Morreu
ontem (11/03) o ex-atacante Coutinho, aos 75 anos, um dos maiores ídolos da
história do Santos Futebol Clube e campeão do mundo em 1962, na “Copa do
Chile”.
Coutinho
tinha diabetes, doença que levou à amputação de três dedos do pé esquerdo. Em
janeiro ele havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da
"Casa de Saúde", em Santos (SP), por causa de uma pneumonia.
Em
20 de janeiro, a esposa de Coutinho, Vera, explicou à "Rádio
Bandeirantes" que o marido havia se sentido mal, dias antes de ser
internado, queixando-se de falta de ar.
No
hospital, foi diagnosticado um quadro de pneumonia. Após uma semana e meia de
internação, inclusive com passagem pela "Unidade de Terapia
Intensiva" (UTI), Coutinho retornou para casa no dia 28 de janeiro.
A
causa da morte foi um infarto no miocárdio em decorrência de diabetes e
hipertensão arterial. Ele estava em casa e faleceu por volta de 19h30min. A
informação foi confirmada pela assessoria da presidência do Santos. O clube
prestou homenagem ao ex-jogador com uma postagem nas redes sociais. "A
pequena área perdeu um de seus professores", escreveu o clube alvinegro.
O
Santos abriu o “Salão de Mármore da Vila Belmiro” para o velório. Coutinho está
sendo velado desde a 1 hora desta madrugada. O enterro do ídolo santista será
às 18 horas de hoje no “Cemitério Memorial”.
Antônio
Wilson Honório nasceu em Piracicaba em 11 de junho de 1943 e viveu até a
adolescência na rua Silva Jardim. Apesar de morar a poucos metros do
"Estádio Municipal Barão da Serra Negra", que foi inaugurado em 1965
e hoje é a casa do XV de Piracicaba, o ex-jogador fez carreira no Santos.
Após
se destacar em um treino coletivo, aos 13 anos, ele deixou o "Nhô
Quim" e foi para o Peixe formar uma das linhas mais famosas da história do
futebol mundial. Ele estreou no Santos em 1958, quando tinha apenas 14 anos,
sendo o mais jovem jogador a atuar nos profissionais do clube.
Defendeu
o time até 1967 e depois entre 1969 e 1970. Coutinho atuou em 451 partidas
oficiais e 16 não oficiais. Era o terceiro maior artilheiro da história do
clube, com 368 gols, atrás de "Pepe", com 403 gols, e
"Pelé", com 1.091 gols. Antes de completar 16 anos, o piracicabano já
havia feito sua estreia pela seleção brasileira. Com a "Canarinho"
jogou 15 vezes e marcou seis gols de 1960 a 1965.
No
Santos, formou o lendário ataque com Dorval, Mengálvio, Coutinho,
"Pelé" e "Pepe". Foi campeão paulista em 1960, 1961, 1962,
1964, 1965 e 1967, venceu cinco vezes a “Taça Brasil”, de 1961 a 1965, depois
reconhecida como “Campeonato Brasileiro”, além das “Taça Libertadores” e
“Mundiais de Clubes” de 1962 e 1963. Com a Seleção, venceu a “Copa do Mundo” de
1962 no Chile.
Nos
últimos anos da carreira como jogador, passou também por Vitória, Portuguesa e
Bangu, entre outras equipes. Em 1973, aposentou-se dos gramados jogando pelo
Saad, de São Caetano do Sul (SP).
O
consagrado cronista esportiva Kuca Kfouri escreveu em seu blog uma homenagem ao
ex-atleta ontem falecido:
Coutinho,
o rei da área
Aos
75 anos, morreu, em Santos, Coutinho, o melhor parceiro de "Pelé". O
"Rei" do futebol sempre dizia que Coutinho era melhor que ele na
grande área. Igual, talvez, só Romário.
Tabelava
com "Pelé" e se confundia com ele. Andou jogando com uma atadura no
pulso para se distinguir, porque brincava: "Quando o gol era perdido, o
narrador dizia que fui eu. Quando marcado, era dado ao Edson".
Das
melhores coisas que vi num campo de futebol teve Coutinho como um dos
protagonistas. Protagonista. Jamais coadjuvante, mesmo ao lado de
"Pelé". Marcou 368 gols em 457 jogos pelo Santos, média espantosa de
0,80 gol por jogo, maior que a de de "Pepe", 0,55, inferior só à de "Pelé",
0,98.
É
triste ver alguém como Coutinho ir embora.
Após
a confirmação da morte de Coutinho, "Pelé" se manifestou e lamentou o
falecimento do ex-companheiro de ataque do Santos na década de 60. Juntos, eles
conquistaram diversos títulos na época mais vitoriosa da história do clube
alvinegro.
"É
uma grande perda. A tabelinha "Pelé-Coutinho" fez o Brasil ficar mais
conhecido no mundo todo. Tenho certeza que um dia faremos tabelinha no céu.
Minhas condolências à família", disse o “Rei do Futebol”.
"Pepe",
outro ex-companheiro de Coutinho, também comentou sobre a morte do
ex-companheiro. "Ele estava com problemas, mas fora isso continuava sendo
aquele moço alegre. Era um cara feliz, que viveu uma vida feliz até onde
deu", declarou, em entrevista para a "Rádio Bandeirantes".
Coutinho
foi o companheiro ideal de "Pelé". Diz a lenda que Coutinho passou a
usar uma faixa branca no punho direito para se diferenciar do camisa 10 e
começar a ter também os elogios pelas lindas jogadas que realizava em campo.
Para
muitos, o atacante tinha mais visão de jogo que "Pelé" na hora de
finalizar, o que lhe valeu o apelido de "gênio da pequena área".
Mengálvio,
que fez história ao lado de Coutinho, publicou uma mensagem em seu perfil no
“Instagram” demonstrando sua emoção.
“Hoje
não é só o Santos e o futebol que estão tristes, pois acabo de perder um dos
meus melhores amigos dentro e fora de campo, uma pessoa extraordinária como ser
humano, meu coração está de luto por você.
Coutinho
vai fazer muita falta”, escreveu o ex-meia, que fez parte do fantástico time do
Santos na década de 60, que contava com ele, Coutinho e "Pelé", entre
outros.
O
atacante Rodrygo, do Santos, também se manifestou e demonstrou solidariedade
com a família de Coutinho, além de apontá-lo como uma referência para os garotos
do time alvinegro.
“Descanse
em paz, Coutinho. Que Deus possa confortar os familiares e amigos neste momento
tão difícil. Ídolo da história do Santos e do futebol mundial, uma referência
para nós mais jovens no clube.”
O
pentacampeão "Cafu" foi outro que fez questão de registrar seu luto
em sua página no “Twitter”. “Morreu essa lenda do nosso futebol e meu querido
amigo Coutinho. Meus sentimentos e orações para a família.”
"Ele
foi o maior gênio da área”, publicou o jornalista Milton Neves, dono de um
arquivo sobre o bicampeão mundial de clubes e da Copa Libertadores pelo time da
"Baixada".
Alguns
clubes também demonstraram apoio e deixaram de lado a rivalidade para lamentar
a morte de um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro.
“Muita
força aos familiares, amigos e torcedores santistas. Estamos juntos neste
momento tão difícil”, escreveu a conta oficial do Corinthians no “Twitter”.
Guarani, Federação Paulista e Conmebol também se manifestaram.
Em
seu site, o CBF relembrou parte da história de Coutinho com a camisa da Seleção
Brasileira e também lamentou a sua morte. “A CBF, sua diretoria e seus
colaboradores se solidarizam com a família de Antônio Wilson Honório, o
Coutinho, neste momento de grande perda para o futebol brasileiro.” (Pesquisa:
Nilo Dias)
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