Em 1915 o Corinthians o emprestou a um novo clube que surgia no cenário esportivo paulistano, a Societá Palestra Itália, junto com Fúlvio, Pollice, Bianco e Américo. E Amilcar participou do primeiro jogo da história daquele clube que com o passar dos anos viria a se tornar o maior rival do “timão”. O jogo foi em Votorantim, nas imediações de Sorocaba, na tarde de 24 de janeiro de 1915, contra o S.C Savóia, tido então como bicho papão do futebol do interior do Estado de São Paulo.
Depois de um primeiro tempo bastante disputado, o Palestra voltou melhor na fase final e venceu por 2 x 0, gols anotados por Bianco, a maior estrela do time, cobrando um pênalti e depois por Alegretti, em cobrança de falta. Bianco colocou seu nome definitivamente na história palestrina, por ter sido o autor do primeiro gol do clube. O Palestra mandou a campo: Stilitano - Bonato e Fúlvio – Pollice - Bianco e Vale – Cavinato – Fischi - Alegretti - Amílcar e Ferré. O juiz foi o conhecido “sportsman” da época, Sílvio Lagreca.
Amilcar era dono de um espírito de liderança, classe e técnica, só comparáveis a Pelé, segundo relatos feitos por quem viu os dois jogarem. Junto com Neco, foi o primeiro grande expoente da história corinthiana. A convocação inicial para o selecionado nacional aconteceu em 1919, no Campeonato Sul-Americano Extra, disputado na Argentina. Na época, ainda jogava como centroavante, posição que trocaria no ano seguinte pela de centromédio, onde alcançou a consagração plena, transformando-se no melhor e mais famoso jogador brasileiro.
Meia e atacante de grande categoria, capitão da equipe fez 208 jogos pelo Corinthians, com 153 vitórias, 25 empates, 30 derrotas e 89 gols marcados. Em 1923, nove anos depois de ter jogado a partida inaugural do Palestra Itália, Amilcar retornou ao clube palestrino, alegando “motivos pessoais” que nunca ficaram bem explicados. O mais provável é que as raízes familiares italianas tenham falado mais alto. Mesmo quando defendia o Corinthians, tornou-se sócio do Palestra Itália. Vestiu a camisa do clube em 105 ocasiões com 68 vitórias, 15 empates, 17 derrotas e 16 gols marcados.
Pela Seleção Brasileira, onde foi capitão, atuou em 19 jogos, tendo contabilizado10 vitórias, 5 empates e 4 derrotas. Marcou 5 gols e foi campeão Sul-Americano em 1919 e 1922. Também defendeu a seleção Paulista. Foi campeão brasileiro entre seleções em 1922, defendendo, campeão paulista em 1926 e 1927, campeão do Paulista Extra em 1926 e do Campeonato Honorário do Brasil, igualmente em 1926.
Em 1930 parou de jogar e se dedicou a carreira de treinador. Seu jogo de despedida foi no dia 8 de junho, no empate de 1 X 1 do Palestra com o Germânia. Na nova profissão iniciada no próprio Palestra, dirigiu o time em 144 jogos, com 93 vitórias, 24 empates e 27 derrotas.
Depois foi para a Lazio de Roma, em 1931, ficando até 1932, onde devido a contusão de alguns jogadores, teve de retornar aos gramados, mostrando porá mais algum tempo aos italianos todas as qualidades que o consagraram no Brasil. Isso também o notabilizou como o primeiro brasileiro a jogar e ao mesmo tempo treinar um clube da Itália.
Seu retorno ao Corinthians foi como treinador. Dirigiu o “timão” em situações diferentes. Inicialmente, quando não havia um profissional específico para a função e coube a ele escalar o time. Depois, entre os anos de 1933 e 1940. No total, foram 192 jogos com 135 vitórias, 18 empates e 39 derrotas.
Também dirigiu o São Paulo em 19 jogos, e ainda Portuguesa de Desportos, Portuguesa Santista e Atlético Mineiro. Morava no bairro da Aclimação, centro de São Paulo, quando faleceu no dia 24 de agosto de 1965. (Pesquisa: Nilo Dias)
