Morreu
na sexta-feira, 3, em Curitiba, onde residia com a família, o ex-técnico de
futebol Lori Paulo Sandri, na idade de 65 anos. Gaúcho de Encantado, onde
nasceu em 29 de janeiro de 1949, lutava há cerca de dois anos contra um tumor
no cérebro. No início deste ano ele teve uma melhora e chegou a pensar em
retornar ao trabalho. Mas piorou em seguida. O sepultamento aconteceu neste
sábado, 5.
Lori
fez carreira na década de 1960 como jogador ,atuando como meia-atacante em
clubes do Paraná. Começou a jogar futebol no time amador do Esporte Clube
Encantado em 1964, e em 1965 foi aprovado no junenil do Internacional, de Porto
Alegre, mas por dificuldades financeiras, seguiu com sua madrinha para
Curitiba. No Paraná, jogou no Esporte Clube Água Verde e na Seleção Paranaense
de Futebol, mas ainda nas categorias de base.
Profissionalmente,
iniciou no Rio Branco, de Paranaguá em 1969, e em 1970 no Seleto de Paranaguá,
chegando as finais do campeonato. A partir de 1971 jogou no Clube Atlético
Paranaense, onde ficou até 1973. Em seguida foi para o Londrina Esporte Clube e
depois para o Esporte Clube Pinheiros, onde pendurou as chuteiras.
Começou
muito cedo a carreira de treinador, em 1976 quando deixou os gramados. Com
apenas 27 anos dirigiu o Esporte Clube Pinheiros, mas ganhou projeção no
Uberaba, da cidade de igual nome no interior de Minas Gerais, em 1977/1978.
Foi
no Rio Grande do Sul que conquistou suas maiores glórias, dois títulos
estaduais, um com o Juventude, em 1998, de forma invicta, quebrando um tabu de
56 anos sem que times do interior do Estado vencessem a competição. O outro foi
com o Internacional, em 2004.
Quando
no Inter, Lori Sandri foi agredido por um torcedor que lhe jogou erva-mate, na
chegada do time ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, após a eliminação
do time na Copa do Brasil de 2004. Um mês depois, o Internacional sagrou-se
campeão gaúcho, e o mesmo torcedor foi abraçá-lo.
Ao
inicio dos anos 2000, Lori Sandri indicou a direção colorada a contratação do
centro-avante Fred, quie recém despontava no América Mineiro. Seu passe custava
300 mil dólares, um valor irrisório para os moldes do futebol atual. Sem
dibnheiro, o Inter não se interessou e nenhum investidor quis arriscar em um
jogador ainda desconhecido.
O
Cruzeiro, de Belo Horizonte acabou contratando o jogador, que disputou duas
Copas do Mundo e tornou-se um dos jogadores mais valorizados da posição no
mundo.
Em
sua carreira de 38 anos como treinador, também trabalhou no Atlético Paranaense
(1979 e 1983); Paraná Clube (2007); Sertãozinho (SP) (2007), Coritiba, onde foi
vice-campeão brasileiro da Série B, em 1995, classificando o time para a Série
A do ano seguinte e depois em 2000; Atlético Mineiro, onde comandou a equipe em
36 partidas e teve um aproveitamento superior a 60%; Criciúma (1981, 1987,
1991, 2003 e 2004); Vitória, da Bahia (2003), Goiás (2001); Guarani, de
Campinas (2004); Sport (1995); Santa Cruz do Recife (1984 e 2010), onde
disputou o Campeonato Pernambucano, a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato
Brasileiro, Noroeste, de Bauru (SP) (2011) e Botafogo, de Ribeirão Preto (SP),
onde encerrou a carreira em 2012, devido a doença de que foi acometido.
Antes,
em 2001, já estivera a frente do clube de Ribeirão Preto, por quem foi
vice-campeão paulista daquele ano, perdendo o jogo final para o Corinthians.
Naquela campanha, o Botafogo revelou jogadores que depois fariam sucesso no
cenário nacional, como o goleiro Doni e o atacante Leandro.
Fora
do Brasil treinou o Marítimo, de Portugal, onde disputou a Copa da UEFA e o
Campeonato Português, nas temporadas 2008/2009, e o Tokio Verd, do Japão
(2002/2003), onde disputou dois campeonatos da J. League. Além de passagens
pelo futebol árabe, onde comandou o Al Shabab (1988/1989), a Seleção dos
Emirados Árabes Unidos, nas eliminatórias da Copa do Mundo FIFA, de 1998, o
Ettifaq Club (1994), o Al Ain, dos Emirados Árabes e o Hal Hilal, também dos
Emirados Árabes.
Títulos.
Atlético Paranaense: Campeão Paranaense (1983);
Guarani, de Campinas: Campeão Paulista do Interior (1986); Al-Shabab, da
Arábia Saudita: Campeão da Copa do Golfo (1992), Campeão Árabe (1992) e campeão
da Copa da Ásia (1993) e campeão dos Países Árabes (1993); Hal Hilal, dos
Emirados Árabes: Campeão da Copa da Federação Árabe (1999); Cricíuma: Campeão
Catarinense (1991); Juventude, de Caxias do Sul (RS): Campeão Gaúcho
(1998): Al-Hilal, da Arábia Saudita:
Campeão da Saudi Founder's Cup (1999) e
Internacional, de Porto Alegre: Campeão Gaúcho (2004). (Pesquisa: Nilo
Dias)