Segundo
os jornais argentinos "Olé" e "Clarín", a causa da morte
não foi divulgada.
Nascido
em Rosário em 1939, deu seus primeiros passos no futebol com a camisa do Rosário
Central. Goleiro ágil e elástico, aos poucos ganhou projeção no clube, a ponto
de ter se tornado titular absoluto entre 1960 e 1969. E se tornou o goleiro que
mais atuou na meta da equipe, com 284 jogos.
Em
1969, desembarcou em solo brasileiro para vestir a camisa do Vasco. E ficou
marcado logo por um lance para a posteridade: em jogo válido pelo “Torneio
Roberto Gomes Pedrosa”, "El Gato" sofreu o milésimo gol de Pelé.
No
“Maracanã”, o argentino quase alcançou o pênalti cobrado pelo "Rei"
e, enquanto Pelé comemorava naquele dia 19 de novembro, Andrada dava socos na
grama. O argentino também não escondia seu incômodo cada vez que falavam sobre
o tema.
Em
entrevista ao “SportTV”, em 2012, Andrada disse que “como todo goleiro, eu não
queria leva o gol. Menos ainda um que vai sair por todo mundo. Mas o gol veio e
em pouco tempo você vai se acostumando e acaba o adotando como um filho”.
Em
1970 ajudou a equipe a faturar o “Campeonato Carioca” daquele ano, ao lado de
nomes como Gilson Nunes, Alcir, Eberval e Fidélis.
Em
1971, Andrada se consagrou como o melhor goleiro do “Campeonato Brasileiro”, e
seguiu titular absoluto do Cruz-Maltino ano a ano até que em 1974 fez parte de
uma campanha histórica para os vascaínos, que foram campeões brasileiros.
Ele
era o “Camisa 1” daquele time que derrotou o Cruzeiro por 2 X 1, no “Maracanã”.
"El Gato" conviveu com nomes como Roberto Dinamite, Ademir, Jorginho
Carvoeiro e Zanata. O goleiro ainda vestiu a camisa cruz-maltina em 1975, no
qual o time disputou a “Copa“ pela primeira vez.
Mesmo
não tendo conquistado títulos importantes no Rosário Central, suas grandes
atuações o levaram a ser convocado para a “Seleção da Argentina”, com a qual
teve bom rendimento na “Copa América” de 1963.
Ele
foi pré-relacionado para o “Mundial de 1966”, na Inglaterra, mas acabou cortado
devido a uma lesão.
Após
encerrar a sua passagem pelo Vasco em 1975, ano em que disputou a “Copa
Libertadores da América”, primeira na história do clube, Andrada atuou pelo
Vitória, da Bahia, em 1976, tendo como companheiros, entre outros, seu
compatriota Rodolfo Fischer e Osni.
Ele
permaneceu no clube baiano até novembro, quando optou por voltar ao seu país de
origem, onde jogou pelo Colón a partir de 1977. E ele só encerrou a carreira
aos 43 anos, em 1982, então pelo desconhecido clube “Renato Cesarini”, também
do seu país.
Pouco
depois de se aposentar, Andrada viu a sua biografia como futebolista ser
manchada, por envolvimento com a ditadura militar argentina.
Em
1983, ele chegou a cooperar com o “Pessoal Civil de Inteligência” (PCI), órgão
que reunia civis que agia em práticas de espionagem e repressão para o governo
autoritário da época.
O
ex-goleiro ainda chegou a ser acusado de ter participado da execução de dois
militantes políticos contrários ao regime vigente, mas negou envolvimento nos
assassinatos de Osvaldo Agustín Cambiaso e Eduardo Pereyra Rossi.
Andrada
foi identificado pelo repressor Eduardo Constanzo entre os membros do grupo do “Cargo
Operativo 4”. Assim que o ex-goleiro foi citado, o Rosário Central pediu sua
saída do clube. "El Gato" negou, em entrevistas, ter participado dos
crimes.
Muitos
anos depois disso, em 2007, Andrada voltou a fazer parte do mundo do futebol
profissional ao trabalhar como preparador de goleiro do Rosário Central.
E
em fevereiro de 2012, o juiz federal Carlos Villafuerte Ruzo considerou o
ex-jogador inimputável, em decisão justificada por falta de provas contra ele.
(Pesquisa: Nilo Dias)
Pelé e Andrada.
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