Os V Jogos Mundiais Militares, chamados de “Jogos da Paz” serão realizados na cidade do Rio de Janeiro no próximo ano. A cidade venceu a disputa com a Turquia, que também pleiteava ser a sede dos jogos, que se constituem no terceiro maior evento esportivo do mundo, ficando atrás somente dos Jogos Olímpicos de Verão e Paraolimpíadas.
Essa será a primeira vez que os Jogos Mundiais Militares serão realizados no continente americano. A competição é promovida pelo Conselho Internacional do Desporto Militar (CISM), que equivale na esfera civil ao Comitê Olímpico Internacional. O Ministério da Defesa e as Forças Armadas brasileiras participam da organização dos jogos, integrados a Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB), que é presidida pelo brigadeiro Luís Antônio Pinto Machado.
O CISM foi criado logo após a 2ª Guerra Mundial, em 1948, com um propósito pacifista e de integração das nações. O órgão conta com 132 países membros de todos os continentes, reunindo mais de um milhão de atletas militares ao redor do mundo, sendo a terceira entidade desportiva do planeta.
Para os jogos no Brasil, que se realizarão de 17 a 24 de julho de 2011, são esperados de 4.500 a 7 mil atletas de 110 países de todas as partes do mundo, que vão competir em 21 modalidades esportivas:
Atletismo, Basquetebol, Boxe, Cross Country, Equitação, Esgrima, Futebol de campo, Futebol de Salão (demonstração), Handebol, Judô, Natação, Orientação, Pentatlo Aeronáutico, Pentatlo Militar, Pentatlo Moderno, Pentatlo Naval, Pára-Quedismo, Tiro, Triatlo, Voleibol e Voleibol de praia (demonstração).
Para a realização dos Jogos Militares em 2011, foi oferecida a utilização da infra-estrutura esportiva dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro de 2007, e que fazem parte do projeto Rio 2016: Maracanãzinho, Centro Nacional de Hipismo, Parque Aquático Maria Lenk, Complexo Esportivo de Deodoro e Estádio Olímpico João Havelange. Além disso, a Vila de Atletas e o Estádio de São Januário, do C.R. Vasco da Gama, também serão utilizados.
Para abrigar os atletas, que devem comparecer ao evento, Ministério da Defesa e as Forças Armadas estão construindo uma vila olímpica na Zona Oeste do Rio de Janeiro, um complexo de instalações com 1.200 unidades habitacionais, entre 100 e 120 metros quadrados. O número de participantes dos V Jogos Mundiais Militares será superior ao número total de atletas do Pan, que foi de 4.200.
O projeto está sendo executado com a participação da União, e deve custar em torno de R$ 432 milhões. Ao final dos jogos as 1.200 unidades habitacionais passarão para as Forças Armadas, com 400 unidades para cada Comando. O total de valores autorizados pela União nos Orçamentos de 2009 e 2010, para viabilizar os Jogos soma R$ 748 milhões.
A competição acontece de quatro em quatro anos, sempre no ano anterior aos Jogos Olímpicos. A primeira edição foi em 1995, em Roma, celebrando os 50 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, com a participação de 93 países e 4.017 atletas. A segunda foi em Zagreb, Croácia, em 1999, com a participação de 82 países e 6.734 atletas. Os terceiros jogos se realizaram em Catânia, Itália, em 2003, com a presença de 87 países e 6.000 atletas. A quarta e última edição dos Jogos Mundiais Militares ocorreu em 2007, nas cidades de Hyderabad e Bonbain, na Índia, com a participação de 71 países e 4.571 atletas.
Nomes famosos vão em busca de medalhas: Henrique Haddad, Mário Trindade, Pedro Caldas e Isabel Swan (Vela); Tiago Camilo, Luciano Corrêa, Flávio Canto, Leandro Guilheiro, Danielle Yuri, Ketleyn Quadros e Edinanci (judô); Diogo Silva e Natália Falavigna (taekwondo); Washington Silva e Everton Lopes (boxe); Keila Costa, Hudson de Souza, Fabiano Peçanha, Matheus Inocêncio e Joana Costa (atletismo); Kaio Márcio, Joanna Maranhão, Nicholas Santos e Tatiane Sakemi (natação) e Rayanne Simões, Aline Franca e Maycon (futebol feminino).
Quem aceita participa de exames físicos e provas e, caso tenha sucesso, passa pelo treinamento que leva ao posto de sargento, com todos os benefícios da patente. O atleta entra para a Força, mas não vive a vida militar. Sua única função é competir como militar. Os atletas podem ficar até por oito anos como atletas-militares, mas devem passar por avaliações anuais
Não é só o militarismo brasileiro que conta com atletas oficiais das Forças Armadas. Em outros países, a medida é comum, como no caso da saltadora com vara russa Yelena Isinbayeva, detentora da melhor marca do mundo e campeã olímpica e mundial. Em agosto de 2005, ela foi certificada como tenente das Forças Armadas de seu país e em 2008 foi promovida a capitã.
Na França, o recrutamento de civis para o Exército também já é uma realidade. Ao todo são reservadas 90 vagas para esportistas de alto rendimento. Entre os alistados está o ex-recordista mundial dos 50 m e 100 m livres, o nadador Alain Bernard.
A Mascote dos Jogos Mundiais Militares de 2011 tem nome grego: "Arion", que significa “quem tem energia”. A escolha foi feita por votação popular. A opção vencedora recebeu mais da metade dos 81.537 votos dados durante 22 dias. A figura de "Arion" foi desenhada por Maurício de Souza, criador da Turma da Mônica. Maurício usou como inspiração um menino que se transforma em um super-atleta militar futurista para ilustrar essa idéia. Segundo o autor, a pomba acompanha o menino em todos os seus momentos e dá vida aos seus desenhos de soldadinhos da infância, criando a Tropa da Paz. (Pesquisa: Nilo Dias)
"Arion", a mascote dos Jogos Mundiais Militares de 2011 no Rio, criação do desenhista Mauricio de Souza.
Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.
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