Héctor
Eduardo Chumpitaz González, ou simplesmente Chumpitaz, foi um dos cinco
jogadores mais importantes do futebol peruano, em todos os tempos. Também foi o
jogador que mais vezes vestiu a camisa da Seleção de seu país, 105 partidas.
Foi
reconhecido como “o grande capitão” do scratch peruano, devido à sua humildade,
grandeza como atleta e amor à camisa e considerado pela Fifa um dos melhores
defensores do século XX.
Chumpitaz
nasceu no dia 12 de abril de 1944, na Fazenda Santa Bárbara, distrito de San
Luis, na Provincia de Cañete, situada no Departamento de Lima, na Zona Central
do Peru.
Sua
infância e adolescência transcorreu na Fazenda Chacra Cerro, localizada nas
imediações da avenida Trapiche, em Comas, onde se plantava algodão e se
confeccionavam produtos de vestuário. Trabalhou na “Chancadora de Collique”,
lugar onde eram extraídas enormes rochas, que eram trituradas e transformadas
em pedras.
Nos
fins de semana, aproveitava as folgas para jogar futebol. Como era bastante
alto, não teve dificuldades para ser titular do “Once Amigos”, a equipe mais
antiga de Comas. Em 1963, quando tinha 19 anos, jogou pelo “Unidad Vecinal”,
uma equipe da Segunda Divisão peruana.
Começou
a carreira nas categorias de base do Universitário. Depois foi para o Deportivo
Municipal, onde a qualidade para enfrentar atacantes mais avantajados
fisicamente valeu a ele o reconhecimento.
Jogou
pela primeira vez a Primeira Divisão do Perú em 1964, pelo Deportivo Municipal,
equipe em que esteve até 1965, quando se transferiu para o Universitário de
Deportes, clube que defendeu por 10 anos e onde ganhou cinco campeonatos
nacionais (1966, 1967, 1969, 1971 e 1974) e foi vice-campeão da Copa
Libertadores de 1972.
Depois
foi para o México, onde defendeu o Atlas, de Guadalajara. No regresso ao Peru,
jogou pelo Sporting Cristal, onde ficou até 1983. No Sporting Cristal, conquistou
mais três titulos nacionais (1979, 1980 e 1983).
Em
outubro de 1973, participou do “Jogo das Estrelas”, disputado em Barcelona, entre
equipes representativas da América do Sul e da Europa. Estiveram em campo
monstros sagrados do futebol da época, como Johan Cruyff, Franz Beckenbauer,
Roberto Rivelino e Teófilo Cubillas.
Chumpitaz
foi o capitão da equipe sul-americana, o que lhe valeu o apelido de “Capitão
América”. Os europeus ganhavam por 4 X 3, até faltarem 10 minutos para o
término do jogo, quando Chumpitaz fez o gol de empate. Na decisão por pênaltis,
os sulamericanos venceram por 7 X 6.
Chumpitaz
deixou os gramados em 1984, passando a atuar como treinador, tendo dirigido as
equipes peruanas do Unión Huaral (1984), Sporting Cristal (1985 – 1986) e
Deportivo AELU (1991).
Hoje,
continua envolvido com o futebol, dirigindo sua Escolinha de Futebol. Em 23 de
agosto de 2010, foi convidado para ser assistente técnico de José Guillermo del
Solar, junto a José Luis Carranza, com quem comandou a equipe do Universitario
de Deportes.
Chumpitaz
foi durante quase 20 anos o capitão e grande baluarte defensivo da Seleção
Peruana, que ganhou a Copa América de 1975 e chegou as quartas de finais das
Copas do Mundo de 1970, no México e 1978, na Argentina.
Vestiu
a camisa da Seleção de seu país por 105 oportunidades e marcou cinco gols.
Debutou no selecionado em abril de 1965, num jogo amistoso contra a Seleção
do Paraguai, que terminou om a vitória guarani por 1 X 0. Foi o jogador peruano
com mais participações em eliminatorias para a Copa do Mundo, cinco vezez: 1966,
1970, 1974, 1978 e 1982.
Em
16 de maio de 1965, participou de sua primeira eliminatória para um Mundial de
Futebol, quando o Peru, ao vencer a Venezuela por 1 X 0, se classificou para o
campeonato da Inglaterra de 1966. No primeiro jogo, em Caracas, os peruanos já
haviam vencido por 6 X 3.
Teve
atuação destacada no jogo em que os peruanos eliminaram à Argentina na fase de
classificação para a Copa do Mundo de 1970. Na primeira partida, Chumpitaz foi
perfeito, na vitória de 1 X 0 sobre os porteños. No segundo jogo, dia 31 de
agosto de 1969, na Bombonera, em Buenos Aires, empate em 2 X 2.
Na
Copa do México, em 1970, Chumpitaz marcou o segundo gol peruano, na vitória de
3 X 2 sobre a Bulgária, em jogo realizado na cidade de León, com a sua seleção
avançando para as quartas de final, quando foi eliminada pelo Brasil de Pelé,
por 4 X 2, em Guadalajara.
Em
1975 os peruanos foram vencedores da Copa América. Depois, no Mundial de 1978, chegaram
novamente as quartas de final, sendo eliminados pela Argentina, num dos jogos
mis polêmicos da história dos mundiais.
Chumpitaz
ocupa a 36ª posição no ranking de “Melhor Jogador Sulamericano do Século XX, de
acordo com publicação da Federação Internacional de História e Estatística de
Futebol, em 2004. Com 65 gols em 456 jogos, é um dos grandes goleadores da
América do Sul, jogando na defesa. Está entre os 50 maiores goleadores da
história da Primeira Divisão peruana.
Em
24 de julho de 1967, contraiu matrimônio na Paróquia de Nossa senhora das
Vitórias, com María Esther Dulanto, com quem tem quatro filhos: Héctor Gustavo,
Héctor Eleazar, María Liliana e Dante Eduardo.
Depois
que deixou os gramados, continuou sendo uma figura pública. Em 3 de dezembro de
2004, foi condenado a dois anos de prisão, acusado de ter recebido 30.000
dólares americanos de Vladimiro Montesinos, supostamente ligado ao ex-ministro
Juan Carlos Hurtado Mille, quando este buscava ser alcaide de Lima, em 1998,
durante o governo do presidente Alberto Fujimori.
Chumpitaz
recorreu da sentença e em 8 de abril de 2005, a Corte Suprema da Justiça do
Perú, declarou nula a sentença. (Pesquisa: Nilo Dias)