Pouca
gente sabe que na Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira existe um
estádio com capacidade para 35 mil pessoas, localizado próximo ao portão 1 do
Campus Butantã, na Zona Oeste da capital paulista.
Ele
foi criado em 1971, inicialmente como uma divisão de esportes da universidade. Porém,
o projeto cresceu em importância com a escolha de São Paulo para sediar os
Jogos Panamericanos de 1975.
Para
receber a competição, foram construídas quadras cobertas, um velódromo, uma
pista de atletismo e um estádio com capacidade para receber 35 mil torcedores,
tudo dentro dos padrões olímpicos vigentes no período.
Mas
um surto de meningite ocorrido na cidade em 1974, obrigou a transferência dos
jogos para a Cidade do México.Ainda assim, o espaço continuou a ser modernizado
até hoje, e agora conta também com um conjunto aquático, quatro campos de
futebol, um de futebol society, nove quadras de tênis, dez quadras
poliesportivas e até mesmo uma raia olímpica.
O
espaço é utilizado para treinamentos das mais diversas atividades, como
basquete, futebol, remo, artes marciais, tênis, atletismo, badminton e outros,
como musculação e fitness, além de orientação nutricional e programa de
emagrecimento.
Toda
essa estrutura é usada também como um espaço de socialização de universitários
e moradores das proximidades. Não por acaso são realizados, diversos eventos no
local, como feiras de profissões.
O
Estádio Universitário é palco das disputas da Copa USP, destinada a
funcionários e ao corpo docente da universidade. Eventualmente recebe alguma
outra competição importante, como aconteceu o ano passado em que lá foram
disputadas as semifinais da Copa Coca-Cola de Futebol, que teve a participação
de 32 equipes masculinas e 16 femininas de todo o Brasil, num total de cerca de
1.000 adolescentes representando 29 cidades de 17 Estados brasileiros.
O
estádio já foi sede de uma final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 1988.
Na ocasião, o Nacional (SP) foi campeão ao vencer na final o América, de São
José do Rio Preto (SP), por 3 X 0. É o terceiro grande estádio de São Paulo,
ficando atrás somente do Morumbi e do Pacaembu, sendo maior que o Canindé, da
Portuguesa de Desportos e do antigo Parque Antárctica, do Palmeiras.
O
local não é desconhecido dos alunos da USP, pois sob suas arquibancadas
localiza-se o chamado “Favelão”, dormitório destinado aos alunos de baixa
renda, que aguardam vaga no Conjunto Residencial da Universidade (Crusp)
Pena
que hoje o Estádio se encontre num estado de abandono, necessitando de amplas
reformas, que possivelmente só acontecerão em 2014, ano da Copa do Mundo no
Brasil, pois atualmente as prioridades da USP são outras.
A
direção da universidade tira o corpo fora e culpa a organização do Pan de 1975,
que não saiu no país, por ter construído um estádio dessa magnitude, sem pensar
nas dificuldades que a instituição teria para mantê-lo. É uma obra prima de
arquitetura, muito bem feito. Por essas e por outras, o esporte universitário
não cresce no país, que tem uma cultura esportiva clubística, ao contrário dos
Estados Unidos, por exemplo.
A
ideia é que o estádio seja transformado em uma arena multiuso com restaurantes,
banheiros e estrutura adequada que solucionem os problemas atuais, que passam
pela falta de vias de acesso e estacionamento para veículos.
Também é necessária a reforma dos módulos, além de uma quadra de futsal coberta e de um campo de grama sintética. Tudo isso está nos planos de reestruturação. Mas antes é preciso resolver os problemas burocráticos e obtenção de verbas. (Pesquisa: Nilo Dias)
Também é necessária a reforma dos módulos, além de uma quadra de futsal coberta e de um campo de grama sintética. Tudo isso está nos planos de reestruturação. Mas antes é preciso resolver os problemas burocráticos e obtenção de verbas. (Pesquisa: Nilo Dias)
Estádio da Universidade de São Paulo. (Foto: Jorge Maruta, Jornal da USP. Divulgação)