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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

A morte do "Pantera Negra"

Morreu hoje (6/1) o ex-goleiro Jairo Nascimento, conhecido como “Pantera Negra” ou “Muralha de Ébano”, que alcançou fama defendendo as metas de Corinthians e Coritiba e teve uma passagem pela Seleção Brasileira. Ele lutava contra um tipo raro de câncer no rim.

Seu corpo está sendo velado na 3ª Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), no bairro Água Verde, em Curitiba, e seu enterro será nesta quinta-feira, às 15 horas, no Cemitério Vertical, na capital paranaense.

Devido os altos custos dos medicamentos que o ex-jogador vinha tomando, R$ 300.00 por dia, a família chegou a lançar a campanha "Defenda o Jairo", que sensibilizou atletas e os próprios Corinthians e Coritiba, que passaram a enviar os medicamentos para o tratamento.   

Jairo estava internado desde o dia 23 de janeiro no “Hospital Erasto Gaertner”, em Curitiba, onde residia com a família.

Natural de Joinville (SC), Jairo foi revelado pelo time de sua cidade, o Caxias. O goleiro se destacou nacionalmente pelo Fluminense, onde faturou dois Estaduais e o “Robertão” - Campeonato Brasileiro de 1970.

Transferido para o Coritiba, ele venceu cinco Estaduais e o Brasileiro de 1985. Além dos títulos, ficou marcado por ter alcançado o recorde, então nacional e do clube até hoje, de 933 minutos sem sofrer gols.

A marca foi superada pelo próprio Jairo quando ele defendia o Corinthians, com 1.132 minutos sem levar gols no ano de 1978. No time paulista, ele foi o titular na segunda partida da final do Paulistão de 1977, quando o clube encerrou uma “fila” de 22 anos sem troféus.

O Corinthians havia sido campeão pela última vez em 1954. Ele também foi campeão paulista em 1979 pelo “Timão”, clube que defendeu em 189 partidas entre 1977 e 1980, tendo sofrido 146 gols.

Quando ainda atuava pelo Coritiba, Jairo chegou a ser convocado para a seleção, mas não teve atuação de destaque. Ele deixou os gramados em 1989.

Em situações como a de Jairo, em que a vida estava em jogo, às rivalidades no futebol desaparecem. No final do ano passado o goleiro Fernando Prass, do Palmeiras, maior rival do Corinthians, se uniu a batalha travada por Jairo, doando uma camisa autografada para ser leiloada.

O dinheiro arrecadado com o leilão foi utilizado pela família para ajudar a bancar o custo alto do tratamento do câncer do goleiro com mais minutos sem sofrer gols na história do Campeonato Brasileiro.

O Corinthians se manifestou pelas redes sociais, lamentando a morte de seu ex-atleta: “Obrigado por ter honrado o manto alvinegro, Jairo! Muita força à família e aos amigos. Descanse em paz”.

Embora tenha tido sucesso no Corinthians, foi no Coritiba que Jairo alcançou os melhores momentos de sua carreira. Ele esteve por duas vezes no clube, entre 1972 e 1976 e entre 1982 e 1987, tornando-se o jogador que mais vestiu a camisa alviverde na história, com 410 jogos. No “Coxa” foi campeão paranaense e brasileiro.

O Coritiba postou uma publicação nas redes sociais lamentando a morte de Jairo, ao mesmo tempo que exaltou o seu legado no clube. “Faleceu hoje Jairo. Foi quem mais vestiu a nossa camisa, com 410 jogos. Campeão estadual, campeão do "Torneio do Povo" e "Campeão Brasileiro". Todos nossos sentimentos para família, amigos e torcedores. Jairo marcou e sempre será lembrado na nossa história. Descanse em paz, Jairo”.

Jairo jogou ainda pelo América Mineiro, em 1988, O clube publicou nota nas redes sociais lamentando o seu falecimento:  “Que notícia triste. Além de ídolo no Coritiba, Jairo também defendeu brilhantemente o "Coelhão" no fim da década de 80. Nossos sentimentos à família e aos amigos. Descanse em paz, Jairo!”.

O goleiro também defendeu o Náutico, de Recife.  Atualmente ele era treinador na escolinha de futebol do Centro Educacional Araucária (CEAR), mantido pela Igreja Quadrangular. (Pesquisa: Nilo Dias)