão, o cabo PM Eurival Araújo, em uma casa de show da cidade.

Lá teve um desentendimento com um sujeito de nome Emanuel Ribeiro Soares, o “Manoelzinho”, dono de um bar na região. Para evitar maior confusão, o atleta e seu irmão deixaram o local

Na noite seguinte os dois foram a uma churrascaria da cidade. Ao estacionarem o carro foram abordados por “Manoelzinho”, que armado de um revólver atirou cinco vezes sobre os dois irmãos, que não tiveram tempo nem de saírem do veículo. 

Edson morreu no local. Dois dos tiros acertaram o seu queixo e o abdômen. Eurival, baleado com três tiros foi paciente de cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã de domingo, 3/11.

A morte do lateral-esquerdo provocou comoção dentro e fora dos gramados. Enquanto a família velava o corpo do atleta, os ex-companheiros do Boa Esporte lhe prestaram uma homenagem num jogo da Série B.

Na vitória por 3 X 1 sobre o Ceará no mesmo dia do crime, o atacante Diego foi às lágrimas na comemoração do terceiro gol do clube tricolor e precisou do consolo dos amigos para voltar à partida. Os atletas atuaram com uma faixa preta no braço em símbolo do luto do clube.

Meses depois, em 16 de agosto de 2015, o assassino foi preso em um condomínio de luxo em Nova Veneza (GO), cidade da Região Metropolitana de Goiânia e recambiado para Floriano.

Emanuel Ribeiro Soares já tinha passagem pela polícia por tráfico de entorpecentes e estava com mandado de prisão em aberto.

A Diretoria do Rio Claro F.C., onde jogaria em 2015, expressou os sentimentos aos familiares do jogador.

Veja a nota na íntegra

“A Diretoria do Rio Claro FC e através do Presidente Luiz Balbo, expressa os sentimentos aos familiares do lateral esquerdo “Edson Piauí”, assassinado na madrugada deste sábado na cidade de Floriano no interior do Piauí.

O jogador estava feliz por ter acertado com o Galo Azul para a disputa do Campeonato Paulista, e a negociação para sua chegada foi bem tranquila.

Edson Décimo Alves de Araújo tinha 27 anos, iniciou a carreira no Atlético PR e passou a ficar conhecido quando se destacou pelo Salgueiro em 2011. Em 2012 disputou o Paulistão pelo Mogi Mirim, atuou pelo Oeste no primeiro semestre deste ano e seu último clube foi o Boa Esporte na Série B do Campeonato Brasileiro.”

“Édson Piauí” jogou por vários clubes, podendo ser considerado um “cigano” do futebol. Começou no Santa Cruz, de Recife, em 2006. Depois jogou no Atlético Paranaense, Náutico, do Recife, ABC, de Natal, Campinense, de Campina grande (PB), Culatrense, de Portugal, River Plate, de Sergipe, Asa, de Arapiraca (AL), Salgueiro, de Pernambuco, Mogi Mirim e Oeste, ambos de São Paulo e Boa Esporte, de Minas Gerais. (Pesquisa: Nilo Dias)

Édson Piauí, jogou no Atlético Paranaense. (Foto: Divulgação)

terça-feira, 1 de março de 2016

*Olá Nilo Dias. Acabo de chegar de Pelotas, onde havia ido, neste último sábado, para visitar minha velha amiga Norma Stein Brechane, citada nesta matéria, mas infelizmente não a pude ver, pois na quarta-feira passada a mesma nos deixou.

Para mim foi a perda de uma amiga de quase setenta anos. Foi-se a amiga, deixou enorme vazio em nossos corações, vazio que será preenchido lembrando de sua história, tanto como amiga, mãe de três filhos e pioneira, mesmo que um pioneirismo efêmero, na arte do futebol.

Que ela e todas as que com ela fizeram essa história permaneçam vivas nos livros, mostrando as novas gerações que nunca causa alguma é perdida. Temos que reverenciar essa mulheres de garra e coragem que quebram tabus, enfrentam as tiranias machistas e dão tanta graça as nossas vidas.

E se hoje temos até campeonatos mundiais de futebol feminino, graças a essas adoráveis pioneiras. Saudades eternas de Norma.

Prof. Pedro Aurélio de Castro Teixeira

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