Morreu
na manhã deste sábado (6), no Rio de Janeiro, aos 87 anos (completaria 88 no
próximo dia 23), o ex-goleiro Adalberto Leite Martins, que fez história com a
camisa 1 do Botafogo carioca, entre 1957 e 1962. Era considerado um dos grandes
goleiros da história do clube.
O ex-goleiro estava internado desde o último dia 2 na Coordenação de Emergência Regional (CER) do Leblon, Adalberto foi operado na última terça-feira devido a uma obstrução intestinal e ainda passou por uma hemodiálise, mas não resistiu ao tratamento.
O
corpo foi velado no Salão de Honra de "General Severiano" e o sepultamento irá
ocorrer neste domingo, dia 7, no Cemitério da Cacuia, às 16 horas de Brasília.
Em seu site oficial, o Botafogo anunciou luto e manifestou "solidariedade aos familiares, torcedores alvinegros e amigos do ídolo falecido".
Adalberto
Leite Martins nasceu em São Paulo, no dia 23 de abril de 1931. Estava casado há
42 anos com a atriz Djacira
da Silva Martins.
Começou a carreira no E.C. Cocotá, time amador da “Ilha do Governador”. Seguiu depois para o
Fluminense em 1948, inicialmente no juvenil. Ficou no clube até 1955. Dizia
ter-se inspirado nos lendários goleiros Castilho e Veludo, com quem jogou no “Tricolor
das Laranjeiras”.
Após
profissionalizar-se no Fluminense foi para o Jabaquara, de Santos, onde ficou por duas temporadas, e de onde saiu
para comandar a meta botafoguense.
Adalberto
chegou ao Botafogo após o Torneio Rio-São Paulo de 1957, disputado no primeiro
semestre. No “Glorioso”, ele jogou ao lado de lendas como Garrincha, Nilton
Santos, Didi, Quarentinha e Paulinho Valentim. No alvi-negro viveu o seu melhor
momento na carreira.
No
inicio jogava no time de aspirantes, não era nem mesmo o reserva de Amauri, titular
absoluto, mas o técnico João Saldanha lhe deu uma chance no time e não saiu
mais. Aproveitou muito bem a oportunidade e fechou o gol no “Campeonato Carioca“
de 1957, sendo campeão e o goleiro menos vazado.
O
time de 1957 tinha como equipe base: Adalberto - Thomé e Nilton Santos. Servílio
- Beto e Pampolini. Garrincha - Didi - Paulo Valentim - Édson e Quarentinha.
Técnico: João Saldanha.
Esse time arrasou o Fluminense na final, goleando por 6 X 2, no dia 22 de dezembro, com atuações sensacionais de Garrincha e Paulinho Valentim, que marcou cinco gols, faturando o título que não vinha desde 1948. Naquela temporada ele participou de 13 dos 22 jogos que o Botafogo disputou para ganhar o "Campeonato Carioca".
Esse time arrasou o Fluminense na final, goleando por 6 X 2, no dia 22 de dezembro, com atuações sensacionais de Garrincha e Paulinho Valentim, que marcou cinco gols, faturando o título que não vinha desde 1948. Naquela temporada ele participou de 13 dos 22 jogos que o Botafogo disputou para ganhar o "Campeonato Carioca".
Durante
o período de 1957 a 1962, o arqueiro disputou 81 partidas no Botafogo e sofreu
79 gols. Além do "Carioca" de 1957, esteve presente em importantes títulos
internacionais como o “Quadrangular de Bogotá” (1961), o “Triangular da Costa
Rica” (1961) e o “Pentagonal do México” (1962).
Companheiro
inseparável de "Garrincha", Adalberto testemunhou várias histórias do amigo. O
namoro de “Mané”, casado com a cantora Elza Soares foi uma delas.
Na época, o casal se encontrava escondido na ”Ilha do Governador” onde o ex-goleiro morava. Um dia, o radialista Orlando Batista descobriu o romance e divulgou na rádio.
Na época, o casal se encontrava escondido na ”Ilha do Governador” onde o ex-goleiro morava. Um dia, o radialista Orlando Batista descobriu o romance e divulgou na rádio.
Na
mesma hora, Elza ficou sabendo e foi tirar satisfação com "Garrincha". O
Orlando dobrou os dois e eles acabaram falando do romance, ao vivo, na rádio. Foi
um escândalo. No mesmo dia, ele foi morar na casa de Elza, na "Urca".
Houve
um cerco de jornalistas, até que eles saíram e se beijaram. Adalberto, sempre
considerou a cantora uma grande injustiçada na história de "Garrincha". Ela o
conheceu em uma época em que o craque estava falido e parando de jogar. E Elza
o adotou.
O
ex-goleiro alvinegro antecedeu o mitológico “Manga” no Botafogo. Após
encerrar a carreira, chegou a ser funcionário do Botafogo em várias funções,
inclusive sendo treinador interino em algumas oportunidades.
E ainda trabalhou alguns anos como preparador físico no "Oriente Médio", com o ex-jogador “Didi” e com o técnico Jorge Vieira. Depois como professor, até se aposentar.
E ainda trabalhou alguns anos como preparador físico no "Oriente Médio", com o ex-jogador “Didi” e com o técnico Jorge Vieira. Depois como professor, até se aposentar.
Adalberto
tornou-se sócio emérito e virou figura cativa em "General Severiano", exercendo
alguns cargos no departamento de futebol do clube e sendo sempre reverenciado
por associados. E foi eternizado no "Muro dos Ídolos"e na imensa bandeira/faixa com os rostos dos maiores jogadores que vestiram a gloriosa camisa preta e branca.
Emblemático,
foi convidado para fazer parte das homenagens no jogo de despedida de Jefferson,
ano passado, no “Estádio Nilton Santos”, que considerava como se fosse filho
seu. E dizia que era o melhor goleiro do
Brasil e na sua opinião deveria ser o titular da “Seleção Brasileira”.
“Só
era muito boêmio”, dizia, “e as vezes chegava aos treinos sem dormir e mesmo
assim fechava o gol”. O ex-goleiro Jefferson usou suas redes sociais para se despedir de Adalberto: "Descanse
em paz meu amigo Adalberto, gratidão eterna por tudo que você fez pelo nosso
Botafogo, meus sentimentos à toda família". (Pesquisa: Nilo Dias)