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domingo, 7 de setembro de 2014

A morte de Esquerdinha

Morreu na última quinta-feira (4), com a avançada idade de 90 anos, o ex-jogador do C.R. Flamengo, do Rio de Janeiro, William Kepler Santa Rosa, mais conhecido por “Esquerdinha”, que atuou como ponta-esquerda.

Ele vestiu a camisa rubro-negra em 277 partidas e marcou 110 gols, tornando-se o 16º maior artilheiro na história do clube. O sepultamento aconteceu na tarde de sexta-feira (5), no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Paciência, no Rio de Janeiro.

“Esquerdinha” nasceu em Belém do Pará, no dia 1 de março de 1924. Começou a carreira em 1941, no Rio de Janeiro, no time infantil do Madureira, onde se destacou, sendo logo promovido à equipe juvenil. Em 1946 já era titular do time de profissionais do “tricolor suburbano”.

Em 1948 foi para o Flamengo, mas não durou muito tempo, tendo atuado somente em um torneio internacional no Chile. Seu primeiro jogo com a camisa rubro-negra foi em 14 de janeiro de 1948, quando o Flamengo perdeu para o Combinado Universitário do Chile, por 4 X 3.

Vevé ainda era o titular da ponta esqquerda, por isso “Esquerdinha” foi emprestado ao Olaria para a disputa do Campeonato Carioca de 1948. Terminado o empréstimo, em 1949 voltou ao clube da Gávea, dessa feita para ficar e brilhar.

Em 1951 conquistou seu primeiro título: o Torneio Início. Foi bicampeão deste torneio, em 1952, e tricampeão carioca, além de ainda ter participado das excursões invictas doFlamengo à Guatemala e à Europa.

A partir de 1953, com a chegada do lendário técnico paraguaio Fleitas Solich, o ponteiro efetivou-se como capitão do quadro rubro-negro, já que tinha um grande espiríto de liderança entre os companheiros. Era famoso pela potência do chute com a perna esquerda.

Graças a isso, em 1953 o Flamengo conseguiu quebrar um jejum de títulos cariocas, que vinha desde 1944. “Esquerdinha” anotou um dos gols na goleada rubro-negra de 4 X 1 sobre o Vasco da Gama, que valeu a conquista tão esperada.

O ponteiro esquerdo já havia passado pelo Flamengo no final dos anos 40, sem muito brilho, mas se firmou no time e ganhou grande prestígio nos anos 50, na sua segunda passagem pela Gávea.

Carreira curta, “Esquerdinha” permaneceu jogando pelo Flamengo até o ano de 1955, quando deixou os gramados e ensaiou a carreira de treinador na Sociedade Esportiva Machadense, de Machado (MG).

Títulos conquistados. Troféu Cezar Aboud (1948); Taça Fernando Loreti Junior (1948); Troféu Embaixada Brasileira na Guatemala (1949); Troféu El Comite Nacional Olímpico da Guatemala (1949); Taça Cidade de Ilhéus (1950); Copa Elfsborg, na Suécia (1951); Torneio Quadrangular de Lima, Peru (1952); Troféu Cidade de Arequipa, Peru (1952); Torneio Tringular de Curitiba (1953); Torneio Quadrangular da Argentina (1953); Torneio Internacional do Rio de Janeiro (1954 e 1955; Campeonato Carioca de Aspirantes (1955); Torneio Início do Campeonato Carioca (1951 e 1952) e Campeonato Carioca (1953, 1954 e 1955).

O Flamengo não esqueceu o ídolo do passado. Em agosto de 2013, ele recebeu homenagem do clube junto com outros tri-campeões estaduais de1953, 1954 e 1955.

Em outra ocasião, quando do “Encontro Nacional das Embaixadas”, “Esquerdinha” foi o grande homenageado, ao receber do Departamento de Patrimônio Histórico o troféu do “Torneio das Embaixadas” e uma camisa personalizada.

O nome do craque foi usado para batizar a taça. No aniversário do Flamengo, em março deste ano, “Esquerdinha” novamente recebeu homenagens.

Sua filha, Tatiane Santa Rosa, disse que “Esquerdinha” viveu muitas coisas no futebol, e que o Flamengo foi quem deu mais representatividade a sua carreira, acrescentando que o clube foi muito significativo, não só na vida dele, mas na de toda família.

Ontem, no jogo Flmengo X Grêmio, no Maracanã, foi feito um minuto de silêncio em homenagem ao ex-jogador. (Pesquisa: Nilo Dias)


"Esquerdinha" foi destque do Flamengo nos anos 50. (Foto: Revista "Esporte Ilustrado)