Quando
moço até esteve nos juvenis do Santa Cruz, de Recife, onde foi campeão da
categoria nos anos de 1963 e 1965. Mas arrumou emprego e deixou os gramados.
Só
depois de muita insistência dos dirigentes tricolores, acabou aceitando a
profissionalização como atleta. Já estava com 23 anos. Ele não confiava muito
no futebol como profissão, por isso relutava em aceitar os convites para jogar.
Mas
ao final valeu a pena. Se destacou no “Santinha” e em 1968 acabou vendido ao ABC,
de Natal por Cr$ 10.000. E por lá virou ídolo, sendo até chamado de “Anjo do
Futebol”.
Sua estreia no novo clube não poderia ser melhor. Marcou dois gols na
vitória de 3 X 2 do ABC frente o Ferroviário pelo certame estadual, dia 10 de
abri de 1968, no “Estádio Juvenal Lamartine”.
A
trajetória de Alberi no ABC, entre saídas e voltas, foi de 10 anos. Nesse período
foi tetracampeão do Estado (1970, 1971, 1972 e 1973) e ganhou em duas
oportunidades a “Taça Cidade de Natal”.
E
de lambuja foi artilheiro dos campeonatos estaduais de 1971 (16 gols) e de 1972
(10 gols). E fez parte da famosa “Seleção Bola de Prata”, da “Revista Placar”,
que premiava os jogadores que se destacavam em cada posição no “Campeonato
Brasileiro”, desde o ano de 1970.
Alberi
foi premiado com a “Bola de Prata” em 1972, ao lado de outros monstros sagrados
do futebol brasileiro, como Emerson Leão,
Marinho Chagas, Figueroa, Paulo Cesar Cajú e Ademir da Guia.
É
até hoje o único atleta a ganhar o prêmio, atuando por um time do Rio Grande do
Norte
A
inclusão de seu nome numa seleção tão importante como a “Bola de Prata”, fez
com que o Fluminense, do Rio de Janeiro, se interessasse em contratá-lo.
Recebeu uma proposta quase irrecusável de Cr$ 15.000 por mês. Ganhava só Cr$
1.800.
E
ainda assim recusou, sob a justificativa de “o que importa é nos sentirmos
bem”. E naquele momento, o lugar onde sentia isso era em Natal, no ABC FC.
Ao
longo de sua trajetória, Alberi marcou 210 gols pelo ABC e é até hoje o segundo
maior artilheiro do clube, atrás apenas de Jorginho, com 219 gols.
Em
1976 foi jogar no América, de Natal e foi foi campeão Potiguar no ano seguinte
e campeão da “Taça Cidade de Natal”, de 1977. Entre 1979 e 1981 jogou pelo Alecrim,
também de Natal, onde foi campeão da “Taça Cidade de Natal”, de 1979.
Jogou
ainda nas equipes do Rio Negro, Sergipe, Campinense, Icasa e Baraúnas, de
Mossoró. Voltou para o ABC em 1984, ano que encerrou a carreira.
No
total, Alberi comemorou seis títulos estaduais, sendo quatro pelo ABC, um pelo
América e outro pelo Campinense. Parou aos 38 anos dizendo a seguinte frase:
“Quando
as pessoas começam a olhar para você com desconfiança, por causa da idade, é
melhor deixar a bola de lado. Foi exatamente o que eu fiz”, disse em sua
despedida. Hoje, Alberi mora em Natal, é casado pai de nove filhos e 11 netos.
Algumas
curiosidades vivenciadas por Alberi. Houve uma partida na Grécia, contra o
Panathinaikos, um dos grandes clubes do país. O bicho era de 10 dólares para os
outros jogadores do time, e Alberi recebeu 20 dólares, porque simplesmente
acabou com o jogo.
Em
2015, a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) fez uma homenagem
em comemoração aos 100 anos de fundação do ABC, por sugestão do deputado José
Adécio. Nove personalidades importantes da vida do clube foram homenageadas, entre
elas, Alberi.
Em
2012, a vida de Alberi foi parar nas telas dos cinemas. O documentário
"Alberi, o craque alvinegro" é o título de um vídeo produzido pelos
estudantes de Cinema da “Universidade Potiguar”. (Pesquisa: Nilo Dias)