Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Uma história emocionante

Rooie Marck, de 54 anos, era um fanático torcedor do Feyenoord, time de futebol da Holanda. Fumante inveterado estava em estado terminal de um câncer no pulmão e de cama, quando teve a maior surpresa de sua vida, ver seu time começando uma nova temporada. Foi a melhor despedida que poderia imaginar.

No dia 26 de julho de 2013, ele chegou ao Estádio De Kuip, completamente lotado, deitado em uma  maca, sentindo o calor da torcida nas arquibancadas, que viera prestigiar um treinamento do time. Já era tradição os adeptos do Feyenoord aparecerem em grande número para assistir à primeira sessão de treinos da pré-temporada. Mas desta vez houve uma diferença.

Rooie Marck, torcedor vitalício do clube, ao saber que tinha poucos dias de vida, revelou a familiares e amigos que o seu último desejo antes de morrer era ver o Feyenoord novamente.

Rooie observava aquilo tudo sabendo que estava em seus últimos momentos de vida. De repente, desceu uma faixa do setor oposto com uma imagem dele próprio e mensagens de apoio. 

Emocionado, e com os olhos cheios de lágrimas, Rooie foi levado até a multidão, que estava cantando “You´ll never walk alone” (Você nunca andará sozinho). Ele se levantou e ficou diante da massa que sabia da sua história e cantou seu nome.
Já no campo, vestido com as cores de sua equipe, ele recebeu a ovação do público, a saudação de cada jogador da equipe e um abraço enérgico do treinador Ronald Koeman. Tudo foi gravado em vídeo.

Tragicamente, Rooie morreu apenas três dias depois da visita que fez ao seu time do coração. Antes de morrer deixou uma carta de despedida. Frequentador de um fórum do Feyenoord chamado “Lunatic News”, Marck agradeceu pelo carinho e teve suas últimas palavras publicadas pelo site oficial do clube de Roterdã:

“Caros camaradas, quero agradecer a todos pelo grande momento e pelo carinho recebido, as amizades que tive e toda a atenção dada a mim. O tributo dos últimos dias me deixou muito impressionado. Aliás, não só a mim, como a minha esposa Marion e meu filho Joey. 

Obrigado a todos, desde familiares, amigos, pessoas que conheci apenas de vista e aos desconhecidos que estiveram nas bancadas. Agora parto como uma pessoa feliz e abençoada para o meu novo mundo. Adeus e um grande beijo”.

Mas o clube e seus fãs certamente o deixaram com uma lembrança especial. Para quem ama o futebol ou vive dele, se despedir de todo um ciclo dias antes da morte dentro de um campo de futebol parece ser um adeus e tanto.

Certa vez, torcedores do Cúcuta, na Colômbia, inventaram moda e levaram o caixão de um amigo (sim, com ele dentro) para as arquibancadas numa partida da equipe pelo campeonato local. 

Sem limites para esse tipo de manifestação de amor, um holandês protagonizou o que talvez seja uma das histórias mais bonitas do futebol. (Pesquisa: Nilo Dias)

Rooie foi ajudado por seus amigos a caminhar pelo campo e agradecer aos torcedores e jogadores, pelo apoio dado a ele.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

"Biro-Biro", o "Deus da Raça"

Antônio José da Silva Filho, mais conhecido como “Biro-Biro” nasceu em Olinda (PE), no dia 18 de maio de 1959. Jogava como meia e é considerado até hoje um dos maiores ídolos da história do Corinthians. Os torcedores o chamavam de "Deus da Raça".

Iniciou a carreira futebolística no Sport e ficou nacionalmente conhecido em 1978, ano de sua contratação pelo Corinthians, principalmente, pela declaração do presidente Vicente Matheus, que disse na imprensa que teria contratado um tal de “Lero-Lero”.

Com as características de muita aplicação tática em campo e grande preparo físico, conquistou a torcida corinthiana, adquirindo muito carisma. Disciplinado dentro e fora de campo, exercia certa liderança na equipe tanto que participou da “Democracia Corinthiana”, movimento político iniciado no começo da década de 80 pelos jogadores do clube, ao lado de Sócrates, Casagrande e Wladimir.

Em 1989, deixou o Parque São Jorge para jogar na Portuguesa de Desportos, onde não brilhou. Também atuou no Guarani, de Campinas e Clube do Remo, de Belém do Pará, antes de encerrar a carreira.

Foi campeão paulista em 1979, 1982, 1983 e 1988. Na final do Campeonato Paulista de 1982 fez dois gols na vitória de 3 X 1 contra o São Paulo contribuindo na conquista do título. Quando parou de jogar foi treinador de futebol, carreira na qual comandou o Grêmio Mauaense, Atlético Tupi, de Gaspar (SC), Barra do Garças, Francana e Guarujá.

Títulos. Corinthians: Campeão Paulista (1979, 1982, 1983 e 1988); Campeão da Taça Governador do Estado de São Paulo (1977 e 1984); Campeão da Copa Feira Internacional de Hidalgo, México (1981); Campeão do Torneio Laudo Natel (1973); Campeão do Torneio do Povo (1971); Campeão da Taça Cidade de Porto Alegre (1983); Campeão da Copa dos Campeões (1984); Campeão do Torneio Internacional de Verão (1985) e Campeão da Copa das Nações, nos EUA (1985); Clube do Remo: Campeão  Paraense (1993 e  1994).

Um fato curioso é que quando chegou ao Parque São Jorge era época de eleição para o Senado, e o seu nome foi um prato cheio para os eleitores que o “elegeram” escrevendo o seu nome na cédula, mesmo sem ele ser candidato a nada.

Depois de deixar os gramados enveredou pelos caminhos da política, elegendo-se vereador em São Paulo para o quadriênio 1989—1992, pelo PDS, quando foi membro da Assembleia Constituinte Municipal que promulgou a Lei Orgânica do Município de São Paulo.

Em 2006 candidatou-se a deputado federal pelo PSC, mas não foi eleito como também não foi eleito em 2004 a vereador de Mongaguá, cidade do litoral paulista, recebendo apenas dois votos.

Atualmente, ele é assessor parlamentar de um deputado na Assembléia Legislativa de São Paulo. Depois de seguidas derrotas políticas, “Biro-Biro” decidiu não ser mais candidato, preferindo ficar apenas como assessor parlamentar.  

Foi também  professor de futebol no Centro Esportivo Recreativo e Educativo do Trabalhador (CERET), da rua Canuto de Abreu, no Tatuapé, na capital paulista. Nas horas vagas costuma também bater uma bolinha nos masters do Corinthians.

Em abril de 2008 a Coca-Cola anunciou a campanha “Quem Foi o Melhor?”, pela qual os consumidores do refrigerante supostamente fariam a escolha entre “Maradona” ou “Biro-Biro”. 

A votação se dava por meio de tampinhas de garrafas de Coca-Cola em urnas espalhadas em pontos comerciais. O resultado, anunciado ao final da campanha, deu vitória a “Biro Biro”, por um voto de diferença.

O ex-jogador fez 590 partidas pelo Corinthians. Número esse que o coloca como quinto jogador que mais vezes defendeu o clube. Foi também o volante que mais vezes marcou pelo Corinthians, um total de 75 gols.

No mesmo ano da conquista do Campeonato Paulista de 1988, ele foi eleito vereador de São Paulo com expressiva votação da Fiel torcida. Com a popularidade que tinha dentro e fora de campo, recebeu 80 mil votos para o Senado em um protesto contra o regime militar.

“Biro-Biro” era uma das bases da chamada “Democracia Corinthiana”. Os gols mais lembrados dele são três: o de canela em cima do goleiro palmeirense Gilmar, na semifinal do Paulista de 79, e os dois contra o São Paulo, na final do Paulistão de 82. É casado com uma sobrinha de Vicente Matheus e pai de três filhos. (Pesquisa: Nilo Dias)



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Morre ex-jogador do Figueirense

Morreu na noite de sábado (6/10) o ex-jogador Ramon Costa, revelado pela base do Figueirense, de Florianópolis (SC). Ele tinha 31 anos de idade e sofreu uma parada cardiorrespiratória quando participava de um jogo de futebol suíço entre amigos, na cidade de Araranguá, no Sul do Estado.

Conforme os colegas do jogador, ele havia treinado durante a tarde de sábado no Araranguá e a noite foi para a partida de futebol, em um gramado sintético da cidade. Após quatro minutos de jogo, e ter marcado dois gols, não se sentiu bem e caiu em campo.

O juiz parou o jogo e Ramon chegou a ser conduzido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o hospital, mas não resistiu. Os médicos tentaram por mais de uma hora a ressuscitação do atleta, sem êxito.

Em 2007 ele ganhou notoriedade ao marcar três gols no rival Avaí. A partir dai passou a ser conhecido como o “rei dos clássicos”, pois sempre costumava anotar gols contra o tradicional adversário.

Naquele mesmo ano fez parte do elenco do Figueirense que se sagrou vice-campeão da Copa do Brasil, perdendo o jogo final para o Fluminense, do Rio de Janeiro. Jogou ainda pelo Caravaggio, do distrito de igual nome, em Nova Veneza, que disputou o Campeonato Regional da Liga Atlética da Região Mineira (Larm) e Metropolitano, de blumenau.

Em 2009, o atleta teve de encerrar a carreira profissional, ao descobrir que tinha sérios problemas cardíacos. Mas não abandonou o futebol definitivamente, pois defendia o time amador do Araranguá, equipe de sua cidade natal.

Ainda este ano participou do Campeonato Municipal de Futebol Amador de Criciúma, defendendo o time do Boa Vista.

Em seu perfil social na internet, Ramon mantinha fotos da época de profissional, com registros do time do Figueirense de 2007. Os ex-companheiros André Santos e Felipe Santana usaram as redes sociais para expressar o luto pela morte.

O jogador deixou a esposa e um filho. O velório aconteceu no cemitério municipal Cruz das Almas, que fica na Avenida Getúlio Vargas, em Araranguá – ao lado do Supermercado Angeloni. O enterro foi às 16 horas de domingo. (Pesquisa: Nilo Dias)


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O homem bomba

Éder Aleixo de Assis, mais conhecido como Éder ou ainda Éder Aleixo, foi um dos grandes ponteiros esquerdos do futebol brasileiro, em todos os tempos. Nasceu em Vespasiano (MG), no dia 25 de maio de 1957.

Sua infância em Vespasiano foi sempre jogando bola. Isso lhe ajudou muito. Até porque seu pai foi jogador profissional e o incentivava muito. Teve a oportunidade de ser descoberto pelo “Biju”, que era o treinador do América. E o América treinava em Vespasiano e foi convidado para treinar no América aos 13 anos.

A sua vitoriosa carreira teve início nas categorias de base do América Mineiro.  Mas atingiu o auge no Grêmio Portoalegrense e no Atlético Mineiro. Em 1977 foi contratado pelo Grêmio Portoalegrense, onde foi campeão gaúcho em 1977 e 1979. Tem uma história no Grêmio em que Éder se apresentou ao clube com o braço enfaixado, pois havia sido vítima de um tiro.

Estava de férias em belo Horizonte. Ele estava com o então atleta e hoje técnico, Marcelo Oliveira. Havia recém voltado da praia. E ele até iria dormir na casa de Éder. Mas antes foram num barzinho na rua Paraíba.

Já estava indo embora, cada um no seu carro. Foi quando Éder ouviu Marcelo pedindo socorro, pois estava sendo assaltando. Éder foi para cima dos caras que lhe deram dois tiros, e correram.  Quando ele foi levantar o Marcelo, sentiu o sangue jorrando.

Tem até hoje essas duas marcas no braço. Foi para o hospital, lúcido. Lá lhe mostraram as duas marcas e fez a cirurgia. Tinha 21 anos, foi em 1978. Havia ficado na lista dos 40 jogadores do Cláudio Coutinho, para a Copa da Argentina. Ele e Falcão.

O Telê, que era o técnico, chegou no hospital. Éder estava na enfermaria, ao lado de outras vítimas de um acidente num viaduto. Telê  chegou querendo lhe tirar de lá, leva-lo para um apartamento.  Mas não quis. Há quem diga que foi uma briga que o ponta estava envolvido ao sair de uma boate.

Dois anos depois (1979), teve seu passe adquirido pelo Atlético Mineiro. Evidente que sua troca foi facilitada pelo fato de Éder ser atleticano apaixonado desde criança, e viria a se tornar o grande “Canhão Mineiro”. O jogador viveu no Atlético a fase mais bela e polêmica de sua carreira no futebol.

Pouco motivado no Grêmio, Éder conseguiu a inimaginável façanha de bater os sagrados Reinaldo e Cerezo na preferência da massa atleticana. Nesta mudança para Belo Horizonte, abandonou alguns vícios, deixou de fumar, por exemplo, adquiriu alguns hábitos saudáveis, passou a treinar mais e dedicou atenção especial ao desenvolvimento de seu chute.

Em consequência, começou a marcar gols olímpicos e suas cobranças de falta tornaram-se mortais. Só não conseguiu mudar o temperamento explosivo. Acumulou 25 expulsões só no “Galo”. 

Éder, bonito e namorador, chamava a atenção das mulheres e era visto com freqüência em bares noturnos e boates da capital mineira.
Ao chegar no “Galo”, em 1980, não gostou de ser reprimido pelo técnico Procópio Cardoso por enfeitar jogadas e mandou na lata:

"Não se mete no meu jogo". Em reportagem de abril de 1981, a revista “Placar” assim descreveu o gênio forte do camisa 11: "Era rebelde, xingava cartolas, brigava com técnicos, desrespeitava adversários, treinava pouco".

A lista de brigas de Éder vai desde Casagrande (sendo reprimido num Atlético x Caldense) até socos que lhe valeram um lugar na Copa de 1986. Brigou com companheiros de próprio clube e marcadores dos rivais. Temperamento explosivo, tal qual a maneira de fuzilar os goleiros. Porém, soube dosar e amenizar sua imagem de vida boêmia com seu belíssimo desempenho em campo, sempre com jogadas espetaculares e gols incríveis.

Foi no alvinegro mineiro que passou a maior parte de sua carreira. Suas grandes atuações valeram muitas convocações para a Seleção Brasileira.  Vestiu a “Canarinho” em 52 partidas, entre 1979 e 1986, sendo cinco não oficiais. Esteve na “Copa do Mundo”, de 1982. Seu apelido era “Canhão”, uma vez que era dono de um chute muito potente.

Sua presença na Copa de 1986 era quase certa, uma vez que o técnico Evaristo de Macedo bancou Éder no elenco titular. A última partida do meio-campista foi contra o Peru, em abril. O "Bomba" deu um soco no rosto do lateral peruano Castro e foi expulso pelo árbitro Arnaldo Cezar Coelho. Foi a pá de cal para a carreira internacional de Éder, que não foi convocado para a Copa.

No entra e sai no clube mineiro – foram quatro passagens -, sendo a mais conhecida entre 1979 e 1985, quando conquistou cinco títulos estaduais, 1980, 1981, 1982, 1983 e 1985 e ainda o “Torneio de Paris de Futebol”, em 1982. Éder também foi agraciado com a “Bola de Prata”, do Campeonato Brasileiro de 1983.

Depois de uma frustrada passagem pelo futebol turco, onde defendeu o Malatyaspor, Éder retornou ao Atlético em 1989, tendo conquistado apenas um título, o de campeão do “Troféu Ramón de Carranza”, em 1990. Éder Aleixo vestiu a camisa do “Galo Mineiro”, por 368 vezes e marcou 122 gols.

Antes, havia passado por Internacional, de Limeira, Palmeiras e  Santos, todos de São Paulo, Sport Recife, Botafogo,do Rio de Janeiro, Atlético Paranaense e Cerro Porteño, do Paraguai, também sem sucesso.

Quase encerrando a carreira, Éder jogou de novo no Atlético Paranaense, em 1991, e pelo União São João, de Araras (SP), onde ficou até 1992. Teve ainda uma curta e surpreendente passagem pelo Cruzeiro, de Belo Horizonte, em 1993, quando conquistou sua única “Copa do Brasil”.

Defendeu o Atlético pela derradeira vez entre 1994 e 1995, ano em que voltou a atuar pelo União São João, onde permaneceu por um ano. Já sem a qualidade de antigamente, Éder passou alguns meses no Conquista (BA) e no Gama (DF). Em 1997, foi contratado pelo Montes Claros, quando já tinha 39 anos de idade. Éder encerrou a carreira pouco depois.

Hoje em dia, é empresário e comentarista esportivo na TV Globo, em Minas, e também dono de várias escolinhas de futebol. Chegou a trabalhar como diretor de futebol do Atlético até 2004.

Em janeiro deste ano o Atlético Mineiro criou o “Projeto Galo Forte”, que tem como objetivo buscar mais ajuda na base atleticana. Essa nova criação permitirá a observação de todas as camadas jovens do clube, o que irá ajudar no trabalho de montagem e observação de jogadores. O coordenador do projeto é o ex-jogador do clube Éder Aleixo.

Títulos. Grêmio. Campeão Gaúcho (1977 e  1979). Atlético Mineiro. Vice Campeão Brasileiro (1980); Campeão Mineiro (1980, 1981, 1982, 1983, 1985, 1989 e 1995); Campeão do “Troféu Brasília 21 anos” (1981); Campeão do “Torneio de Paris”, França (1982); Campeão do “Torneio de Bilbao”, Espanha (1982); Campeão do “Torneio de Berna”, Suíça (1983); Campeão da “Taça Tancredo Neves” (1983); Campeão do “Torneio de Amsterdã”, (1984); Campeão da “Taça 40 anos do Sindicato dos Jornalistas” (1985); Campeão do “Troféu Sérgio Ferrara” (1985) e Campeão do “Troféu Ramón de Carranza”, Espanha (1990).

Cruzeiro. Campeão da “Copa do Brasil” (1993); Seleção Brasileira. Terceiro lugar na “Copa América” (1979); Segundo lugar no “Mundialito”, de Montevidéu, Uruguai (1980); Campeão da “Taça da Inglaterra” (1981). Campeão da “Taça da França” (1981); Quinto lugar na “Copa do Mundo” (1982); Campeão do “Troféu Sport Billy Time”, fair play da Copa do Mundo (1982) e Segundo lugar na “Copa América” (1983).

Participou da goleada histórica do Atlético em cima da Seleção da Colômbia por 6 X 1, no “Mineirão”, dando um verdadeiro show com suas bombas, sendo um dos heróis do massacre.

Essa apresentação foi só uma das que deixaram Telê Santana convicto de que Éder deveria figurar entre os craques da Seleção Brasileira de 1982 na Copa do Mundo.

Prêmios: Revelação do Campeonato brasileiro (Oficial) (1980); “Bola de Prata” do Campeonato Brasileiro (1983) e 3º Maior Futebolista Sulamericano do ano - El Mundo – Venezuela (1983).

Também foi acusado de ganhar dinheiro para correr em direção a uma determinada placa de propaganda quando comemorasse seus gols, o que o teria levado a não passar bolas para companheiros mais bem colocados, na ambição mais de dinheiro que pelos gols. Fez parte do "Galo Hexa", maior seqüência já alcançada em Minas Gerais na era profissional.

Em 1982, no “Mundial na Espanha”, a tristeza da derrota para a Itália foi compensada pelo ego vaidoso do ídolo mulherengo que recebeu 16 mil cartas femininas.

Seu futebol, cobiçado por clubes do mundo inteiro, foi alvo do Hajmn, um clube do Emirados Árabes Unidos, que ofereceu sete milhões de dólares pelo ponta-esquerda.

Se aceita, seria a mais vultosa transação de toda a história do futebol até aquele momento, depois da compra do argentino Maradona pelo Barcelona por oito milhões de dólares.

O então presidente do Atlético, Elias Kalil recusou a proposta com certa serenidade. Kalil agiu com o coração de torcedor e constatou que Éder era insubstituível, pois apesar de todo aquele dinheiro na mão, não conseguiria comprar nenhum jogador que chutasse como ele.

Carreira no Atlético. Jogos: 368; Vitórias: 219; Empates: 84; Derrotas: 65; Gols: 122; Estreia: Atlético 1 X 1 São Paulo, em 3 de fevereiro de 1980; Último jogo: Atlético  3 X 1 Cruzeiro, em 4 de junho de 1995. (Pesquisa: Nilo Dias)



terça-feira, 2 de outubro de 2018

Tragédia em campo de futebol no Maranhão

Em 30 de junho de 2013 aconteceu em Centro do Meio, um povoado no interior da cidade de Pio XII, no Maranhão, onde moram cerca de 200 pessoas, uma das maiores barbáries vistas até hoje num campo de futebol. 

O jogo entre duas equipes amadoras da cidade acabou com a morte de duas pessoas, o jogador Josenir dos Santos Abreu (o "Mimi"), de 31 anos, funcionário dos Correios e membro do Movimento Jovem de Pio XII, que foi esfaqueado no peito pelo árbitro da partida, Otávio Jordão da Silva de Catanhede, de 20 anos, morador do Povoado Centrinho, que teve a cabeça decepada por torcedores que invadiram o campo.

Tudo começou quando Josenir foi expulso do jogo por Otávio. Os dois discutiram e entraram em luta corporal. Josenir acertou um soco em Otávio, que na defensiva desembainhou uma faca, e golpeou o agressor várias vezes. O jogador morreu a caminho do hospital.

Ao saberem da morte de Josenir, seus companheiros se revoltaram, amarraram e mataram o arbitro a pauladas. Um compadre de Josemir utilizou uma foice para cortar o assassino em pedaços, separou a cabeça do corpo e colocou numa estaca, uma verdadeira cena de terror.

Segundo populares, os dois homens mortos, eram pessoas tranquilas, sem históricos negativos na cidade. Após os crimes, moradores da localidade se dizem "amaldiçoados". As cenas macabras foram registradas por dezenas celulares, mas até hoje ninguém viu uma imagem sequer.

O principal culpado pela morte de Otávio, foi Luis Moraes de Sousa, de 27 anos, preso pela Polícia Civil de Santa Inês, no município de Conceição do Lago Açu, a 33 quilômetros do local onde ocorreu o crime.

Segundo a polícia, Luís confessou ter iniciado o espancamento de Otávio e ainda confirmou a participação de mais duas pessoas: Francisco Edson Moares de Sousa, que teria esquartejado a vítima, e Josimar de Sousa, que teria participado do assassinato.

O município de Pio XII está situado a cerca de 270 km de São Luís, capital do estado do Maranhão. Possui uma população de cerca de 23 mil habitantes. A agricultura e a pecuária são a base de sua economia. 

Seus indicadores sociais são preocupantes: enquanto que no Brasil o índice de analfabetos com mais de 15 anos é de 13,63%, no Maranhão é de 28,39%. Em Pio XII esse número chega a 43,52%; enquanto a taxa de mortalidade infantil no Maranhão é de 54,2 em cada 1.000 nascidos vivos. Em Pio XII esse número sobe para 72,1 por mil.


O jogador Josenir dos Santos Abreu, o "Mimi".

O árbitro Otávio Jordão da Silva de Catanhede.