O Sport Club Internacional de Porto Alegre, hoje um dos mais poderosos clubes de futebol do mundo, comemora no próximo sábado, dia 4 de abril, 100 anos de excelentes serviços prestados ao desporto nacional. E na véspera desse grande acontecimento surgiram novos fatos esclarecedores da história desse clube vencedor. Até agora, a versão oficial era de que em 1908 os jovens irmãos Henrique e José Poppe Leão e o primo Luiz Madeira Poppe, comerciantes paulistas, descendentes de italianos da Lombardia, chegaram a Porto Alegre atraídos pelo rápido desenvolvimento da cidade, onde abriram uma loja de venda de roupas.
Mas, uma recente pesquisa feita pelo historiador colorado Tiago Vaz está fazendo com que a história do Internacional seja repensada e reescrita. Entre as novidades mostradas na pesquisa se sabe que Henrique não era paulista, mas fluminense, natural de Niterói, que se transferiu ainda jovem para São Paulo, onde seus irmãos nasceram. E não era comerciante, mas, sim, jornalista, ligado ao Partido Republicano Riograndense (PRR).
A pesquisa de Tiago Vaz mostra que foi em 1901 que a família Poppe mudou-se para Porto Alegre, possivelmente porque o pai morrera em São Paulo. Eles teriam chegado a capital gaúcha, provavelmente de barco ou de trem, porque naqueles tempos ainda não existiam estradas interestaduais.
A mãe, Leonilda, e os filhos, Henrique, o mais velho dos irmãos Poppe, então com 20 anos, José, Carlos, Adelaide e Luiz, vieram a convite de Thomé Castro Madeira, irmão de Leonilda. Ele morava na cidade e trabalhava no cartório do Supremo Tribunal, com trânsito nos principais círculos sociais. Mas até hoje não se sabe ao certo se foi só esse o motivo que trouxe Henrique Poppe Leão para o Sul. Talvez o falecimento do pai, pois existem relatos que citam somente o nome de sua mãe após a chegada da família em Porto Alegre.
Segundo relato do delegado de Policia aposentado, Carlos Bandeira Poppe, de 73 anos, filho de Luiz Madeira Poppe, Leão seria um sobrenome artístico, em homenagem à mãe, e o nome real do fundador do S.C. Internacional era Henrique Madeira Poppe, Henrique Poppe Júnior ou Neto, ou só Henrique Poppe.
E foi assim que Henrique chegou a Porto Alegre, sendo apenas mais um jovem forasteiro na cidade, pouco conhecido. Durante os primeiros anos ele, que em São Paulo trabalhou no jornal “O Estado de São Paulo”, teve de se contentar com um emprego de balconista na loja de artigos importados “Ao Preço Fixo”, precursora da atual “Lojas Americanas”, e na época um dos mais concorridos pontos do comércio na Rua dos Andradas.
Na loja era possível encontrar uma enorme variedade de artigos: panelas, roupas, tapetes e tudo mais que era importado da "América" (do Norte) e da Europa. As mercadorias chegavam pelo porto de Santos. Em São Paulo funcionava a maior sede da loja, que se espalhou pelas principais capitais brasileiras até chegar a Porto Alegre, no final do século XIX.
Não se sabe ao certo, quanto tempo Henrique trabalhou nesta loja. Foi entre 1901 e 1909. Ao sair de lá, tornou-se funcionário da Secretaria do Conselho da Intendência (Prefeitura). Depois, por influência do tio Thomé Castro Madeira, filiou-se ao PRR e passou a escrever para o jornal “A Federação”. Ainda trabalhou nos jornais “Echo do Povo”, “O Diário”, “Gazeta do Povo”, “O Exemplo” e “A Rua”, onde foi chefe de redação.
Na versão até a pouco dada como verdadeira, consta que um ano depois da chegada em Porto Alegre, os irmãos Poppe resolveram participar mais ativamente da vida da cidade. Adeptos do futebol, esporte que já era praticado em São Paulo desde o fim do século XIX, procuraram se associar em algum clube, mas teriam sido vítimas do preconceito.
Segundo a versão conhecida, a preferência foi pelo Grêmio, que já existia há seis anos, mas se fechou para eles. O mesmo teria acontecido no outro time, o “Fussball” e nas associações de remo, de tiro e de tênis, sempre sob a desculpa de que era gente recém chegada, pouco conhecida e sem nenhuma indicação de pessoas ilustres da cidade.
Sem outras opções e determinados a praticarem esportes, resolveram fundar um clube que tivesse como regra fundamental o combate ao preconceito. Mas estas novas pesquisas desmentem isso e mostram que os irmãos Poppe nunca procuraram o Grêmio para jogar, pois tinham conhecimento que se tratava de um clube fechado. Tiago Vaz reforça essa tese ao dizer que o Internacional nasceu de valores sólidos, nunca de uma rejeição.
Além do mais, sabe-se agora que além do Internacional, Henrique fundou outras entidades: o “Círculo de Imprensa”, o “Clube Dançante Caixeiral”, o “Sport Club Municipal”, o “Club Político 17 de Junho”, o “Filhos do Progresso” e a “Liga de Foot-Ball do Rio Grande do Sul”.
A história do Sport Club Internacional começou a ser escrita no dia 4 de abril de 1909, em uma velha casa, na antiga avenida Redenção, 211 (hoje Avenida João Pessoa, 1025), onde residia o jovem João Leopoldo Seferin, de 17 anos, que seria aclamado como o primeiro presidente do clube. Na reunião estiveram presentes mais de 40 desportistas, a maioria estudantes e comerciários.
De acordo com os discursos proferidos na ocasião, estava sendo criado um clube para brasileiros e estrangeiros. O nome Internacional foi inspirado no clube homônimo existente em São Paulo, então campeão paulista e pelo qual torciam os irmãos Poppe. O nome "Internacional" tinha por escopo identificar um clube em que "todos pudessem jogar, independentemente de origem, raça ou status social, um clube genuinamente democrático e sem preconceitos”.
A versão de alguns pesquisadores que atribuem a escolha do nome ao homônimo italiano é totalmente improvável, já que este foi fundado em 1908, apenas um ano antes, numa época em que as informações demoravam meses, se não anos para atravessar o oceano. No ano de sua fundação, a Internazionale de Millão tinha jogado somente três partidas e perdera todas. Em 1909, o clube italiano não tinha a menor expressão, nem conquistara qualquer título, sendo um clube ainda desconhecido.
Já a escolha das cores provocou discussões. A decisão veio do carnaval de rua, onde predominavam duas entidades, “Venezianos”, vermelho, e “Esmeraldas”, verde. O resultado da votação tirou da ata de fundação os nomes dos que defendiam o verde. Mas o racha não esvaziou a reunião, muito menos o clube. Ficou vermelho e branco para o resto da vida. O primeiro uniforme do Internacional foi feito por Humbertina Fachel, mãe de dois fundadores do clube. A camisa possuía listras verticais simétricas vermelhas e brancas, gravatas nas duas cores, calções brancos e meias pretas.
O primeiro símbolo do Sport Club Internacional tinha as iniciais “SCI” bordadas em vermelho sobre o fundo branco, sem a borda também vermelha que apareceu logo em seguida. Já na década de 50 aconteceu a inversão, com a combinação de letras passando a ser branca sobre o fundo vermelho. Hoje, sobre o distintivo, o clube sustenta orgulhosamente as sete estrelas que lembram três campeonatos brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Copa Libertadores da América, o Campeonato Mundial de Clubes FIFA e a Copa Sulamericana.
Com a escolha de um quase menino para presidir o clube, foi necessário buscar um presidente de honra mais velho e com prestígio indiscutível na cidade. E assim ocorreu. Foi escolhido para o cargo o diretor da Limpeza Pública e líder político distrital, capitão Graciliano Ortiz, homem de prestígio junto ao intendente José Montaury. Foi através de Ortiz que o Inter, recém-fundado, obteve junto à Intendência o seu primeiro campo, a Ilhota, atual Praça Sport Club Internacional, ao lado do Hospital Porto Alegre, no bairro Azenha.
Para os demais cargos da Diretoria foram escolhidos: vice-presidente, Pantaleão Gonçalves de Oliveira; 1º secretário, Legendre das Chagas Pereira; 2º secretário, Manoel Lopes da Costa; 1º tesoureiro, Antonio Cícero; 2º tesoureiro, Waldemar Fachel; orador oficial, Henrique Poppe Leão; comissão de campo, Irineu dos Santos, Luis Madeira Poppe e Alcides Ortiz.
É possível que Ortiz não tenha sido convidado por Henrique apenas para emprestar prestígio à entidade. Por trás deste convite havia um romance. Sete meses após a fundação do Internacional, Henrique casou-se com Maria Conceição Ortiz, filha de Graciliano. Henrique sempre foi o homem por trás do clube. Jamais jogou pelo Inter, presidiu a entidade em 1910, enquanto seus irmãos, José e Luiz, foram os primeiros titulares.
O jornal “A Rua”, edição de 19 de agosto de 1916 publicou o obituário de Henrique Poppe Leão, falecido três dias antes, aos 35 anos de idade, vitimado por uremia, doença provocada pelo mau funcionamento dos rins, incapazes de filtrar as impurezas do sangue. Segundo a publicação, Henrique não teve filhos e foi enterrado no cemitério da Santa Casa, na sepultura número 68 do terceiro quadro. Disse ainda, que ele foi o principal responsável pela fundação do S.C. Internacional.
A página do jornal é guardada até hoje por Carlos Bandeira Poppe, que vive no Rio de Janeiro. No próximo dia 4, aniversário dos 100 anos ele doará ao museu do Internacional o original de “A Rua” e uma caixa contendo cartas da família, além de fotos dos Poppe.
Logo após a morte de Henrique, José e Luiz deixaram Porto Alegre e o Inter. José foi para São Paulo, enquanto Luiz mudou-se para o Rio de Janeiro. Lá, casou-se e envolveu-se com a política. Trabalhou no Ministério da Agricultura, durante a presidência de Getúlio Vargas, e perdeu contato com o clube que ajudou a fundar. Luiz morreu no Rio, em 1960, aos 69 anos. (Pesquisa: Nilo Dias)
Pintura a óleo de Henrique Poppe Leão, principal fundador do S.C. Internacional, pertencente ao "hall" dos presidentes do Clube, na sala do Conselho Deliberativo.
COMENTÁRIOS DE LEITORES
E.C.P disse...
Muito legal seu blog Nilo, sou tordedor do Esporte CLube Pelotas, parabéns!
31 de março de 2009 18:13
JOAO MUNARI disse...
Parabéns pela qualidade do material apresentado no seu blog.Tambem me interesso muito pela pesquisa do Internacional,com enfase nos anos 70.
Se não for um abuso,peço que dê uma olhada no blog www.omundovermelho.blogspot.com
Joao Munari
19 de junho de 2009 11:21
Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.
terça-feira, 31 de março de 2009
quarta-feira, 25 de março de 2009
Utilidade pública
CARROS ROUBADOS
CHEVETTE 1986/1987
COR PRATA, INCLUSIVE AS RODAS.
PLACAS: JJA-7338
ESSE CARRO FOI ROUBADO NO DIA 18 DE FEVEREIRO DESTE ANO, NO ESTACIONAMENTO DA FEIRA MODELO, EM SOBRADINHO-DF E PERTENCE A JOSÉ AGUIAR.
QUALQUER INFORMAÇÃO SOBRE O PARADEIRO DO VEÍCULO PODER SER DADA ATRAVÉS OS TELEFONES 61-9125-8375/61-3591-3041.
CHEVROLET VERANEIO
Esta camioneta "Chevrolet Veraneio", com motor a óleo diesel, foi roubada do estacionamento do Hospital Regional de Sobradinho-DF, no dia 9 de fevereiro deste ano. O veículo pertence ao amigo MOACIR MARTINS.
Quem souber de seu paradeiro ou tiver qualquer informação que ajude a encontrar o veículo, favor telefonar para um destes números:
61-9149-8294 (falar com Moacir)
61 - 3387 - 1192 (falar com Moacir)
61 - 3591-3041 (Bar do Ceará. Pode deixar recado)
061-3483-1739 (Nilo Dias. Pode deixar recado)
E-mails
moacir.martins@brturbo.com.br
nilodt@hotmail.com
nilodias@hotmail.com
CHEVETTE 1986/1987
COR PRATA, INCLUSIVE AS RODAS.
PLACAS: JJA-7338
ESSE CARRO FOI ROUBADO NO DIA 18 DE FEVEREIRO DESTE ANO, NO ESTACIONAMENTO DA FEIRA MODELO, EM SOBRADINHO-DF E PERTENCE A JOSÉ AGUIAR.
QUALQUER INFORMAÇÃO SOBRE O PARADEIRO DO VEÍCULO PODER SER DADA ATRAVÉS OS TELEFONES 61-9125-8375/61-3591-3041.
CHEVROLET VERANEIO
Esta camioneta "Chevrolet Veraneio", com motor a óleo diesel, foi roubada do estacionamento do Hospital Regional de Sobradinho-DF, no dia 9 de fevereiro deste ano. O veículo pertence ao amigo MOACIR MARTINS.
Quem souber de seu paradeiro ou tiver qualquer informação que ajude a encontrar o veículo, favor telefonar para um destes números:
61-9149-8294 (falar com Moacir)
61 - 3387 - 1192 (falar com Moacir)
61 - 3591-3041 (Bar do Ceará. Pode deixar recado)
061-3483-1739 (Nilo Dias. Pode deixar recado)
E-mails
moacir.martins@brturbo.com.br
nilodt@hotmail.com
nilodias@hotmail.com
quarta-feira, 18 de março de 2009
O atleta de Deus
Quem viu a imagem do Papa João Paulo II em seus últimos dias de vida, fraco e deprimido pelo Mal de Parkinson, com certeza não acreditaria que aquele homem um dia foi atleta, praticante de várias modalidades esportivas. Karol Józef Wojtyła, nasceu no dia 18 de maio de 1920, na pequena cidade de Wadowice, ao Sul da Polônia, numa época de guerra entre seu país e a República Soviética.
Seu pai era um tenente reformado do exército dos Habsburgos, também chamado Karol Wojtyła de quem herdou o nome. Ao deixar o Exército dedicou-se a profissão de alfaiate, tendo tempo para ajudar na criação dos filhos. Karol tinha também um irmão mais velho, Edmund, que formou-se em Medicina.
Muito cedo Karol, que tinha o apelido de Lolek, conheceu a dor de ver seus familiares morrerem, um a um. Primeiro, em 1929, quando tinha 8 anos perdeu a mãe, Emilia Kaczorowska, vitimada por uma doença nos rins. Em 1931, aos 26 anos de idade morreu o irmão, de escarlatina contraída de um paciente. O pai morreu poucos dias antes de Karol completar 22 anos. Antes dos 21 anos, o futuro papa já havia perdido toda a sua família.
Aos 14 anos atuou como ator e roteirista em peças de teatro em Cracóvia e também trabalhou como britador em uma pedreira e até entrou na lista negra do nazismo, que ocupou a Polônia de 1939 a 1945. Foi prisioneiro em um campo de trabalhos forçados, o que evitou sua deportação à Alemanha nazista. Como qualquer jovem da sua idade, Karol gostava de jogar futebol e foi goleiro de uma equipe amadora de Wadowice.
Todas as biografias sobre Karol Wojtyla destacam seu verdadeiro amor pelo esporte e a atividade física. Quando Wojtyla foi eleito Papa em 1978, aos 58 anos, a imagem que apresentou ao mundo foi a de um esportista amante do montanhismo, da natação e do futebol. Segundo contou seu amigo e médico Jerzy Kluger, que o visitava de vez em quando no Vaticano, Wojtyla jogava futebol e era um bom goleiro.
Wojtyla costumava organizar as "peladas", em que se enfrentavam católicos contra judeus. "Mas se os judeus, como freqüentemente sucedia, estavam em inferioridade numérica, ele (Karol Wojtyla) mudava de equipe", lembra Kluger, que é judeu, mora em Roma e participou dessas brincadeiras, ao lado de outros amigos da escola, os judeus Zygmunt Selinger, Leopold Zwieg e Poldek Goldberger, que também era goleiro.
Naquelas "peladas", o jovem Wojtyla desenvolveu uma autêntica paixão pelo esporte e seus valores como fonte de saúde, de força mental e de solidariedade, atributos que tanto o ajudariam depois para enfrentar o atentado que pôs em perigo sua vida. Até hoje romeiros ainda visitam o país para ver o campo onde ele jogava.
Quando não estava jogando, Karol nadava em rios com seus amigos, nos meses mais quentes. No inverno, ele jogava hóquei e esquiava. "Não havia muitos meios de subir as montanhas naquele tempo", disse Jerzy Kluger: "Costumava-se andar três, quatro, cinco horas para chegar ao topo e descer por sete minutos."
Conforme amadurecia, o jovem polonês ia praticando outros esportes, sem esquecer em momento algum sua paixão pelo futebol. Hóquei sobre gelo, esqui, canoagem, ciclismo, natação e montanhismo foram algumas de suas atividades preferidas. Decidiu abraçar o sacerdócio - mas todos os seminários foram fechados pelos invasores alemães. Mas conseguiu ser acolhido de forma clandestina pelos religiosos sobreviventes.
Só depois que entrou no seminário e sua posterior ordenação como padre, aos 26 anos, é que Wojtyla começou a ter dificuldades para praticar diariamente o esporte. Sua agenda ficou ainda mais atribulada quando foi nomeado bispo de Ombi e arcebispo auxiliar da Arquidiocese da Cracóvia, em 1958. Ao ser investido como Papa, João Paulo II pediu que a cerimônia fosse pela manhã para não perder um jogo de futebol na televisão. Era torcedor do SSA Wisla Krakow, time da Polônia.
O escritor George Weigel, autor de uma extensa biografia do sumo pontífice disse que "na juventude, ele jogava futebol, esquiava e caminhava. Quando era um jovem padre, ele ficou muito envolvido em fazer palestras sobre o assunto para universitários".
Graças à iniciativa do cardeal Basil Hume, um grupo de católicos ingleses ofereceu uma piscina ao Papa, que foi construída no coração dos jardins de sua residência de verão de Castelgandolfo, perto de Roma, onde nadava todos os dias. Em seus primeiros 15 anos como papa, ele tirou períodos para esquiar e, milagrosamente, conseguiu que os “paparazzi” italianos o deixassem em paz. Em 1984 ele esquiou na montanha italiana do Ademello junto com o também falecido presidente Sandro Pertini.
O papa já havia deixado de esquiar há anos, mas Kluger diz que ele nadou na piscina do castelo até agosto de 2002. O Papa gostava tanto de nadar que passou as vésperas dos conclaves de 1978 na "praia dos cardeais" 30 km ao norte de Roma.
João Paulo II sempre foi fascinado pelas montanhas, mas teve de renunciar às suas caminhadas a partir de 1995, depois de uma cirurgia no fêmur, e por causa do Mal de Parkinson. O Pontífice gostava de se encontrar com os velhos montanheses durante suas excursões.
João Paulo II foi o primeiro Papa fotografado com roupa esportiva, sem a habitual túnica branca. Também foi o primeiro pontífice da história contemporânea que foi a um campo de futebol para presenciar uma partida completa, que foi disputada no estádio Olímpico de Roma em 29 de outubro de 2000. Cerca de 70 mil pessoas receberam o Papa no estádio com uma "ola".
Naquele jogo que marcou as comemorações do Jubileu dos Desportistas se enfrentaram a Seleção da Itália e o Resto do Mundo, que contou com jogadores católicos, anglicanos, protestantes, muçulmanos, evangelistas, ortodoxos, budistas e, inclusive, um ateu. João Paulo II deu o pontapé inicial do jogo. Antes, ele celebrou uma missa no estádio.
Em 2005, o Pontífice recebeu em audiência os jogadores e técnicos do time de futebol da Cracóvia, que lhe deram de presente a camisa número um, com seu nome nas costas, como lembrança de quando jogava como goleiro. O Papa recebeu inúmeras delegações da Fifa durante o transcurso do seu pontificado. Sua Santidade acolheu, entre outros, o corpo de árbitros do Mundial de 1990, assim como as equipes “All Stars” da Fifa e a Liga Transalpina, que se enfrentaram em 1998, por ocasião do centenário da Federação Italiana de Futebol.
Sendo o sumo pontífice que mais viajou na história da igreja, João Paulo II dividiu as atenções por diversas vezes com alguns dos maiores atletas do mundo. Ele abençoou a Ferrari e o heptacampeonato do piloto Michael Schumacher.
Em junho de 2001 o Papa ganhou a primeira camiseta fabricada pela Roma após o título do campeonato italiano daquele ano. A camisa vermelha e dourada com o “scudetto'' pintado nas cores da bandeira italiana foi entregue ao Papa com o sobrenome dele nas costas, “Wojtyla'' é o número 1. “O número 1 é porque o Papa é número 1'', disse o presidente da Roma, Franco Sensi. “O número 1 é também porque Karol Wojtyla jogava de goleiro quando era jovem e porque é a primeira camiseta oficial do ''scudetto'' que temos impressa''.
Karol Józef Wojtyła foi tema do documentário “João Paulo II fala de Esporte”, apresentado durante o “Festival de Cinema Desportivo”, realizado na cidade de Milão, em 2003. O filme foi produzido por Mário Farneti e Massimo Lavena com material oferecido pelo Centro Televisivo Vaticano (CTV), com destaque para imagens do pontífice nunca antes difundidas. A obra foi filmada, na sua maior parte, no interior da casa-museu de Karol Wojtyla em Cracóvia, onde há um acervo de fotografias e objetos relacionados às várias atividades desportivas praticadas pelo Papa, desde o montanhismo até canoagem.
Ron Balamuth, herdeiro dos antigos proprietários vendeu por um milhão de dólares a casa onde Karol Wojtyla nasceu, em 18 de maio de 1920, e viveu até os 18 anos. O comprador, um milionário norte-americano se comprometeu a manter o museu e a criar um lugar em homenagem às vítimas do Holocausto. Criado em 1984, o museu João Paulo II recebe 5 mil visitantes por dia.
Entre os objetos guardados na casa da rua Kanonicza, estão a escrivaninha usada pelo papa quando era professor universitário, a máquina de escrever com a qual redigiu boa parte de seus ensaios, o guarda-roupa e uma espécie de divã que usava como cama. No quarto, dois pares de esquis representam fases distintas na saúde do papa: um deles, o primeiro que usou, quando ainda era jovem e esportista aficionado. O segundo par foi o último a utilizar antes de ser obrigado a abandonar qualquer prática esportiva.
Das imagens da vida de João Paulo II, apresentadas no documentário, poucas são mais curiosas que aquela em que aparece vestido com short e camiseta de manga curta, os óculos presos com esparadrapo, correndo atrás de uma bola, perseguido por dois rivais em um jogo de futebol. A foto foi publicada na capa do jornal "La Gazzetta dello Sport", ilustrando um artigo intitulado "O atacante de Deus" (na Itália, o papa ficou conhecido como "o Atleta de Deus").
De suas virtudes como atacante pouco se sabe. Existem testemunhos de amigos de seus anos de juventude em Wadowice, sua cidade natal, como o do médico judeu Jerzy Kluger, companheiro de escola do Papa polonês, que destaca que Karol Wojtyla jogava habitualmente como goleiro e era bom nesse posto. Além do Pontífice futebolista, o documentário apresenta imagens de Karol Wojtyla praticando outros esportes, como canoagem, esqui, hóquei sobre o gelo, ciclismo, natação e caminhada.
Fez grande sucesso na Itália a versão em quadrinhos da vida do papa João Paulo II, publicada em capítulos pela revista infanto-juvenil “Il Giornalino.” Aprovada pelo Vaticano, a série abordou o cotidiano de Karol Wojtyla antes de se tornar o chefe da Igreja Católica. Uma seqüência mostrou o futuro papa jogando futebol. O sucesso da marca João Paulo II foi grande. Um CD com orações e pronunciamentos do pontífice, tendo ao fundo canções de compositores italianos, alcançou boa vendagem em todo o mundo.
Em seus discursos costumava destacar a importância do futebol para a promoção de valores como a tenacidade, o espírito de sacrifício, o respeito mútuo, a lealdade, a amizade e o trabalho em equipe. "O futebol é um método excelente de promover a solidariedade em um mundo afetado pelas tensões raciais, sociais e econômicas", disse em 11 de dezembro de 2000 ao receber em audiência privada uma comissão da Fifa liderada por seu presidente, Jospeh Blatter.
Mas nem tudo são elogios em João Paulo II, já que em mais de uma ocasião alertou sobre o risco de que o materialismo que invadiu o mundo do futebol promovesse uma cultura de cobiça e egoísmo, em detrimento do valor esportivo. "No futebol, como no resto dos esportes, deve prevalecer o ser sobre o ter", disse o Pontífice, em referência às grandes quantias de dinheiro que são movimentadas em torno do futebol, em uma audiência com diretores da Uefa em maio de 2000.
Além de João Paulo II, o Papa Sixto IV, que governou a Igreja entre 1471 e 1484, também gostava de esportes. Sabe-se que ele organizou um jogo de futebol florentino, disputado por homens vestidos com trajes típicos da Florença, que foi realizado durante todo um dia no pátio do Belvedere, dentro do Vaticano. (Pesquisa: Nilo Dias)
Em 29 de outubro de 2000, no Estádio Olímpico de Roma o Papa assistiu o jogo entre Seleção da Itália X Resto do Mundo. João Paulo celebrou Missa e deu o pontapé inicial do jogo. (Foto: Divulgação)
COMENTÁRIOS DE LEITORES
Mérlim Compulsivo e outras cositas mas disse...
Só gostaria de falar que o Papa em questão é o segundo João, não o sexto.
Abraço
25 de março de 2009 14:47
OBSERVAÇÃO DE NILO DIAS REPÓRTER...
Agradeço a colaboração. Realmente houve um erro de grafia no primeiro parágrafo, que já está corrigido.
2 de abril de 2009 07:45
Seu pai era um tenente reformado do exército dos Habsburgos, também chamado Karol Wojtyła de quem herdou o nome. Ao deixar o Exército dedicou-se a profissão de alfaiate, tendo tempo para ajudar na criação dos filhos. Karol tinha também um irmão mais velho, Edmund, que formou-se em Medicina.
Muito cedo Karol, que tinha o apelido de Lolek, conheceu a dor de ver seus familiares morrerem, um a um. Primeiro, em 1929, quando tinha 8 anos perdeu a mãe, Emilia Kaczorowska, vitimada por uma doença nos rins. Em 1931, aos 26 anos de idade morreu o irmão, de escarlatina contraída de um paciente. O pai morreu poucos dias antes de Karol completar 22 anos. Antes dos 21 anos, o futuro papa já havia perdido toda a sua família.
Aos 14 anos atuou como ator e roteirista em peças de teatro em Cracóvia e também trabalhou como britador em uma pedreira e até entrou na lista negra do nazismo, que ocupou a Polônia de 1939 a 1945. Foi prisioneiro em um campo de trabalhos forçados, o que evitou sua deportação à Alemanha nazista. Como qualquer jovem da sua idade, Karol gostava de jogar futebol e foi goleiro de uma equipe amadora de Wadowice.
Todas as biografias sobre Karol Wojtyla destacam seu verdadeiro amor pelo esporte e a atividade física. Quando Wojtyla foi eleito Papa em 1978, aos 58 anos, a imagem que apresentou ao mundo foi a de um esportista amante do montanhismo, da natação e do futebol. Segundo contou seu amigo e médico Jerzy Kluger, que o visitava de vez em quando no Vaticano, Wojtyla jogava futebol e era um bom goleiro.
Wojtyla costumava organizar as "peladas", em que se enfrentavam católicos contra judeus. "Mas se os judeus, como freqüentemente sucedia, estavam em inferioridade numérica, ele (Karol Wojtyla) mudava de equipe", lembra Kluger, que é judeu, mora em Roma e participou dessas brincadeiras, ao lado de outros amigos da escola, os judeus Zygmunt Selinger, Leopold Zwieg e Poldek Goldberger, que também era goleiro.
Naquelas "peladas", o jovem Wojtyla desenvolveu uma autêntica paixão pelo esporte e seus valores como fonte de saúde, de força mental e de solidariedade, atributos que tanto o ajudariam depois para enfrentar o atentado que pôs em perigo sua vida. Até hoje romeiros ainda visitam o país para ver o campo onde ele jogava.
Quando não estava jogando, Karol nadava em rios com seus amigos, nos meses mais quentes. No inverno, ele jogava hóquei e esquiava. "Não havia muitos meios de subir as montanhas naquele tempo", disse Jerzy Kluger: "Costumava-se andar três, quatro, cinco horas para chegar ao topo e descer por sete minutos."
Conforme amadurecia, o jovem polonês ia praticando outros esportes, sem esquecer em momento algum sua paixão pelo futebol. Hóquei sobre gelo, esqui, canoagem, ciclismo, natação e montanhismo foram algumas de suas atividades preferidas. Decidiu abraçar o sacerdócio - mas todos os seminários foram fechados pelos invasores alemães. Mas conseguiu ser acolhido de forma clandestina pelos religiosos sobreviventes.
Só depois que entrou no seminário e sua posterior ordenação como padre, aos 26 anos, é que Wojtyla começou a ter dificuldades para praticar diariamente o esporte. Sua agenda ficou ainda mais atribulada quando foi nomeado bispo de Ombi e arcebispo auxiliar da Arquidiocese da Cracóvia, em 1958. Ao ser investido como Papa, João Paulo II pediu que a cerimônia fosse pela manhã para não perder um jogo de futebol na televisão. Era torcedor do SSA Wisla Krakow, time da Polônia.
O escritor George Weigel, autor de uma extensa biografia do sumo pontífice disse que "na juventude, ele jogava futebol, esquiava e caminhava. Quando era um jovem padre, ele ficou muito envolvido em fazer palestras sobre o assunto para universitários".
Graças à iniciativa do cardeal Basil Hume, um grupo de católicos ingleses ofereceu uma piscina ao Papa, que foi construída no coração dos jardins de sua residência de verão de Castelgandolfo, perto de Roma, onde nadava todos os dias. Em seus primeiros 15 anos como papa, ele tirou períodos para esquiar e, milagrosamente, conseguiu que os “paparazzi” italianos o deixassem em paz. Em 1984 ele esquiou na montanha italiana do Ademello junto com o também falecido presidente Sandro Pertini.
O papa já havia deixado de esquiar há anos, mas Kluger diz que ele nadou na piscina do castelo até agosto de 2002. O Papa gostava tanto de nadar que passou as vésperas dos conclaves de 1978 na "praia dos cardeais" 30 km ao norte de Roma.
João Paulo II sempre foi fascinado pelas montanhas, mas teve de renunciar às suas caminhadas a partir de 1995, depois de uma cirurgia no fêmur, e por causa do Mal de Parkinson. O Pontífice gostava de se encontrar com os velhos montanheses durante suas excursões.
João Paulo II foi o primeiro Papa fotografado com roupa esportiva, sem a habitual túnica branca. Também foi o primeiro pontífice da história contemporânea que foi a um campo de futebol para presenciar uma partida completa, que foi disputada no estádio Olímpico de Roma em 29 de outubro de 2000. Cerca de 70 mil pessoas receberam o Papa no estádio com uma "ola".
Naquele jogo que marcou as comemorações do Jubileu dos Desportistas se enfrentaram a Seleção da Itália e o Resto do Mundo, que contou com jogadores católicos, anglicanos, protestantes, muçulmanos, evangelistas, ortodoxos, budistas e, inclusive, um ateu. João Paulo II deu o pontapé inicial do jogo. Antes, ele celebrou uma missa no estádio.
Em 2005, o Pontífice recebeu em audiência os jogadores e técnicos do time de futebol da Cracóvia, que lhe deram de presente a camisa número um, com seu nome nas costas, como lembrança de quando jogava como goleiro. O Papa recebeu inúmeras delegações da Fifa durante o transcurso do seu pontificado. Sua Santidade acolheu, entre outros, o corpo de árbitros do Mundial de 1990, assim como as equipes “All Stars” da Fifa e a Liga Transalpina, que se enfrentaram em 1998, por ocasião do centenário da Federação Italiana de Futebol.
Sendo o sumo pontífice que mais viajou na história da igreja, João Paulo II dividiu as atenções por diversas vezes com alguns dos maiores atletas do mundo. Ele abençoou a Ferrari e o heptacampeonato do piloto Michael Schumacher.
Em junho de 2001 o Papa ganhou a primeira camiseta fabricada pela Roma após o título do campeonato italiano daquele ano. A camisa vermelha e dourada com o “scudetto'' pintado nas cores da bandeira italiana foi entregue ao Papa com o sobrenome dele nas costas, “Wojtyla'' é o número 1. “O número 1 é porque o Papa é número 1'', disse o presidente da Roma, Franco Sensi. “O número 1 é também porque Karol Wojtyla jogava de goleiro quando era jovem e porque é a primeira camiseta oficial do ''scudetto'' que temos impressa''.
Karol Józef Wojtyła foi tema do documentário “João Paulo II fala de Esporte”, apresentado durante o “Festival de Cinema Desportivo”, realizado na cidade de Milão, em 2003. O filme foi produzido por Mário Farneti e Massimo Lavena com material oferecido pelo Centro Televisivo Vaticano (CTV), com destaque para imagens do pontífice nunca antes difundidas. A obra foi filmada, na sua maior parte, no interior da casa-museu de Karol Wojtyla em Cracóvia, onde há um acervo de fotografias e objetos relacionados às várias atividades desportivas praticadas pelo Papa, desde o montanhismo até canoagem.
Ron Balamuth, herdeiro dos antigos proprietários vendeu por um milhão de dólares a casa onde Karol Wojtyla nasceu, em 18 de maio de 1920, e viveu até os 18 anos. O comprador, um milionário norte-americano se comprometeu a manter o museu e a criar um lugar em homenagem às vítimas do Holocausto. Criado em 1984, o museu João Paulo II recebe 5 mil visitantes por dia.
Entre os objetos guardados na casa da rua Kanonicza, estão a escrivaninha usada pelo papa quando era professor universitário, a máquina de escrever com a qual redigiu boa parte de seus ensaios, o guarda-roupa e uma espécie de divã que usava como cama. No quarto, dois pares de esquis representam fases distintas na saúde do papa: um deles, o primeiro que usou, quando ainda era jovem e esportista aficionado. O segundo par foi o último a utilizar antes de ser obrigado a abandonar qualquer prática esportiva.
Das imagens da vida de João Paulo II, apresentadas no documentário, poucas são mais curiosas que aquela em que aparece vestido com short e camiseta de manga curta, os óculos presos com esparadrapo, correndo atrás de uma bola, perseguido por dois rivais em um jogo de futebol. A foto foi publicada na capa do jornal "La Gazzetta dello Sport", ilustrando um artigo intitulado "O atacante de Deus" (na Itália, o papa ficou conhecido como "o Atleta de Deus").
De suas virtudes como atacante pouco se sabe. Existem testemunhos de amigos de seus anos de juventude em Wadowice, sua cidade natal, como o do médico judeu Jerzy Kluger, companheiro de escola do Papa polonês, que destaca que Karol Wojtyla jogava habitualmente como goleiro e era bom nesse posto. Além do Pontífice futebolista, o documentário apresenta imagens de Karol Wojtyla praticando outros esportes, como canoagem, esqui, hóquei sobre o gelo, ciclismo, natação e caminhada.
Fez grande sucesso na Itália a versão em quadrinhos da vida do papa João Paulo II, publicada em capítulos pela revista infanto-juvenil “Il Giornalino.” Aprovada pelo Vaticano, a série abordou o cotidiano de Karol Wojtyla antes de se tornar o chefe da Igreja Católica. Uma seqüência mostrou o futuro papa jogando futebol. O sucesso da marca João Paulo II foi grande. Um CD com orações e pronunciamentos do pontífice, tendo ao fundo canções de compositores italianos, alcançou boa vendagem em todo o mundo.
Em seus discursos costumava destacar a importância do futebol para a promoção de valores como a tenacidade, o espírito de sacrifício, o respeito mútuo, a lealdade, a amizade e o trabalho em equipe. "O futebol é um método excelente de promover a solidariedade em um mundo afetado pelas tensões raciais, sociais e econômicas", disse em 11 de dezembro de 2000 ao receber em audiência privada uma comissão da Fifa liderada por seu presidente, Jospeh Blatter.
Mas nem tudo são elogios em João Paulo II, já que em mais de uma ocasião alertou sobre o risco de que o materialismo que invadiu o mundo do futebol promovesse uma cultura de cobiça e egoísmo, em detrimento do valor esportivo. "No futebol, como no resto dos esportes, deve prevalecer o ser sobre o ter", disse o Pontífice, em referência às grandes quantias de dinheiro que são movimentadas em torno do futebol, em uma audiência com diretores da Uefa em maio de 2000.
Além de João Paulo II, o Papa Sixto IV, que governou a Igreja entre 1471 e 1484, também gostava de esportes. Sabe-se que ele organizou um jogo de futebol florentino, disputado por homens vestidos com trajes típicos da Florença, que foi realizado durante todo um dia no pátio do Belvedere, dentro do Vaticano. (Pesquisa: Nilo Dias)
Em 29 de outubro de 2000, no Estádio Olímpico de Roma o Papa assistiu o jogo entre Seleção da Itália X Resto do Mundo. João Paulo celebrou Missa e deu o pontapé inicial do jogo. (Foto: Divulgação)
COMENTÁRIOS DE LEITORES
Mérlim Compulsivo e outras cositas mas disse...
Só gostaria de falar que o Papa em questão é o segundo João, não o sexto.
Abraço
25 de março de 2009 14:47
OBSERVAÇÃO DE NILO DIAS REPÓRTER...
Agradeço a colaboração. Realmente houve um erro de grafia no primeiro parágrafo, que já está corrigido.
2 de abril de 2009 07:45
domingo, 15 de março de 2009
O centenário “time do Velho Chico”
Sem muita comemoração o Sport Club Penedense, da cidade de Penedo (AL) entrou no último dia 3 de janeiro para a galeria dos clubes centenários do futebol brasileiro. É o mais antigo clube alagoano e durante muitos anos disputou apenas os campeonatos amadores promovidos pela Liga Penedense de Futebol.
Somente em 1962 é que participou pela do campeonato estadual da primeira divisão promovido pela Federação Alagoana de Desportos (FAD). Sua melhor campanha foi o vice-campeonato em 1966 quando decidiu o titulo com o Centro Sportivo Alagoano (CSA). Durante muitos anos o Penedense ficou de fora dos campeonatos da divisão especial. Crises internas não permitiram que o clube continuasse com seu departamento de futebol.
Em 2000, depois de uma bela campanha o Penedense voltou a elite do futebol alagoano, ao conquistar o campeonato da segunda divisão. Em 2001, realizou um excelente trabalho e foi terceiro lugar. Porém, o clube não repetiu a boa campanha no ano seguinte e acabou sendo rebaixado. Em 2004,conseguiu retornar a divisão principal do futebol alagoano, ao vencer novamente o campeonato da segunda divisão, derrotando no jogo final o time do Decisão Saúde.
Nesses 100 anos de existência o Penedense conquistou muitos títulos na fase amadorista. Como clube profissional foi vice-campeão alagoano da divisão principal em 1966 e 1969. Veneceu o campeonato alagoano da segunda divisão em 2000 e 2004. Foi campeão do Torneio Início em 1964, 1967, 1969, 1971 e 1978.
Os torcedores alvi-rubros lembram com carinho a conquista do torneio inicio de 1971, o primeiro título expressivo na história do clube. A competição foi realizada no domingo, 7 de março no “Estádio Rei Pelé”, o “Trapichao”, com a participação de Penedense, São Domingos, ASA, CSA, CSE, Ferroviário, CRB e Guarani.
No primeiro jogo, o Penedense derrotou o São Domingos por 1 X 0, gol de Xavier. No segundo jogo o CSA venceu o ASA de Arapiraca por 2x1. Depois, o Guarani derrotou o CRB por 1 x 0. No quarto jogo o CSE bateu o Ferroviário nos pênaltis por 5 X 4, depois de empate de 1 X 1 no tempo normal.
Os classificados seguiram no torneio. O Penedense continuou vencendo. Ganhou do Guarani por 1 X 0, gol de Zé Mária. No outro jogo, CSA e CSE empataram em 1 X 1 e nos pênaltis o CSE ganhou por 8x6.
Penedense e CSE, chegaram na final e protagonizaram uma decisão entre duas equipes do interior do Estado. Comandado por Marcos Lôbo, o Penedense foi o primeiro clube a conquistar um título oficial no “Trapichão”. Depois de empate no tempo regulamentar, a decisão foi para os pênaltis e o onze vermelho e branco ganhou por 5 X 4 e levou a taça. Foi uma festa no novo estádio estadual de Alagoas. O time base que foi campeão tinha Benildes – Lula - Luis Bodão - Zé Carlos e Yeyé - Gilberto e Bené – Simões – Nem - Xavier e Zé Maria.
A mascote do S.C. Penedense é um Jacaré. O time é chamado por seus torcedores de “Alvirrubro Ribeirinho” e “Time do Velho Chico”, pelo fato da cidade de Penedo ser banhada pelo rio São Francisco. Os jogos são disputados no “Estádio Dr. Alfredo Lahy”, com capacidade para 6 mil pessoas, localizado na Praça Clementino do Monte nº 151, no centro da cidade. O estádio foi inaugurado em 03/01/1909, sendo um dos mais antigos do futebol brasileiro, em atividade. O estádio mais velho do Brasil é o Parque Antártica, da S.E. Palmeiras, inaugurado em maio de 1902. (Pesquisa: Nilo Dias)
Time do Penedense em 1964: Em pé: Marcus - Nilson - Leça - Aranha I - Da Silva e Aranha II -
Agachados: Marconi - Casca - Chico - Joelzinho e Essinho. (Foto: Acervo do S.C. Penedense)
COMENTÁRIOS DE LEITORES
Manfredo Martins disse...
Retificando a escalação do glorioso Sport Clube Penedense em 1964: Em pé: Marcus, Nilson, Lessa, Aranha, Da Silva e Ligação. Agachados: Marconi, Casca, Joelzinho, Paulo Minas e Eçinho.
Durante a fase de ouro do Santos Futebol Clube na decada de sessenta, lá morei e vi jogar os grandes nomes do futebol brasileiro e deste time do Penedense, sem bairrismo, destacamos o goleiro Lessa como fantástico, o lateral esquerdo Ligação como incomparável, o Joelzinho como o maior meia esquerda do Brasil e o centro-avante Paulo Minas como o Pelé de Alagoas.
Pena que a arte deles não tenha brilhado em outros campos deste imenso Brasil, pois mereceriam vestir a camiseta amarelinha.
O Ligação, o Paulo e o Joel, no começo de suas carreiras chegaram a jogar no Sport Clube Bahia e Botafogo da Bahia, mas resolveram voltar para sua Penedo e lá encantaram os torcedores Penedenses com suas jogadas sensacionais e encerraram suas carreiras no Sport Clube Penedense.
1 de dezembro de 2009 22:33
Somente em 1962 é que participou pela do campeonato estadual da primeira divisão promovido pela Federação Alagoana de Desportos (FAD). Sua melhor campanha foi o vice-campeonato em 1966 quando decidiu o titulo com o Centro Sportivo Alagoano (CSA). Durante muitos anos o Penedense ficou de fora dos campeonatos da divisão especial. Crises internas não permitiram que o clube continuasse com seu departamento de futebol.
Em 2000, depois de uma bela campanha o Penedense voltou a elite do futebol alagoano, ao conquistar o campeonato da segunda divisão. Em 2001, realizou um excelente trabalho e foi terceiro lugar. Porém, o clube não repetiu a boa campanha no ano seguinte e acabou sendo rebaixado. Em 2004,conseguiu retornar a divisão principal do futebol alagoano, ao vencer novamente o campeonato da segunda divisão, derrotando no jogo final o time do Decisão Saúde.
Nesses 100 anos de existência o Penedense conquistou muitos títulos na fase amadorista. Como clube profissional foi vice-campeão alagoano da divisão principal em 1966 e 1969. Veneceu o campeonato alagoano da segunda divisão em 2000 e 2004. Foi campeão do Torneio Início em 1964, 1967, 1969, 1971 e 1978.
Os torcedores alvi-rubros lembram com carinho a conquista do torneio inicio de 1971, o primeiro título expressivo na história do clube. A competição foi realizada no domingo, 7 de março no “Estádio Rei Pelé”, o “Trapichao”, com a participação de Penedense, São Domingos, ASA, CSA, CSE, Ferroviário, CRB e Guarani.
No primeiro jogo, o Penedense derrotou o São Domingos por 1 X 0, gol de Xavier. No segundo jogo o CSA venceu o ASA de Arapiraca por 2x1. Depois, o Guarani derrotou o CRB por 1 x 0. No quarto jogo o CSE bateu o Ferroviário nos pênaltis por 5 X 4, depois de empate de 1 X 1 no tempo normal.
Os classificados seguiram no torneio. O Penedense continuou vencendo. Ganhou do Guarani por 1 X 0, gol de Zé Mária. No outro jogo, CSA e CSE empataram em 1 X 1 e nos pênaltis o CSE ganhou por 8x6.
Penedense e CSE, chegaram na final e protagonizaram uma decisão entre duas equipes do interior do Estado. Comandado por Marcos Lôbo, o Penedense foi o primeiro clube a conquistar um título oficial no “Trapichão”. Depois de empate no tempo regulamentar, a decisão foi para os pênaltis e o onze vermelho e branco ganhou por 5 X 4 e levou a taça. Foi uma festa no novo estádio estadual de Alagoas. O time base que foi campeão tinha Benildes – Lula - Luis Bodão - Zé Carlos e Yeyé - Gilberto e Bené – Simões – Nem - Xavier e Zé Maria.
A mascote do S.C. Penedense é um Jacaré. O time é chamado por seus torcedores de “Alvirrubro Ribeirinho” e “Time do Velho Chico”, pelo fato da cidade de Penedo ser banhada pelo rio São Francisco. Os jogos são disputados no “Estádio Dr. Alfredo Lahy”, com capacidade para 6 mil pessoas, localizado na Praça Clementino do Monte nº 151, no centro da cidade. O estádio foi inaugurado em 03/01/1909, sendo um dos mais antigos do futebol brasileiro, em atividade. O estádio mais velho do Brasil é o Parque Antártica, da S.E. Palmeiras, inaugurado em maio de 1902. (Pesquisa: Nilo Dias)
Time do Penedense em 1964: Em pé: Marcus - Nilson - Leça - Aranha I - Da Silva e Aranha II -
Agachados: Marconi - Casca - Chico - Joelzinho e Essinho. (Foto: Acervo do S.C. Penedense)
COMENTÁRIOS DE LEITORES
Manfredo Martins disse...
Retificando a escalação do glorioso Sport Clube Penedense em 1964: Em pé: Marcus, Nilson, Lessa, Aranha, Da Silva e Ligação. Agachados: Marconi, Casca, Joelzinho, Paulo Minas e Eçinho.
Durante a fase de ouro do Santos Futebol Clube na decada de sessenta, lá morei e vi jogar os grandes nomes do futebol brasileiro e deste time do Penedense, sem bairrismo, destacamos o goleiro Lessa como fantástico, o lateral esquerdo Ligação como incomparável, o Joelzinho como o maior meia esquerda do Brasil e o centro-avante Paulo Minas como o Pelé de Alagoas.
Pena que a arte deles não tenha brilhado em outros campos deste imenso Brasil, pois mereceriam vestir a camiseta amarelinha.
O Ligação, o Paulo e o Joel, no começo de suas carreiras chegaram a jogar no Sport Clube Bahia e Botafogo da Bahia, mas resolveram voltar para sua Penedo e lá encantaram os torcedores Penedenses com suas jogadas sensacionais e encerraram suas carreiras no Sport Clube Penedense.
1 de dezembro de 2009 22:33
segunda-feira, 9 de março de 2009
O esportista “Che” Guevara
Uma das figuras mais conhecidas e importantes da humanidade foi sem dúvida o misto de político e guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara de la Serna, nascido a 14 de junho de 1928 em Rosário, importante cidade industrial argentina ao norte de Buenos Aires e morto no povoado de La Higuera, na Bolívia no dia 9 de outubro de 1967. Sua vida perigosa e cheia de aventuras já foi contada em prosa e verso e chegou até as telas de cinemas em alguns filmes, entre os quais “Diários de Motocicleta”, do cineasta brasileiro Walter Salles Junior, com o mexicano Gael Garcia Bernal no papel de Guevara.
Mas o que pouca gente sabe é que “Che”, antes de se aventurar pelas guerrilhas continentais, como bom argentino também gostava de praticar esportes, em especial o futebol. Enquanto quase todos os meninos argentinos torciam pelo Boca Juniors ou River Plate, ele era torcedor do Rosário Central, clube de sua cidade natal e do Sportivo Alta Gracia. Seu jogador favorito era Ernesto "Chueco" García, apelidado de "o poeta da canhota", mas também admirava Alfredo Di Stéfano, o maior craque que a Argentina produziu antes da era Diego Maradona.
No seu livro “Notas de Viaje”, “Che” relata as aventuras vividas ao lado do amigo Alberto Granado, em 1951 e 1952, quando foram de Buenos Aires a Caracas de moto, caronas e embarcações. “Che” ainda não tinha se formado em Medicina, quando iniciou, com Alberto Granados, a grande viagem pelo continente na velha moto do companheiro conhecida pelo nome de “La Poderosa".
Nessa viagem, Guevara começou a ver a América Latina como uma única entidade econômica e cultural. Visitou minas de cobre, povoações indígenas e leprosários, interagindo profundamente com a população, especialmente os mais humildes. De volta à Argentina em 1953 acabou os estudos de Medicina e passou a se dedicar à política. Guevara atuou como repórter fotográfico em uma carreira de êxito. Cobriu o Pan-Americano de 1953 por uma agência de notícias da Argentina no México. Em julho de 1953, iniciou sua segunda viagem pela América Latina.
Foi uma viagem difícil, onde o dinheiro era curto, por isso era fundamental usar de muita criatividade para não passar fome. Sabedores da fama que os argentinos gozavam no continente de formarem bons jogadores de futebol, os dois amigos, que já haviam jogado em Iquique, no norte do Chile e com os leprosos da cidade de San Pablo, no norte do Peru, resolveram se apresentar aos moradores da cidade de Leticia, na região amazônica da Colômbia, como treinadores de futebol.
O golpe deu certo e, como precisavam de dinheiro concordaram em jogar e ao mesmo tempo comandar o time local, o Independiente Sporting Club, num torneio. “Che”, que na época tinha apenas 24 anos assumiu o gol e Granado, com 30 anos foi o centroavante, ganhando o apelido de "Pedernerita", uma referência a Adolfo Pedernera, grande astro do River Plate, que naquele ano de 1952, estava justamente na Colômbia, junto com Di Stéfano, defendendo o Milionários de Bogotá.
A sorte estava ao lado dos dois. Na decisão do torneio, Granado fez o gol da vitória e “Che” defendeu um pênalti, garantindo o título. Não deu outra, a fanática torcida local carregou os dois em triunfo e conseguiram dinheiro e suprimentos necessários para seguirem viagem até Bogotá, onde se encontraram com o ídolo Di Stéfano, no restaurante “La Saeta Rubia”. O famoso jogador os presenteou com dois ingressos para assistirem o amistoso internacional entre Milionários e Real Madrid.
Granado conta que em 1963, mais de dez anos após a aventura futebolística na Colômbia e quatro depois da revolução cubana de 1959, foi morar em Cuba ao lado da esposa. “Che”, já era ministro da Economia de Cuba e apesar do alto cargo aceitou participar de uma “pelada” contra uma equipe da Universidade de Santiago de Cuba, que era treinada por Arias, um espanhol, que ainda atuava como atacante.
Houve um lance no jogo em que Arias recebeu a bola e avançou, mas “Che” saiu do gol e se jogou em cima dele. Ninguém imaginava que o ministro ia se atirar aos pés de alguém por uma bola. Mas ele era assim, contou Granado: "Quando estava no gol, era um legítimo goleiro.”
O Madureira Atlético Clube, tradicional agremiação esportiva do subúrbio do Rio de Janeiro foi protagonista de um histórico episódio envolvendo “Che”. Em maio de 1963, dois anos depois de “Che” Guevara ter sido condecorado em Brasília pelo então presidente Jânio Quadros com a “Ordem do Cruzeiro do Sul”, o time carioca disputou cinco jogos em Cuba, vencendo quase todos por goleada: 5 X 2 contra o Industriales, campeão local, 6 X 1 no Municipalidad de Morrón, da Província de Camagüey, 11 X 1 num combinado universitário e 1 X 0 e 3 X 2 em duas partidas contra uma seleção de Havana.
No segundo desses últimos dois jogos, em 18 de maio de 1963, “Che” compareceu ao estádio vestindo um uniforme verde-oliva do Exército cubano. Depois da partida, entrou em campo e saudou todos os jogadores, um por um. Membros da delegação do Madureira lembram que o encontro com “Che” Guevara foi extremamente amigável. Ele foi carinhoso e até distribuiu flâmulas. Depois visitou os jogadores no hotel.
Além de Cuba, o Madureira se apresentou na Colômbia, Costa Rica, El Salvador e México. A excursão foi acertada por José da Gama Correia da Silva, o “Zé da Gama”, português que presidiu o Madureira no biênio 1959/1960 e também atuou como empresário de futebol. Antes, em 1961, o Madureira havia se tornado o primeiro clube de futebol do Brasil a dar uma volta ao mundo.
Mas “Che” não gostava só de futebol. Em seu livro "Che, Periodista-Deportista, Pasión y Aventura", o jornalista argentino Hernán Santos Nicolini afirma que Guevara chegou a praticar 26 esportes. "Foi o esportista asmático mais célebre da história, ainda que sua notoriedade não proviesse nem do esporte e nem da asma", escreveu por sua vez o colega Ariel Scher, no livro "La Pátria Desportista", no qual dedica um capítulo inteiro ao Guevara esportista.
Em razão de problemas respiratórios que comprometiam seriamente sua saúde, seus pais decidiram deixar San Isidro, província de Buenos Aires, e ir morar na região montanhosa de Córdoba. Apesar das restrições médicas quanto à prática esportiva, mostrava sua rebeldia praticando rugbi, ciclismo, futebol e natação, um esporte que herdou de sua mãe Célia e que aprendeu com lições do campeão argentino de estilo borboleta, Carlos Espejo.
Com a chegada de um circo japonês a Alta Gracia, começou a imitar os saltos dos acrobatas, ao mesmo tempo em que se interessou pelo montanhismo nas serras de Córdoba. Perto de sua casa havia um campo de golfe e uma quadra de tênis, o que também colaborou para que praticasse esses esportes, ao mesmo tempo em que se dedicava ao boxe e pingue-pongue.
O esporte foi fundamental para o asmático Ernesto Guevara de la Serna ganhar resistência física e aeróbica para enfrentar as cruzadas revolucionárias que o transformaram no lendário “Che”. De quando era menino, em Alta Gracia, na Argentina, até ser ministro de Cuba, “Che” Guevara nunca deixou de participar de intensos jogos nada amistosos com seus camaradas.
Em Cuba ele é reconhecido como grande impulsor do xadrez. "O xadrez", dizia Guevara, "é um passatempo, mas é também um educador do raciocínio, e os países que têm grandes equipes de enxadristas marcham também à frente do mundo em outras esferas mais importantes". Inaugurou torneios, competiu com seus colegas, jogou partidas simultâneas com grandes jogadores, como Victor Korchnoi, Mikhail Tal e Miguel Najdorf, e até se deu ao luxo de vencer o grande mestre nacional cubano Rogelio Ortega.
Na Argentina, a figura de Guevara como esportista está mais vinculada ao rúgbi. Ele aprendeu a jogar com seu amigo Granados em Córdoba, e quando a família retornou a Buenos Aires, entrou para o San Isidro Club (SIC), um dos clubes de rúgbi mais poderosos do país. Também jogou pelo Yporá e no Atalaya, nos quais se destacou pelo “tackle” duríssimo, o que lhe valeu o apelido de "Furibundo Serna", pelo sobrenome de sua mãe.
Mas Che, que também foi cronista esportivo e correu atrás dos esportistas argentinos nos Jogos Pan-americanos do México em 1955, e cujo rosto aparece nas tatuagens célebres de Diego Maradona ou Mike Tyson, é hoje uma figura corrente nos campos de futebol, onde os torcedores costumam portar bandeiras e cartazes que mostram seu rosto. (Pesquisa: Nilo Dias)
"Chê", no jogo em que foi goleiro do Independiente Sporting Club, de Letícia, Colômbia (Foto: livro "Notas de Viaje", de sua autoria)
Mas o que pouca gente sabe é que “Che”, antes de se aventurar pelas guerrilhas continentais, como bom argentino também gostava de praticar esportes, em especial o futebol. Enquanto quase todos os meninos argentinos torciam pelo Boca Juniors ou River Plate, ele era torcedor do Rosário Central, clube de sua cidade natal e do Sportivo Alta Gracia. Seu jogador favorito era Ernesto "Chueco" García, apelidado de "o poeta da canhota", mas também admirava Alfredo Di Stéfano, o maior craque que a Argentina produziu antes da era Diego Maradona.
No seu livro “Notas de Viaje”, “Che” relata as aventuras vividas ao lado do amigo Alberto Granado, em 1951 e 1952, quando foram de Buenos Aires a Caracas de moto, caronas e embarcações. “Che” ainda não tinha se formado em Medicina, quando iniciou, com Alberto Granados, a grande viagem pelo continente na velha moto do companheiro conhecida pelo nome de “La Poderosa".
Nessa viagem, Guevara começou a ver a América Latina como uma única entidade econômica e cultural. Visitou minas de cobre, povoações indígenas e leprosários, interagindo profundamente com a população, especialmente os mais humildes. De volta à Argentina em 1953 acabou os estudos de Medicina e passou a se dedicar à política. Guevara atuou como repórter fotográfico em uma carreira de êxito. Cobriu o Pan-Americano de 1953 por uma agência de notícias da Argentina no México. Em julho de 1953, iniciou sua segunda viagem pela América Latina.
Foi uma viagem difícil, onde o dinheiro era curto, por isso era fundamental usar de muita criatividade para não passar fome. Sabedores da fama que os argentinos gozavam no continente de formarem bons jogadores de futebol, os dois amigos, que já haviam jogado em Iquique, no norte do Chile e com os leprosos da cidade de San Pablo, no norte do Peru, resolveram se apresentar aos moradores da cidade de Leticia, na região amazônica da Colômbia, como treinadores de futebol.
O golpe deu certo e, como precisavam de dinheiro concordaram em jogar e ao mesmo tempo comandar o time local, o Independiente Sporting Club, num torneio. “Che”, que na época tinha apenas 24 anos assumiu o gol e Granado, com 30 anos foi o centroavante, ganhando o apelido de "Pedernerita", uma referência a Adolfo Pedernera, grande astro do River Plate, que naquele ano de 1952, estava justamente na Colômbia, junto com Di Stéfano, defendendo o Milionários de Bogotá.
A sorte estava ao lado dos dois. Na decisão do torneio, Granado fez o gol da vitória e “Che” defendeu um pênalti, garantindo o título. Não deu outra, a fanática torcida local carregou os dois em triunfo e conseguiram dinheiro e suprimentos necessários para seguirem viagem até Bogotá, onde se encontraram com o ídolo Di Stéfano, no restaurante “La Saeta Rubia”. O famoso jogador os presenteou com dois ingressos para assistirem o amistoso internacional entre Milionários e Real Madrid.
Granado conta que em 1963, mais de dez anos após a aventura futebolística na Colômbia e quatro depois da revolução cubana de 1959, foi morar em Cuba ao lado da esposa. “Che”, já era ministro da Economia de Cuba e apesar do alto cargo aceitou participar de uma “pelada” contra uma equipe da Universidade de Santiago de Cuba, que era treinada por Arias, um espanhol, que ainda atuava como atacante.
Houve um lance no jogo em que Arias recebeu a bola e avançou, mas “Che” saiu do gol e se jogou em cima dele. Ninguém imaginava que o ministro ia se atirar aos pés de alguém por uma bola. Mas ele era assim, contou Granado: "Quando estava no gol, era um legítimo goleiro.”
O Madureira Atlético Clube, tradicional agremiação esportiva do subúrbio do Rio de Janeiro foi protagonista de um histórico episódio envolvendo “Che”. Em maio de 1963, dois anos depois de “Che” Guevara ter sido condecorado em Brasília pelo então presidente Jânio Quadros com a “Ordem do Cruzeiro do Sul”, o time carioca disputou cinco jogos em Cuba, vencendo quase todos por goleada: 5 X 2 contra o Industriales, campeão local, 6 X 1 no Municipalidad de Morrón, da Província de Camagüey, 11 X 1 num combinado universitário e 1 X 0 e 3 X 2 em duas partidas contra uma seleção de Havana.
No segundo desses últimos dois jogos, em 18 de maio de 1963, “Che” compareceu ao estádio vestindo um uniforme verde-oliva do Exército cubano. Depois da partida, entrou em campo e saudou todos os jogadores, um por um. Membros da delegação do Madureira lembram que o encontro com “Che” Guevara foi extremamente amigável. Ele foi carinhoso e até distribuiu flâmulas. Depois visitou os jogadores no hotel.
Além de Cuba, o Madureira se apresentou na Colômbia, Costa Rica, El Salvador e México. A excursão foi acertada por José da Gama Correia da Silva, o “Zé da Gama”, português que presidiu o Madureira no biênio 1959/1960 e também atuou como empresário de futebol. Antes, em 1961, o Madureira havia se tornado o primeiro clube de futebol do Brasil a dar uma volta ao mundo.
Mas “Che” não gostava só de futebol. Em seu livro "Che, Periodista-Deportista, Pasión y Aventura", o jornalista argentino Hernán Santos Nicolini afirma que Guevara chegou a praticar 26 esportes. "Foi o esportista asmático mais célebre da história, ainda que sua notoriedade não proviesse nem do esporte e nem da asma", escreveu por sua vez o colega Ariel Scher, no livro "La Pátria Desportista", no qual dedica um capítulo inteiro ao Guevara esportista.
Em razão de problemas respiratórios que comprometiam seriamente sua saúde, seus pais decidiram deixar San Isidro, província de Buenos Aires, e ir morar na região montanhosa de Córdoba. Apesar das restrições médicas quanto à prática esportiva, mostrava sua rebeldia praticando rugbi, ciclismo, futebol e natação, um esporte que herdou de sua mãe Célia e que aprendeu com lições do campeão argentino de estilo borboleta, Carlos Espejo.
Com a chegada de um circo japonês a Alta Gracia, começou a imitar os saltos dos acrobatas, ao mesmo tempo em que se interessou pelo montanhismo nas serras de Córdoba. Perto de sua casa havia um campo de golfe e uma quadra de tênis, o que também colaborou para que praticasse esses esportes, ao mesmo tempo em que se dedicava ao boxe e pingue-pongue.
O esporte foi fundamental para o asmático Ernesto Guevara de la Serna ganhar resistência física e aeróbica para enfrentar as cruzadas revolucionárias que o transformaram no lendário “Che”. De quando era menino, em Alta Gracia, na Argentina, até ser ministro de Cuba, “Che” Guevara nunca deixou de participar de intensos jogos nada amistosos com seus camaradas.
Em Cuba ele é reconhecido como grande impulsor do xadrez. "O xadrez", dizia Guevara, "é um passatempo, mas é também um educador do raciocínio, e os países que têm grandes equipes de enxadristas marcham também à frente do mundo em outras esferas mais importantes". Inaugurou torneios, competiu com seus colegas, jogou partidas simultâneas com grandes jogadores, como Victor Korchnoi, Mikhail Tal e Miguel Najdorf, e até se deu ao luxo de vencer o grande mestre nacional cubano Rogelio Ortega.
Na Argentina, a figura de Guevara como esportista está mais vinculada ao rúgbi. Ele aprendeu a jogar com seu amigo Granados em Córdoba, e quando a família retornou a Buenos Aires, entrou para o San Isidro Club (SIC), um dos clubes de rúgbi mais poderosos do país. Também jogou pelo Yporá e no Atalaya, nos quais se destacou pelo “tackle” duríssimo, o que lhe valeu o apelido de "Furibundo Serna", pelo sobrenome de sua mãe.
Mas Che, que também foi cronista esportivo e correu atrás dos esportistas argentinos nos Jogos Pan-americanos do México em 1955, e cujo rosto aparece nas tatuagens célebres de Diego Maradona ou Mike Tyson, é hoje uma figura corrente nos campos de futebol, onde os torcedores costumam portar bandeiras e cartazes que mostram seu rosto. (Pesquisa: Nilo Dias)
"Chê", no jogo em que foi goleiro do Independiente Sporting Club, de Letícia, Colômbia (Foto: livro "Notas de Viaje", de sua autoria)
sábado, 7 de março de 2009
Um técnico vitorioso
O clássico de amanhã (08-03-2009) entre S.E. Palmeiras X S.C. Corinthians Paulista, em Presidente Prudente será o primeiro a valer o “Troféu Osvaldo Brandão”, ex-técnico dos dois clubes. A intenção é valorizar o confronto e, até mesmo, diminuir a rivalidade entre as torcidas. O troféu é de posse transitória e ficará definitivamente em poder do clube que vencer três clássicos seguidos ou cinco alternados. Em caso de empate, o troféu ficará em poder do clube mandante até a realização do próximo jogo.
Osvaldo Brandão nasceu em Taquara (RS) no dia 18 de setembro de 1916 e faleceu em São Paulo, no dia 29 de agosto de 1989, 20 dias antes de completar 73 anos e três anos depois de ter se aposentado. Em uma de suas últimas atividades, foi comentarista da TV Record, fazendo parte da equipe composta por Silvio Luiz e Flávio Prado.
Considerado um dos melhores técnicos do futebol brasileiro em todos os tempos, famoso pelo estilo austero e exigente Osvaldo Brandão conseguiu a façanha de virar ídolo nos dois grandes rivais paulistas. No Corinthians do presidente Vicente Matheus ganhou o histórico Campeonato Paulista de 1977, depois do clube ter penado durante 22 anos sem ser campeão. Até hoje é considerado o melhor técnico que o Corinthians já teve. Curiosamente, o Corinthians havia sido campeão pela última vez em 1954, no IV Centenário de São Paulo e sob o comando do próprio Brandão.
Brandão era adepto do espiritismo e gostava muito de usar o lado psicológico para estimular seus comandados. Contam que antes da decisão de 13 de outubro de 1977 contra a Ponte Preta, num Morumbi superlotado, ele chamou os jogadores Zé Maria e Basílio e disse que recebera uma mensagem garantindo que o Corinthians venceria por 1 X 0 e Basílio marcaria o gol do título. Aos 36min do segundo tempo a profecia se concretizou.
Até hoje esse memorável título é comemorado pela torcida alvinegra. E Basílio, o herói de 1977 ganhou um livro sobre sua vida: “Basílio: o anjo sob a sombra do Gol”, de autoria de Rodolfo Brito. É uma obra inédita que aborda todos os passos do pé-de-anjo na vida profissional e pessoal. O livro é vendido pelo Portal Futebol Interior, ao preço de R$ 20,00, mais a taxa de entrega. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail rodolfo@futebolinterior.com.br.
No Palmeiras, foi técnico nos anos de 1945, 1947, 1948, 1958 a 1960, 1971 a 1975 e 1980, tendo dirigido grandes jogadores como Ademir da Guia, Leivinha, Dudu e companhia, no time chamado de “segunda academia do alvi-verde”. No Palmeiras foi campeão paulista em 1959, 1972 e 1974 (título conquistado em cima do Corinthians, 1 X 0, gol de Ronaldo), e campeão da Taça do Brasil em 1960, 1972 e 1973. No Palmeiras Osvaldo Brandão somou 335 vitórias, 151 empates e 94 derrotas em 580 jogos disputados, com 66% de aproveitamento.
Em 1967 foi para a Argentina, onde treinou o Independiente e foi campeão. Também fez sucesso no São Paulo, conquistando o título paulista de 1971, sendo com isso o único técnico a ganhar o campeonato regional por todos os integrantes do chamado "trio de ferro". Ainda dirigiu a Portuguesa de Desportos. Teve uma passagem pelo Peñarol, do Uruguai, entre 1969 e 1970, quando ficou marcado por um caso de doping mal explicado. Brandão disse na época que tudo não passou de uma armação para derrubá-lo.
Comandou a Seleção Brasileira pela primeira vez no conturbado Campeonato Sul-Americano de 1957, quando levou Garrincha como grande novidade e reconvocou o veterano Zizinho, marcado pela derrota de 1950.
Em meados dos anos 70, teve uma nova passagem pela Seleção Brasileira, mas de novo não obteve o êxito esperado. Não suportou as críticas principalmente da imprensa carioca, por ter escalado o lateral Wladimir do Corinthians como titular num jogo em que o Brasil empatou em 0 X 0 com a Colômbia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1978. Foi ele que pela primeira vez convocou os jogadores Toninho Cerezo e Falcão, que não seriam aproveitados por seu sucessor, o também gaúcho Cláudio Coutinho.
Uma característica de Brandão era o estilo "paizão" com seus comandados, gostando de controlar e aconselhar em alguns aspectos de suas vidas particulares. Apesar de tudo era um homem reservado, um tanto calado. Com seus pesados óculos pretos, os cabelos grisalhos penteados para trás, os ombros levemente curvados por conta da idade e a aparência alta e magra faziam com que ele parecesse um pai. Em contraste, a voz grave e os gestos bruscos intimidavam os mais desavisados.
Diz a lenda que chegou a bater de cinta em alguns jogadores que não obedeciam suas regras. No Palmeiras teve atritos com o rebelde César Maluco, que em contrapartida contava que Brandão gostava em demasia de um whisky.
Títulos: Campeão Paulista pelo Palmeiras (1959, 1972 e 1974); Campeão do Torneio Rio-São Paulo pelo Corinthians (1953, 1954 e 1966); Campeão Paulista pelo Corinthians (1954 e 1977); Campeão da Taça Brasil pelo Palmeiras (1960, 1972 e 1973); Campeão Argentino pelo Independiente (1967); Campeão Paulista pelo São Paulo (1971) e pela Seleção Brasileira Campeão da Copa Rocca, Copa Rio Branco, Taça Osvaldo Cruz, Taça Atlântico e Torneio Bicentenário dos EUA , todos ganhos em 1976.
Com toda essa bagagem, Brandão não gostava que colocassem em dúvida suas qualidades. Certa vez um repórter lhe perguntou, se estava pronto para buscar a reabilitação em determinado jogo. E a resposta veio pronta e seca: “Reabilitação? Não. Um homem só se reabilita quando fracassa. Eu não fracassei!”(Pesquisa: Nilo Dias)
Osvaldo Brandão foi o melhor técnico de toda a história corinthianA (Foto: página oficial do S.C. Corinthians Paulista)
Osvaldo Brandão nasceu em Taquara (RS) no dia 18 de setembro de 1916 e faleceu em São Paulo, no dia 29 de agosto de 1989, 20 dias antes de completar 73 anos e três anos depois de ter se aposentado. Em uma de suas últimas atividades, foi comentarista da TV Record, fazendo parte da equipe composta por Silvio Luiz e Flávio Prado.
Considerado um dos melhores técnicos do futebol brasileiro em todos os tempos, famoso pelo estilo austero e exigente Osvaldo Brandão conseguiu a façanha de virar ídolo nos dois grandes rivais paulistas. No Corinthians do presidente Vicente Matheus ganhou o histórico Campeonato Paulista de 1977, depois do clube ter penado durante 22 anos sem ser campeão. Até hoje é considerado o melhor técnico que o Corinthians já teve. Curiosamente, o Corinthians havia sido campeão pela última vez em 1954, no IV Centenário de São Paulo e sob o comando do próprio Brandão.
Brandão era adepto do espiritismo e gostava muito de usar o lado psicológico para estimular seus comandados. Contam que antes da decisão de 13 de outubro de 1977 contra a Ponte Preta, num Morumbi superlotado, ele chamou os jogadores Zé Maria e Basílio e disse que recebera uma mensagem garantindo que o Corinthians venceria por 1 X 0 e Basílio marcaria o gol do título. Aos 36min do segundo tempo a profecia se concretizou.
Até hoje esse memorável título é comemorado pela torcida alvinegra. E Basílio, o herói de 1977 ganhou um livro sobre sua vida: “Basílio: o anjo sob a sombra do Gol”, de autoria de Rodolfo Brito. É uma obra inédita que aborda todos os passos do pé-de-anjo na vida profissional e pessoal. O livro é vendido pelo Portal Futebol Interior, ao preço de R$ 20,00, mais a taxa de entrega. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail rodolfo@futebolinterior.com.br.
No Palmeiras, foi técnico nos anos de 1945, 1947, 1948, 1958 a 1960, 1971 a 1975 e 1980, tendo dirigido grandes jogadores como Ademir da Guia, Leivinha, Dudu e companhia, no time chamado de “segunda academia do alvi-verde”. No Palmeiras foi campeão paulista em 1959, 1972 e 1974 (título conquistado em cima do Corinthians, 1 X 0, gol de Ronaldo), e campeão da Taça do Brasil em 1960, 1972 e 1973. No Palmeiras Osvaldo Brandão somou 335 vitórias, 151 empates e 94 derrotas em 580 jogos disputados, com 66% de aproveitamento.
Em 1967 foi para a Argentina, onde treinou o Independiente e foi campeão. Também fez sucesso no São Paulo, conquistando o título paulista de 1971, sendo com isso o único técnico a ganhar o campeonato regional por todos os integrantes do chamado "trio de ferro". Ainda dirigiu a Portuguesa de Desportos. Teve uma passagem pelo Peñarol, do Uruguai, entre 1969 e 1970, quando ficou marcado por um caso de doping mal explicado. Brandão disse na época que tudo não passou de uma armação para derrubá-lo.
Comandou a Seleção Brasileira pela primeira vez no conturbado Campeonato Sul-Americano de 1957, quando levou Garrincha como grande novidade e reconvocou o veterano Zizinho, marcado pela derrota de 1950.
Em meados dos anos 70, teve uma nova passagem pela Seleção Brasileira, mas de novo não obteve o êxito esperado. Não suportou as críticas principalmente da imprensa carioca, por ter escalado o lateral Wladimir do Corinthians como titular num jogo em que o Brasil empatou em 0 X 0 com a Colômbia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1978. Foi ele que pela primeira vez convocou os jogadores Toninho Cerezo e Falcão, que não seriam aproveitados por seu sucessor, o também gaúcho Cláudio Coutinho.
Uma característica de Brandão era o estilo "paizão" com seus comandados, gostando de controlar e aconselhar em alguns aspectos de suas vidas particulares. Apesar de tudo era um homem reservado, um tanto calado. Com seus pesados óculos pretos, os cabelos grisalhos penteados para trás, os ombros levemente curvados por conta da idade e a aparência alta e magra faziam com que ele parecesse um pai. Em contraste, a voz grave e os gestos bruscos intimidavam os mais desavisados.
Diz a lenda que chegou a bater de cinta em alguns jogadores que não obedeciam suas regras. No Palmeiras teve atritos com o rebelde César Maluco, que em contrapartida contava que Brandão gostava em demasia de um whisky.
Títulos: Campeão Paulista pelo Palmeiras (1959, 1972 e 1974); Campeão do Torneio Rio-São Paulo pelo Corinthians (1953, 1954 e 1966); Campeão Paulista pelo Corinthians (1954 e 1977); Campeão da Taça Brasil pelo Palmeiras (1960, 1972 e 1973); Campeão Argentino pelo Independiente (1967); Campeão Paulista pelo São Paulo (1971) e pela Seleção Brasileira Campeão da Copa Rocca, Copa Rio Branco, Taça Osvaldo Cruz, Taça Atlântico e Torneio Bicentenário dos EUA , todos ganhos em 1976.
Com toda essa bagagem, Brandão não gostava que colocassem em dúvida suas qualidades. Certa vez um repórter lhe perguntou, se estava pronto para buscar a reabilitação em determinado jogo. E a resposta veio pronta e seca: “Reabilitação? Não. Um homem só se reabilita quando fracassa. Eu não fracassei!”(Pesquisa: Nilo Dias)
Osvaldo Brandão foi o melhor técnico de toda a história corinthianA (Foto: página oficial do S.C. Corinthians Paulista)
domingo, 1 de março de 2009
O emergente Resende Futebol Clube
O Resende Futebol Clube, o “Gigante do Vale”, que hoje a tarde decide a Taça Guanabara ou o primeiro turno do Campeonato Carioca deste ano, não é um clube qualquer, igual a tantos outros que participam do outrora mais charmoso regional do Brasil. Pelo contrário, é um clube de muita tradição e que no próximo dia 6 de junho estará fazendo parte da seleta lista de agremiações centenárias do futebol brasileiro. E neste ano especial, o Resende vive o melhor momento de toda a sua história.
Com quase cem anos de existência, a agremiação, que só saiu do amadorismo há pouco mais de três anos, apenas o ano passado deixou o anonimato e se juntou pela primeira vez à elite do campeonato estadual do Rio de Janeiro. A cidade de Resende, que fica a 160 quilômetros da capital, antes só chamava a atenção pela grande quantidade de empresas automotivas lá estabelecidas, passou a ter também no seu time de futebol, mais um bom motivo para se orgulhar.
O segredo dessa meteórica ascensão do Resende foi uma bem sucedida parceria com a empresa “Gol de Placa Marketing Esportivo”, que profissionalizou o futebol no clube. Os resultados positivos apareceram de imediato, e apenas dois anos depois de iniciado o projeto (agosto/2006), o time carimbou o acesso para a primeira divisão do campeonato carioca.
Sob o comando do técnico Carlos Roy, o mesmo da decisão de hoje, o Resende terminou a “segundona” estadual com 49 pontos, 14 vitórias, sete empates e sete derrotas, 36 gols a favor, 30 contra e saldo positivo de 6 gols. Jogando em casa, no Estádio do Trabalhador, o Resende não conheceu derrota, venceu quatro partidas (Madureira 1 X 0, Americano 1 X 0, Boa Vista 5 X 4 e Cardoso Moreira 3 X 0) e empatou apenas uma (Macaé 2 X 2).
Como a história do Resende no futebol profissional é bem recente, os jogadores que fazem parte da sua galeria de ídolos também são de agora, muitos daqueles que conseguiram a proeza de colocar o time entre os principais do futebol carioca. Entre eles estão o atacante Raphael, que marcou 11 gols na competição, o experiente volante Márcio Costa, de 36 anos, que conquistou títulos importantes jogando pelo Corinthians (Mundial Interclubes de 2000) e Fluminense (Estadual de 1995), o zagueiro Edinho, que atuou na maioria dos jogos como titular e o goleiro Rodolpho.
O maior dos ídolos não joga, é o técnico Carlos Roy, que com um time sem estrelas, conseguiu formar um elenco unido e capaz de chegar ao título da segunda divisão do Estadual do Rio e agora a decisão da Taça Guanabara.
Segundo o site www.pontevelha.com o futebol chegou em Resende no início do século XX, a exemplo do que aconteceu em muitas outras cidades brasileiras. No começo o novo esporte não tinha nenhuma organização, era praticado apenas em treinos, “rachas” ou “peladas” no campo do “Manejo”, e na várzea, onde hoje se encontra o campo do Resende Futebol Clube.
Num segundo estágio e contando com um número maior de praticantes, tornou-se comum a realização de partidas de desafio entre os quadros “Vermelho” e “Azul”. Entre os jogadores daquela época destacavam-se, entre outros, os irmãos João e Luiz Ferreira de Souza Leal, os irmãos Romeu e Arthur Martins, Felipe Bruno, Adílio Monteiro Filho e Mário Guimarães, tio de Augusto de Carvalho e avô do doutor Niquinho.
O primeiro clube de futebol organizado que surgiu na cidade foi o Fluminense F.C, que depois mudou o nome para o atual Resende F.C, com uniforme nas cores preta e branca e tendo como símbolo uma estrela solitária, similar a do Botafogo do Rio, adversário de hoje. Seu primeiro time era muito forte e respeitado nos confrontos com equipes de cidades vizinhas do Vale do Paraíba. O primeiro jogo foi um empate de 3 X 3 frente um combinado de Barra Mansa (RJ).Jogavam nessa época: Dico Novais no gol – Lindo - Consentino e Tatão Anechino na zaga - Chico Soares e Barbosa na linha media - Mário Gambá - Filhinho Veloso - Rodolfo Peline - Jezer Brasileiro e Lecy Lobato no ataque.
Durante algum tempo o Resende, por influência de Noel de Carvalho, filho da terra e presidente do Bangu Atlético Clube, utilizou jogadores do clube carioca, que os adversários chamavam de “enxertos”. Eram partidas contra Barra Mansa, Cruzeiro, Guará e equipes de outras cidades vizinhas.
A vinda para Resende do Fiscal de Imposto de Consumo, doutor Pedro Rocha, irmão do famoso Carlito Rocha, e muito ligado ao Botafogo F. R, foi fundamental para o desenvolvimento do futebol na cidade. Não demorou para chegar a presidente do Resende F.C. Em sua administração o campo ganhou muros e foi lançada a pedra fundamental das arquibancadas. E conscientizou os demais dirigentes de que o clube deveria dar prioridade ao aproveitamento de jogadores da terra. Foi assim que o Resende conseguiu formar um dos melhores times de toda a sua história: Mendonça - Waldhy e Gumercindo - Mineiro ou Villaça - Castorino e Silva Sapateiro - Mário Gambá – Nélson – Jézer - Silveira e Joaquim Fernandes.
O estádio do Resende começou a ser erguido em 1916, durante os festejos da visita de Santos Dumont, o “pai da aviação”, à cidade. E no local, até hoje são realizadas atividades sociais, recreativas e educacionais. Hoje, o clube realiza seus jogos no “Estádio Municipal do Trabalhador”, inaugurado em 1 de outubro de 1992 e que tem capacidade para 10 mil torcedores.
Construído na década de 80, pertence ao Serviço Social da Indústria (SESI) e é administrado pela prefeitura de Resende. Está situado em bairro nobre de Resende na região central da cidade, rodeado por edifícios residenciais, árvores, parques e clubes e aos principais serviços da cidade. Sua alta arquibancada, com 140m de comprimento por 20m de largura é um excelente mirante da cidade.
Na década de 1930 o futebol na cidade já havia virado uma verdadeira coqueluche. Os praticantes eram muitos e além do Resende existiam, o Aventureiro F.C., de Campos Elíseos e o Juvenil e o “Charuto que não jogava contra nenhum adversário, apenas promovia animados treinos nas manhãs de domingo. O nome era uma homenagem a um crioulo, querido por todos, e que era o dono da bola. O “Charuto”, com o advento da Liga Desportiva de Resende (LDR), se tornou o Cruzeiro do Sul F.C., que teve vida curta. O futebol também se desenvolveu nos distritos. Em Itatiaia havia o Campo Belo F.C. e em Porto Real o Colônia.
Com a vinda da Escola Militar e com uma população maior, o esporte na cidade, de maneira geral, ganhou nova feição. Surgiram novos clubes: Tabajaras, Campos Elíseos, Alambari, Ordem e Progresso, Lavapés, Flamenguinho, Nacional de Itatiaia e Agulhas Negras, formado por cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN).
Posteriormente foi fundado o Paraíso F. C. que possui hoje uma ótima praça de esportes. A Liga organizou acirrados campeonatos, disputados por clubes da cidade, Campos Elíseos, Itatiaia, Engenheiro Passos e Porto Real.
Com a construção da rodovia Presidente Dutra e do Maracanã, ficou fácil sair após o almoço para assistir jogos do Campeonato Carioca, e voltar no mesmo dia. Com isso, os jogos locais foram perdendo interesse. Depois, com o televisionamento dos jogos do Campeonato Carioca, tudo piorou ainda mais.
Nestes quase 100 anos, o Resende conseguiu estes títulos: Torneio Início do Vale do Paraíba (1957); Copa Vale do Paraíba (1968); Campeão da categoria Dente de Leite, no Torneio Prefeito Noel de Carvalho (1981); Campeão do Torneio Juniors da Cidade de Resende (1982); Campeão da Categoria Mirim, na Copa da Cidade de Resende (1983); Bicampeão da Mini Copa Dente de Leite (1983/1984); Campeão Amador da Cidade de Resende (1985); Campeão da Primeira Fase do Torneio Brasil e USA (1987); Campeão de Juniores da Liga Desportiva de Resende (1990); Vice Campeão da categoria mirim da cidade de Resende (1991); Vice Campeão Juvenil do Troféu Brasil (2000); Vice Campeão Infantil da Copa João Queiroz (2003) e Campeão Carioca da Segunda Divisão (2007).
A mascote do Resende é um lobo Guará. Os patrocinadores são a Prefeitura Municipal de Resende e Volkswagen Caminhões que pela primeira vez patrocina um time de futebol do Rio de Janeiro. O material esportivo é fornecido pela UM2 e o presidente do clube é o desportista Ricardo Tuffick. (Pesquisa: Nilo Dias)
Primeiro time do Resende, no ano da fundação,1909. Antenor Ferreira, Pedro Ferreira, João de Souza Leal, João Pinheiro Guimarães, Chico Soares, Antônio Português, José Domingos dos Santos, Artur Martins, Mário Guimarães, Francisco Maia e Felipe Bruno. (Foto: Jornal "Ponte Velha")
COMENTÁRIOS DE LEITORES
Luiz Felipe disse...
Oi Nilo,
Eu vi seu artigo e acho que o atacante Lecy Lobato era meu bizavô, será que vc teria uma foto daquele time?
Obrigado
23 de agosto de 2009 22:25
Com quase cem anos de existência, a agremiação, que só saiu do amadorismo há pouco mais de três anos, apenas o ano passado deixou o anonimato e se juntou pela primeira vez à elite do campeonato estadual do Rio de Janeiro. A cidade de Resende, que fica a 160 quilômetros da capital, antes só chamava a atenção pela grande quantidade de empresas automotivas lá estabelecidas, passou a ter também no seu time de futebol, mais um bom motivo para se orgulhar.
O segredo dessa meteórica ascensão do Resende foi uma bem sucedida parceria com a empresa “Gol de Placa Marketing Esportivo”, que profissionalizou o futebol no clube. Os resultados positivos apareceram de imediato, e apenas dois anos depois de iniciado o projeto (agosto/2006), o time carimbou o acesso para a primeira divisão do campeonato carioca.
Sob o comando do técnico Carlos Roy, o mesmo da decisão de hoje, o Resende terminou a “segundona” estadual com 49 pontos, 14 vitórias, sete empates e sete derrotas, 36 gols a favor, 30 contra e saldo positivo de 6 gols. Jogando em casa, no Estádio do Trabalhador, o Resende não conheceu derrota, venceu quatro partidas (Madureira 1 X 0, Americano 1 X 0, Boa Vista 5 X 4 e Cardoso Moreira 3 X 0) e empatou apenas uma (Macaé 2 X 2).
Como a história do Resende no futebol profissional é bem recente, os jogadores que fazem parte da sua galeria de ídolos também são de agora, muitos daqueles que conseguiram a proeza de colocar o time entre os principais do futebol carioca. Entre eles estão o atacante Raphael, que marcou 11 gols na competição, o experiente volante Márcio Costa, de 36 anos, que conquistou títulos importantes jogando pelo Corinthians (Mundial Interclubes de 2000) e Fluminense (Estadual de 1995), o zagueiro Edinho, que atuou na maioria dos jogos como titular e o goleiro Rodolpho.
O maior dos ídolos não joga, é o técnico Carlos Roy, que com um time sem estrelas, conseguiu formar um elenco unido e capaz de chegar ao título da segunda divisão do Estadual do Rio e agora a decisão da Taça Guanabara.
Segundo o site www.pontevelha.com o futebol chegou em Resende no início do século XX, a exemplo do que aconteceu em muitas outras cidades brasileiras. No começo o novo esporte não tinha nenhuma organização, era praticado apenas em treinos, “rachas” ou “peladas” no campo do “Manejo”, e na várzea, onde hoje se encontra o campo do Resende Futebol Clube.
Num segundo estágio e contando com um número maior de praticantes, tornou-se comum a realização de partidas de desafio entre os quadros “Vermelho” e “Azul”. Entre os jogadores daquela época destacavam-se, entre outros, os irmãos João e Luiz Ferreira de Souza Leal, os irmãos Romeu e Arthur Martins, Felipe Bruno, Adílio Monteiro Filho e Mário Guimarães, tio de Augusto de Carvalho e avô do doutor Niquinho.
O primeiro clube de futebol organizado que surgiu na cidade foi o Fluminense F.C, que depois mudou o nome para o atual Resende F.C, com uniforme nas cores preta e branca e tendo como símbolo uma estrela solitária, similar a do Botafogo do Rio, adversário de hoje. Seu primeiro time era muito forte e respeitado nos confrontos com equipes de cidades vizinhas do Vale do Paraíba. O primeiro jogo foi um empate de 3 X 3 frente um combinado de Barra Mansa (RJ).Jogavam nessa época: Dico Novais no gol – Lindo - Consentino e Tatão Anechino na zaga - Chico Soares e Barbosa na linha media - Mário Gambá - Filhinho Veloso - Rodolfo Peline - Jezer Brasileiro e Lecy Lobato no ataque.
Durante algum tempo o Resende, por influência de Noel de Carvalho, filho da terra e presidente do Bangu Atlético Clube, utilizou jogadores do clube carioca, que os adversários chamavam de “enxertos”. Eram partidas contra Barra Mansa, Cruzeiro, Guará e equipes de outras cidades vizinhas.
A vinda para Resende do Fiscal de Imposto de Consumo, doutor Pedro Rocha, irmão do famoso Carlito Rocha, e muito ligado ao Botafogo F. R, foi fundamental para o desenvolvimento do futebol na cidade. Não demorou para chegar a presidente do Resende F.C. Em sua administração o campo ganhou muros e foi lançada a pedra fundamental das arquibancadas. E conscientizou os demais dirigentes de que o clube deveria dar prioridade ao aproveitamento de jogadores da terra. Foi assim que o Resende conseguiu formar um dos melhores times de toda a sua história: Mendonça - Waldhy e Gumercindo - Mineiro ou Villaça - Castorino e Silva Sapateiro - Mário Gambá – Nélson – Jézer - Silveira e Joaquim Fernandes.
O estádio do Resende começou a ser erguido em 1916, durante os festejos da visita de Santos Dumont, o “pai da aviação”, à cidade. E no local, até hoje são realizadas atividades sociais, recreativas e educacionais. Hoje, o clube realiza seus jogos no “Estádio Municipal do Trabalhador”, inaugurado em 1 de outubro de 1992 e que tem capacidade para 10 mil torcedores.
Construído na década de 80, pertence ao Serviço Social da Indústria (SESI) e é administrado pela prefeitura de Resende. Está situado em bairro nobre de Resende na região central da cidade, rodeado por edifícios residenciais, árvores, parques e clubes e aos principais serviços da cidade. Sua alta arquibancada, com 140m de comprimento por 20m de largura é um excelente mirante da cidade.
Na década de 1930 o futebol na cidade já havia virado uma verdadeira coqueluche. Os praticantes eram muitos e além do Resende existiam, o Aventureiro F.C., de Campos Elíseos e o Juvenil e o “Charuto que não jogava contra nenhum adversário, apenas promovia animados treinos nas manhãs de domingo. O nome era uma homenagem a um crioulo, querido por todos, e que era o dono da bola. O “Charuto”, com o advento da Liga Desportiva de Resende (LDR), se tornou o Cruzeiro do Sul F.C., que teve vida curta. O futebol também se desenvolveu nos distritos. Em Itatiaia havia o Campo Belo F.C. e em Porto Real o Colônia.
Com a vinda da Escola Militar e com uma população maior, o esporte na cidade, de maneira geral, ganhou nova feição. Surgiram novos clubes: Tabajaras, Campos Elíseos, Alambari, Ordem e Progresso, Lavapés, Flamenguinho, Nacional de Itatiaia e Agulhas Negras, formado por cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN).
Posteriormente foi fundado o Paraíso F. C. que possui hoje uma ótima praça de esportes. A Liga organizou acirrados campeonatos, disputados por clubes da cidade, Campos Elíseos, Itatiaia, Engenheiro Passos e Porto Real.
Com a construção da rodovia Presidente Dutra e do Maracanã, ficou fácil sair após o almoço para assistir jogos do Campeonato Carioca, e voltar no mesmo dia. Com isso, os jogos locais foram perdendo interesse. Depois, com o televisionamento dos jogos do Campeonato Carioca, tudo piorou ainda mais.
Nestes quase 100 anos, o Resende conseguiu estes títulos: Torneio Início do Vale do Paraíba (1957); Copa Vale do Paraíba (1968); Campeão da categoria Dente de Leite, no Torneio Prefeito Noel de Carvalho (1981); Campeão do Torneio Juniors da Cidade de Resende (1982); Campeão da Categoria Mirim, na Copa da Cidade de Resende (1983); Bicampeão da Mini Copa Dente de Leite (1983/1984); Campeão Amador da Cidade de Resende (1985); Campeão da Primeira Fase do Torneio Brasil e USA (1987); Campeão de Juniores da Liga Desportiva de Resende (1990); Vice Campeão da categoria mirim da cidade de Resende (1991); Vice Campeão Juvenil do Troféu Brasil (2000); Vice Campeão Infantil da Copa João Queiroz (2003) e Campeão Carioca da Segunda Divisão (2007).
A mascote do Resende é um lobo Guará. Os patrocinadores são a Prefeitura Municipal de Resende e Volkswagen Caminhões que pela primeira vez patrocina um time de futebol do Rio de Janeiro. O material esportivo é fornecido pela UM2 e o presidente do clube é o desportista Ricardo Tuffick. (Pesquisa: Nilo Dias)
Primeiro time do Resende, no ano da fundação,1909. Antenor Ferreira, Pedro Ferreira, João de Souza Leal, João Pinheiro Guimarães, Chico Soares, Antônio Português, José Domingos dos Santos, Artur Martins, Mário Guimarães, Francisco Maia e Felipe Bruno. (Foto: Jornal "Ponte Velha")
COMENTÁRIOS DE LEITORES
Luiz Felipe disse...
Oi Nilo,
Eu vi seu artigo e acho que o atacante Lecy Lobato era meu bizavô, será que vc teria uma foto daquele time?
Obrigado
23 de agosto de 2009 22:25
Assinar:
Postagens (Atom)