Vítima de complicações após uma intervenção cirúrgica para colocação de duas pontes de safena e uma mamária, faleceu na última sexta-feira, 19, o advogado e radialista Paulo Gilberto Corrêa, o melhor narrador de futebol que o rádio da Zona Sul do estado do Rio Grande do Sul conheceu, em todos os tempos. Há nove dias o radialista estava internado em um hospital da cidade, em decorrência de um infarto sofrido ao constatar que sua esposa havia sido acometida de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Paulo Corrêa era natural de Pelotas onde começou a carreira de narrador de futebol na Rádio Pelotense, a mais antiga emissora gaúcha e terceira fundada no Brasil. A audiência da emissora nas transmissões esportivas era quase total. Sob o comando de Paulo Corrêa passaram pela antiga PRC-3 nomes importantes do rádio gaúcho como Jair Rodrigues, que depois brilhou na Rádio Farroupilha, de Porto Alegre, Luiz Carlos Martinez, que além de excelente narrador também foi goleiro do time de Futebol de Salão do E.C. Pelotas, Wolney Castro, até hoje em atividade, o narrador Volni Dutra, o comentarista Benito Amato e o repórter Amir Cury.
Foi a chamada época de ouro do rádio esportivo pelotense. As outras duas emissoras da cidade também tinham suas equipes esportivas, igualmente compostas por nomes que até hoje são lembrados: na Rádio Cultura, sob o comando do narrador Petrucci Filho, Dagoberto Focaccia (ainda em atividade e residindo em São Gabriel), Armando Leite Goulart, Phidias Gallo, Edmar Allan e tantos outros que a memória desgastada pelos 68 anos de idade, não permite lembrar.
Na Tupancy, sob o meu comando, entre outros trabalharam Izabelino Tavares, meu saudoso irmão; o plantão esportivo Dinei Avelar, já falecido, que tive a felicidade de lançar no rádio; Antônio Carlos Alves, dono de uma voz belíssima, hoje aposentado, continua morando em Pelotas; Sérgio Oliveira, outro que foi lançado por mim e que brilhou no jornalismo do Rio de Janeiro. Atualmente mora em Maceió (AL), mas continua escrevendo para o jornal Diário Popular, de Pelotas.
Eu, que vivi parte daqueles memoráveis anos, posso afirmar que Paulo Corrêa era o melhor de todos. Crítico por natureza, não perdoava ninguém. Lembro de uma ocasião em que ele “baixou a ripa” no presidente do G.A. Farroupilha, o então coronel do Exército, Plácido de Castro Nogueira. Não deu outra. Paulo Corrêa foi proibido de entrar no Estádio General Nicolau Ficco, do “Tricolor do Fragata”. No domingo tinha o clássico Far-Pel (Farroupilha X Pelotas), pelo campeonato da cidade.
Assim mesmo, a Rádio Pelotense transmitiu o jogo. Paulo Corrêa mandou construir uma espécie de andaime no meio da avenida Duque de Caxias, frente o estádio e narrou o jogo inteirinho. Só não citava os nomes dos jogadores do Farroupilha. Dizia: “pegou a bola o número 5 do time da casa”. E assim por diante. Dias depois as relações foram reatadas e tudo voltou a normalidade.
Não era só no esporte que Paulo Corrêa se destacava. Apresentava um comentário ao meio-dia, em que abordava temas gerais. Uma ocasião, Pelotas sofria com uma enchente de grandes proporções e o governo estadual mandou uma boa ajuda em dinheiro. O secretário municipal encarregado da aplicação de recursos, não o fez de forma que agradasse o radialista. E este não teve dúvidas, o chamou de “rato de enchente”. Criou-se uma grande polêmica. O secretário também era radialista e respondia as críticas pela emissora concorrente.
Não foi só no rádio que Paulo Corrêa brilhou. Ele era um dos três comentaristas que assinavam a coluna “Espíritos de Porco”, no extinto jornal vespertino “Opinião Pública”, que pertencia a Gráfica Diário Popular. Os outros dois eram Aldyr Garcia Schlee, que ganhou o concurso nacional para escolha da camisa da Seleção Brasileira e Carlos Alberto Chiarelli, que como político galgou altos cargos no cenário nacional.
Em 1962 Paulo Corrêa foi para Rio Grande dirigir a Rádio Minuano, que fora comprada pelo Grupo Fonseca Júnior, de propriedade do seu amigo, o empresário Manuel Marques da Fonseca Júnior. Começou, então, uma verdadeira revolução no rádio riograndino. A exemplo do que já havia acontecido com a Rádio Pelotense, a Minuano tomou conta da audiência na “Cidade Marítima”. Os integrantes da equipe esportiva foram convencidos por Paulo da necessidade de estudarem. E alguns deles ingressaram em Faculdades e concluiram cursos superiores. Inclusive o próprio Paulo Corrêa, que se formou em Direito. O mesmo aconteceu com Gil Barlém Martins, Izolmiro Porto e Ney Amado Costa, entre outros.
Eu era fã de carteirinha do Paulo Corrêa, tanto que acompanhava as transmissões esportivas da Rádio Minuano, sempre que tinha oportunidade. Foi naquela época que passei a torcer pelo F.B.C. Rio-Grandense. Em 1965, o “colorado” riograndino fez uma campanha impecável e voltou a divisão principal do futebol gaúcho.
Lembro que o Paulo Corrêa chamava os jogadores do futebol riograndino pelo nome completo: Milton Ernesto Schultz, Jair Cutiara, Oscar Conceição, Luis Carlos Scala Loureiro, Adair Padilha, Marcos Boroni, Mário Landir Noguez, o "Leleco", Alcindo Martha de Freitas, o "Alcindo e Antônio Azambuja Nunes, o Nico. Foi Paulo Corrêa que deu a Nico o apelido de “Bombardeador”, por seu chute forte. E ao Rio-Grandense o de “Guri Teimoso”, por resistir heroicamente a todas as dificuldades.
Quando os três clubes de Rio Grande se classificaram para o principal campeonato do estado, e Pelotas ficou sem representante, Paulo Corrêa não teve dúvidas em chamar Rio Grande de “Capital nacional do futebol”. Como alguns pelotenses reclamaram, lembrando que ele era filho de lá, não teve dúvidas em responder: “A gente não escolhe onde nasce, mas pode escolher onde vai morrer”. O que realmente veio a se confirmar.
Em Rio Grande Paulo Corrêa continuou polêmico. Em um de seus comentários denunciou um esquema de empréstimo de dinheiro feito por um empresário local. O caso ganhou repercussão nacional e o responsável pelo ilícito acabou preso. Inovador, criou na Minuano o rádioteatro, com novelas e contos interpretados por artistas da terra. Polivalente, colaborou com os jornais “Rio Grande”, “Agora” e “Folha da Cidade” e ultimamente com a rádio Nativa, ex-Cultura Riograndina. Precavido, por mais que lhe perguntassem, jamais revelou por qual clube torcia em Rio Grande. Como advogado competente, prestou serviços a Refinaria de Petróleo Ipiranga e a Prefeitura Municipal de Rio Grande.
O sepultamento de Paulo Corrêa aconteceu no sábado, dia 20, no Cemitério Católico de Rio Grande. Deixou esposa, filhos e netos e uma enorme legião de amigos e admiradores. Entre os quais me incluo.(Texto: Nilo Dias).
Paulo Corrêa em foto recente. (Foto: Álbum da família)
Paulo Corrêa, nos tempos da Rádio Pelotense entrevistando o presidente Juscelino Kubitscheck, em visita a Pelotas. (Foto: Álbum da família)
(Foto : Álbum da Família)
COMENTÁRIOS DE LEITORES
claudio disse...
VALEU NILO DIAS O RIO GRANDE PERDEU UM GRANDE PROFISSIONAL DO RÁDIO. UM ABRAÇO DO AMIGO CARIMBÓ.
25 de fevereiro de 2010 23:01
Roni Paulista disse...
Apesar de admirador do saudoso radialista e advogado Paulo Correia por ouvir quando criança ao lado de meus pais seus comentários na Radio Minuano que eram de uma enorme repercurção na nossa região eu não conhecia a sua historia, devo admitir que seu blog passará de hora avanti fazer parte do meu cotidiano pois aborda temas super interessantes que nos fazem manter nossa informação em dia, abração.
26 de fevereiro de 2010 10:04
Nilo, cumprimentos pelo blog e comentário sobre a vida profissional do nosso amigo Paulo Correa. Parabéns! Um abraço prá ti e outro na Terezinha.
Renato Kegles – Pelotas Pelo Orkut)
Pedro Aguiar
Li e gostei. Um abraço grande. Outro dia add a Leandra, tua filha. (Pelo Orkut)
laila:
amigo nilo eu li a reportagem no seu blog e fiquei triste com a noticia do falecimento do grande radilista paulo corrêa . os meus mais sinceros pêsames para a familia . um grande abraço. (Pelo Orkut)
Guilherme:
Oi, tio, quanto tempo! Como estão as coisas por aí? Tudo bem com vocês? Que grande figura devia ser esse Paulo Corrêa, me diverti bastante aqui lendo a tua matéria... “Rato de enchente” e a coluna “Espíritos de Porco” mataram a pau! HAHAHAHA!!! (Pelo Orkut)
luiz Carlos knopp:
Também sou fã de carteirinha do Dr. Paulo Gilberto Corrêa, e lamentei muito seu falecimento. Quanto ao Blog, o Paulo é merecedor de cada palavra que a respeito dele escrevestes.
Abração. (Pelo Orkut)
Regina:
Agradeço a homenagem feita ao meu pai!Obrigada em nome da minha família!Abraços (Pelo Orkut)
Augusto:
Muito bom o texto. Relata exatamente como era o Paulo Corrêa. abração (Pelo Orkut)
willy:
Caro Nilo: representei os colegas jornalistas de Rio Grande, todos admiradores do Paulo Corrêa, na missa em açao de graças pelo sétimo dia de seu falecimento, ontem, 26/fev. Li teu texto no blog e nao preciso dizer que adorei, também sou teu fã no jornalismo,há muito tempo.
Eu me tornei jornalista observando os outros, como faziam, como escreviam. Depois fui fazer faculdade de jornalismo, onde aprendi algumas coisas tbem. Eu acompanhei o Paulo Corrêaa vida toda, desde os seis anos de idade, quando ele veio para Rio Grande, em fevereiro de 1963.
Sempre dizia isso a ele. De alguma forma ele ficava satisfeito com isso. Era um dos seus discipulos, e ele sempre me prestigiou. O que eu agradeço muito. Daqui a uns meses, lançarei a biografia de Chico Bastos e o Paulo me deu preciosas informações sobre o marechal da educaçao, titulo criado por Paulo Corrêa. Belissimo o teu blog, parabens, como tudo o que fazes. Abraçao do Willy Cesar (Pelo Orkut)
Anderson Trapa:
Olá Nilo! Li atentamente e parabéns pelo seu blog. Eu acompanho muito o futebol. É lamentável a perda do grande Paulo Corrêa. Grande abraço! (Pelo Orkut)
Rogerio disse...
Parabens pelo texto e p/ oportuna homenagem. Eu lembro bem do Paulo Corrêa nas rádios de Pelotas na decada de 60. Um grande abraço.
28 de fevereiro de 2010 21:
Julio Jardim disse...
Muito Bom o texto, relata bem o que foi esse icone do rádio tão admirado por colégas e ouvintes...Vai nos deixar saudade os seus oportunos comentarios com o complemento especial de sua voz aveludada...~
2 de março de 2010 22:02
Clara:
Olá sou irmã de Regina e a filha mais velha do Paulo Corrêa,quero agradecer tuas palavras sobre nosso pai.Grata pelo carinho,recebe um abraço emocionado,Clara. (Pelo Orkut)
Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
O adeus ao "Senhor do Futebol"
No último dia 10 o futebol brasileiro perdeu um de seus grandes nomes, Orlando Peçanha de Carvalho, 74 anos, zagueiro de raça e virilidade, que jogou em apenas três clubes, o Vasco da Gama, de 1955 a 1960, onde formou uma inesquecível zaga ao lado de Belini, Boca Juniors, da Argentina, de 1960 a 1964 e Santos, de 1965 a 1967. Orlando nasceu em Niterói (RJ), no dia 20 de setembro de 1935.
Foi nos juvenis do time da “Cruz de Malta” que Orlando começou a carreira. Em 1954 , quando da renovação do elenco, que saia da fase do “Expresso da Vitória”, Orlando foi promovido ao elenco principal, ganhando de imediato a condição de titular. No Vasco, conquistou os títulos de campeão carioca em 1956 e supercampeão carioca em 1958. A defesa era uma verdadeira muralha: Paulinho, Belini, Orlando e Coronel.
Em 1958, sagrou-se campeão mundial pela Seleção Brasileira, formando zaga com Belini, seu companheiro de clube, jogando todas as seis partidas da competição.
Em 1960, Orlando Peçanha foi negociado para o poderoso Boca Juniors, da Argentina que contava em seu elenco com outros craques brasileiros como Almir, Dino Sani, Maurinho e Paulinho Valentim. No time da “Bombonera”, tornou-se rapidamente um ídolo da torcida, graças ao seu vigor físico e espírito de liderança, sendo chamado de “Senhor do Futebol”. Nos clássicos frente o River Plate fez um duelo inesquecível com outro brasileiro e também ex-vascaíno, Delem. No Boca, Orlando foi campeão argentino em 1962 e 1964.
Em 1965, retornou ao futebol brasileiro para jogar no Santos, onde se sagrou campeão paulista nos anos de 1965 e 1967 e da Taça Brasil, em 1965. Vestindo a camisa da Seleção Brasileira foi campeão mundial em 1958. Em 1962, quando jogava pelo Boca Juniors, não foi chamado para o Mundial do Chile. Na época, atletas brasileiros que atuavam no exterior não eram convocados para a seleção.
Em 1966, na Inglaterra foi novamente convocado. Mas devido a idade, 31 anos, não tinha mais o vigor físico que fora tão importante em sua carreira e acabou conhecendo sua única derrota pela Seleção, 3 X 1 para Portugal, jogo que eliminou o Brasil do torneio.
Com a “amarelinha” foi ainda vice-campeão sul-americano invicto em 1959, quando o Brasil perdeu o título para a Argentina, no empate no jogo final, campeão da Taça Bernardo O'Higgins, em 1959 e da Taça Atlântico, em 1960. Participou de 34 partidas pela Seleção, com 25 vitórias, 7 empates e apenas uma derrota.
Quando encerrou a carreira de jogador em 1970, aos 35 anos de idade, no retorno ao Vasco tentou ser técnico. Comandou o CSA, de Alagoas, em 1977, e o Vitória, da Bahia, em 1980. Mas acabou se destacando foi como presidente da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol. (Pesquisa: Nilo Dias)
Foi nos juvenis do time da “Cruz de Malta” que Orlando começou a carreira. Em 1954 , quando da renovação do elenco, que saia da fase do “Expresso da Vitória”, Orlando foi promovido ao elenco principal, ganhando de imediato a condição de titular. No Vasco, conquistou os títulos de campeão carioca em 1956 e supercampeão carioca em 1958. A defesa era uma verdadeira muralha: Paulinho, Belini, Orlando e Coronel.
Em 1958, sagrou-se campeão mundial pela Seleção Brasileira, formando zaga com Belini, seu companheiro de clube, jogando todas as seis partidas da competição.
Em 1960, Orlando Peçanha foi negociado para o poderoso Boca Juniors, da Argentina que contava em seu elenco com outros craques brasileiros como Almir, Dino Sani, Maurinho e Paulinho Valentim. No time da “Bombonera”, tornou-se rapidamente um ídolo da torcida, graças ao seu vigor físico e espírito de liderança, sendo chamado de “Senhor do Futebol”. Nos clássicos frente o River Plate fez um duelo inesquecível com outro brasileiro e também ex-vascaíno, Delem. No Boca, Orlando foi campeão argentino em 1962 e 1964.
Em 1965, retornou ao futebol brasileiro para jogar no Santos, onde se sagrou campeão paulista nos anos de 1965 e 1967 e da Taça Brasil, em 1965. Vestindo a camisa da Seleção Brasileira foi campeão mundial em 1958. Em 1962, quando jogava pelo Boca Juniors, não foi chamado para o Mundial do Chile. Na época, atletas brasileiros que atuavam no exterior não eram convocados para a seleção.
Em 1966, na Inglaterra foi novamente convocado. Mas devido a idade, 31 anos, não tinha mais o vigor físico que fora tão importante em sua carreira e acabou conhecendo sua única derrota pela Seleção, 3 X 1 para Portugal, jogo que eliminou o Brasil do torneio.
Com a “amarelinha” foi ainda vice-campeão sul-americano invicto em 1959, quando o Brasil perdeu o título para a Argentina, no empate no jogo final, campeão da Taça Bernardo O'Higgins, em 1959 e da Taça Atlântico, em 1960. Participou de 34 partidas pela Seleção, com 25 vitórias, 7 empates e apenas uma derrota.
Quando encerrou a carreira de jogador em 1970, aos 35 anos de idade, no retorno ao Vasco tentou ser técnico. Comandou o CSA, de Alagoas, em 1977, e o Vitória, da Bahia, em 1980. Mas acabou se destacando foi como presidente da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol. (Pesquisa: Nilo Dias)
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
O primeiro corinthiano na Seleção
O primeiro jogador do S.C. Corinthians a jogar pela Seleção Brasileira foi Amilcar Barbuy, filho de pais italianos, nascido em 29 de abril de 1893, na pequena cidade de Rio das Pedras, no interior de São Paulo. Começou a jogar no Belo Horizonte e depois no Botafogo, ambos da várzea do Bom Retiro. Somente no final de 1912 quando tinha 18 anos, é que começou a jogar no Corinthians, clube em que sua família esteve ligada desde a fundação. Um de seus irmãos, Hermógenes, era litógrafo e desenhou o primeiro distintivo alvinegro.
Em 1915 o Corinthians o emprestou a um novo clube que surgia no cenário esportivo paulistano, a Societá Palestra Itália, junto com Fúlvio, Pollice, Bianco e Américo. E Amilcar participou do primeiro jogo da história daquele clube que com o passar dos anos viria a se tornar o maior rival do “timão”. O jogo foi em Votorantim, nas imediações de Sorocaba, na tarde de 24 de janeiro de 1915, contra o S.C Savóia, tido então como bicho papão do futebol do interior do Estado de São Paulo.
Depois de um primeiro tempo bastante disputado, o Palestra voltou melhor na fase final e venceu por 2 x 0, gols anotados por Bianco, a maior estrela do time, cobrando um pênalti e depois por Alegretti, em cobrança de falta. Bianco colocou seu nome definitivamente na história palestrina, por ter sido o autor do primeiro gol do clube. O Palestra mandou a campo: Stilitano - Bonato e Fúlvio – Pollice - Bianco e Vale – Cavinato – Fischi - Alegretti - Amílcar e Ferré. O juiz foi o conhecido “sportsman” da época, Sílvio Lagreca.
Amilcar era dono de um espírito de liderança, classe e técnica, só comparáveis a Pelé, segundo relatos feitos por quem viu os dois jogarem. Junto com Neco, foi o primeiro grande expoente da história corinthiana. A convocação inicial para o selecionado nacional aconteceu em 1919, no Campeonato Sul-Americano Extra, disputado na Argentina. Na época, ainda jogava como centroavante, posição que trocaria no ano seguinte pela de centromédio, onde alcançou a consagração plena, transformando-se no melhor e mais famoso jogador brasileiro.
Meia e atacante de grande categoria, capitão da equipe fez 208 jogos pelo Corinthians, com 153 vitórias, 25 empates, 30 derrotas e 89 gols marcados. Em 1923, nove anos depois de ter jogado a partida inaugural do Palestra Itália, Amilcar retornou ao clube palestrino, alegando “motivos pessoais” que nunca ficaram bem explicados. O mais provável é que as raízes familiares italianas tenham falado mais alto. Mesmo quando defendia o Corinthians, tornou-se sócio do Palestra Itália. Vestiu a camisa do clube em 105 ocasiões com 68 vitórias, 15 empates, 17 derrotas e 16 gols marcados.
Pela Seleção Brasileira, onde foi capitão, atuou em 19 jogos, tendo contabilizado10 vitórias, 5 empates e 4 derrotas. Marcou 5 gols e foi campeão Sul-Americano em 1919 e 1922. Também defendeu a seleção Paulista. Foi campeão brasileiro entre seleções em 1922, defendendo, campeão paulista em 1926 e 1927, campeão do Paulista Extra em 1926 e do Campeonato Honorário do Brasil, igualmente em 1926.
Em 1930 parou de jogar e se dedicou a carreira de treinador. Seu jogo de despedida foi no dia 8 de junho, no empate de 1 X 1 do Palestra com o Germânia. Na nova profissão iniciada no próprio Palestra, dirigiu o time em 144 jogos, com 93 vitórias, 24 empates e 27 derrotas.
Depois foi para a Lazio de Roma, em 1931, ficando até 1932, onde devido a contusão de alguns jogadores, teve de retornar aos gramados, mostrando porá mais algum tempo aos italianos todas as qualidades que o consagraram no Brasil. Isso também o notabilizou como o primeiro brasileiro a jogar e ao mesmo tempo treinar um clube da Itália.
Seu retorno ao Corinthians foi como treinador. Dirigiu o “timão” em situações diferentes. Inicialmente, quando não havia um profissional específico para a função e coube a ele escalar o time. Depois, entre os anos de 1933 e 1940. No total, foram 192 jogos com 135 vitórias, 18 empates e 39 derrotas.
Também dirigiu o São Paulo em 19 jogos, e ainda Portuguesa de Desportos, Portuguesa Santista e Atlético Mineiro. Morava no bairro da Aclimação, centro de São Paulo, quando faleceu no dia 24 de agosto de 1965. (Pesquisa: Nilo Dias)
Amilcar Barbuy foi um craque notável.
Em 1915 o Corinthians o emprestou a um novo clube que surgia no cenário esportivo paulistano, a Societá Palestra Itália, junto com Fúlvio, Pollice, Bianco e Américo. E Amilcar participou do primeiro jogo da história daquele clube que com o passar dos anos viria a se tornar o maior rival do “timão”. O jogo foi em Votorantim, nas imediações de Sorocaba, na tarde de 24 de janeiro de 1915, contra o S.C Savóia, tido então como bicho papão do futebol do interior do Estado de São Paulo.
Depois de um primeiro tempo bastante disputado, o Palestra voltou melhor na fase final e venceu por 2 x 0, gols anotados por Bianco, a maior estrela do time, cobrando um pênalti e depois por Alegretti, em cobrança de falta. Bianco colocou seu nome definitivamente na história palestrina, por ter sido o autor do primeiro gol do clube. O Palestra mandou a campo: Stilitano - Bonato e Fúlvio – Pollice - Bianco e Vale – Cavinato – Fischi - Alegretti - Amílcar e Ferré. O juiz foi o conhecido “sportsman” da época, Sílvio Lagreca.
Amilcar era dono de um espírito de liderança, classe e técnica, só comparáveis a Pelé, segundo relatos feitos por quem viu os dois jogarem. Junto com Neco, foi o primeiro grande expoente da história corinthiana. A convocação inicial para o selecionado nacional aconteceu em 1919, no Campeonato Sul-Americano Extra, disputado na Argentina. Na época, ainda jogava como centroavante, posição que trocaria no ano seguinte pela de centromédio, onde alcançou a consagração plena, transformando-se no melhor e mais famoso jogador brasileiro.
Meia e atacante de grande categoria, capitão da equipe fez 208 jogos pelo Corinthians, com 153 vitórias, 25 empates, 30 derrotas e 89 gols marcados. Em 1923, nove anos depois de ter jogado a partida inaugural do Palestra Itália, Amilcar retornou ao clube palestrino, alegando “motivos pessoais” que nunca ficaram bem explicados. O mais provável é que as raízes familiares italianas tenham falado mais alto. Mesmo quando defendia o Corinthians, tornou-se sócio do Palestra Itália. Vestiu a camisa do clube em 105 ocasiões com 68 vitórias, 15 empates, 17 derrotas e 16 gols marcados.
Pela Seleção Brasileira, onde foi capitão, atuou em 19 jogos, tendo contabilizado10 vitórias, 5 empates e 4 derrotas. Marcou 5 gols e foi campeão Sul-Americano em 1919 e 1922. Também defendeu a seleção Paulista. Foi campeão brasileiro entre seleções em 1922, defendendo, campeão paulista em 1926 e 1927, campeão do Paulista Extra em 1926 e do Campeonato Honorário do Brasil, igualmente em 1926.
Em 1930 parou de jogar e se dedicou a carreira de treinador. Seu jogo de despedida foi no dia 8 de junho, no empate de 1 X 1 do Palestra com o Germânia. Na nova profissão iniciada no próprio Palestra, dirigiu o time em 144 jogos, com 93 vitórias, 24 empates e 27 derrotas.
Depois foi para a Lazio de Roma, em 1931, ficando até 1932, onde devido a contusão de alguns jogadores, teve de retornar aos gramados, mostrando porá mais algum tempo aos italianos todas as qualidades que o consagraram no Brasil. Isso também o notabilizou como o primeiro brasileiro a jogar e ao mesmo tempo treinar um clube da Itália.
Seu retorno ao Corinthians foi como treinador. Dirigiu o “timão” em situações diferentes. Inicialmente, quando não havia um profissional específico para a função e coube a ele escalar o time. Depois, entre os anos de 1933 e 1940. No total, foram 192 jogos com 135 vitórias, 18 empates e 39 derrotas.
Também dirigiu o São Paulo em 19 jogos, e ainda Portuguesa de Desportos, Portuguesa Santista e Atlético Mineiro. Morava no bairro da Aclimação, centro de São Paulo, quando faleceu no dia 24 de agosto de 1965. (Pesquisa: Nilo Dias)
Amilcar Barbuy foi um craque notável.
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