Faleceu
na manhã desta terça-feira (25), o ex-atleta e comentarista esportivo da TV
Globo, Carlos Alberto Torres, vitimado por um ataque cardíaco fulminante. Ele
chegou a ser levado para o Hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca. Os médicos
tentaram reanimá-lo, mas já havia entrado em óbito.
Era
conhecido como o “capitão do tri”, por ter levantado a “Taça Jules Rimet”,
conquistada em definitivo pela Seleção Brasileira, na Copa do Mundo do México,
realizada em 1970.
Carlos
Alberto era carioca, nascido na Vila da Penha a 17 de julho de 1944. De longa
carreira, foi um dos símbolos do clássico futebol brasileiro. Muitos cronistas
dizem que foi um dos maiores laterais-direitos de todos os tempos.
Tinha
habilidade, respeito dos companheiros e, como uma de suas características
principais, uma forte personalidade, elegância e técnica em campo. Tanto é verdade que
a crônica esportiva, na sua grande maioria, o considerava o maior jogador que
usou a braçadeira de capitão da Seleção Brasileira. Todas suas qualidades
puderam ser confirmadas na única Copa que disputou, a do México, em 1970.
No
duríssimo jogo contra a Inglaterra, Carlos Alberto abandonou a posição só para
dar uma entrada forte no ponta inglês Francis Lee, que tinha chutado o rosto de
Félix. Depois do lance, Lee sumiu do jogo.
Episódios
como esse fizeram com que fosse chamado de o “grande capitão”. Carlos Alberto
também foi o autor do último gol da campanha brasileira após maravilhoso passe
de Pelé, fechando os 4 X 1 contra a Itália na final, para logo depois ter a
honra de levantar a “Taça Jules Rimet” conquistada em definitivo.
Carlos
Alberto Torres podia ter disputado também a Copa da Inglaterra, de 1966. Ele
chegou a ser um dos 47 jogadores convocados pelo técnico Vicente Feola, para o
período de treinamento em Serra Negra (SP). Mas deu tudo errado. Não foi
confirmado entre os 22 jogadores que viajaram.
O
craque vestiu às camisas do Fluminense, onde começou a carreira, tendo sido
campeão Carioca de 1964. Logo depois, se transferiu para o Santos F.C., em 1965,
trocado por Ismael, quando o clube paulista tinha Pelé e atravessava o seu
apogeu, com conquistas como o bicampeonato da Copa Libertadores da América e do
Mundial de Clubes.
Com
a camisa alvinegra santista foi pentacampeão paulista em 1965, 1967, 1968, 1969
e 1973, ano em que conquistou seu último título pelo time da Vila Belmiro.
Em
1971, jogou por empréstimo no Botafogo, do Rio de Janeiro. No clube carioca
atuou em 22 jogos, nos 3 meses que por lá esteve. Em
1976 retornou ao Fluminense, que na época era chamado de “Máquina Tricolor”, tendo
conquistado o bicampeonato carioca daquele ano e sendo semifinalista do
campeonato brasileiro.
Jogou,
ainda, no Flamengo (1977), California Surf e New York Cosmos (ao lado
de Pelé), nos Estados Unidos, onde encerrou a carreira como jogador em 1982. Em
março de 2004, Carlos Alberto foi nomeado por Pelé um dos 125 melhores
jogadores vivos do mundo.
Como
treinador foi Campeão Brasileiro pelo Flamengo. Em 1985, foi bicampeão
pernambucano pelo Clube Náutico Capibaribe.
Foi
escolhido ainda para integrar a seleção da América do Sul de todos os tempos na
posição de zagueiro. A enquete foi realizada com cronistas esportivos de todo o
mundo. A FIFA o considera um dos maiores laterais direitos de todos os tempos.
Na
política, Carlos Alberto era filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi
vereador de 1989 a 1993, ocupando a vice-presidência e a primeira secretaria da
Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Em 2008 tentou uma vaga para
vice-prefeito da capital fluminense, na chapa de Paulo Ramos, não se elegendo.
Entre
novembro e dezembro de 2014 ocupou o cargo de Ministro do Esporte do Botafogo,
deixando a função alegando motivos particulares.
Carlos
Alberto foi casado três vezes: com Sueli, mãe dos seus filhos Andréa e
Alexandre Torres, também jogador profissional, com passagens por Fluminense, Vasco
e Nagoya Grampus (Japão), com a atriz Terezinha Sodré e com Graça, sua ultima
esposa.
Carlos
Alberto Torres fez sua última aparição no SporTV, onde era comentarista, apenas
dois dias antes de sua morte, quando participou do programa "Troca de Passes", no
último domingo.
Ricardo
Rocha, ex-zagueiro e amigo próximo do “Capita”, como era chamado por seus
amigos, e o comentarista Luiz Ademar, também do SporTV, relataram que Carlos
Alberto tinha boa saúde, a despeito da idad.
Títulos.
Fluminense: Campeão Carioca (1964, 1975 e 1976); Taça Guanabara (1966 e 1975); Torneio
de Paris (1976); Torneio Viña del Mar – Chile (1976). Pelo Santos: Recopa
Sul-Americana (1968); Campeonato Brasileiro (1965 e 1968); Campeonato Paulista
(1965, 1967, 1968, 1969 e 1973); Torneio Rio-São Paulo (1966). Pelo New York Cosmos: NASL Exterior Championships (1977,
1978, 1980 e 1982); Eastern Division - National Conference (1978, 1979, 1980 e
1982); Trans-Atlantic Cup Championships (1980). Seleção Brasileira: Copa do Mundo
FIFA (1970) e Jogos Pan-Americanos - Medalha de Ouro (1963).
Como
treinador. Flamengo: Campeão Brasileiro (1983); Fluminense: Campeonato Carioca (1984); Nautico, do Recife: Campeão pernambucano (1985); Botafogo: Copa
Conmebol (1993) (Pesquisa: Nilo Dias)