Começou
a jogar futebol na rua, junto com os meninos, onde desenvolveu toda sua
habilidade. Se
descarta o rótulo de ser a “Marta antes de Marta”, "Sissi lembra" com carinho de
uma transgressão tão simbólica quanto necessária: arrancar cabeças de bonecas,
que faziam as vezes de bola de futebol.
“Minha mãe ficava louca e eu quebrava tudo em casa. Quando ela descobriu que eu fui convidada para jogar em um time em Campo Formoso (na Bahia), não queria que fosse”, lembra.
“O dono convenceu meu pai, que relutou, mas aceitou e a convenceu também. Sempre teve preconceito, é claro, mas nunca deixei que me afetasse. Só me dava mais força.”
Aos 14 anos, a meio-campista saiu de sua cidade para ir morar em um alojamento, onde começou a treinar e profissionalizar-se.
“Minha mãe ficava louca e eu quebrava tudo em casa. Quando ela descobriu que eu fui convidada para jogar em um time em Campo Formoso (na Bahia), não queria que fosse”, lembra.
“O dono convenceu meu pai, que relutou, mas aceitou e a convenceu também. Sempre teve preconceito, é claro, mas nunca deixei que me afetasse. Só me dava mais força.”
Das
ruas aos campos de terra batida no sertão baiano, a "Imperatriz do Futebol Feminino" deu seus primeiros passos no Flamengo, da Bahia. Depois, foi para o Bahia,
clube no qual se desenvolveu. De lá, o voo mais distante, para a China, aos 21
anos, para representar a Seleção em 1988.
“É
claro que dá orgulho ser a primeira camisa 10 da Seleção. Eu era fã do Zico,
sempre quis jogar com esse número. Mas na época eu não tinha a dimensão. Era um tempo de muita luta. Mas valeu a pena, eu
faria tudo de novo. Vejo a Seleção de hoje em campo e sei que elas estão lá
porque nós estivemos antes”, comentou.
Aos 14 anos, a meio-campista saiu de sua cidade para ir morar em um alojamento, onde começou a treinar e profissionalizar-se.
“Sissi”
foi uma das grandes jogadoras da
história do futebol feminino. Ela precisou driblar o preconceito até se tornar
a primeira camisa 10 da história da Seleção. Começou em casa. Diziam que
futebol não era coisa para menina e só a deixaram jogar se fosse para ser a “bobinha”,
recordou.
Apareceu
pela primeira vez nos “Jogos Olímpicos de Atlanta”, em 1996, levando o bom time
da “Seleção Brasileira”, no entanto ainda desconhecido, para a semifinal,
terminando a competição na quarta colocação.
No
ano de 1999, na “Copa do Mundo Feminina”, organizada pela Fifa e disputada nos
Estados Unidos, a jogadora comandou a equipe nacional que terminou a competição
em terceiro lugar e ainda conquistou a “Chuteira de Ouro”, como artilheira do
torneio.
A
meio-campista muito habilidosa ainda participou da campanha dos “Jogos
Olímpicos de Sidney”, em 2000, sempre como referência na armação de jogadas da
equipe brasileira.
Disputou
pela “Seleção Brasileira Feminina” duas “Copas do Mundo”: 1995 e 1999 (3º
lugar), quando foi uma das artilheiras, com sete gols, empatada com a chinesa
Sun Wen. Participou, também, dos “Jogos Olímpicos de 1996” (4º lugar), e dos “Jogos
Olímpicos de 2000”.
A
atleta foi um dos pilares da equipe tricolor na era de ouro da modalidade no “Clube
do Morumbi”, entre 1997 e 2000, quando o São Paulo formou um grande time, que
era a base da “Seleção Brasileira” do período.
Jogavam
bonito, passavam por cima das adversárias e conquistaram inúmeros títulos para
a equipe paulista. O auge foi na a final do “Brasileiro de 1997”, em que as
tricolores venceram a Lusa Sant'Anna por 4 X 0.
Sissi
ganhou tal notoriedade nessa época que a torcida tricolor chegou a "gritar
para o técnico do time masculino na época, Muricy Ramalho: "Ei, Muricy,
coloca a Sissi".
Atualmente,
ela é a técnica da equipa feminina “Las Positas College Women's”, em Livermore,
na Califórnia.
“Sissi”
foi eleita pela “Federação Internacional de História e Estatística do Futebol”
como a melhor jogadora de futebol do século 20 da América do Sul. Ela se constituiu
no grande nome do Saad nos anos 90, quando liderou o clube na conquista de
todos os títulos disputados entre os anos de 1995 e 1997.
Isso
mesmo, entre 95 e 97 o Saad venceu 100% dos jogos que disputou, conquistando, a
“Copa São Paulo”, a “Copa Campo Grande”, o “Campeonato Brasileiro” nas
categorias adulto e Sub-17 e o “Troféu Comitê Olímpico Internacional”.
“Sissi”
não brilhou apenas nos gramados. Ela chegou a ser nomeada pela FIFA como
embaixadora do futebol feminino Mundial. A eterna camisa 10 do Brasil foi
oficializada no cargo pelo presidente da entidade maior do futebol no mundo, na
época, Joseph Blatter.
Nos
Estados Unidos, ela conquistou o título de melhor jogadora da WUSA quando
liderou o San Jose Ciberrays na conquista do título da mais forte liga
profissional da história da modalidade.
Como
jogadora no Brasil, “Sissi” foi eleita a segunda melhor jogadora do Mundo em
1999, foi pentacampeã brasileira defendendo as equipes do Saad, São Paulo e Radar.
Foi tricampeã paulista com São Paulo e Palmeiras. No Futsal, ela foi Hexacampeã
Brasileira defendendo as equipes do Bordon, Euroexport, Marvel e Sabesp.
Brasil:
Lica – Marisa – Elane - Sandra e Fanta. Lúcia - Marcinha e Sissi. Pelezinha -
Roseli e Cebola. Foi com essa escalação, no dia 1º de junho de 1988, que o
Brasil fez sua primeira partida em uma competição da Fifa.
Com
a base do Radar, grande time do país à época, a trajetória da “Seleção Feminina
de Futebol” começou com um histórico bronze na China, sede do campeonato
experimental. Dali até o reinado de Marta, seis vezes melhor jogadora de
futebol do mundo, um tortuoso caminho foi percorrido pelas brasileiras. “Nunca
vai ter uma seleção melhor”, resumiu a zagueira Elane.
O
futebol feminino esteve proibido no País de 1941, no “Estado Novo”, até a
revogação da lei, em 1979, na ditadura militar. Ainda que o esporte vivesse sob
a marginalidade, a prática existia nas grandes cidades do país, onde times não
oficiais se formavam em profusão.
Copacabana
era o palco principal das competições no Rio. A cultura do futebol de praia no
bairro, conhecido por sua diversidade, fez nascer o maior time de todos os
tempos no futebol feminino do Brasil, o Esporte Clube Radar, capitaneado por
Eurico Lyra. (Pesquisa: Nilo Dias)